The Line Of Best Fit: “As Nove Músicas de Adam Lambert”

Adam revelou a Jess Goodman da The Line Of Best Fit quais as 9 músicas que o influenciaram. Confira a seguir quais são estas músicas, e ao final confira mais fotos provavelmente feitas para este artigo na época, clicadas por Parri Thomas:

Nove músicas: Adam Lambert

O vocalista do Queen, e também artista solo, fala com Jess Goodman sobre as músicas que o influenciaram.

Ele já foi artista de palco em produções teatrais. Competiu para ser a voz da nação no American Idol. Ele se apresenta como vocalista de uma das mais estimadas e bem sucedidas bandas de rock, Queen. Ele é um artista do topo das paradas, com uma nomeação ao Grammy em seu currículo, e um álbum novo aguardando nos bastidores. Para resumir: Adam tem uma grande carreira.

Quando Lambert embarcou para seu primeiro trabalho profissional, se apresentando num cruzeiro aos 19 anos, ele não poderia prever todos os lindos e estranhos lugares que sua paixão pela música o levaria. Num dia frio e nublado em Londres, o cantor, agora com 37 anos, nos leva para uma “pequena viagem por sua memória”, uma jornada pelas músicas que mudaram sua vida.

O entusiasmo de Lambert pelo assunto fica evidente mesmo antes de nos encontrarmos – selecionando uma lista de dez canções que ele não tinha coragem de reduzir para nove. Como alguém que foi atraído pela musica em toda a sua vida, esse entusiasmo foi tanto um pouco surpreendente, como contagiante.

“Eu tenho um cachecol especial”, ele ostenta, “só pra você, na verdade”, ele sorri enquanto se acomoda. Sorrindo e rindo ele fala cada vez mais enfaticamente. A paixão de Lambert pelo seu trabalho e a música que o inspira para isso é algo difícil de não se admirar.

“Eu definitivamente cavei fundo”, diz ele sobre suas escolhas. “Muitas dessas músicas são bem antigas, eu tentei encontrar músicas que foram parte da minha formação.” Do pop em geral a hinos de direitos civis, de teatros musicais ao grunge e toda uma retrospectiva, Lambert oferece uma eletrizante lista de suas favoritas.

Seu carinho por essas músicas e pelos momentos que elas marcaram em sua vida praticamente radiaram do cantor ao longo da nossa conversa, como se as canções acendessem memórias de sua própria história. “Todas essas músicas têm uma conexão pessoal comigo”, explica Lambert. “São músicas que ou eu cantei ou eu quis cantar.”

Passando por autodescoberta, mágoa, escuridão e sucesso, o tema que conecta essas músicas é simples: “Essas são as músicas que me fizeram ser quem eu sou.”

“Bohemian Rhapsody” do Queen

“A conexão é meio óbvia! Obviamente, eu canto com a banda e ‘Bohemian Rhapsody’ foi o motivo de eu ter sido convidado para cantar com a banda. Eu cantei essa música na minha audição para o American Idol há nove anos atrás e por isso tem um significado pessoal.”

“Eu me lembro de tê-la ouvido pela primeira vez. Eu cresci fazendo musicais e a teatralidade dela ecoou em mim na minha juventude, ouvindo uma canção que era considerada rock clássico mas que era tão teatral e tão vocal, ela realmente chamou minha atenção. Me fez sentir algo e eu me conectei a ela.”

“Eu amo as diferentes partes dela. Quando você acha que entendeu a música, ela muda de marcha e vai em uma direção totalmente diferente, ou vai para a parte da ópera – o que é completamente louco. Então eles finalizam com uma parte de rock lenta e depois finalizam novamente, de volta ao piano melódico e silencioso.”

“Muito parecida com uma peça ou uma ópera, ‘Bohemian Rhapsody’ tem atos, tem diferentes partes e, sendo um performer, acho que isso simplesmente me atrai.”

“Vogue” da Madonna

“Eu lembro quando eu era garoto e essa música foi lançada e eu não conseguia tirá-la da cabeça. Eu era obcecado pelo clipe e eu ficava cantando e dançando com ele. Eu acho que o significado agora – eu não acho que havia percebido isso antes – é que ela é muito gay.”

“Eu sei agora – não sabia antes – que Madonna estava sendo referência na cultura da sexualidade em Nova Iorque, que é essa cultura incrível que pessoas gays e negras começaram em Nova Iorque com esses encontros underground. Eles fantasiavam sobre serem diferentes versões de si mesmos, e vencer competições consigo mesmos. Era um jeito de se construírem uns aos outros e de celebrar quem eles eram.”

“De muitas maneiras, isso estava muito a frente de seu tempo e acho que a Madonna foi inspirada por isso. Ela até tinha isso no clipe, tinha pessoas desfilando e pessoas dançando, desse mundo. Acho que me lembro de ver esses dançarinos e pensar ‘Huh, eles são meio femininos… Ok’. Eu não cheguei a processar isso, porque eu era bem novo. Eu acho que tem bastante significado subliminar pra mim, ver um dos meus ídolos pop celebrando e sendo parte desse mundo para a música dela.”

“A Change Is Gonna Come” de Sam Cook

“A voz do Sam Cook nessa música é absolutamente… Ela destrói você, é tão emotiva. Ela foi escrita na época do movimento por direitos civis, realmente lidando com a luta e tentando manter a esperança ao longo dessa luta e superar e perseverar.”

“‘A Change Is Gonna Come’ é algo que cantei anos atrás no chamado The Zodiac Show em Los Angeles. Foi a primeira vez que eu estava saindo do mundo do teatro musical, cantando como eu queria cantar, e vestido como eu queria me vestir, e me expressando.”

“A música assumiu um significado ligeiramente diferente para mim porque eu estava lutando dentro do mundo do teatro, acredite ou não, por ser percebido como ‘muito gay’ para muitos desses papéis, e muitas das coisas que eu estava fazendo audição. Foi um pouco frustrante e eu pensei ‘porra, eu achei que estava no teatro, todos os esquisitos estão no teatro e nós deveríamos apoiar uns aos outros.’ Eu não tive muito desse sentimento de comunidade que eu queria.”

“E eu terminei cantando ela no American Idol e isso meio que terminou num ciclo completo, curiosamente eu cantei ela no final e acabei não ganhando. Várias pessoas disseram ‘Ah talvez seja por causa de como eles perceberam que você é’. Foi esse conceito repetido para mim, das duas vezes.”

“Minha interpretação dessa música foi sobre a minha mudança pessoal, que as coisas ficaram melhores e que as coisas seriam diferentes como eu esperava, e que eu não iria desistir e lutaria por isso. Essa música tem esse significado pessoal pra mim.”

“Aquarius” do elenco de Hair

“Hair é um musical muito legal. É lá pelo movimento hippie dos anos 60 na América – amor tribal, paz e amor e rock ‘n’ roll, pessoas viajando com LSD e expandindo suas consciências, todos esses conceitos que vieram nos anos 60. É um dos meus períodos favoritos na música e na arte, foi como o nosso renascimento americano naquele tempo, e muitas músicas incríveis vieram nessa época.”

“Eu sou de aquário, esse é meu sonho. Eu acho que a canção fala sobre a Era de Aquário, que estava começando naquela época, que diziam que era o tempo do esclarecimento. É uma música bem legal, tem uma ótima melodia e eu sempre a amei.”

“Eu acabei fazendo uma produção de Hair na Alemanha quando eu tinha uns 22 anos. Pessoalmente, foi um abridor de olhos, eu estava bem novato quando cheguei lá, mas não tão novato quando fui embora. Eu fiz várias coisas pela primeira vez, e experimentando muitas coisas pela primeira vez.”

“Eu estava meio que acordando para mim mesmo – artisticamente e pessoalmente – com a moda e com a sexualidade e todas essas coisas diferentes. Foi um momento de grandes transformações pra mim e essa música sempre me lembra desse tempo ”

“Zombie” do The Chanberries

“É uma música bem legal e que representa muito esse som do grunge dos anos 90. Eu acabei de fazer 37 anos então eu lembro de todas as músicas lançadas nos anos 90, eu lembro de assistir MTV e ver todos os clipes e ouvir todas as músicas. Os clipes de rock estavam no topo naquele ponto – pelo menos na América – eu sei que no Reino Unido vocês tiveram um pouco mais de pop do que nós tivemos até então, mas o rock estava em todo lugar.”

“Essa música me lembra de mim saindo da adolescência e de fumar cigarros pela primeira vez, tentando coisas de jovens rebeldes, como fugir de casa e ir com meus amigos à praia sem que nossos pais soubessem; coisas que eram meio erradas. Agora olhando pra trás, eram coisas bem inofensivas, mas era eu sendo rebelde pela primeira vez como um jovem.”

“‘Zombie’ me lembra de alguns amigos próximos. Na verdade, a garota que me apresentou essa música faleceu há oito anos atrás. A música me lembra dela e daquele tempo.”

“Mad World” do Tears For Fears

“‘Mad World é uma grande música e tem um significado pessoal para mim. Quando eu estava no American Idol – você sabe quando você está numa competição e você tem aqueles momentos? Esse foi o meu grande momento. Foi o que as pessoas comentaram por um tempo.”

“Eu lembro a primeira vez que ouvi a versão do Gary Jules, que está em Donnie Darko. Essa foi a versão que eu fiquei tipo ‘o quê?’ Ambas versões de ‘Mad World’ são brilhantes, e eu acho que o que há de tão brilhante sobre a música é que ela fala sobre estar desiludido ou marginalizado quando jovem e com a sociedade, se sentindo deslocado, e sentido como se sua voz não importasse. Eu acredito que essa música é sobre tempos sombrios.”

“Eu acho que agora estamos num momento onde coisas como suicídio, bullying e identidades políticas estão tão na vanguarda da discussão, mas acho que quando essa música foi escrita, o medo era mais como uma coisa misteriosa, e eu acho que isso é o brilho dessa música. É falar sobre algo que nem todo mundo falava até então.”

“Strict Machine” do Goldfrapp

“Eu amo Goldfrapp, eu realmente amo Goldfrapp, sou um grande fã. Eu acho que ouvi ‘Strict Machine’ pela primeira vez quando eu estava na Alemanha, quando eu estava fazendo Hair. Quando eu voltei eu me viciei em todos os álbuns deles. Isso me lembra de outro período da minha vida, outro capítulo.”

“Eu estava realmente obcecado por Goldfrapp, e eu ouvia ‘Black Cherry’ toda a vez que eu saia para festas. Meu primeiro namorado e eu, acho que era nosso álbum favorito. Ele me lembra de quando era jovem e estava me conhecendo e me sentindo fabuloso.”

“Eu vou apenas dizer isso: sexo. ‘Strict Machine’ é uma música bem sensual, eu acho que era com meu primeiro namorado quando eu estava ouvindo isso. Tem muitas memórias de sexo.”

“Kiss” do Prince

“Prince é simplesmente um dos meus artistas favoritos de todos os tempo. Ele era um gênio. Eu lembro da primeira vez que ouvi ‘Kiss’ e foi tão especial, porque é tão simples. É tão íntimo, e simplesmente pega você. Ele canta tão calmamente, e ele tem tanto espaço entre todas as suas pequenas frases. É simplesmente muito boa!”

“É um estilo só dele, e ele fez um som próprio. É uma dessas músicas que se tornaram tão icônicas, e esse estilo é tão distinto; tantas pessoas foram inspiradas por isso, e eu acho que você pode ouvir isso nas músicas delas! Eu acho que é uma grande obra. Para mim como artista, e como cantor, e como um apaixonado pela música, ouvir essa música pela primeira vez, foi realmente uma música fundamental.”

“Can’t Make You Love Me” da Bonnie Raitt

“Eu amo essa música. Minha mãe era uma grande fã da Bonnie Raitt, então eu lembro de ouvi-la em casa quando criança. Eu não sabia disso até me tornar mais velho, mas eu acho que meus pais estavam tendo certos problemas quando eu era criança nessa época. Eu suponho que a mensagem de ‘Can’t Make You Love Me’ era algo que minha mãe se sentia realmente conectada. Eu não acho que eu tenha percebido isso naquela época mas, olhando para trás agora, eu penso ‘wow, isso deve ter sido algo bem pesado para ela ouvir.'”

“A voz de Bonnie Raitt é tão rica e quente. Quando você ouve a voz dela, não importa que tipo de música você gosta, tem algo na voz dela que ultrapassa qualquer preferência de gênero musical. Ela tem uma voz realmente muito boa.”

“Eu cantei essa música algumas vezes. Quando eu tinha uns 20 anos eu ia a noite ao bar karaokê na cidade. Se tivesse um garoto na plateia que eu achasse bonito, eu cantava essa música para tentar chamar sua atenção. Isso funcionou, oito de dez vezes. Obrigado, Bonnie.”

A The Line Of Best Fit é uma revista online independente baseada em Londres, concentrada em novas músicas. Agora, confira mais fotos deste ensaio:

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Lucas Vinícius
Fontes: @_coma_berenices (1), The Line Of Best Fit e @_coma_berenices (2)

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