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11ago2017
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Review by The Arts Fuse do Show Queen + Adam Lambert em Boston (MD, EUA) – 13/07
Confira a review do Show de Queen + Adam Lambert realizado em Boston (MD, EUA) em 13 de Julho, feita por Adam Ellsworth do The Arts Fuse:
Queen + Adam Lambert no TD Garden em Boston A um quarto de século após o falecimento do vocalista do Queen, Freddie Mercury, uma coisa permanece clara: é impossível substituir Freddie Mercury.
Para ser justo, substituir Freddie Mercury não foi algo que os integrantes ainda vivos da banda tentaram fazer. O Queen tem feito turnês em parceria com algum cantor. Quando o guitarrista do grupo Brian May e o baterista Roger Taylor caíram na estrada desde a morte de Mercury (o baixista John Deacon, aposentou-se nos anos 90) os shows tem sido anunciados como Queen + (insira o nome de algum cantor famoso que não é o Freddie Mercury aqui). Primeiro, isso quis dizer Queen + Paul Rodgers, quando o vocalista do Bad Company/Free fez turnê com a banda entre 2005 e 2008. Então, desde 2014 tem sido Queen + Adam Lambert tem lotado arenas ao redor do globo.
A distinção entre “Queen” e “Queen +” talvez pareça trivial, mas é necessário. Está claro que outros podem cantar com a banda, eles não podem entrar. A vaga de vocalista do Queen sempre estará preenchida.
Isso está mais que ok para Lambert. Como ele disse ao público do TD Garden no início do show com o Queen na última terça-feira a noite, ele bem sabe que não é o Freddie Mercury. Ele é apenas um fã que teve a grande chance de se juntar a ele (ao Queen). A única diferença entre ele e o público nos shows é que eles estão na platéia e ele está no palco “vestindo um terno rosa extremamente gay”, brincou Lambert.
A forma de se vestir de Lambert dificilmente era a única coisa que o diferenciava das pessoas que pagaram para ver a performance do Queen. É duvidoso que alguém que estivesse na platéia do Garden, na semana passada, tivesse sua proesa vocal. Da roqueira “I Want It All” a poderosa balada “Who Wants To Live Forever” não houve parte no cânone do Queen que sua voz não conseguisse lidar – embora não podemos negar que ele estivesse mais em sintonia com a última do que com a primeira. Similarmente quando ele carregou seu tom mais grave como em “Hammer To Fall” e “Stone Cold Crazy” indo ainda mais longe em “Killer Queen” e na pop “Don’t Stop Me Now”. Em resumo, ele pode cantar rock, mas não é roqueiro. Ele apenas não tem o peso necessário em sua voz. Por outro lado se o concerto era colocar Queen + (insira o nome de algum cantor famoso aqui) que vocalista seria capaz de se divertir como em “Bicycle Race”? É quase impossível encontrar alguém que consiga lidar com os diferentes estilos que fazem parte do Queen – outra prova de que não há substitutos para Freddie Mercury.
A parte Queen desta equação (que foi aumentada pelo tecladista Spike Edney, o baixista Neil Fairclough e o persussionista Tyler Warren), May forneceu seus ágeis riffs de autoria própria pela noite afora e especialmente em “Get Down, Make Love” onde a guitarra foi sentida na atmosfera que sempre houve em seu arsenal e que ele nunca levou os créditos. O que outros guitarristas fazem com os pedais e amplificadores, ele apenas faz com os dedos. Taylor é o típico rockstar legal que sem muito esforço, completa o kit e provê backing vocal que sempre serão necessários ao Queen, que nunca soaria tão bem sem ele em “I’m In Love With My Car”, por exemplo.
O setlist foi previsível com os grandes sucessos, embora essa abordagem os tenha feito perder uma boa oportunidade. Quando o Queen + Adam Lambert fizeram turnê em 2014, eles celebraram quatro décadas do lançamento de “Queen II” e “Sheer Heart Attack”, de 1974, com músicas que de outra forma eles não teriam tocado (sendo destaque “Now I’m Here”, “Seven Seas Of Rhye” e “In The Lap Of The Gods…R evisited”). A turnê atual corresponde ao 40° aniversário do sexto álbum do Queen “News Of The World”, de 1977. O próprio palco em que Queen e Lambert se apresentaram, foi baseado na capa desse álbum. Apesar disso, ele fizeram três seletivas que não eram do álbum em questão, sendo duas delas “We Will Rock You” e “We Are The Champions”, que, claro, independendo do ano eles teriam que tocar. A terceira foi “Get Down, Make Love” que foi uma surpresa bem-vinda e por menos conhecida que seja, era um grampo nos shows do Queen nos anos 70 e início dos anos 80. Certamente havia espaço para pelo menos mais uma música que não era do álbum. A épica “It’s Late” seria naturalmente um showcase para Lambert ou se eles quisessem um pouco mais de rock “Sheer Heart Attack” seria a escolha óbvia. Se houvesse mais espaço “My Melancholy Blues” caberia num coquetel de jazz e tudo seria maravilhoso.
Foi uma pena não ter mais do “News Of The World”, embora a noite tenha tido grandes destaques. Foi particularmente estonteante a trindade “Somebody To Love” (que começou com May na guitarra e com Lambert construindo um vocal gospel cheio de glória), “Crazy Little Thing Called Love” e “Under Pressure”, todos tocados em uma passarela que os levou para perto do público. Não há muitas bandas hoje que podem fazer três músicas seguidas com tanta qualidade. Então há aquele momento que sempre funciona, não importa se com o Queen ou Queen + alguém, onde a multidão entra em um dueto em “Love Of My Life” e sincroniza o bater das palmas para “Radio Ga Ga”.
“Love Of My Life” teve um específico ponto alto emotivo de qualquer show do Queen +, e na última terça, não foi diferente. May, sozinho, com seu violão tomou os vocais onde antes era de Freddie. Sua voz não foi feita para as notas de “Love Of My Life”, o que o fez ainda mais vulnerável. Sentado, sozinho em um banco no final da passarela, cercado de milhares de flashs de celulares. Ele trocou uma estrofe com o público ao final do seu solo, e então, e pela primeira vez na noite de Terça, o próprio Mercury (através de vídeos do Queen, no estádio de Wembley em 1986) apareceu numa grande tela que estava pendurado atrás do palco para finalizar a música, para o deleite do público de Boston.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Tici Bezerra
Fonte: The Arts Fuse
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