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08fev2017
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[ENTREVISTA] Rolling Stone: Como Queen + Adam Lambert estão mantendo vivo o legado de Mercury
A Rolling Stone também entrevistou Brian May, Roger Taylor e Adam Lambert no SLS Hotel em Beverly Hills (EUA) em 26/01. Confira a entrevista a seguir.
Como Queen + Adam Lambert estão mantendo vivo o legado de Mercury “Eu sempre fiquei honrado e entendi o peso e o legado da banda”, o cantor diz, antes da turnê no verão.
Quando Adam Lambert era um jovem ator de teatro com uma crescente fixação por rock & roll, havia um cantor extravagante que refletia seus interesses no masculino e feminino, no ousado e irônico: o falecido líder do Queen, Freddie Mercury.
“O que eu sempre gostei no Queen foi que eu via o que Freddie e a banda estavam explorando, e eu me identificava com isso”, diz Lambert, o finalista do American Idol e hitmaker solo, que também faz turnês com Queen + Adam Lambert . “Eu comecei a me apaixonar pelo rock & roll, eu me vestia como um garoto de clube e saia à noite, usava umas merdas estranhas, eu sou gay – todas essas coisas juntas. Quando eu olho para a história do rock & roll, Queen é a banda que mais ressoou para mim: ‘Isso sou eu, essa é a minha vida'”.
Isso apenas ficou mais verdadeiro desde a sua graduação na 8ª Temporada do Idol, onde ele se encontrou pela primeira vez e se apresentou com os membros sobreviventes do Queen, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor. (O baixista fundador John Deacon se aposentou em 1997). Lambert fez turnês regulares com o grupo de rock britânico desde 2012, e neste verão, Queen + Adam Lambert se apresentarão em uma turnê norte-americana de 25 cidades, começando em 23 de Junho em Phoenix, apresentando os principais hits da banda dos anos setenta e oitenta, de “Killer Queen” a “Under Pressure”.
Em trajes brilhantes e cabelos esculpidos, Lambert tem sido uma parte importante do período mais ativo do Queen desde a morte de Mercury em 1991.
“Olhe para o que Freddie fez: ele tinha a coragem para fazer tanta besteira no palco e dizer exatamente o que ele queria dizer e usar o que ele queria usar”, Lambert, 35, diz à Rolling Stone, vestido com uma jaqueta de motociclista de couro azul Crayola, suas unhas pintadas de preto.
O cantor está em uma suíte de hotel em Los Angeles para discutir a turnê, sentado entre os dois mais velhos estadistas do rock: Taylor com barba branca e risca de giz, May sorrindo com os cachos cinza até os ombros. “Temos um grande destaque em Adam”, diz May.
“Eu sempre fiquei honrado e entendi o peso e o legado da banda”, diz Lambert. “No começo, fiquei muito intimidado com isso, mas tentei não deixar transparecer.”
“Posso lidar com tudo isso? Sou capaz de fazer justiça? O público vai me aceitar? A banda vai me aceitar? Eu vou ser uma dor de cabeça?” Ele sorri. “Eu aprendi a refinar tudo isso um pouco mais.”
As escolhas de música na turnê se apoiarão fortemente nos muitos hits da banda, mas também deixam espaço para cortes mais profundos conhecidos por fãs incondicionais. May observa que a turnê vem durante o 40º aniversário do álbum multi-platina “News Of The World” de 1977, que incluiu o hino em duas partes “We Will Rock You” / “We Are The Champions”.
“Os verdadeiros fãs, claro, conhecem nossas coisas”, diz May. “O público em geral conhece os hits, então você tem que cuidar disso, mas podemos usar algumas coisas que as pessoas realmente não esperam, e faremos um pouco mais desta vez”.
Taylor acrescenta: “Só para manter nosso próprio interesse, estaremos fazendo coisas que não fizemos antes ou não fazemos há muito tempo… Começamos como uma banda de álbuns – é isso que éramos. O fato de que tivemos hits foi apenas ‘ao acaso’. Foi um subproduto.”
Em 2017, Queen + Adam Lambert planejam lançar uma extra moderna produção de palco baseado no digital, que moderniza o show e abre novas possibilidades para uma experiência imersiva em uma arena de rock. “As pessoas ficarão chocadas, não parece tradicional”, diz May. “No entanto, vamos ser capazes de usá-lo para recriar alguns momentos do passado em alguns aspectos, o que vai ser fascinante.”
Ao mesmo tempo, a banda não estará presa a um set computadorizado e firmemente coreografados, com trilhas de clique para manter Queen dentro de um ritmo rígido. A banda terá a opção de se esticar em um capricho musical, continuando uma tradição que deixa até mesmo os membros frequentes do público em antecipação.
“Freddie costumava odiar isso”, diz May com uma risada. “Eles queriam antecipar o que ele ia dizer: ‘Malditos! Assistam ao show que eu vou dar a vocês!”
Por cinco anos, May e Taylor continuaram se apresentando como Queen com o cantor Paul Rodgers, aclamado por seu trabalho na Free e Bad Company. Conhecido como Queen + Paul Rodgers, eles fizeram uma turnê pelo mundo e gravaram um álbum de estúdio, “The Cosmos Rocks”, de 2008. Taylor chama Rogers de “um dos nossos cantores favoritos”, mas ele não era um ajuste perfeito “porque ele é um cantor de blues – um dos melhores do mundo”.
Quando essa colaboração terminou, os músicos do Queen não tinham certeza de que haveria um futuro para a banda. “Lembro-me de viajar pelas cidades e olhar para arenas, pensando: ‘Oh, costumávamos fazer isso'”, May lembra agora. “‘Nós não vamos fazer mais isso.'”
Em 2009, May começou a ouvir sobre um jovem cantor de San Diego, na Califórnia, no American Idol, que fez uma audição cantando um cover da épica “Bohemian Rhapsody”. May lembra: “De repente, de repente, aparece esse cara no American Idol – todo mundo me telefona: ‘Você tem que ver esse cara, ele é brilhante, ele deveria ser seu cantor'”. Não havia como escapar do fato de que Adam era perfeito.
Queen apareceu no final da temporada do Idol, com Lambert e outros cantando “We Will Rock You” / “We Are The Champions”. Em 2012, Queen + Adam Lambert fizeram sua estreia como um ato totalmente formado se apresentando para os milhares enchendo a praça da cidade de Kiev, Ucrânia (Elton John foi outro destaque no mesmo show).
“Adam foi jogado no fundo, realmente”, diz Taylor daquele primeiro show completo, que veio depois de apenas nove dias de ensaios. “Foi um batismo de fogo.”
Lambert assistiu algumas gravações de seus primeiros shows com o Queen, estudando os bons momentos e os maus. “Eu bati algumas notas ruins, cara”, diz ele. “Agora são seis ou sete anos trabalhando juntos – eu me sinto cada vez mais confortável, o que permite mais e mais liberdade. E eu cresci um pouco nesse tempo em que nos conhecemos.”
Enquanto a colaboração continua, não há nenhum plano para levar Queen + Adam Lambert para o estúdio de gravação, onde a banda original prosperou por tantos anos. Taylor insiste que o assunto vem a tona principalmente nas entrevistas, e que nunca o discutiram. Uma das razões foi a recepção morna para o álbum com Rodgers.
“Um pouco da reticência de Roger e eu é porque nós passamos uma grande parte de nossas vidas fazendo isso com Paul Rodgers – em que havia algum material bom e nós trabalhamos arduamente por meses a fio”, diz May. “Ele é ótimo, não há dúvida sobre isso, mas ninguém se importava, simplesmente desapareceu. Nós meio que entendemos a mensagem, certo ou não, de que as pessoas só queriam ouvir Queen com Freddie no disco. A evidência é totalmente o oposto em relação a apresentações ao vivo – eles amam o que estamos fazendo agora, não há dúvida, então gravitamos para o material ao vivo.”
May e Taylor estão satisfeitos com a sua história gravada, e Lambert mantém uma carreira solo inteiramente separada, com três álbuns de estúdio de alto-desempenho (incluindo o álbum numero 1 de 2012, nos EUA, “Trespassing”), lançado sob seu nome até agora. Apenas alguns dias atrás, ele começou a trabalhar em um novo projeto. E os fãs de Lambert vêm para os shows do Queen. “Há uma quantidade razoável”, diz ele. “Acho que a maioria do público é o público do Queen, mas eu definitivamente vi alguns Glamberts lá fora.”
May observa que Lambert e seus fãs mais devotados compartilham certa sensibilidade de moda extravagante. “Eles têm tiaras brilhantes”, diz May, “para que você possa vê-los.”
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fontes: Adam Lambert/Twitter, @RollingStone e Rolling Stone
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