Team Rock: Porque toda essa hostilidade? Queen e Adam Lambert foram feitos um para o outro

Blog: Porque Adam Lambert é o perfeito homem para o Queen

Porque toda essa hostilidade? Queen e Adam Lambert foram feitos um para o outro

Queen está de volta à estrada com o vice-campeão do “American Idol”, Adam Lambert, calçando os saltos agulha de Freddie Mercury para cantar os hits da banda.

Eu os vi em um show e ficou claro que Lambert pertence ao Queen. Ele tem uma voz incrível, dá vida ao material da banda enquanto coloca um pouco de si mesmo, e tem uma química ótima com Brian May e Roger Taylor no palco. Então por que alguns fãs ficaram irritados?

Não adorarás falsos ídolos

Vá ao Facebook ou fóruns do Queen, e você se deparará com toneladas de absurdos: “Lambert é um performer pop manufaturado”, eles dizem, “montando nas abas de uma banda icônica de rock para ter sucesso e profanando a memória de Freddie Mercury no processo”.

Eles não poderiam estar mais errados.

Primeiro, Queen não é a primeira banda a mudar a sua formação, não é nem mesmo a primeira banda a fazer isso depois de uma perda trágica. AC/DC não perdeu tempo ao substituir Bom Scott com Brian Johnson; Alice In Chains tem tido um sucesso comercial e da crítica na sequência da morte de Layne Staley.

“Ah, mas Brian Johnson, William DuVall e Zakk Wilde são músicos autênticos”, dizem os fãs descontentes. “Eles trilharam seu caminho à maneira antiga, ao invés de se venderem para um reality show”.

Os fãs do Queen que sofreram com os musicais West End e covers podem ter um acesso de raiva com as palavras “American Idol”, mas os tempos mudaram desde dos primeiros dias dos programas de talentos. Os competidores que chegam nas finais hoje não são sonhadores, eles são músicos profissionais buscando uma grande oportunidade. Antes de aparecer no “Idol”, Lambert esteve nos palcos com musicais por uma década, participou de bandas e trabalhou como um músico contratado – assim como, veja, um pré AC/DC, Brian Johnson, que em 1970 poderia ser encontrado cantando canções do musical “Hair” no circuito do cabaré.

O grande fingidor

Claro, Freddie Mercury tem muita influência. A passagem do tempo apenas cimentou seu lugar como um dos melhores vocalistas do rock – mas isso também endureceu os fãs, os convencendo que Mercury é insubstituível.

O tempo também coloriu nossas memórias sobre outros artistas que já substituíram membros amados. Nós nos tendemos a esquecer que o AC/DC passou por muitas críticas contratando Brian Johnson – e teria sofrido ainda mais se o Twitter existisse em 1980. Mas 9 álbuns de sucesso depois, isso foi apenas mais um capítulo na história da banda.

Para os fãs jovens que nunca viram Freddie Mercury ao vivo, ele tem sido elevado ao status de ícone, o substituir parece tão absurdo quanto achar alguém para o lugar de Hendrix ou Cobain. Para os fãs antigos, a ideia de algum jovem presunçoso competir com as suas memórias queridas da banda é impensável.

Então, penso seu, é por isso que alguns fãs eloquentes exigem que o Queen dê um chute em Lambert e se reúna com o antigo vocalista Paul Rodgers. “Ele é um roqueiro adequado com pedigree”, eles dizem. Ele é da geração certa, os fãs antigos se sentem mais confortáveis com um de seus pares no palco.

Não importa que Rodgers sempre pareceu desconfortável com a extravagância do Queen: você não consegue imaginar ele deitando em uma poltrona, improvisando durante “Killer Queen” como Lambert faz. Mesmo quando Freddie estava cantando as músicas mais rock, ele fazia com uma piscadela característica – e é essa a mesma costura exagerada que Lambert entrega. Ele não está imitando Freddie Mercury, mas eles definitivamente estão na mesma órbita.

Talvez seja a hora de um milagre

A razão para que o Queen tenha levado tanto tempo para encontrar um substituto adequado para Freddie é simples: você precisa de um artista com uma voz majestosa, uma presença de palco também majestosa e aquela sensibilidade teatral. O problema é que artistas com esse tipo de talento são geralmente grandes nomes por eles mesmos. Matt Bellamy, George Michael, Lady Gaga – eles têm suas própria banda ou sua próspera carreira solo. Simplificando: eles não precisam do Queen.

Nem Lambert, na verdade. Seu último álbum estreou como número um nas paradas dos Estados Unidos, sua turnê rendeu milhões – e sua carreira está apenas começando. O Queen encontrou um artista que tem todas essas habilidades, que está preparado para se conectar com uma dupla de roqueiros envelhecidos por amor a seu material, não é nada menos que um milagre.

Se mantenha vivo

Lambert apenas apresenta os hits da banda. Aí começa a reclamação: é um karaokê. E é verdade que o AC/DC foi direto para o estúdio com Brian Johnson – e saíram com o “Back In Black”, um dos melhores álbuns de rock de todos os tempos. A abordagem mais cautelosa do Queen é tão válida quanto – mas se eles não levarem Lambert para um estúdio, eles correm o risco de serem visto como um ato de tributo aos seus próprios dias de glória.

Eu espero que eles gravem um álbum com Lambert. Assistindo ele o palco – servindo àquelas canções, alcançando as notas altas, se divertindo com Brian May – você pode não concordar, mas acho que ele está dando à banda um segundo fôlego. É uma pena que alguns velhotes não conseguem ver isso.

Se vocês odeiam a ideia da banda seguindo em frente, tudo bem. Seus álbuns não vão à lugar algum. Vocês podem guardar as memórias dos seus shows antigos. Mas não pensem que o seu “fandom” os fazem guardiões do legado da banda, e nem mesmo pensem que vocês têm o direito de fazerem exigências para esses músicos só porque vocês os viram no passado. Uma banda não é uma democracia: esta é uma monarquia, e encontrou seu herdeiro. Vida longa ao Queen.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: @katzolicious e Team Rock

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