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20out2016
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Cisco Adler, produtor musical do “The Rocky Horror Picture Show” fala sobre Adam Lambert
Em uma recente entrevista ao Yahoo! Music, Cisco Adler, produtor musical do “The Rocky Horror Picture Show” além de falar sobre Laverne Cox, os haters e fãs incondicionais, também cita Adam Lambert. Confira:
Cisco Adler, produtor musical do “Rocky Horror” fala sobre Laverne Cox, Adam Lambert, haters e fãs incondicionais O tempo é breve, de fato: já se passaram 41 anos desde que The Rocky Horror Picture Show fez sua primeira aparição muito fugaz nos cinemas, e apenas um pouco menos desde que se transformou em um fenômeno cultural através de suas exibições à meia-noite. Desnecessário dizer que a maioria dos envolvidos com o remake da série exibida em 20 de Outubro pela Fox são jovens demais para reivindicar participação na versão original – incluindo o produtor musical Cisco Adler, que, tendo nascido em 1978, usava fraldas quando os primeiros fãs já dispunham de cintas-ligas.
Mas quando Adler fala que cinema e palco estão “literalmente em seu sangue”, apenas está deixando tudo um pouco mais literal. Ele tem um sobrenome intrigante: o filho de Lou Adler, de 38 anos, empresário de rock e cinema, trouxe a produção musical do Rocky Horror de Londres para a América e produziu seu filme em 1975. Desnecessário dizer, talvez, que o jovem Adler é um dos poucos no mundo que não tiveram uma infância livre de Frank-N-Furter. “É uma loucura como quão cedo essas memórias foram construídas na minha cabeça”, disse Cisco. “Sempre os aniversários se destacam, mas eu consigo me lembrar de me vestir como Riff Raff aos 7 anos de idade. Estava muito orgulhoso dos remendos e da estranheza. Hoje eu tenho o mesmo tipo de cuidado com a franquia de meu pai – é o brasão da família”.
Lou Adler nomeou Cisco, que tinha trabalhado com Shwayze e outras bandas de rock e hip-hop em Los Angeles, para cuidar da música para o que acabou sendo chamado de ‘The Rocky Horror Picture Show: Vamos fazer o Tempo Distorcer de novo’. A trilha sonora estará a venda no dia 21 de Outubro, pela manhã, após a estreia na FOX, e o que os fãs irão ouvir será muito mais como um: ‘se isto não quebrou, não conserte’, sem falar de contemporização. O que não quer dizer que o remake terá estritamente a trilha do filme; Cisco Adler também tem os zilhões de álbuns internacionais do elenco que circulam em sua corrente sanguínea como influências.
“Não tanto por mim, mas eu definitivamente tinha que ver o que retocar em algumas versões antes de fazer a nossa própria”, diz Adler. “Esta música tem sido feito muitas, muitas vezes, não apenas uma vez para o filme, e há um milhão de pontos de referência ou pontos cardeais. Assim, você só tem que escolher qual deles você quer seguir e ir embora. São grandes canções, de modo que sempre serão referências. Poucas desviaram das versões passadas, embora ‘Time Warp’, durante o intervalo de sapateado se torne uma construção de James Brown, não exatamente como era antes, mas eu acho que ainda dá pra se sentir em casa. Era importante que as novidades se encaixassem e, propositadamente, não fomos apenas mudando as coisas por mudar.”
“Pessoalmente,” Adler acrescenta: “Eu meio que fugi da intuição e da memória. Mas [o diretor] Kenny Ortega foi sempre muito afeiçoado à versão do elenco de Roxy, que era um pouco mais ‘boogie-woogie’ (tipo de blues). Então, acho que nós definitivamente nos inclinamos para isso. Você sabe, a conversa era sempre em torno da personagem de Laverne Cox ser uma espécie de Tina Turner em comparação com o Frank-N-Furter de Tim Curry, que era, obviamente, mais do glam de Londres. Acho que só tentamos levar a música um pouco mais para o Sul. Com a forma como as guitarras foram arranjadas e coisas assim, que estávamos procurando nesse tipo de dança rock and roll clássico que todos nós conhecemos, originado no Sul.”
“É interessante que, embora nós associemos Rocky Horror com a era glitter-rock, por razões óbvias de maquiagem, bem como música, o estilo dos números mais puxados para o rock mantiveram seu compasso básico. Mas Adler observa que isso não descaracteriza David Bowie, Mott the Hoople, T. Rex, ou outros heróis britânicos dos meados dos anos 70. “Ouça, glam-rock é rock do sul maquiado, pra onde quisemos levá-lo”, diz ele com uma risada. “Você sabe, há uma razão para Bowie ter ido para Muscle Shoals [no Alabama] gravar.”
Tão fiel quando o novo filme e trilha sonora é ao material de quatro décadas, o mais óbvio ponto de partida virá com Cox, estrela de “Orange is the New Black”, como a “doce travesti da Transilvânia transexual.” Você não pode chamar exatamente qualquer elenco que acontece nesse papel um elenco contra gênero, mas o papel é identificado como um homem com uma bem profunda, e bem afeminada, voz. Então, dá-lo a uma mulher, mesmo se ela é uma mulher com alguma história como um homem, não pode deixar de transformar o papel.
“Ela é uma força”, diz Adler sobre Cox. “E ela já tinha esse papel quando andou pela porta para gravar essas primeiras faixas. Ela era a personagem mais percebida, porque ela era o elenco principal. Mas a voz dela é super interessante. O fato de ela ainda ter o alcance de sua voz masculina tão bom quando esse novo alcance vocal feminino nos deu a capacidade de brincar com isso e realmente deu contexto a esse personagem sendo uma linha tênue do gênero. Ela é incrível. As pessoas que ouvem a voz dela ficam com aquela cara, e seus ouvidos ficam animados. Ela adicionou um tipo de coisa dark no seu vocal que eu não acho que tinha antes; eu acho que isso acrescentou um monte de outras implicações e noções ao personagem e às letras. E Laverne tem a maioria das músicas.” – oito números que são em sua maioria ou inteiramente solo – “então o personagem se desenvolve em mais músicas que os outros. Com ‘I’m Going Home’, nós acabamos mantendo a cena que é apenas uma cena de piano e vocal do ensaio dela, porque foi tão poderoso, e ela estava quase exausta e chorando no final. Ela sempre diz que encenar essa parte a faz sentir como se ela estivesse indo para casa. Ela nasceu para cantar isso.”
Na outra ponta da escala está a personagem Janet, que recebe um clássico material ingênuo da Broadway no início e um despertar sexual mais tarde. O elenco natural para o papel era Victoria Justice, praticamente a única estrela de TV dos anos 00’ que ainda não tinha dito ao mundo “eu quero ser suja”, como Janet eventualmente faz.
A ex-estrela de Zoey 101/Victorious “se saiu tão perfeita como nossa donzela em perigo”, diz Adler, “e mesmo ela tendo uma qualidade vocal similar a de Susan [Sarandon], é definitivamente seu próprio estilo e sua própria personalidade. Com ela vindo do mundo da Disney/Nickelodeon, e adivinha só, ela está cantando uma música chamada ‘Touch a Touch a Touch a Touch Me’ em sua roupa íntima – prepare-se, mundo.”.
Adam Lambert está no papel do roqueiro Meat Loaf, que consiste em apenas uma música (‘Hot Patootie’). Mas se essa canção foi suficiente para fazer do Mr. Loaf uma estrela, talvez seja o suficiente para o célebre ex-participante do Idol. (Ou talvez não, já que, ao contrário do definitivamente falecido Meat de meados dos anos 70, Lambert receba um chamado pós-morte para fazer um dueto no encerramento de ‘Science Fiction Double Feature.’)
“‘Hot Patootie’ é “uma das músicas mais aguardadas, claro, atrás de ‘Time Warp’ e talvez ‘Sweet Transvestitu”, diz Adler. “E a performance de Meat Loaf foi tão lendária, e um momento no momento atual. Mas Lambert veio e arrasou. Ele é um acrobata vocal. Ele está cantando com o Queen em uma base diária, então ele tem o nível mais alto de um cantor de rock and roll atualmente. Ele veio e simplesmente devorou aquela canção. O talento está arraigado nele – ele não preciso aquecer, ele não precisa trabalhar. Ele abre a boca e sai assim.”
Cisco estava na estranha posição de dar a todos esses atores/cantores, ou cantores/atores, sua primeira real direção de seus personagens, meses antes das câmeras rodarem. “Eu não acho que fazer o filme ao vivo tenha sido pensado”, diz Adler, apontando a diferença entre esse e outros recentes musicais de TV como “The Wiz” e “Grease”. “Então nós estávamos capazes de realmente aproximar isso a como fazer um disco. A vantagem foi que o elenco estava acontecendo enquanto nós já havíamos começado a gravar, o que foi bem interessante. Um papel seria dado, e às vezes nós iríamos precisar voltar e mudar a chave para ter certeza se isso se encaixava a quem quer que fosse. E então o desenvolvimento do personagem estava acontecendo no estúdio, porque essa foi a primeira vez que essas pessoas estavam se tornando aqueles personagens, e eles teriam que cumprir isso, não importa quantos meses levasse, quando eles começaram a filmar e tiveram que sincronizar os lábios com seus áudios anteriores.”
O quão pertinente os fãs (ou detratores) acharão de um novo Rocky Horror em 2016? É difícil dizer, apesar de algumas das músicas da trilha sonora já terem sido disponibilizadas para streaming, e os primeiros 25 minutos do filme terem sido divulgados na Comic Con desse ano, tendo uma reação positiva dos fãs em sua maioria, e uma aclamação quase universal. Qualquer que sejam seus méritos ou deméritos, qualquer remake de “Rocky” vem com um clima bem diferente daquele dos anos 70. Naquele tempo, transgressão sexual era realmente transgressiva, e não uma alegoria quase exótica. O que tende a ser perdido na discussão contemporânea do musical é como o hábil criador/compositor Richard O’Brien fez uma homenagem à inocência, aos estilos musicais, e às convenções de ficção científica da era anterior, antes de carinhosamente demoli-los.
Em 1975, “The Day The Earth Stood Still” – um dos filmes mencionados na abertura do “Science Fiction Double Feature” – tinha menos de vinte e cinco anos; quase o dobro do tempo se passou entre essas duas versões de “Rocky Horror” como passou entre a era Michel Rennie e o primeiro filme. Não será surpresa que essa versão abra com a atriz cantando a música tema andando pelos pôsteres dos filmes antigos que são citados; caso contrário, isso provavelmente foi cogitado, os espectadores mais jovens não devem fazer ideia sobre o que está sendo cantado. Se o musical original foi uma metáfora brilhante aos anos 50 dando lugar a alienação da revolução contracultural e sexual, esse é um tema que será amplamente perdido pela geração do milênio que não conheceu nada além do “prazer absoluto” que os aliens de “Rocky Horror” cruzaram galáxias para compartilhar com as debutantes desavisadas.
Mas talvez o “Rocky Horror” transcenda geração sem qualquer contexto cultural específico, porque o impulso pélvico é a língua universal.
Adler sabe que alguns fãs de “Rocky Horror” têm falado mal do remake, sem terem assistido. “Claro!” diz ele. “E Deus os abençõe, certo? Desde que as pessoas estejam falando sobre isso, eu acho que é um bom sinal. Para mim pessoalmente, houve definitivamente uma ansiedade, ou pelo menos uma percepção que haveria pessoas que agarrariam isso com tanto amor que nada poderia ser feito depois disso. E surpreendentemente, as reações têm sido incríveis dos fãs hardcore principalmente, e as pessoas que você acharia que ficariam imediatamente adversas têm sido bem acolhedoras. Eu acho que quanto mais eles vêm e ouvem, eles irão perceber que isso foi feito para eles e está exatamente como eles gostariam que fosse.”
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello e Lucas Vinícius
Fontes: @VeroniqueORCEL e Yahoo! Music
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