Goerie: O Queen ainda agitará você depois de tantos anos

Queen ainda agitará você depois de tantos anos

Brian May, aos 70 anos, ainda mantém suas costeletas. O baterista Roger Taylor, de 69 anos, ainda tem a pele melhor que a de um homem da metade da sua idade.

A turnê de verão – há algumas semanas em Cleveland – realmente me pegou de surpresa. Nem me dei conta de que iria a um show do Queen até alguns dias antes da apresentação.

Nunca fui um grande fã no passado, embora “A Night At The Opera” e “News Of The World” tenham marcado presença algumas vezes no meu toca-disco quando era mais novo. Dá pra se ter noção de há quanto tempo isso aconteceu pelo fato de uma jovem que trabalha comigo sequer saber o que é um toca-discos.

Quaisquer perspectivas de que o Queen voltaria a fazer turnês – inclusive com seus membros sobreviventes sentados no palco e cobrando os royalties – já parecia improvável. Alguns membros de bandas que são tão icônicas são totalmente insubstituíveis, e Freddie Mercury certamente parecia ser um deles.

Mercury, é claro, era o líder obscenamente talentoso e hiper-carismático cuja voz era inseparável do som da banda e cuja personalidade definia a entoação para sua fabulosa presença no palco. Ele morreu em 1991, aos 45 anos, devido a complicações da AIDS, e era difícil imaginar o Queen, como o Queen, sem a sua presença.

Imagine Creedence sem John Fogerty. U2 sem Bono. The Guess Who sem Burton Cummings. Led Zeppelin sem Robert Plant. Esqueça isso.

Queen fez algumas turnês e até mesmo gravações de shows nos anos subsequentes com outros cantores, mais notavelmente Paul Rodgers da Bad Company, de quem eu não me lembrava até ter pesquisado. Mas para a maioria dos fãs, a banda permaneceu definida por sua formação original e seu catálogo antigo, e praticamente ainda o é.

É aí que entra o “American Idol”. Em 2009, o Queen performou “We Are The Champions” com o vencedor do “Idol”, Kris Allen, e o talentoso vice-campeão, Adam Lambert. A química da banda com este último provou ser duradoura.

As apresentações ocasionais como Queen + Adam Lambert já renderam duas turnês, incluindo a que passou por Cleveland em 21 de Julho. Eu sempre pensei que Brian May era um guitarrista inventivo, motivo pelo qual acreditei que se trataria de algo como um show de velhos artistas com seu cantor substituto.

Errado. May, aos 70 anos, ainda mantém suas costeletas. O outro membro original, o baterista Roger Taylor, de 69 anos, ainda tem a pele melhor que a de um homem da metade da sua idade. E embora eu nunca tenha visto o Queen com Rodgers, é difícil imaginar que alguém além de Mercury fosse tão bom para a banda e seu material que Lambert, com seu pavoneamento colorido e sua alucinante extensão vocal.

O fantasma de Mercury esteve no palco durante toda a noite, em palavras da banda e nos clipes de vídeo intercalados no set. E certamente não ofende dizer que May e Taylor são estrelas do rock old-school que podem pagar por toda arte cênica de palco e tecnologia – e estipular os preços dos ingressos (não pergunte) – para fazer um show propulsor que carrega canções de décadas que ainda entretêm, aqui e agora.

Pesquisando no Google várias coisas sobre o Queen na manhã após o show, encontrei um vídeo de uma grande multidão no Hyde Park de Londres, filmado no palco antes de um show do Green Day em 1 de Julho. A assinatura do Queen, “Bohemian Rhapsody”, começou a tocar no equipamento de áudio, e a multidão toda cantou nota por nota em um impressionante uníssono, do início ao fim.

Dezenas de milhares de pessoas juntaram-se para saudar essa música como uma velha amiga. Saindo do local de show naquela noite em Cleveland, eu soube exatamente como eles se sentiam.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fonte: Goerie

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