Das Popfenster: Adam Lambert ao vivo em Viena: Ressurreição do Pop, Viena (Áustria) – 02/05
Adam Lambert ao vivo em Viena: Ressureirção do Pop Até agora foi um ano triste para os amantes da música: primeiro Lemmy, depois Bowie e há pouco tempo Prince também – um grande herói do pop atrás de outro estão nos deixando. O “South-Germany Newspaper” ficou tão desespero que até escreveu “O ano em que a música morreu”, e não ajuda muito a Britney vai lançando um novo álbum nas próximas semanas.
Ontem, na quinta-feira (02 de Maio), nós voltamos a ter esperança no mundo da música, no círculo pop, em lendas – ou a menos acreditamos novamente que há artistas lá fora que tem o que é preciso para se tornarem lendas. Então, ontem à noite, Adam Lambert esteve no “Gasometer” de Viena – e ele provou espetacularmente que a música pop está mais viva do que nunca. Não apenas isso: com energia ilimitada, show de luzes psicodélicas, telas de vídeos bombásticas e acrobacias vocais impressionantes, mas especialmente com muita facilidade e muita diversão ele liderou o pop de volta as suas origens, conhecido como tudo e qualquer coisa que faz seu coração e pernas saltarem juntos.
Dificuldades no início
Enquanto isso, os sinais antes do show não indicavam que seria uma noite de sucesso: sem dúvidas horas antes da entrada ser liberada a audiência ficava maior e maior na frente do auditório, o grande movimento e má organização fizeram com que o espírito de animação da audiência rapidamente diminuíssem ao mínimo. No entanto um exame mais atento revelaria o que já suspeitávamos, que algumas horas depois teríamos uma grande sensação pop. Na densa audiência era como uma audiência de Lambert deveria mesmo parecer: garotas adolescentes gritando, pessoas grisalhas, casais mais velhos casados ou casais gays. Um artista abertamente gay, que sabe como animar pessoas de todos os estratos da sociedade e – como Lambert comentará mais tarde durante a noite – de qualquer orientação sexual, gênero, idade ou nacionalidade (muitos fãs viajaram para cá de outros países). Apesar de viver abertamente sua homossexualidade algumas fãs adolescentes (algumas delas esperavam desde do meio-dia na fila para conseguirem entrar) foram bem longe em seus ataques de gritos e desmaios – e jogaram no palco incontáveis bichos de pelúcia e até mesmo sutiãs. “Guuuuuurl, você prestou atenção em todo o show?!” diz um divertido Lambert com gestos exagerados e um sexy rebolado para a garota que jogou o sutiã. “Eu amo p**!” E a audiência – e a agora a garota sem sutiã – grita ainda mais. Isso foi visto pela última vez… sim, exatamente com Bowie, Prince ou mesmo Freddie Mercury (você pode chamar Lambert de seu sucessor oficial graças a sua parceria com o Queen). O pop vive.
No entanto, até o momento chegar, Lambert deixa a audiência esperando por quase duas horas. O DJ, que apareceu no palco parecendo um remédio pra dormir, toca músicas tipo hits de festas barata para o público cada vez mais inquieto, mas que encurtou o tempo de espera para apenas trinta minutos, mas isso não faz os humores melhorarem. Os hits de Lambert que tocavam entre a música ambiente garantiam um pouco de diversão. Na primeira e segunda vez é emocionante, mas durante a terceira música a questão surgiu, se o cara esgotasse sua lista de canção antes mesmo do show começar, não devia ter muitos hits naquela noite. (Essa preocupação era claramente infundada). E para deixar sua própria música tocando no meio das músicas do local precisa de alguém com uma atitude despreocupada.
Dance Rock ao invés de Glamrock
E atitude Adam Lambert tem. Ele demonstrou isso desde o primeiro segundo, quando ele começou com o hit eletro-pop “Evil In The Night”. Sua roupa com óculos escuros futurístico, calça de couro, luvas sem dedos metálicas, botas de plataforma e as inúmeras tatuagens em seu braço musculoso que deixam transparecer que há alguém ali no palco que sabe exatamente como jogar com todas as nuances do entretenimento; que se diverte no palco e que prende o público com uma facilidade surpreendente desde a primeira nota. A audiência grita, alvoroça-se, aplaude e pula desde o começo. Eles idolatram Lambert como se ele fosse o renascimento de Mercury (ou Bowie, ou Prince, infelizmente há muitos para se escolher). A conexão entre o cantor e sua audiência estava lá o tempo todo – apesar do fato dele só falar diretamente com a audiência depois de mais da metade do concerto. E isso ele faz com muito charme, presença de espírito, auto-ironia e desenvoltura que você até o perdoa. Também porque ele flerta com a gente e acha que somos sexys. Lambert sabe exatamente o que uma alma precisa.
Lambert se comporta muito mais masculino durante seu show do que alguns anos atrás. Finalmente, parece alguém que cresceu, alguém que se encontrou. O Glamrock teve que ceder para o dance-rock (se existe algo assim). No lugar do delineador tem uma barba de três dias, tatuagens, um corpo bem tonificado e um topete branco descolorido – apenas as unhas pintadas de preto permaneceram; sim, ele sintoniza seu maior hit “Whataya Want From Me” em um tom mais baixo que a original, ele é intencionalmente lascivo cantando “After Hours” sem exagerar. Parece que a experiência com o Queen o tem influenciado. Lambert está crescido agora – como diz o ditado. Esse garoto amadureceu nos últimos anos, ele evoluiu de concorrente de um reality show até vocalista do Queen e estrela do pop celebrada. Lambert possui presença de palco, a coragem de cruzar limites e muita sensualidade. Cada grama, cada movimento é puramente erótico – e Lambert sabe como usar isso: muitas vezes durante a noite ele passa a mão pela virilha, rebola lascivamente seu quadril e lambe os lábios de uma forma provocante. É uma mistura entre Lady Gaga – desculpe, de novo – Freddie Mercury, que Lambert mostra aqui com muita autoconfiança. Sua apresentação é uma mistura de coreografia de boyband (apoiada por dois dançarinos extrovertidos) e espontaneidade – porque se você assiste os vídeos de outros concertos da sua “The Original High Tour”, você vê que o show nunca é igual, as músicas são cantadas de uma maneira diferente, mesmo as roupas mudam constantemente. Falando nisso, durante o show Lambert trocou de roupa três vezes. Ele não fica atrás de suas colegas cantoras também.
Acrobacia vocal
O espectro sonoro é tão grande quanto a capacidade vocal de Lambert: dance, pop, rock, disco e baladas, Lambert apresenta tudo que ele tem (as muitas medleys criam a impressão que ele tentou trazer tantas músicas quanto possível para o set). Ele parece ter milhares de vozes dentro dele, que ele leva à tona como ele quer. Claro: ele nunca perde sua origem musical, quando ele canta músicas arrepiantes do cenário do rock como “Evil In The Night” ou “Welcome To The Show”. E sim, durante todo o show sua aposta é escolher músicas pop que nunca perde o entusiasmo e se revelaram muito mais vivas no palco do que em um cd. “Ghost Town” é seu hit com esses sintetizadores e assovios funky, que ele já canta na terceira canção e foi um dos destaques com muitos outros a seguindo. No entanto, é uma surpresa como a noite teve um lado rock – um exemplo é “Lucy”, onde o guitarrista de Lambert tocou solos loucos ou – obviamente – com “Another One Bites The Dust”. Vocalmente é Lambert até o último tom no topo de seu jogo, todo alcance vocal parecia imaculado e algumas vezes ele cantava como se não houvesse amanhã. Uma pena que particularmente em suas músicas mais eletro ele não mostrou sua voz como merece. E algumas vezes os problemas acústicos no local não o ajudaram com isso.
Mistura de proximidade e distanciamento
No final da noite você tem a sensação de que você compareceu à ressuscitação do pop – não o país das maravilhas super feliz a la Katy Perry, mas de uma maneira mais adulta, que transformou o local em barulho, e ocasionalmente em um clube de dança misterioso.
Antes do show Lambert era tímido em contraste com sua persona no palco: nenhuma entrevista, sem aparições públicas. Única exceção: a pequena aparição na calçada da fama do Gasometer, duas horas antes do começo do show. Além disso, estava atrasado. “Diva”, “bitchy”, alguns dos jornalistas sussurravam. Então, quando ele apareceu ele estava de bom humor, profissionalmente amigável e fez o que era esperado dele: falava divertidamente, sorria agradavelmente. Para os autógrafos e fotos havia pouco tempo, então os seguranças dele (pelo menos três deles, que acompanha as pessoas até o local, sorriam ironicamente) pegando a mão dele e o levando embora. Mas apenas depois de alguns minutos você pode dizer: Adam Lambert exala poder de estrela, que é talvez maior que o próprio artista, mas ele mostra exatamente a fascinação pelo cantor. Uma mistura de proximidade e distanciamento junto com muito erotismo. Freddie Mercury estaria orgulhoso. E, certamente, David Bowie e Prince também.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução Alemão/Inglês: Gudrun Förster (@Stauneauge)
Tradução Inglês/Português: Gisele Duarte
Fontes: @VAlilac e Das Popfenster
Belíssimo comentário. Adam realmente é tudo isso.?????❤