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15set2016
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Billboard: Depois de quatro décadas, Queen retorna à Israel com a companhia de Adam Lambert – 12/09
Depois de quatro décadas, Queen retorna à Israel com a companhia de Adam Lambert Fãs israelenses da clássica e lendária banda de rock Queen clássicos estiveram à espera por cerca de 40 anos para vê-la novamente ao vivo. Um bom tempo para esperar – mais anos que os de vida de seu atual vocalista, Adam Lambert. Naturalmente, esse tipo de notícia pode aumentar a pressão, mas as reações que a banda despertou em seu show épico em Tel Aviv na segunda-feira à noite (12 de setembro) pode ser melhor resumido por poucas palavras muito familiares: “Não me pare agora, porque estou me divertindo!”
Seus membros fundadores, o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, têm realizado esta nova turnê, após 25 anos da morte de seu cantor icônico Freddie Mercury, com o ex-concorrente do programa American Idol, Lambert, que assumiu como vocalista em 2011. Ronronando, mandando beijos e sibilando pelo ar, a performance de Lambert nos palcos demonstram um comportamento com um estilo totalmente parecido com o de ‘Freddie’.
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Lambert entrou vestindo um traje inteiro de couro justo e óculos de sol estilo Robocop, combinando a aparência elegante e fluída de se mover de Lady Gaga e George Michael. Desde o primeiro momento, o vocalista assumiu a linha da frente ao lado de seus companheiros de banda muito mais velhos, sem medo dos enormes holofotes irradiando acima dele. Parecia muito com as antigas filmagens da era clássica da banda, Lambert fazendo um trabalho notável em ocupar o lugar vago de vocalista. Desde que Lambert se tornou o primeiro homem abertamente gay a conquistar o primeiro lugar nas paradas estadunidenses, uma nova missão se mostrou cumprida.
Lambert representa o mais perto que já se chegou do experimentado da formação original do Queen, a icônica banda das quais os fãs tanto sentem falta. Seu talento dramático e estilo teatral de performar casam perfeitamente com as músicas que vivem na memória do público. A ferocidade arrebatadora do imortal glam-rock e a presunção dos anos 80.
A multidão vibrava já na primeira canção – o primeiro sucesso comercial do grupo, a dinâmica “Seven Seas Of Rhye” -, mas as coisas começaram a ficar realmente loucas quando tocaram “Fat Bottomed Girls”, com cada palavra cantada com a mesma paixão por Lambert e pelos milhares de presentes. Na sublime “Don’t Stop Me Now”, a estrela pop parecia deleitar-se com o momento, acentuando a palavra “ecstasy” (êxtase) por um bom tempo, tirando os grandes óculos de sol para olhar para a multidão abaixo com um sorriso. Para a arrebatadora “Killer Queen”, ele se deitou com um leque burlesque preto em um trono de prata, abanando-se com movimentos sedutores e exagerados. Lambert passou uma perna sobre a cadeira com a desenvoltura de um bailarino, levantando o leque em um movimento expansivo em direção aos cabelos grisalhos e volumosos de May.
Quando Lambert finalmente fez uma pausa para interagir com a enorme multidão, fê-lo com um caloroso “Erev tov” (Boa Noite), sorrindo docemente e cheio de charme para a multidão. Ele também fez questão de prestar uma homenagem especial ao homem que não pôde estar lá naquela noite quente. “Eu quero que nos lembremos de Freddie e Queen juntos”, ele sorriu, certificando-se de honrar o famoso vocalista. “Haverá apenas um Freddie Mercury; assim, no espírito de Freddie, vamos amar uns aos outros!”
Enquanto a presença de Mercury foi certamente sentida naquele instantes, sua figura fez parte da noite como um todo, tanto em sua própria voz e na dos colegas de banda, com quem passou décadas. Ambos, May e Taylor, cantaram canções melancolicamente dedicadas a “Freddie”, claramente ainda sentidos pela morte de seu amigo. May se sentou no centro do palco, bem a frente, com uma guitarra acústica para uma versão memorável de “Love Of My Life”. A majestosa voz de Mercury foi usada com moderação durante toda a noite, uma ferramenta dramática ao invés uma muleta, complementando as disposições das atuações com Lambert, em vez de relegá-lo. Próximo ao fim do show, o grupo apresentou uma versão massiva de “Bohemian Rhapsody”, Lambert essencialmente cantando em conjunto com Mercury, cuja presença foi projetada em telas de vídeo enormes por trás dele.
Mas esse show não era um memorial sentimental; Lambert, May e Taylor estavam lá para oferecer um bom momento de êxtase, tanto quanto para prestar homenagem ao seu legado. Você até pode esquecer quantos sucessos têm a banda Queen em seu arsenal, mas então eles tocam “Another One Bites The Dust” e “I Want It All” no meio de seu setlist, sem medo de perder a energia. Os movimentos de dança de Lambert pareciam ter saído de um vídeo de aeróbica dos anos 80: correndo pelo palco, estalando os dedos esticados, pressionando a virilha em direção às mãos estendidas. Era como se tivesse infundido um toque de “Thriller”, de Michael Jackson, na fórmula já consagrada do Queen. Até mesmo aos mais breves interlúdios instrumentais foi dado algum drama a mais, com May arranhando um trecho de “Hava Nagila” em um solo de guitarra.
Depois de um breve intervalo, a banda voltou para um bis de “We Will Rock You” e “We Are The Champions”.
Lambert usava uma coroa, tomando conta claramente do espaço que Freddie Mercury deixou para trás. Não houve fingimento; esta não era uma versão de karaokê. Lambert comandou o palco, tendo uma química impecável com May e Taylor, e projetou sua voz através de todas os altos e baixos que podem ser esperados dessas canções. Esta não era a banda em seu estilo tradicional, mas sim Queen e Adam Lambert, uma combinação das melhores características de ambos os mundos. Finalizando um espetáculo visual do tamanho do planeta, usando energia suficiente para abastecer uma cidade inteira – possivelmente por isso a tela ficou preta no meio da noite -, “Mazel tov”, disse o jovem cantor sorridente no final.Enquanto os músicos deixavam o palco e o público saía do local, a gloriosa “Heroes” de David Bowie tocava no local. Fãs de toda uma vida saíam vertiginosamente, crianças sorridentes com seus pais e um homem com uma longa capa vermelha e uma camiseta com Freddie estampada contemplava o céu. Muitos já estavam vestindo suas camisetas do Queen compradas recentemente, exibindo-as orgulhosamente por compartilhar deste momento atemporal do rock clássico. Os fãs de Tel Aviv tiveram de esperar muito tempo para ter o seu momento com o Queen, mas a banda certamente não desapontou.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Diego Girardello
Fonte: Billboard
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