Gay Express: Exclusivo: Fabuloso, Famoso e um “Queen”

Exclusivo: Fabuloso, Famoso e um “Queen”

Levi Joule da Express se sentou com a sensação do pop Adam Lambert em uma entrevista exclusiva para discutir seu novo álbum, novo look e a mudança radical natural da cena gay internacional.

Lambert exclama “Eu contribuo para o mundo com música.” Mas para nós, isso não é tudo. O que ele tem a dizer sobre a cultura LGBT também o torna um dos nossos maiores ícones gays atualmente.

Sua jornada desde aquele jovem de vinte e poucos anos no American Idol à vocalista do Queen, uma das bandas mais reconhecidas e amadas no mundo, o deu um entendimento exclusivo do que significa ser famoso e gay.

Lambert só chegou na Nova Zelândia há alguns dias após ficar uma semana na Austrália. Lá ele performou no The Voice e foi envolvido em uma pequena controvérsia gerada pela sugestão feita por Jackie O de que ele deveria namorar Ricky Martin.

Manchetes apareceram rapidamente pela mídia, com o “Daily Telegraph” dizendo “Adam Lambert detona Jackie O”, algo que Lambert nega.
“Isso foi engraçado porque não houve drama.” “Foi só um título para chamar a atenção e fazer as pessoas clicarem. Eles [a mídia] fizeram disso algo maior do que é, mas eu não me ofendi.”

Então não foi um exemplo de comparação entre a forma como artistas gays e artistas héteros são tratados na mídia?

“Tem uma parte de verdade nisso, mas eu estava me divertindo com ela. Eu não pensei duas vezes sobre isso. Algumas pessoas inventaram drama onde não havia.”

Lambert diz que as coisas mudaram drasticamente desde seus dias no American Idol para artistas gays na indústria do entretenimento. “Nós estamos progredindo, com certeza. Ser gay não é mais tabu.”

“As pessoas não ligam mais tanto para isso – eu acho que a indústria não tem mais medo disso, eles costumavam pensar que não iria vender. Agora provamos que a maior parte das pessoas que compram música pop não ligam.”

De forma mais geral, Lambert dá crédito à indústria do entretenimento pelos avanços dos direitos LGBT. “Eu acho que é bem interessante porque eu acho que a indústria do entretenimento realmente nos ajudou a ir adiante”, Lambert diz.

“Eu acho que a comunidade do entretenimento fez muito para nos fazer progredir como sociedade. Eles abriram os olhos das pessoas e contaram as histórias de sofrimento, as realidades e também mais diversidade na comunidade gay, o que ajuda as pessoas a entenderem isso melhor. Especialmente filme e televisão, há muito mais personagens gays, eles não são mais estereótipos, eles estão saindo disso. É fantástico como mexeu com a opinião pública.”

Lambert diz que a forma que os artistas gays são mostrados melhorou e que no começo só falavam sobre sua sexualidade.

“Quando tudo aconteceu no começo, eu não tinha controle. Falavam de mim antes mesmo de eu ter uma chance de responder às perguntas. Já havia a imagem de que eu era o ‘cara gay’, então quando saí do programa e fiz entrevistas, as perguntas eram só sobre isso.”

Enquanto as perguntas agora tendem a ser mais sobre sua música, Lambert diz que ele sempre será aberto sobre quem ele é quando for perguntado. “Eu não tenho vergonha, eu me assumi aos 18, eu não me importava de falar sobre isso porque sou um livro aberto e não queria que parecesse ser um segredo, então eu entrei de cabeça.”

“O que eu aprendi com o passar dos anos é que é complicado porque a mídia vai contar a história da forma que quiserem, então continua fora do seu controle de certa forma.”

O American Idol foi quase há uma vida para Adam Lambert, e quando perguntado sobre “aquelas fotos” que o mostravam beijando outro homem podem ter sido o motivo pelo qual ele perdeu, ele diz que seguiu em frente. “Eu não penso mais sobre isso, foi há seis anos. Eu sinto que ficou tudo no passado.”

Lambert é um dos poucos ex-participantes do American Idol que conseguiram fazer sucesso na indústria, algo que ele credita à sua equipe. “Eu acho que é um jogo de sorte, e ter as pessoas certas a sua volta faz uma grande diferença.”

Desde que deixou o Idol como finalista em 2009, Lambert lançou três álbuns de sucesso e recentemente terminou uma turnê com o Queen, performando como vocalista da banda – uma experiência que Lambert diz ser uma das melhores até agora. “Eles são a realeza do rock, e Freddie Mercury foi definitivamente um ídolo meu. Ele era extravagante e não ligava. Ele estava a frente de seu tempo nesse sentido. É engraçado, porque nos anos 70 e 80, muitos artistas homens eram extravagante e exagerados e isso pareceu desaparecer em 1990 e nos anos 2000, você não via mais disso. É como se tivéssemos regredido um pouco.”

Quando discutido sobre seu estilo, ele explicou que durante o Idol o gênero musical de Lambert era ditado pelos produtores do show.
“Eles diziam ‘nós queremos vê-lo fazendo rock clássico’… Eu pensei que conseguia me identificar com isso então fiz. Isso foi esse capítulo.”

“O segundo foi mais pop funk e eu experimentei com alguns outros sons. Meu visual era um pouco mais moderno e contemporâneo.”

“E agora eu estou nesse capítulo e as coisa mudaram. O exagero saiu um pouco, eu queria fazer algo mais com o coração, eu queria que meus fãs me entendessem um pouco mais sobre o que eu passei emocionalmente e onde estive. Eu queria falar sobre as coisas que notei sobre o mundo em que tenho vivido. Como a busca pela felicidade; como a achamos, como ela se manifesta, como nós nos desviamos do caminho da felicidade.”

“O álbum [The Original High] é bem contemporâneo; é pop – eu sentia como se eu estivesse usando diferentes fantasias e era divertido, mas agora prefiro visuais mais limpos. Eu estava olhando antigas fotos de Elvis e George Michael e Chris Isaac e esses looks clássicos.”

Lambert diz isso em contraste com seu estilo antigo em que ele gostava de explorar e borrar a linha de gênero. “Eu gostava de brincar com o contraste entre masculinidade e feminilidade, como Boy George, David Bowie, Marilyn Manson.”

Enquanto o visual de Lambert pode ser mais contemporâneo e progressivo, ele acredita que o papel de gênero está sendo mais questionado que nunca. “Estamos em um momento lindo agora em que estamos entendendo e explorando todos os tipos de opções diferentes e variações de gênero. Se tornou bem mais fácil. Eu não acho que é um obstáculo.” Lambert diz.

“Há uma conversa sobre estereótipos de gênero interessante agora. Eu acho que as coisas estão mudando. A pessoas estão começando a ver que essas normas são estruturadas pela sociedade. Nós crescemos condicionados a acreditar que ‘um homem é assim’, ‘é isso que uma mulher é’ e eu acho que é interessante ver que isso está sendo questionando e desafiado, e em alguns caso até rejeitado. É bom.
Eu acho que é limitante ter que escolher um nome para se definir.”

Lambert novamente nota o papel da indústria do entretenimento e diz que a mídia progrediu mostrando retratos mais realistas de diversa pessoas LGBT, algo que ele acredita que levou à mudanças positivas na comunidade gay.

“Eu acho legal que a mídia conseguiu mostrar diferentes tipos de pessoas gays. Isso permite que a próxima geração perceba que eles tem opções e que não tem que ser isso ou aquilo, ou se prender a um estereótipo para achar uma identidade”, o cantor diz.

A visão de Adam Lambert sobre ser um artista gay é única e refrescante – a entrevista poderia durar horas. Mas, infelizmente, a gravadora dá o sinal para terminarmos, mas não antes de Lambert fazer um último ponto, em que ele faz seu comentário sobre como a comunidade gay se vê agora.

“Sabe, você costumava ir à um bar gay e as pessoas diziam ‘Sou passivo’, ‘Sou ativo’ e eu tenho que agir assim e eu acho besteira, e sei que há muitas pessoas jovens que pensam ‘Não é assim que quero agir'”.

“Há muitos tons de cinza, há muitas maneiras de ser gay, lésbica, bissexual, transgênero – não é só uma coisa.”

Clique aqui para conferir mais fotos de Adam nesta entrevista.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Carolina Martins C.
Fontes: @ScorpioBert , Revista Gay Express e Adam Lambert Media

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