[ENTREVISTA] Entertainment Weekly: Adam Lambert reflete sobre sua experiência no American Idol

Adam Lambert reflete sobre sua experiência no American Idol

Adam Lambert deu ao American Idol o empurrão que o programa precisava quando a franquia começou a estagnar antes de sua estreia na 8ª temporada. O teatral roqueiro de arena reivindicou o posto de um dos competidores mais “assistíveis” do programa imediatamente, apresentando uma versão ressoante de “Bohemian Rhapsody” do Queen em sua primeira audição. Na verdade, a performance de Lambert foi tão memorável que ele atualmente está a frente e faz turnês com os membros do Queen.

Desde o Idol, Lambert lançou três álbuns solo de sucesso e está se preparando para estrelar Rocky Horror Picture Show da Fox. Mas antes de tudo isso, Adam Lambert era uma autointitulada criança de teatro que não acreditava que poderia progredir na competição. Antecipando o final do American Idol, Lambert fez uma retrospectiva do seu processo de audição, de sua estratégia para chegar a final e a mudança que os produtores de Reality TV quase instituíram em sua temporada.

ENTERTAINMENT WEEKLY: O que você achava do programa antes de participar dele?
ADAM LAMBERT: Eu sempre fui um fã da série. Eu me lembro de assistir o primeiro ano, quando Kelly Clarkson ganhou. Eu sou um cantor e eu sempre fui um cantor e uma criança de teatro. Sintonizar semana após semana e assistir jovens cantores competir foi muito emocionante porque não havia nada parecido com isso nos EUA na época.

EW: O que te fez fazer a audição para o programa e como foi esse processo?
AL: Você sabe, eu acho que no fundo da minha mente, assistindo o programa ao longo dos anos eu pensei: “Uau, isso seria muito legal”, mas eu não achava que eu era o tipo certo de performer que… Eu não achava que funcionaria no programa. Eu pensei “Oh, eu não sou o tipo que eles procuram.” E, em seguida, ao longo dos anos eu comecei a me envolver com a minha própria música e escrever e eu tive uma banda por um tempo, e chegando aos 27 anos, de repente eu estava em um momento em minha carreira onde eu realmente queria fazer algo acontecer, porque as coisas estavam meio paradas para mim. Então eu pensei: “Por que simplesmente não experimentar? Por que eu simplesmente não tento?” embora eu ainda pensasse: “Não, isso é um tiro no escuro.” E em seguida, semana após semana as coisas funcionaram. Eu não podia acreditar, eu estava sempre surpreso. Eu nunca pensei que ia ser tão bem sucedido e eu fiquei extasiado. Eu tive muita sorte.

EW: Você apostou alto naquela audição!
AL: Foi uma situação muito importante para mim, porque após a inicial… Há várias rodadas diferentes de testes antes mesmo de você ver os jurados da TV, e depois de ter concluído as duas primeiras rodadas de testes para os produtores, eu tive de largar meu trabalho, para seguir em frente porque eu estava em uma produção de teatro profissional e as regras dizem que não se pode estar sob qualquer tipo de contrato de entretenimento. Então eu tive que cortar os laços e sair do meu trabalho, e isso era o meu rendimento; era assim que eu tinha meu seguro saúde, todas essas coisas. Eu tive que sair do trabalho que eu tinha a fim de seguir em frente, por isso foi um grande risco para mim.

EW: Quando foi que você teve que tomar essa decisão?
AL: Foi na minha segunda rodada e depois que fiz o teste, os produtores me puxaram de lado e disseram: “Ok, nós gostamos de você, nós queremos que você vá para a próxima rodada, mas você não pode estar fazendo isso. Você precisa parar isso antes de ficar na frente dos jurados da TV.” Então, quando chegou a hora de encontrar Simon [Cowell], Paula [Abdul], Randy [Jackson] e Kara [Dioguardi], foi tipo no fundo da minha mente, era como ‘Se isso não der certo, você está ferrado.’ Eu fui até lá e tudo simplesmente funcionou. Eu estava nervoso, mas senti uma boa conexão com os jurados. Eu estava olhando para eles e eu estava conversando com eles e eu senti que era um bom repertório e eles estavam prestando atenção. A primeira música que eu cantei para eles era uma canção de Michael Jackson – “Rock With You” – e não teve o efeito que eu queria, e eles estavam tipo, olhando para mim de lado. Eu disse: ‘Ok, ok, ok, eu posso fazer qualquer outra coisa, mas o que você quer ouvir?’ E eles disseram: “O que mais você tem?” Foi quando eu tentei “Bohemian Rhapsody”. Essa pareceu se conectar com eles e foi o que eles acabaram usando na televisão. Então imediatamente eu percebi que tinha que descobrir qual caminho eu seguiria nesse programa. E tendo assistido o programa por tanto tempo, há uma estratégia envolvida. Você tem que ser uma ideia clara de um artista para que eles realmente o entendam. Então, naquele momento eu pensei, “Eu vou escolher o material um pouco mais retro no programa e isso vai ser como minha marca.”

EW: Em algum momento você se acostumou com a possibilidade de ser eliminado ou foi sempre desesperador?
LA: Nos primeiros episódios eu estava realmente tenso e, em seguida, após cerca de, eu acho que quando chegamos até os últimos 7 ou 6 eu estava ficando muito mais confortável e meio que percebi que eu tinha uma posição forte na competição, e que não havia ninguém como eu. Então eu meio que tive a minha própria pista para viver e tudo ficou muito mais divertido. Os nervos… Eu sempre tenho uma descarga de adrenalina ao me apresentar, mas eu não estava tão… Eu estava mais centrado conforme o programa progredia.

EW: E sobre os outros concorrentes na sua temporada – vocês eram tão solidários entre si como o programa fez parecer?
LA: Tivemos realmente um grande grupo naquele ano. Todos nós nos dávamos muito bem. Foi uma competição, mas eu não era o tipo de concorrente que era… Eu não me sentia competitivo contra os outros concorrentes. Eu senti que estávamos realmente competindo contra o jogo em si e contra o próprio sistema, então eu senti uma camaradagem com todo mundo. Eu incentivei todos a ajudar uns aos outros. Eu não era o único, nós trocávamos ideias sobre músicas entre nós e dávamos sugestões uns aos outros. Todos nós queríamos fazer o nosso melhor. Foi um grande grupo.

EW: Você tem boas lembranças de ser um finalista ou da turnê?
AL: A turnê foi interessante. Foi mais ou menos como um limbo entre o show e o começo da sua carreira de verdade, foi um momento muito interessante e eu estava trabalhando no meu álbum durante a turnê, então tinha muita coisa acontecendo. Foi a minha primeira vez fazendo uma turnê em estádios, foi a minha primeira vez me apresentando na frente de tantas pessoas, noite após noite e foi muito emocionante, mas também era uma espécie de curso intensivo de como manter a sua energia, como se certificar de que você está com boa voz todas as noites? E foi a minha primeira vez em um ônibus de turnê também, é um estilo de vida muito diferente. E nós tivemos muito mais caras nessa temporada do que meninas. Portanto, tinha o ônibus de meninas que era muito mais espaçoso e tinha muito espaço extra. Meu ônibus estava lotado. Foi interessante porque os caras no programa, éramos todos de diferentes estados, tínhamos diferentes origens. Éramos todos muito, muito diferentes uns dos outros, então era definitivamente um caldeirão.

EW: O que você estava sentindo no momento em que você descobriu que não ganhou o American Idol?
AL: Chegando aos três finalistas, eu sabia que naquele momento, eu teria muitas oportunidades se abrindo para mim. E, ao mesmo tempo eu assisti ao programa e eu vi que as pessoas podem ganhar ou não ganhar e que isso pode ser tudo para eles – o programa pode ser seu ponto alto para sempre. E eu também sabia que havia a possibilidade de ele me levar a coisas maiores e melhores. Meu impulso inicial para até mesmo a audição foi apenas para criar mais oportunidades para mim e eu sabia que isso já tinha acontecido e quando chegamos aos dois últimos – eu e Kris – Eu pensei: veja bem, somos tão diferentes, nós dois, e eu tenho muito respeito por Kris – Eu acho que ele é um músico tão incrível e um cara tão legal. Eu estava tipo, “Aconteça o que acontecer, vai ser legal. Vai ser o voto popular. Se as pessoas querem ouvir mais do seu tipo de música, eles vão escolher o Kris, ou se eles gostam mais de mim, vão gostar disso.” E você sabe, Kris ganhou e eu estava feliz por ele. Eu já tinha sido informado pelos poderosos que eles queriam me contratar para uma grande gravadora e eu consegui o que queria. Eu sabia que eu ia fazer um álbum, vencendo ou não.

EW: Com o programa chegando ao fim, qual legado você acha que ele vai deixar?
AL: Eu acho que como um programa, ele será sempre lembrado como este tipo incrível de televisão e evento musical. Eu acho que o programa veio em um momento em que nosso país precisava de um pouco de esperança – foi logo depois do 11 de Setembro. Foi muito inspirador para as pessoas se reunirem e torcer pelo azarão, ou pela pessoa comum, você sabe. E eu também acho que a indústria da música precisava de um tipo de empurrão. Eu acho que o American Idol será sempre conhecido como uma rampa de lançamento para um punhado de nós que continua fazendo música.

EW: Existe alguma coisa de que você se arrepende na sua participação no programa ou que você faria diferente se tivesse a chance?
AL: Não tenho arrependimentos. Eu adorei, e me diverti muito. Eu pude mostrar quem eu era para a América, do que eu era capaz como músico e como artista e me apresentar ao público, hoje em dia é difícil ter esse tipo de exposição. Na minha temporada tínhamos até 30 milhões de pessoas assistindo a cada semana. Foi uma audiência enorme. Eu estava realmente com sorte. Eu estava ficando na frente de todas essas pessoas fazendo o que eu faço. Eu acho que se há alguma coisa que eu teria gostado de fazer de forma diferente, teria sido interessante apresentar um material mais contemporâneo. Na época, era na verdade mais difícil de obter aprovação para esse tipo de material. Há um grande processo de publicação, aprovação do produtor, eles têm que pagar pelo direito de usar o material. É um pouco mais fácil de conseguir isso com músicas antigas do que novas músicas pop. Isso teria sido interessante.

EW: Qual foi a coisa mais maluca que os espectadores nunca chegaram a ver?
AL: Nós todos vivíamos juntos em uma casa no ano em que eu estava no programa, o que é algo que eu acho que eles fizeram apenas naquele ano. Eles queriam filmar por trás das câmeras, um tipo de Big Brother. E todos nós coletivamente dissemos: “Não.” Nós educadamente dissemos que não nos sentíamos confortáveis com isso. Não tínhamos concordado com isso. Você não explicou que isso era parte do programa. Nenhum de nós estava preparado para isso. Isso não era o que queríamos fazer. Quando você entra nesse programa, você sabe o que esperar e muitos de nós realmente não se inscreveram para ter o nosso tempo livre, o tempo que precisávamos para recarregar e descansar, sendo gravado.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Stefani Banhete
Fonte: Entertainment Weekly

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