Review by City Pages do Show Queen + Adam Lambert em St. Paul (MN, EUA) – 14/07

Confira a review do Show de Queen + Adam Lambert realizado em St. Paul (MN, EUA) em 14 de Julho, feita por Erik Thompson do City Pages:

Queen + Adam Lambert: reimaginando o deslumbramento com os campeões na Arena Xcel

A música do Queen tem uma qualidade atemporal e um apelo mundial. Os indeléveis hinos do quarteto de Londres estão arraigados na cultura popular e arrasaram em estádios lotados com dedicados fãs por décadas.

Com a morte do vocalista Freddie Mercury em 1991, o trabalho do Queen estava ameaçado a ser jogado injustamente nas lixeiras da histórias, tornando- se uma relíquia, uma peça velha que nunca se encaixaria com os jovens apaixonados por música da era digital.

Então Adam Lambert apareceu.

O flamejante concorrente do American Idol de 2009 juntou-se ao guitarrista Brian May e ao baterista Roger Taylor em 2011 e eventualmente se lançaram em uma turnê “Queen + Adam Lambert” em 2014 que tem percorrido o mundo desde então. Eles trouxeram um entretenimento de alto nível, um espetáculo de som e imagem a Minnesota pela primeiríssima vez, na sexta, em St. Paul, tocando na lotada Xcel Energy Center para uma multidão de 15 mil apaixonados pelo Queen.

Durante as excitantes duas horas de show, Lambert deu nova vida as músicas que sempre pertenceram a Freddie, claro. Mas esses impressionantes números na arena servem como celebração a vida inspiradora de Mercury e ao mesmo tempo, da chance aos fãs a homenagearem os incríveis talentos de May e Taylor. Os veteranos do rock mostraram repetidas vezes como as músicas do Queen se mantêm jovem e inspiradora, apesar da brincadeira do Taylor que disse “Estou muito velho pra isso”, enquanto se secava do suor após um solo de bateria.

A performance – em comemoração ao 40° aniversário do esmagador sucesso do Queen “News Of The World” – precisou de algumas músicas para engatilhar. Uma versão morna de “Stone Cold Crazy” e “Another One Bites The Dust” seguida de um arranque de “We Will Rock You” com os vocais de Adam Lambert que esmagou inicialmente os riffs da guitarra de May. Mas uma versão de “Fat Bottomed Girls” deu força ao resto do setlist, que teve um ótimo equilíbrio entre o moderno e o jeito de prestar reverência ao antigo vocalista da banda.

“Eu sei o que vocês estão pensando”, admitiu Lambert no início do show. “Ele não é o Freddie Mercury. Quem é esse cara? Eu sei. Freddie é um deus e haverá apenas um. Eu sou fã assim como vocês. Sou tão sortudo de cantar suas músicas e ajudar a mantê-las vivas.”

Lambert adicionou seu distinto e florido jeito de cantar no setlist sem tentar copiar o alcance ou o carisma de Mercury. Lambert tem trabalhado duro para que as músicas se mantenham exuberantes sendo inovador e não um mero impostor. Ele está trazendo essas músicas para o século 21 com sua bota plataforma. Lambert é diferente de May e Taylor, porém com a autorização desses dois titãs do rock tem seu espaço para brilhar e se mostra bastante agradecido pela oportunidade e é aplaudido pela multidão.

Mercury teria se dado bem com os aparados tecnológicos, com as animações e os equipamentos de última geração que Lambert tem tirado bastante proveito. Ele montou na cabeça do robô projetado por Frank Freas, capa do “News Of The World” durante “Killer Queen” e andou numa bicicleta com uma cesta cheia de flores em “Bicycle Race”. Ele também mudou sete vezes de figurino indo desde um couro preto a la George Michael até um terno rosa brilhante que combinava perfeitamente com seu cabelo vermelho flamejante, antes de usar uma coroa prata cintilante que combinava com sua camiseta cheia de glitter.

“Freddie era fashionista, estou fazendo meu máximo para manter isso”.

May, que justificavelmente roubou o centro das atenções várias vezes, agradeceu afetuosamente ao público “por permitir estar aqui e nos deixar sermos heróis mais uma vez”. Ele tocou uma versão acústica amável de “Love Of My Life” que ele carinhosamente introduziu como a música de Freddie. Uma imagem do Mercury foi projetada no telão, onde ele andava de um lado ao outro, quando May trouxe a música.

May, Taylor e Lambert foram um trio coeso até a última nota. Trouxeram uma versão dançante de “Crazy Little Thing Called Love” e uma flutuante versão de “Under Pressure”, que Taylor dedicou a David Bowie. Neste momento nos fez lembrar que mesmo Mercury e Bowie terem nos deixado, suas músicas, estilos e personalidades permanecerão para sempre e que devemos homenagear nossos ídolos sempre que tivermos chance.

Isso explica uma casa cheia na sexta esperando May e Taylor. Várias músicas do Queen permanecem como testamentos de amor e com poder restaurador para achar alguém com quem dividi-las. O show em St. Paul forneceu um bálsamo curativo e otimista que nos fez esquecer por um momento as feridas do mundo e cantar animadamente esses hinos.

Após uma reedição poderosa da balada dos anos 80 “Who Wants To Live Forever” repleta de arco-íris de lasers coloridos e carregados por nuvens de fumaça por toda a arena, May foi elevado acima do palco para um magnífico solo de guitarra tendo como fundo imagens do universo. Basicamente o que se espera de um show de rock.

O show terminou com uma triunfante passagem de “Radio Ga Ga” tendo o robô para instruir os mais novos como acompanhar com as palmas. Uma versão ardente de “Bohemian Rhapsody” com um vídeo e tendo May emergindo no meio da ópera entre uma nuvem de fumaça no palco para introduzir seu famoso solo de guitarra. Ele parecia um místico bruxo empunhando sua guitarra vestindo uma capa prata – e que ele obviamente é. Eram rock and roll no milionésimo grau.

A maioria das bandas matariam para ter qualquer música do Queen em seu arsenal. O Queen lançou duas delas em 1977. “We Will Rock You” e “We Are The Champions” têm sido repetidas vezes tocadas nas arenas esportivas desde então. Os riffs de May eram escaldantes e a bateria de Taylor ecoava pelas paredes. É tudo o que você procura num show de rock: a pompa, a atitude, a exuberância e a libertação.

Mesmo que o mais significante membro do Queen não esteja mais liderando o caminho, sua música continua viva no coração de seus fãs. Brian May, Roger Taylor e o efervescente Adam Lambert tem garantido que os hinos do Queen continuem carregando a coroa e nos lembrando quantos presentes Freddie Mercury nos deixou para lembrar dele.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Tici Bezerra
Fonte: City Pages

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