Jornal The Independent: Adam Lambert: o cantor de “Another Lonely Night” fala sobre Twitter, trolls e sucesso na era digital

Adam Lambert: o cantor de “Another Lonely Night” fala sobre Twitter, trolls e sucesso na era digital

Diferente de muitos vencedores do “American Idol” que rapidamente caem no esquecimento, Adam Lambert apareceu na oitava temporada como um competidor e se tornou um dos mais bem-sucedidos para a graça do programa, com seu segundo álbum, “Trespassing”, estreando em primeiro lugar no Billboard 200.

Três álbuns no Top 5 e com uma longa colaboração com o Queen em seu histórico, Lambert não mostra sinais que diminuirá o ritmo.

Seu single “Another Lonely Night” foi lançado recentemente e sua turnê mundial anunciada para 2016. O The Independent teve uma rápida conversa com ele sobe o twitter, a era digital, sexualidade e ter uma fã base global. Aqui alguns destaques:

Sobre a turnê com o Queen

Depois de meses na estrada, Lambert se juntou novamente com a banda para o retorno deles ao festival Rock in Rio no Brasil pela primeira vez após 30 anos, em Setembro.

“Queen é incrível. Eles são realmente gentis comigo e eu acho que todo mundo envolvido está feliz por isso estar sendo tão bem recebido.”

“Eu fiquei um pouco mimado quando estive na estrada com eles porque isso é muito além do jeito que eu faço minhas coisas – é muito mais luxuoso. Os jatos privados, eles têm um chef incrível que vão na estrada com eles, e então eu estou de volta para as minhas coisas solo e estou tipo ‘ohhhh tudo bem, tudo bem’”.

Sobre navegar na era digital

“Ghost Town” já foi assistida mais de 46 milhões de vezes no YouTube [atualmente conta mais de 49 milhões de visualizações] , uma prova que ele é um sucesso global. Mas redes sociais são uma faca de dois gumes para os músicos, que pode aumentar sua popularidade por ter mais plataformas enquanto aumenta sua competição pelo número crescente de artistas emergindo online.

“É certamente um bom jogo. Tem muita coisa acontecendo para quem é artista hoje. Eu tenho sorte, eu tenho um bom time de pessoas que me ajudam a manter meu envolvimento no meio disso tudo e isso é emocionante! Redes sociais são uma boa maneira de atingir diretamente as pessoas, é incrível.”

Sobre as vantagens e perigos do Twitter

A ascensão de Lambert para a fama aconteceu junto com a explosão de popularidade do Twitter, criando um “novo jogo” para ele como um novo artista. Mas ele entende o poder das redes sociais e abraçou isso, mantendo até ocasionais “Twitter parties” para conversar com seus fãs.

“Eu gosto de ver o que as pessoas estão dizendo sobre as coisas, e o que eles estão pensando sobre as decisões e performances. Desse modo é como uma ferramenta de pesquisa.”

Essa nova forma de ver também te expõe a ambos os comentários, positivos e negativos, do público, algo que ajudou ele a construir uma pele mais grossa. “Você tem que não levar isso pessoalmente. Eu sempre digo que alguém que vai online com a finalidade de escrever algumas coisas horríveis sobre alguém provavelmente não tem muita coisa acontecendo em sua vida, se ele está disposto a perder tempo fazendo isso. Isso que faz me sentir melhor sobre essas coisas. Eu sou tipo ‘quem diabos é essa pessoa?’”

Sobre sessão de comentários

“Você pode acidentalmente tropeçar nesses poços escuros como sessões de comentários onde as pessoas começam a brigar entre si. É apenas muito insano.”

E sobre como tweets podem ser mal interpretados

“É realmente muito difícil nesses dias ter uma conversa ou um debate ou qualquer tipo de conversa construtiva sem que as pessoas fiquem ofendidas ou leiam as coisas literalmente, é difícil. Eu acho que na era da informação as redes socais se tornaram um lugar incrível para as pessoas se conectarem e comunicarem, mas também cria muitos problemas. As pessoas veem apenas uma parte das coisas e é muito mais fácil ficar ofendido por um texto na tela porque você perde a nuance, a intenção e a emoção por trás das coisas. As pessoas levam as coisas tão literalmente hoje”.

Sobre a Rússia

Lambert recentemente foi manchete depois de uma petição homofóbica dos “cidadãos preocupados” que exigiam que ele fosse tirado do popular evento na noite do Ano Novo em Singapura e foi assinada por mais de vinte mil pessoas. A petição criticava sua “promoção dos direitos LGBT” a performances “sexuais”, mas uma petição contrária da sua legião de fãs no país rapidamente recebeu mais assinaturas que a primeira.

Outro país com atitudes repressivas contra os direitos LGBT que Lambert também causou impacto é a Rússia, onde as leis anti-gays permanecem em vigor e proíbem a “propaganda homossexual” entre as crianças. “Ghost Town” continua subindo nas paradas russas e ele continua tendo uma forte base de fãs em um país com políticas repressivas contra a homossexualidade.

“Eu fiz shows na Rússia e eu tive um bom tempo com meus incríveis fãs russos e eles são realmente maravilhosos, e essa coisa é assustadora ter um país com algumas questões legais e jurídicas contra a questão LGBT. Isso não significa que o país inteiro é anti-gay. Tem muitas pessoas incríveis que são russas, fãs incríveis, artistas incríveis.”

Sobre sua imagem

“Meu estilo é similar aonde eu estou com minha música. Como evoluí, eu estou nesse lugar em que eu percebi que menos é mais. Um pouco de moderação, na verdade, pode ser muito bonito. Toda a minha missão como artista é me comunicar com as pessoas e compartilhar uma experiência e às vezes você alcança mais pessoas com essa abordagem de menos é mais.”

Sobre se assumir

Apesar de ter vivido uma vida como um homem abertamente gay em Los Angeles por anos antes de entrar no “American Idol”, a ‘saída do armário’ de Lambert aconteceu em 2009 durante uma entrevista com a Revista Rolling Stone, pouco depois da competição chegar ao fim. Ele queria evitar a distração inevitável do circo que a mídia poderia criar em torno de sua sexualidade se ele se assumisse durante a competição.

“Eu acho que é ótimo que isso se tornaria um não-problema, e eu devia ter isso em mente. Para mim, não era grande coisa. Era apenas, ok, essa é minha sexualidade, e eu estou bem com isso, e isso é quem eu sou e eu me aceito e sou muito mais além disso. Eu acho que isso é a coisa animadora para onde estamos caminhando, no tempo que está vindo isso não será muito mais que uma questão. E isso está sendo ajudado por pessoas que são abertas sobre isso e desafiando os estereótipos também.”

“Eu gosto de estar em um tempo em que as pessoas são tipo ‘olha… eu não quero colocar em você um rótulo’. É muito limitante escolher A ou B sobre o que ou quem você é – eu não acho que isso funciona desse jeito. Eu acho que quanto mais as pessoas vivem no ‘entre’, mais felizes as pessoas vão ser.”

Ele não leva muito tempo para a identificação da Miley Cyrus como pansexual – “o que quer que seja isso” – mas a conversa é feliz sobre como a sexualidade está progredindo e ele é esperançoso que eventualmente se assumir como gay não vai ser uma novidade.

Ellen Page recentemente falou sobre a obrigação moral de usar sua plataforma para aumentar a visibilidade gay, algo que ela disse que foi um fator que influenciou sua decisão de se assumir publicamente. Lambert foi o primeiro artista gay a alcançar o topo das paradas Billboard dos Estados Unidos, com seu álbum, fazendo da sua própria jornada um importante momento LGBT.

“Eu acho que quando tudo aconteceu pela primeira vez eu não percebi que seria uma grande parte da minha trajetória. Eu não sabia que seria algo que eu estava indo fazer e que ia me representar assim, então quando começou eu estava um pouco, ‘espera, o que?’ Mas eu comecei a perceber que era maior que eu de certa maneira, que eu poderia estar dando ás pessoas jovens alguma coragem – o que é emocionante!”

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: @shoshannastone e Jornal The Independent

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