Time Out Hong Kong: Entrevista: Adam Lambert, Brian May e Roger Taylor do Queen

Entrevista: Adam Lambert, Brian May e Roger Taylor do Queen

“É incrível estar tocando na China. Antigamente nós não podíamos. Nós não éramos culturalmente desejáveis.”

Preparem-se para tie your mothers down [amarrarem suas mães], Hong Kong. Queen está chegando na cidade. Provavelmente a maior banda da história se apresentará na AsiaWorld-Expo em 28 de Setembro como parte de sua turnê asiática que também irá ao Japão, Singapura, Tailândia e China. Essa é a primeira vez que o grupo, os criadores de super-hits como “Bohemian Rhapsody” e “We Will Rock You”, se apresentará em Hong Kong – ou China, aliás, também terá um show em Xangai – e deverá ser uma performance certamente da realeza.

Infelizmente, Freddie Mercury morreu a algum tempo e o baixista John Deacon não estará aqui, mas uma das lendas das guitarras, Brian May, liderando a banda junto com o baterista superstar Roger Taylor. E eles se juntaram com Adam Lambert, quem dividiu o palco pela primeira vez com May e Taylor na final do “American Idol” em Maio de 2009, um programa que ele participava. O time já apresentou mais de 70 shows esgotados juntos pelo mundo nos últimos anos, levando um incrível jogo de luzes e efeitos especiais com eles. Esperem a mesma experiência multissensorial junto com o mesmo senso de nostalgia, os mesmos refrões cantados juntos e os mesmos solos incríveis de May. Mas não dissemos isso, foi Taylor, Lambert e o próprio deus da guitarra.

Então, vocês vão se apresentar na nossa cidade pela primeira vez…
Taylor: É fantástico. Nós estamos muito animados por estarmos indo até Hong Kong pela primeira vez. Nós nunca tínhamos tocados na China e nunca em Hong Kong. Nós estamos ansiosos por isso, estamos muito interessados em ver a reação lá e também muito otimistas. Deverá ser um ótimo show. Eu já visitei Hong Kong no passado e eu tive experiências incríveis lá, então estou bem animado.
May: É incrível. É extraordinário que nós nunca tivemos um contato direto com a China por todos esses anos. Nós temos fãs lá e nós nunca os conhecemos. É incrível nós podermos de verdade ir lá agora. Não era possível antigamente. Nós queríamos ir, mas eu acho que culturalmente nós nãos éramos aceitáveis naquela época.

Este é realmente um prazer para nós. Na verdade, essa turnê asiática é uma sequência da última turnê de vocês em festivais por toda Europa. Como é estar em turnê novamente?
Taylor: Sim, nós tivemos uma turnê sensacional na Europa. Nós fizemos, eu acho, 15 shows em 15 países diferentes e foram todos fabulosos. É ótimo – com Adam Lambert nós meio que encontramos um novo sopro de vida. Ele é um ajuste perfeito para nós. E é um cantor e performer incrivelmente talentoso.

Adam Lambert na verdade já esteve em Hong Kong antes…
Taylor: Sim. Ele diz que é ótimo. Ele diz “Eu amo a China”. Ele obviamente teve bons momentos lá….

Mas agora ele está aqui pela primeira vez com o Queen. O que Adam adicionou a banda desde a triste morte de Freddie em 1991?
May: A coisa é que ele não é Freddie Mercury. Ele não precisa ser o Freddie Mercury. Não é uma imitação de Freddie em nenhum sentido. Adam tem um instrumento extraordinário – o mais maravilhoso que você poderia encontrar nesse mundo. Não há discussão quanto a isso. Ele também tem habilidade com a audiência. Ele tem um jeito natural com a audiência. Ele é um entertainer.
Taylor: Ele tem muitas coisas em comum com Freddie Mercury. Ele tem um incrível senso se humor, o que é muito importante, e ele tem esse incrível alcance vocal. Essas duas coisas fazem dele um ajuste perfeito para o Queen. Eu e Brian não esperávamos ainda estar trabalhando sob a marca Queen, mas essa é a nossa quarta ou quinta turnê [com Lambert] e descobrimos nós mesmos que estamos absolutamente amando isso.

Nós realmente deveríamos fazer a pergunta sobre calçar os sapatos de Freddie para você, Adam. Qual a parte mais difícil de estar fazendo as partes de Freddie?
Lambert: Eu acho que a parte mais difícil foi encontrar um balanço entre fazer a música como minha e honrar a gravação original. Mas ao longo dos últimos anos isso se tornou muito mais fácil de fazer porque, eu acho, agora a música é meio parte do meu corpo.

Quando você era novo, quão importante foi a música de Freddie e Queen para você?
Lambert: Bem, eu não conhecia o Queen até eu estar um pouco mais velho. Eu ouvi os grandes hits quando eu era uma criança, mas eu realmente não entendia quem eles eram como banda. Então com vinte e poucos anos, eu realmente me dediquei a música e estudava bandas. E lá estava o Queen, eu vi eles se apresentando nos palcos, com shorts e sem sapatos. Eles estavam em chamas e eu estava pensando “uau – eles são as estrelas do rock!”

Adam é uma grande adição para a banda, então…
May: Ele é uma ótima pessoa para se trabalhar, o que é vital porque você não consegue fazer uma turnê pelo mundo com alguém que você não goste. Ele tem essa coisa extravagante também. Ele tem esse tipo gostoso de luz que aquece as pessoas e isso realmente se ajusta a nós tão bem porque nós passamos tanto tempo com Freddie, que também tinha esse tipo de luz. Então aqui estamos! Finalmente nós podemos fazer a música do Queen. Isso funciona e faz as pessoas felizes. Então nós decidimos que vamos fazer isso mais uma vez.

E agora vocês poderão fazer isso aqui…
May: E agora, poder fazer isso na China, é algo incrível. Quer dizer, antigamente nós poderíamos vir aqui. Nós não podíamos. Nós não éramos culturalmente desejáveis. Então com 69 anos, essa é a primeira vez. É algo extraordinário. Sim, eu nunca estive em Hong Kong, mas eu tenho alguns amigos em Hong Kong.

A partir de aqui, existe algum plano de irem para o estúdio juntos fazerem um novo álbum do Queen?
Taylor: Eu acho que nós devíamos, na verdade. Eu não sei porque ainda não chegamos nisso. Claro, Adam tem uma carreira solo bastante ocupada, mas eu acho que nós devíamos. Mas eu não acho que as pessoas deviam esperar coisas radicalmente inovadoras. Nós poderíamos fazer músicas brilhantes com Adam. Nós devíamos fazer.

Nenhum plano concreto ainda, então?
Taylor: Nenhum plano concreto. Eu acho que na verdade estamos um pouco preguiçosos…

Fazer os setlist hoje é tranquilo para vocês ou é difícil voltarem através de tudo e montarem um?
Taylor: É bem difícil e ele muda de acordo com o país que estamos tocando, sabendo que algumas músicas são particularmente populares ou algumas músicas são sucessos em alguns lugares e não tanto em outros, então nós mudamos e variamos nosso conteúdo.

E como saber que tocarão pela primeira vez em algum lugar influencia nessa decisão?
Taylor: Bem eu acho que nós pensaríamos nas músicas que foram sucessos internacionais e que as pessoas devem conhecer. Eu não sei, vai ser interessante ver a reação das pessoas [em Hong Kong]. Eu não sei como as pessoas de lá reagem em concertos como o nosso. Mas nós sempre nos preocupamos.

Então, em poucas palavras, o que é a música para você?
May: O que é a música para mim? Vida. Sem música, eu não tenho vida. Eu preciso de música e amor.
Lambert: Música é minha vida! Minha carreira. Minha paixão. E também meu remédio, você sabe, se eu estou tendo um dia ruim e coloco uma música, eu me sinto melhor. Quando estou cansado, música me dá energia. Música é tão incrivelmente poderosa.

Brilhante. Obrigado! Para terminar, então, agora que os shows ao vivo do Queen + Adam Lambert já tem sido feito por uns bons anos, o que o futuro reserva?
Lambert: Eu realmente não sei quanto tempo isso vai durar, mas não há razão para parar. Há muitas pessoas por todo mundo e nós amamos apresentar essas músicas para elas! É ótimo. É muito emocional.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fonte: Time Out Hong Kong

Compartilhar
Share

Nenhum Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *