Review by Hi-Fi Way do Show Queen + Adam Lambert em Adelaide (Austrália) – 27/02

Queen no Entertainment Centre, Adelaide, 27/02/2018

Por Ian Bell

Eu venerava o Queen conforme eu crescia. Eles eram completamente únicos. Uma mistura perplexa de guitarras de rock que arrebentavam, ópera, glamour, riffs e músicas-chiclete gigantescas. Eles estavam sempre querendo ser maiores do que a vida, maiores do que o maior, mais roqueiros do que o rock. Raramente alguma banda produziu um catálogo de hinos clássicos do rock atemporais tão interminável, o fato deles terem TRÊS volumes de CD’s Greatest Hits é prova do quão grande é essa lista. Até a trágica morte de Freddie Mercury decorrente da Aids em 1991, eles produziram gravações excelentes, seu álbum final “Innuendo” foi fantástico. Havia material finalizado postumamente, alguns muito bons. Mas o baixista John Deacon se retirou muito cedo, então May e Taylor começaram a optar por singles de “Five” ou “The Muppets”.

Tenho que admitir logo de início, nunca fui fã do Queen continuar sem Freddie. Eles fizeram turnê com Paul Rodgers (ex-Bad Company e Free) nos vocais. Ele é um vocalista de rock brilhante, e eles são uma banda de rock brilhante. O que eu vi desse conjunto, foi tudo muito bom mas eu não tinha desejo de ver. Quando uma banda perde um cantor de um talento e carisma tão únicos, é um caso de apenas deixar para lá. Nenhum substituto pode jamais preencher essas botas gliterizadas. Muitos tentaram sem sucesso (estou olhando para você, INXS) e muito (muito) raramente uma banda conseguiu uma versão “Mark 2” que teve uma segunda chance convincente (pense em AC/DC e Van Halen). Quando ouvi pela primeira vez que eles optaram pelo cantor do American Idol Adam Lambert como vocalista eu realmente fiquei bem triste. Eu não conhecia Lambert, nunca o tinha visto no Idol e realmente apenas queria que eles parassem de manchar o legado de uma das minhas bandas favoritas de todos os tempos.

Então, dada a oportunidade de ver Queen & Adam Lambert nesta semana, aceitei com muitas restrições. Tenho que dizer, fiquei absolutamente deslumbrado. Queen com Lambert é um dos maiores show da Terra. É, em todos os aspectos, o épico acima do topo que você esperaria de um show do Queen. Produção incrível, moderna, luzes, telões, palcos que se movem, palcos secundários, lasers, cada engenhoca que você possa imaginar. A banda é impecável, com alguns membros secundários sendo do Queen por décadas. O baterista Roger Taylor, em seus 68 anos, arrasa em seu kit de bateria como um homem com uma fração da sua idade. Brian May, o guitarrista principal e Astro Físico, tem agora 70 anos, mas toca como em um sonho. Um dos verdadeiros mestres da guitarra, seu papel na banda foi por vezes ofuscado pela gigantesca presença de Freddie. Seus cabelos encaracolados agora branco-acinzentados, seus dedos ainda um borrão de riffs fantásticos e gloriosos. Adam Lambert tem uma voz incrível, grande presença, e uma ótima presença de palco. Ele canta as músicas fiel às originais, apresentando-as com o esplendor e a paixão que elas merecem, e mesmo que ele seja extravagante ele nunca tenta “fazer o” Freddie. As melodias ficam intactas e ele adiciona seus próprios toques e floreios.

O cenário do palco tem como tema a arte do seu álbum de 1977 “News Of The World”. Uma cabeça de robô gigante aparece nos fundos do palco e sua mão gigante quebra um muro (no vídeo) e começa com um trecho de “We Will Rock You”. A batida no ritmo é uma confirmação da intenção. Nós vamos realmente agitar vocês, vamos lá. Então, incendeia com “Hammer To Fall”, uma música que esteve no meu Top 5 de músicas do Queen desde que foi lançada em 1984. Um dos maiores riffs de todos os tempos, em minha opinião, infelizmente não é um em que as pessoas pensem quando pensam em clássicos do Queen.

Presentes para os fãs tradicionais com “Stone Cold Crazy” e “Tie Your Mother Down”, de “Sheer Heart Attack” (1974) e “A Day At The Races” (1976), respectivamente. “Tie Your Mother Down” é uma música escrita por Brian May antes do Queen, e é de um rock à frente de seu tempo, talvez um pouco não-sofisticada por outras músicas no catálogo do Queen. Então uma série de músicas, cada uma mais icônica conforme são tocadas. A mistura pulsante de “Another One Bites The Dust”, a harmonia reunida em “Fat Bottomed Girls”, e meu primeiro single do Queen, “Killer Queen”. Adam Lambert se dirige ao longo da rampa no meio da arena (é um pescoço de guitarra gigante – legal), ele está vestido em um terno deslumbrante rosa elétrico. Ele diz:

”Vamos falar sobre o grande ‘elefante rosa’ na sala. Eu sei o que alguns de vocês estão pensando: ‘Bom, ele é ok, mas ele não é o Freddie.’ Certo? É verdade que não sou. Porque sempre haverá somente um DEUS do rock, chamado FREDDIE MERCURY! Vocês amam o Freddie? Sentem falta do Freddie? Vejam, eu também, porque sou um fã como vocês, só que estou aqui em cima nos lugares mais caros. Então vocês podem me fazer uma promessa esta noite? Vamos prometer celebrar o Freddie e o Queen juntos? (Aplausos estrondosos) Então eu irei fazer uma promessa em troca… Esta noite, eu vou proporcionar a mim mesmo um momento muito bom…” e então começou uma emocionante e completamente alegre “Don’t Stop Me Now”.

Lambert retorna ao final do palco secundário para ‘encontrar’ um triciclo rosa cheio de acessórios, completo com buzina, sinos, flores e um suporte de microfone. Ele pedala até o palco principal cantando “Bicycle Race”. Uma música sobre veículos leva à outra com “I’m In Love With My Car”, que eu amei desde a primeira vez em que a ouvi no lado-B de “Bohemian Rhapsody” e foi inclusa em “A Night At The Opera” em 1975. Outro presente para os velhos fãs com uma grande faixa de “News Of The World”, “Get Down, Make Love” antes de uma gigantesca “I Want It All”. Cada música tocada esta noite, te faz lembrar o quão assombroso o catálogo do Queen é. Seus fãs são uma legião e a banda ainda é frequentemente votada como a melhor de todos os tempos (acima dos Beatles) e descem um grande globo espelhado para “I Want To Break Free”.

May assume o palco secundário com um violão, e sob as luzes de nossos iPhones, temos uma cantoria conjunta muito legal em “Waltzing Matilda”. Ele começa a tocar “Love Of My Life” de “A Night At The Opera”. Nunca foi um single, mas com o passar dos anos a apresentação delicada da música só com May e Freddie (com um coro conjunto da plateia) se tornou um ponto alto de seus sets ao vivo e é uma música amada para as Plateias do Queen. Brian começou a cantar e a tocar, mas na metade Freddie Mercury nos telões assumiu os vocais. Foi um momento realmente emocionante e houveram lágrimas. Taylor e Lambert se juntam a May no pequeno palco e eles começam uma “Somebody To Love” acústica e então uma roqueira “Crazy Little Thing Called Love”. Roger assume os vocais para “A Kind Of Magic” do álbum do mesmo nome (e da trilha sonora de Highlander). Eles fazem um cover da música de Pink, “Whataya Want From Me”, que foi o primeiro single solo de Adam Lambert após ele terminar como vice-campeão no American Idol em 2009. Eles descem um grande globo espelhado para “I Want To Break Free” e é bem emocionante. A mão do robô gigante levanta May no meio do espaço para “Last Horizon”, seu longo solo de guitarra. Houveram comentários sobre a duração dos seus solos, mas o cara é um herói da guitarra, então não foi nenhuma surpresa, realmente.

“Radio Ga Ga”, além de ser um sucesso mundial, foi um momento determinante da aparição impressionante da banda no Live Aid em 1985. De muitas maneiras, aquela apresentação lembrou a um mundo que começava a desvalorizá-los, de que o Queen era realmente a realeza do rock. Eles limparam o chão com cada outra atração, com uma performance perfeita e cheia de sucessos. Quando eles chegaram em “Radio Ga Ga”, toda a plateia de 72.000 pessoas do Estádio Wembley (e a plateia Americana de cerca de 100.000 pessoas assistindo pela TV), todos fizeram a saudação/gesto de bater as mãos. E nós fazemos o mesmo nesta noite, uma coreografia em massa, é uma parte fantástica dos procedimentos.

A ideia passou pela minha mente logo cedo no show: “Como é que eles vão fazer ‘Bohemian Rhapsody’?” A resposta foi enganosamente simples. O vocal conjunto da abertura foi cortesia do vídeo original nos telões. Aquela imagem é tão icônica que somos varridos à glória absoluta da obra de rock ópera mais incomum e grandiosa. Lambert e a banda dão início e todos nós cantamos, sacudimos nossas cabeças, como em “Quanto Mais Idiota Melhor” nos maravilhamos com esta majestade do rock. Brian May surge por entre grandes plumas de fumaça e está usando vestes que reproduzem a que ele usou no vídeo (tem mangas enormes!).

Após uma breve pausa e ensurdecedores pedidos por mais. Freddie aparece novamente nos telões para nos liderar em uma de suas chamada-resposta “Day Oh”, antes de desaparecer com um sorriso e um “f*-se”.

O que pode ter restado? Bem, estou feliz que você tenha perguntado. Com todos de pé uivando por mais, eles nos dão a versão completa de “We Will Rock You”, Lambert vestido em calças prateadas, jaqueta e uma coroa. Eles encerram com uma eufórica “We Are The Champions”. As mãos estão em carne viva, os lábios secos, as mentes exaustas, lágrimas foram derramadas, heróis foram perdidos, e a homenagem foi prestada.

De fato, nós fomos realmente agitados. Queen e Adam Lambert vieram, agitaram e conquistaram.

Que eles (Brian) reinem por muito tempo sobre nós.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Bruna Martins
Fonte: Hi-Fi

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