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15dez2017
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Review by Planet Slop do Show Queen + Adam Lambert em Liverpool (Inglaterra) – 28/11
Queen + Adam Lambert: Echo Arena, Liverpool A banda favorita de sua juventude, Shaun Ponsonby dirige-se à Arena Echo para descobrir se Queen ainda são os “campeões” com Adam Lambert.
Perdoe a indulgência, mas permita-me contar uma estória.
Eu cresci imitando Queen e especialmente Freddie Mercury. A insanidade, as melodias, a singularidade, a hilaridade, o carisma. Eu os achei irresistíveis desde quando eu tinha por volta de três ou quatro anos.
Naquele tempo, claro, Freddie já tinha nos deixado. Eu já tinha me acostumado ao fato de que eu nunca veria Queen daquela forma. Quero dizer, como você substitui o insubstituível? Embora de alguma maneira, desde 2005 eu tenha visto várias encarnações da banda, ou pelo menos Brian May e Roger Taylor com cantores participando.
Este é meu quinto show com Queen + [Inserir Cantor], e o que é imediatamente aparente quando as luzes se apagam hoje à noite é o quanto mais de esforço foi colocado em palco no show do que em visitas anteriores.
A tela treme e os passos se aproximam, antes de a mão de um robô gigante quebrar a tela cobrindo o palco com um baque ensurdecedor e Frank, a criatura apocalíptica da capa do álbum “News Of The World”, aparece antes de levantar a tela acima do palco para a abertura de “We Will Rock You”.
Claro, isto foi ridículo e superou. Mas esta é a marca do Queen.
Demora um tempo para seus ouvidos se ajustarem à voz de Adam Lambert. Freddie tinha uma das vozes mais características na estória do rock, então ouvir a guitarra igualmente reconhecível e a voz de Lambert é um pouco dissonante. Ele se aquece para a multidão rapidamente. É difícil falhar com um catálogo de canções destes, especialmente quando há entregas com tanta habilidade.
Leva um tempo antes que que alguém se dirija à multidão. Depois de “Killer Queen” – que apresentou Lambert sentado na cabeça de Frank que apareceu por debaixo do palco – Adam brincou que Frank era “até agora meu traseiro esta noite” e que ele “tinha uma boa cabeça”. Ele então fez uma sincera homenagem à banda por meio das músicas que ele tem o privilégio de cantar. “Eu sei que alguns de vocês estão pensando ‘Ele não é Freddie Mercury’. Bem, vocês estão certos, eu não sou. Exceto que estou vestindo o terno mais gay que vocês já viram.”
Se havia alguma pessoa ainda sentada com os braços cruzados, sem dúvida sua proclamação autodepreciativa os conquistou.
Também fizeram-se comparações às substituições de Mercury. É mais interessante olhar para Lambert que pra Paul Rodgers, que ocupou o lugar de 2005 a 2008.
Rodgers tinha sua própria estória, uma tão rica quanto do Queen, mas foi uma adaptação estranha. Em algumas formas deu certo; ele estava tão esquecido de Freddie que se sentia tanto dele quanto o Queen, e eles espalhariam algumas músicas livres e ruins no repertório.
Mas os fãs da singularidade real do Queen não eram necessariamente fãs do seu estilo realista de blues e isto também significava que ele era limitado no material que ele podia cantar.
Lambert não tem este problema. Enquanto Rodgers pode se atrapalhar ligeiramente nos números de rock mais difíceis (ele é um veterano, ainda assim), Adam é de longe mais versátil. Ele pode fazer os números mais difíceis de rock, mas também pode com “Killer Queen”, “Don’t Stop Me Now”, “Somebody To Love” e “Bicycle Race” com uma relativa facilidade.
Mas é de May e Taylor que vem a maior audiência. Eles assumem a liderança ocasionalmente, com Brian fazendo tributo a Liverpool com uma corrida improvisada por “You’ve Got To Hide Your Love” dos Beatles e liderando a multidão com “Love Of My life” de Freddie (com o próprio Freddie no último refrão, muito para o prazer da multidão).
Taylor assumiu a liderança em “These Are The Days Of Our Lives” e “I’m In Love With My Car”, que ele também cantou, e duetou com Adam em “Under Pressure”. Estes momentos parecem como os mais íntimos – não uma palavra que alguém costumaria usar para descrever o Queen, mas quase faz você desejar que May e Taylor façam uma turnê moderada em locais menores tocando raridades e as preferências de fã.
Isto não é para se tirar de Adam. Pode ser um emprego dos sonhos mas é intimidador também. Sua conquista não deve ser minimizada. Sua performance de “Who Wants To Live Forever” é genuinamente impressionante, e este momento só justifica seu lugar no reconhecimento.
Além disto, desde que ele começou a fazer isto há cinco anos, ele se transformou em um líder supremo e comanda o público habilmente.
Em 2017, nós provavelmente poderíamos viver sem o extenso solo de guitarra de Brian, mesmo que pelo menos o tornassem mais visualmente interessantes desta vez, mas isto é uma pequena trivialidade. Uma maior são as peças profundas que a banda estava tocando no início da turnê que foram abandonadas para os antigos guerreiros – talvez outro argumento para May e Taylor fazerem uma turnê em locais menores.
Mas ultimamente é um triunfo. Lambert tem respirado vida nova com uma dupla de antigos roqueiros. Eles estão tocando o melhor que eles têm tocado em qualquer época desde a reforma há mais de uma década.
Com o inevitável fechamento de “We Are The Champions”, ninguém poderia duvidar que o Queen realmente são os campeões do mundo.
Depois de décadas sendo destruídos pelos árbitros de bom gosto, eles, sem dúvida, se tornaram a melhor banda do povo. Não pense nisto – vá e os veja enquanto você ainda tem a chance.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Tabata Martins
Fonte: Planet Slop
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