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09ago2015
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Same Same entrevista Adam Lambert (Austrália)
Adam Lambert: “Vamos tirar toda a besteira e deixar real” We are the champions, no time for losers,
‘Cause we are… the champions… of the world.Precisa de muita coragem para dizer estas linhas. A última vez que Adam Lambert esteve em Sydney, exatamente há um ano, ele estava substituindo Freddie Mercury, cantando ao vivo com os dois membros do Queen que ainda se apresentam, tocando para uma plateia lotada em uma turnê mundial. Até teve Lady Gaga como convidada especial no palco.
E ele arrasou, ganhando fãs com o dobro de sua idade que lembravam de quando Freddie fez isso pela primeira vez, aos 31.
Lambert tinha 30 anos quando começou a turnê com o Queen, apenas três anos após fazer sua primeira conexão com o Queen no American Idol com sua audição fantástica de “Bohemian Rhapsody”, e meses depois com “We Are The Champions” na final – com o guitarrista Brian May e o baterista Roger Taylor, ambos do Queen, com quem ele sairia em uma turnê.
A voz fantástica e o estilo extravagante de Lambert com seu toque gay o tornaram famoso no American Idol. Ele terminou em segundo lugar em 2009.
Nós devemos dizer que a parceria Queen + Adam Lambert continuará em seis datas pela América do Sul mês que vem.
Então é surpreendente que a conversa se tornou sobre vulnerabilidade e auto-questionamento quando ele conversou com a Same Same em Sydney para falar sobre “The Original High”, o novo álbum e turnê de Lambert.
Same Same: A capa do seu novo álbum não tem brilho, glitter, delineador, [Adam riu] que implica que o álbum é mais relaxado e mais pessoal.
Adam Lambert: Totalmente. Era sobre a emoção, e tinha que ser real. Eu entrei na sala com esses caras incríveis e era uma colaboração, jogando a bola de um lado para o outro. E o que foi legal foi que não havia ego. Ninguém disse “Eu estou no comando”. Eu também não. A gente seguia com quem tinha a melhor ideia. Não importava quem você era, o que você fez ou o que tem no seu currículo.E você já tem um grande currículo. Como foi o seu primeiro show com o Queen?
Olha, quando eles me ofereceram eu pensei “Claro que não posso recusar”. Mas no fundo eu tinha um medo real. As pessoas vão gostar? O que irão dizer? Os críticos? Os fãs? As pessoas vão aceitar que eu tome o lugar principal e… funcionou. E, honestamente, eu não sabia se iria. Eu fiquei aliviado. Foi como uma vitória quando todos gostaram tanto.O primeiro single do álbum, “Ghost Town”, é uma faixa dance maravilhosa, mas a letra é sombria, logo do primeiro verso: “Died last night in my dreams” [“Morri noite passada em meus sonhos”].
É um pouco sombrio e diferente, é.Um pouco? Há só um verso com algo positivo: “I’ve got a voice in my head that keeps singing” [“Eu tenho uma voz na cabeça que fica cantando”]. É o único sinal de esperança na música toda.
É, você está certo [ele ri]. Como jornalista você irá olhar as palavras, mas na música há algo mais positivo. Apesar de ser sombria e sexy, há um pouco do contrário e tem muito disso no álbum. Esse tipo de contraste e história melancólica. Há a dicotomia entre a letra e a batida. Eu amo isso.O que nos leva à “Another Lonely Night”, que é fantástica. O refrão é triunfante, legal e pateticamente triste. [sim, é! e ele riu]
Ambas as músicas entram nessa ideia de catarse. Eu meio que me conecto ao leitor que diz “Eu entendo, eu não sou o único que se sente assim!” Todos passam por isso. A música tem esse efeito nas pessoas; eu canto que estou solitário e as pessoas entendem e dizem “Eu estou solitário também! Obrigado por entender.” Essa é minha experiência quando olho para a audiência durante essa música. E o álbum tem bastante disso – a procura na vida por certas coisas. É OK não ter resposta. É OK sentir que você não encontrou o que estava procurando.Viajar pode ser solitário também, e você faz isso bastante. E você não pode viajar mais para longe do que Sydney.
Meu Deus, vocês estão do outro lado do mundo! Viajar pode ser solitário. E eu não tenho uma pessoa especial para viajar comigo dessa vez.
E eu sou humano. Sou como todo mundo, sabe. Todos querem essa pessoa. Mesmo quando você gosta de estar solteiro, o que eu tive tempo o suficiente para aproveitar, você também quer essa companhia e conforto. Dormir sozinho é bom às vezes, mas há vezes em que você só queria abraçar alguém. E eu durmo bastante sozinho, pode acreditar.A música “There I Said It” demonstra como você consegue cantar calmamente mas também como consegue fazer o contrário – sem desafinar.
Eu estou bem animado com essa música porque tecnicamente ela passa por todas as cores da voz, mas também é bem bonita. Para mim, eu canto para o público: “Mundo, o que você quer de mim?” De certa forma, sabe, você diz que quer a verdade mas não consegue aguentá-la. Você não pode ter os dois. Você quer que eu seja isso, quer que eu seja aquilo. Vamos tirar toda a besteira, a fumaça e os espelhos e deixar real. Para mim é sobre isso que a música fala. Sabe, pronto falei. Não vou me desculpar.Muitos caras sentem empatia porque ainda não se assumiram gay e tem que viver uma certa vida para deixar alguém feliz, mesmo que isso os sufoque.
Definitivamente. E esse é uma tema recorrente no álbum. Algumas outras músicas entram nisso. “Heavy Fire”, a última música, é sobre contradição. É como se eu quisesse ser bom e honesto comigo mesmo mas estou em conflito.Sendo gay e estando nos holofotes, há muita pressão para defini-lo pela sua sexualidade?
Sim, mas o que é legal de muitas músicas desse álbum é que pude fazer essa afirmações e eu tive uma plataforma incrível nos últimos seis anos, e pude fazer muitas coisas loucas. Eu pude ser ousado e exagerado em relação a isso.
E o que é legal agora é que tudo isso está na música mas não tanto quanto no passado. Eu sinto que como um artista eu pude crescer e refletir sobre onde estou agora.No palco você é ousado e destemido – muitos caras poderiam olhar para você e pensar “Meu Deus, como ele faz isso?” [Adam ri]. Você sempre foi tão confiante em sua própria pele? Quantos anos você tinha quando se assumiu gay para si mesmo?
Eu me lembro bem. Houve bastante tumulto interno. Foi assustador, e havia uma certa vergonha que eu tive que superar. Eu acho que estava na sexta série. E perceber que “Ok, eu acho que sou atraído por meninos de uma maneira que não sou por meninas.” Eu sabia o que era, mas na época eu não tinha como obter informação, exemplos, etc.As coisas mudaram muito. Eu estou animado pela próxima geração porque há muito mais possibilidades de que tipo de pessoa gay eles querem ser. Há muitos exemplos. Há muita diversidade e é visível. Muitas opções, muitas informações.
Quando eu estava na sexta série, nós mal tínhamos internet [ri]. Você não podia olhar nada, não havia informação. Agora você pode procurar qualquer coisa.
E nós temos pessoas LGBT na mídia. Isso está desafiando o conforto das pessoas e é lindo que estamos percebendo que temos que ser abertos e parar de rotular as pessoas.
E a próxima geração pode ver que eles não precisam escolher um rótulo, podem inventar o seu próprio.
E a geração antes de mim sofreu muito mais. Estamos entrando cada vez mais na mídia, e nossa cultura está se espalhando. Por um tempo a cultura lésbica e gay era um nicho desconhecido. Agora há a opção de viver uma vida bem normal.
Perdemos nosso estilo?
Alguns de nós sim! Mas a beleza desse estilo de vida que podemos viver agora compensa.
E abaixo confira uma foto do entrevistador, Ian Horner, com Adam:
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Carolina Martins C.
Fontes: @samesame, Same Same e Adam Lambert TV
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