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04mar2018
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Review by The Courier-Mail do Show Queen + Adam Lambert em Brisbane (Austrália) – 24/02
A improvável união de Queen e Adam Lambert oferece algum tipo de mágica
Por Daniel Johnson
Quando Adam Lambert se apresentou ao mundo há nove anos ao cantar “Bohemian Rhapsody” em sua audição para o “American Idol”, ele não teria ousado sonhar que estaria metade da próxima década como o novo líder da icônica banda de rock Queen, mas a improvável junção continua a proporcionar um tipo de mágica mais de duas décadas após a partida prematura do cantor Freddie Mercury.
Enquanto uma gigantesca tela com a forma da cabeça de Frank – o robô gigante que adorna a capa do álbum de 1977 do Queen, “News Of The World” – levanta para revelar a banda, Lambert desfila no palco, liderando a banda por meio do refrão de “We Will Rock You”.
Além do fato do choque de sua marca registrada do cabelo preto que agora é cinza, Brian May – vestindo preto da cabeça aos tornozelos com tênis brancos brilhantes – comanda o palco com uma ginga que desmente sua idade e a abertura com “Hammer To Fall” dá ao guitarrista de 70 anos de idade e ao baterista Roger Taylor de 68, ampla oportunidade de provar suas costeletas duradouras.
A banda arrebenta com alguns singles menos conhecidos como “Stone Cold Crazy” e “Tie Your Mother Down”, que são acompanhados por deslumbrantes luzes estroboscópicas e uma impressionante exibição visual na tela retroiluminada, e enquanto não há como negar a proeza vocal de Lambert, o show parece arriscar-se a priorizar o espetáculo ao conteúdo. Mas assim que a linha do baixo conhecida de “Another One Bites The Dust” começa, o entusiasmo da multidão aumenta ainda mais e enquanto o cantor desfila pela longa passarela que se estende ao palco e confiantemente aponta para os membros da multidão enquanto dá uma interpretação espirituosa de “Fat Bottomed Girls”, todos parecem felizes ao serem arrebatados naquele momento.
Mercury certamente deixou um lugar importante e difícil de ser ocupado, e Lambert está fazendo um trabalho admirável de acertar todas as notas e comandar o palco sem nunca recorrer à imitação, mas depois de surgir levantado no palco em um suporte gigante da cabeça de Frank ao cantar “Killer Queen”, ele trata do problema óbvio.
“Vamos ser honestos, eu sei o que vocês estão pensando, vai”, diz ele descaradamente à multidão. “Alguns de vocês – alguns de vocês – devem estar pensando consigo mesmos ou com seu vizinho, ‘bem, ele não é o Freddie’. Não mesmo! E adivinhem? Só haverá um único rei do rock chamado Freddie Mercury.”
Lambert nos faz prometer que vamos celebrar o legado de Mercury e Queen juntos, e parece mais confiante quando ele desafiavelmente se lança no “Don’t Stop Me Now”. Uma bicicleta (me arrisco a dizer, um triciclo) adornada com uma bandeja de rosas se materializa na frente da passarela antes da música “Bicycle [Race]”, com Lambert lançando flores ao público enquanto pedala de volta para a parte principal do palco sem perder uma nota. À medida que a canção chega ao fim, ela transporta perfeitamente para “I’m In Love With My Car”, com Taylor assumindo os vocais principais e saboreando claramente seu momento nas luzes do estroboscópio.
Depois de fazer seu olhar complexo sem esforço durante “I Want It All”, May vai à frente do palco com um violão acústico para um solo em “Love Of My Life” do “A Night At The Opera”. “Obrigado, Brisbane, não pensei ter a chance de voltar aqui para fazer isso de novo”, o guitarrista conta à multidão, brincando que é ótimo estar de volta aqui agora com 85 anos. A multidão se transforma em um mar de luzes de smartphones, com um vídeo habilmente editado de Mercury cantando o verso final próximo a May na tela gigante atrás do palco, obtendo uma resposta previsivelmente arrebatadora.
Depois de “Somebody To Love” e “Crazy Little Thing Called Love”, que são realizadas bem na frente do palco, Taylor se envolve em uma batalha de bateria com o percussionista Tyler Warren na parte de trás do palco, antes de assumir os vocais de David Bowie para um emocionante dueto com Lambert em “Under Pressure”.
Da bola de discoteca que desce do teto durante “I Want To Break Free” ao show de luzes que acompanha “Who Wants To Live Forever” e a exibição audiovisual astronômica aparecendo atrás de May, enquanto ele apresenta seu extenso solo de guitarra em “Last Horizon”, o espetáculo e a música são impecáveis.
A produção multi-camadas de “Bohemian Rhapsody” nunca foi tão fácil ao vivo, e a banda optou por uma versão fragmentada da versão de estúdio com instrumentação ao vivo, com partes do vídeo promocional original tocando nas telas e enquanto a mescla das duas margens se tornam dissonantes às vezes, é inegável que é um prazer total do público.
Depois que eles deixam o palco, a explosão espontânea da multidão nas batidas de mãos de “We Will Rock You” reverbera através da arena e a banda retorna para um bis de duas músicas que também inclui “We Are The champions”, com Lambert vestindo vestes douradas e uma coroa, antes que os canhões de confete tragam o show ao fim.
Queen + Adam Lambert realizaram a difícil tarefa de homenagear adequadamente o legado de Queen e Mercury, ao mesmo tempo em que atualizam o catálogo riquíssimo da banda icônica, e à medida que os membros do público se levantam em aplausos, enquanto a banda agradece com “God Save The Queen”, o consenso parece claro – não os detenha agora, eles estão fazendo uma festa!
A turnê de Queen + Adam Lambert continua em Adelaide e Melbourne esta semana e termina em Perth dia 6 de Março.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Tabata Martins
Fonte: The Courier-Mail
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