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18jul2018
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[REVIEW] Jornal VG: Saudação à “Rainha” (Oslo, Noruega – 17/06)
Saudação à “Rainha” “Rock Clássico”: nostalgia da realeza na celebração do Queen
por Morten Ståle Nilsen
Mesmo após duas ou quatro décadas, o Queen ainda soa como Queen.
O guitarrista Brian May raramente soa como menos de dois guitarristas juntos, e pode tocar no que parece ser uma harmonia tripla consigo mesmo na guitarra, que ele fez com suas próprias mãos, há cerca de 50 anos.
O baterista Roger Taylor não é aclamado na mesma medida de May, mas você reconhece o som dele imediatamente. O segredo está na maneira como ele ajusta seus instrumentos e no jeito como ele toca toda vez que inicia uma batalha.
Taylor está vestido de preto. Ele usa óculos de sol (gostaria de lembrar que ele é um astro do rock). May veste um casaco cinza repleto de guitarras. Ele tira o casaco depois de um tempo, revelando uma camisa com exatamente a mesma imagem da decoração – o Frank.
E temos também o jovem substituto de Freddie Mercury – Adam Lambert, de 36 anos.
Eles são dois de quatro, como dito, e você percebe nas famosas canções. O baixista John Deacon, aparentemente desapareceu da superfície da terra quando Freddie Mercury morreu em 1991, não se introsa, visualmente falando. Ele sempre foi bastante anônimo no palco.
Mercury nunca foi anônimo no palco. Ame-o ou odeie-o – ele era uma das figuras principais e insubstituíveis do rock. O homem mais extravagante do rock, e a qualidade de Adam Lambert é a autoconfiança. Ele acrescentou um pouco da arte de Mercury e a maneira de erguer um braço em triunfo autoritário, mas de outro modo conhece seu limite.
O show de palco é o sólido tipo de concerto de rock clássico que “não poupa nada”. Luzes, confete, fumaça, pessoas que surgem e desaparecem no chão do palco. O robô da capa do álbum “News Of The World” (1977) está em constante evolução, e as luzes lembram seu design de palco clássico do final dos anos 70 e o início dos anos 80: formas arredondadas, semelhantes a discos-voadores, e muitos lasers.
Isso ajuda de modo que o som da Telenor Arena é alto e nítido! A banda, reforçada com três músicos (teclado, percussão e baixo), é uma coisa boa desde o primeiro momento com “Tear It Up”. A música de Lambert, “Lucy”, é o único número solo do cantor.
O americano Lambert não tem a arrogância aristocrática britânica explícita de Mercury. Ele canta de forma limpa e poderosa e se sente completamente em casa nas hard rockers “Tie Your Mother Down” e “Fat Bottomed Girls”. Da mesma forma, na funky “Another One Bites The Dust” e na teatral “The Show Must Go On”.
Brian May canta “Love Of My Life” sozinho, no palco, depois de uma introdução grandiosa no violão. May está localizado exatamente onde Mercury costumava colocá-lo. O próprio Freddie aparece na tela do vídeo para terminar. Ele está morto há quase 27 anos, mas ainda recebe o aplauso mais caloroso da noite. Ele teria amado isso.
Absolutamente grandioso é o show (faz sentido falar sobre um “show” aqui, mais do que um concerto).
Desconfio da razão pela qual May e Taylor não se incomodam em ficar em casa, mas saem com o que têm de mais humano e melancólico. Eles precisam de aplausos e devoção.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Raquel Manacero
Fonte: Jornal VG
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