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20nov2017
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Review by Kroner do Show Queen + Adam Lambert em Viena (Áustria) – 08/11
Queen + Adam Lambert: Se prepare para a nostalgia Perante uma casa lotada, a lendária banda britânica, Queen, com o cantor Adam Lambert apresentaram o show mais colorido e pomposo desse outono no Stadthalle em Viena, na noite de quarta-feira. Por mais de duas horas, Brian May e companhia navegaram pelo repertório de mais de quatro décadas da banda. Talvez pela última vez.
Os fãs do Queen se dividem em vários grupos desde a morte de Freddie Mercury, 26 anos atrás. Alguns dizem que a banda deveria ter se dissolvido imediatamente, outros acham que Adam Lambert é um sucessor adequado à melhor voz de rock de todos os tempos. Talvez, a grande maioria deseje uma demarcação mais clara da diferença entre o Queen atual com o novo vocalista e o “verdadeiro” Queen. Uma ótima banda cover, uma banda muito talentosa ou uma sequência digna do que foi uma das carreiras mais lendárias da história da música pop moderna? No final, essas discussões acaloradas são tão necessárias quanto desnecessárias. Necessárias porque provam o amor sem limites dos fãs para com a banda. Desnecessárias, porque o status quo é o que é: Brian May, com sua cabeleira de cachos brancos e o sempre descolado baterista, Roger Taylor estão passando por um palco austríaco pela terceira vez em apenas três anos, com Lambert nos vocais, e são ovacionados.
Grandes shows são caros
Mais de 10.500 fãs se reuniram na quase lotada Stadthalle para prestar homenagem aos seus heróis. Como no caso dos Stones, a espada de Democles também pende sobre a cabeça dos pensionistas com o Queen. Com que frequência companheiros musicais de tantas gerações fazem um show? É melhor se prevenir e enfiar a mão no bolso para se dar ao luxo de um saco de pipocas, um rolo de espuma e uma bela camiseta de 40 euros. Uma visita familiar a um grande show pode torrar o salário de um mês, mas a demanda determina o mercado e essa regra permanece entre os antigos.
Apesar de sua discografia extensa, o Queen não é uma banda que oferece muitas surpresas, se apoiando firmemente em seus muitos hits eternos. “We Will Rock You” tem seduzido você a bater palmas por décadas. “We Are The Champions” é um hino eterno. Entre eles há muita alegria em tocar. Mais do que todos, você nota a ar de travessura e a alegria juvenil em Roger Taylor, que comanda sua bateria no ritmo correto o tempo todo, May toca seus solos como se o rock não tivesse perdido popularidade enquanto Lambert canta com habilidade em sua voz de diva dourada usando saltos plataforma e couro rosa. Uma tela curva gigante com efeitos 3D supermodernos, laser coloridos ou um globo de espelhos – o ato principal é arrebatador, barulhento e cativante.
Administrando a herança
O Queen vive de nostalgia e de olhar para o passado. Nesse meio tempo, o último álbum de estúdio tem mais de 20 anos e ninguém realmente precisa de outro. Lambert lida confiante e respeitosamente com o legado de Mercury e, no final do terceiro ato, enfatiza que sempre só haverá um Freddie. Mais ainda, ele agradece humildemente à May e Taylor e quer celebrar com a plateia em uma festa coletiva. Um movimento muito tático e inteligente, com o qual o frontman mingua o fogo da pressão e comparação constantes.
Por ocasião do 40º aniversário do inovador álbum “News Of The World”, o mascote robótico chamado Frank pode sair por um buraco no palco durante “Killer Queen”. Sentado sobre ele, Lambert entona imaculadamente a música e frustra o romance a moda antiga entre banda e plateia com piadas sugestivas, mas assim garante um momento realmente espontâneo em um show muito bem ensaiado. Músicas cult como “Tie Your Mother Down” ou “Fat Bottomed Girls” são um pouco subestimadas, especialmente na primeira parte do show, mas a apresentação ganha charme conforme progride. Por exemplo quando Lambert anda em uma bicicleta cor de rosa enquanto canta a curta e há muito tempo esquecida “Bicycle Race” ou quando Brian May saca seu brinquedo tecnológico favorito, o selfie stick.
Tradições adaptadas
May conversa com seus fãs em alemão, como de costume e durante seu solo, toca a mandatória valsa “Danúbio Azul”. Roger Taylor não faz seu duelo de bateria usual, com seu filho Rufus, que está em turnê pela Europa com a banda The Darkness, mas com o nativo de Nashville, Tyler Warren. As maiores emoções afloram, no entanto, quando canções realmente tocantes como “Who Wants To Live Forever” são tocadas ou quando Freddie é integrado ao show, através de imagens nos telões.
Isso acontece pela primeira vez durante a balada “Love Of My Life,” e em várias outras ocasiões e termina com a famosa troca “Day-Oh” entre Freddie e a plateia, do show icônico em Wembley, em 1986. Neste ponto você já se esqueceu da estranha inserção da música de Lambert/Pink, “Whataya Want From Me”. O espetáculo de mais de duas horas é finalizado, é claro, com uma chuva de confete dourado e deixa uma pergunta sem resposta, e que jamais será respondida: Você pode gostar disso agora, mesmo que Freddie não esteja mais aqui? Os fatos dizem que sim, pois Queen continua a tocar com motivação inquebrável em salões lotados. O rock não está morto, está apenas envelhecendo.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: @14gelly e Kroner
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