Adam Lambert é Capa da Revista “OutBoise” de Agosto

Embora já tenhamos publicado aqui esta mesma entrevista feita por Chris Azzopardi, a mesma também foi publicada na Revista OutBoise de Agosto, tendo Adam Lambert na capa. Caso queira, poderá ler a entrevista na íntegra, clicando aqui a partir da pág. 39, e abaixo, confira a tradução novamente, seguindo outra ordem nas perguntas:

A readequação de Adam Lambert

O cantor fala sobre seu passado “estranho”, a falta de popstars LGBT e seus problemas de relacionamentos

Despojado de todo brilho, sem aquelas unhas pintadas e sem as mechas roxas no cabelo que ele ostentava em 2009 em seu álbum de estreia após o “American Idol”, “For Your Entertainment”, a capa do último álbum de Adam não é nem colorida. Seu cabelo ainda atinge as alturas assim como sua voz em “The Original High”, mas ao contrário do primeiro, é ele sem adornos.

O Glam desapareceu.

Em nossa recente entrevista, o ex-participante do Idol vem esclarecer sobre o longo período de “excesso de compensação” – sim, as roupas – o conduziu durante o último capítulo de sua vida.

As pessoas têm chamado “The Original High” de uma re-invenção. É assim que você o vê?
Adam Lambert: Não é uma coisa totalmente errada. Eu considero mais uma readequação. Eu sinto que ainda sou eu no coração disso. Ainda é minha voz, mas um pouco mais madura, e eu sinto que a moldura sonora em torno dos vocais é algo novo.

Por que ajustar seu som?
Porque eu ficar repetindo seria um sacrilégio. Eu não vou ficar repetindo. Eu queria fazer algo novo, e eu queria algo que soasse como minha vida, e esse é o tipo de música que eu escuto.

Os seus fãs famosamente apaixonados aumentam a pressão no processo criativo?
Porque meus fãs são leais e amáveis, e são tão apaixonados por todas as coisas que eu faço, eu acho que eles reconhecem quando é algo em que eu acredito, que eu acho ser emocionante, eles ficam animados também. Eu sempre penso nos fãs, mas com esse álbum, mais do que nunca, eu fiquei mais intimista e eu queria fazer uma música que tivesse minha integridade, que significasse algo pra mim.

Porque nesse ponto da sua carreira você está tentando essa coisa de se reinventar?
É o tempo. Estava na hora de fazer uma mudança, de desenvolver algo um pouco diferente. Eu passei por uma série de mudanças ano passado. Eu acabei deixando minha primeira gravadora [RCA Records], e eu tive que mudar a gestão no final do meu último álbum; era apenas a hora para algo novo. Eu tinha acabado de fazer uma turnê com o Queen, o que foi incrível pra mim e eu me senti realmente bem e me deu muita confiança e me fez não ficar tão assustado sobre tudo. Isso me deu um senso de segurança na minha carreira de uma maneira que eu não tinha antes.

O que te assustava? Você claramente nunca teve problemas em ser você mesmo.
Ao longo dos últimos cinco anos, logo depois do “Idol”, eu acho que tinha muita supercompensação de várias maneiras. Eu estava me vestindo de uma maneira bizarra, e tinha muita diversão, e era parte de quem eu sou, que queria brincar de se vestir, mas eu acho que chegou a um ponto em que eu estava me escondendo um pouco por trás daquilo tudo. Era como um mecanismo de defesa preventivo. Era como aquela criança que vai pra escola vestida no estilo gótico e não ela não tem essa coisa de mal em si, mas não quer ser importunada por ninguém. [Risos] Eu não acho que percebi isso naquele momento, mas eu posso ver agora em uma retrospectiva. Naquele tempo eu pensei “Esse é quem eu sou, isso é o que eu faço” e agora eu apenas sinto que estou em um diferente momento da minha vida. Eu cresci, evoluí e estou em um novo lugar agora, e com esse álbum – o assunto e o som – refletem isso.

Quando se trata de artistas LGBT, você realmente ajudou a abrir os caminhos. Nesse dias, o quão receptiva a indústria da música está para esses artistas gays?
Eu acho que as coisas definitivamente estão indo na direção certa; Eu apenas quero ver mais! A coisa boa de ter mais e mais artistas que se identificam como gay é que isso se torna normal e a mídia não consegue sensacionalizar sobre isso. No passado, eu acho que a mídia me pintou como alguém hipersexual e alguém que queria falar apenas sobre sua orientação sexual. Enquanto eu estava bem confortável fazendo isso, eu tinha muito mais além disso pra falar. Então, tem sido interessante. Ter mais de nós lá fora cria alguma diversidade, começa a mostrar diferentes tipos de artistas gays, então faz com que isso não seja uma grande coisa. Vai ser uma reflexão tardia. Nós estamos começando a nos mover em uma direção a uma presença pós-gay.

Ouvindo sua colaboração com Tove Lo em “Rumors” nesse álbum me fez pensar: O que você acha sobre fazer uma canção de amor com algum outro cantor gay, como Sam Smith ou Jake Shears?
É certamente possível, sim. Com “Rumors” é engraçado, você pode ouvir e pensar “Oh… é um dueto romântico”, mas antes de nós escrevermos isso, nós estávamos conversando sobre ser um artista nessa indústria e ter que manter uma vida pessoal, e como isso é um pouco complicado e como não é fácil equilibrar as duas coisas. Então, é sobre isso que estamos cantando, não significa que estamos necessariamente cantando um para o outro – apenas significa que estamos cantando sobre isso juntos. Mas é, um dueto com um cara, quem sabe, pode acontecer!

Isso deve acontecer!
Você tem que levantar essa bandeira!

Certo? Isso não é o que vem sendo dito desde o início de sua carreira?
Isso definitivamente tem sido interessante. Muito interessante. Quando eu vejo que pode ter um efeito cascata de positividade e mudança e ajudar as pessoas só porque eu me identifico com uma coisa ou outra e eu estou bem falando sobre isso, é incrível. É incrível como precisa de tão pouco pra causar um grande impacto.

O “American Idol” acaba no próximo ano. Em sua opinião, o que aconteceu com o show? Não foi visto outra Kelly, Carrie ou Adam nos últimos anos?
Eu não tenho certeza sobre isso, mas quando o show começou era uma época que a América precisava de algo assim. Quer dizer, 11 de Setembro tinha acabado de acontecer, então nosso país estava procurando algo em que acreditar. Não que o “American Idol” nos curou do 11 de Setembro sozinho, mas definitivamente refletiu o que queríamos de entretenimento naquele tempo. Ele deu às pessoas esperança, como, “ei, você pode ser o que quiser e você pode ter esse sonho e realizá-lo”, e era realmente positivo quanto a isso.

Isso também veio em um tempo que a indústria da música estava mesmo sofrendo. Quer dizer, nós tínhamos toda a coisa da pirataria acontecendo, a Internet tinha puxado o tapete das gravadoras, e eles estavam buscando por respostas. De repente, nós estávamos dando muito poder ao povo. Isso foi realmente impressionante, porque chegou a um ponto que as gravadoras puxaram as cordas e decidiram ver o que o público estava consumindo.

Mariah Carey recentemente chamou o “American Idol” de falso e fez algumas acusações sobre o show. Como um ex-participante do show, como você se sentiu sobre o que ela disse? O “American Idol” alguma vez pareceu falso pra você?
É um show de televisão. Eu não senti que era falso. Eu sabia qual era o seu conceito. Pessoalmente, se você é surpreendido pelo que o “American Idol” é, é porque você não estava prestando atenção. Não é difícil perceber no que você está se metendo. Por isso eu fiz minha audição, eu sabia no que eu estava me metendo.

Essencialmente, é uma estratégia para o competidor. É sobre o talento e ser um bom performer, mas é também sobre colocar seu pensamento nas músicas que você escolheu. Eu coloquei meu pensamento nelas, e isso é, parcialmente, o motivo de eu ter me saído bem. Escolher um gênero, uma canção que funcione para você, escolher músicas que não vão ser comparadas. Para mim, eu estava escolhendo músicas obscuras ou fazendo as músicas de uma maneira diferente.

Você era esperto nisso.
Eu sou esperto, sim! Eu tento ser esperto. E eu acho que para os jurados é um jogo diferente do que é para os competidores, obviamente, e as coisas mudaram um pouco quando eles tentaram focar mais nos jurados do que nos competidores.

Quando conversamos em 2012, você me disse que um Glambert enviou para você uma “uretha rod”. Qual a coisa mais louca que você já fez por um artista que você era fã?
Eu nunca fiz nada parecido com isso! Isso foi tão estranho quando aconteceu. Eu nem sabia o que era aquilo. Como “O que diabos é isso?” Então eu olhei e foi quando “O queeeeee?” Eu me lembro de ter tido “Isso é a coisa? Pessoas fazem isso?!” Eu tenho que dizer, eu nunca fui um fã fanático de ninguém. Eu definitivamente sou um fã. Quer dizer, meus fãs dizem às vezes “Oh… você é um fã disso ou daquilo” e só porque eu disse no Twitter “Oh… você soa bem nessa canção”, então eu acho que isso é ser um fã!

Com que frequência os Glamberts te param na rua?
Isso acontece ocasionalmente. Talvez não tanto na rua… (risos) Eu sei que é apenas uma expressão.

Sim, literalmente na rua, na frente de um carro.
(Risos) “Pare! Não!”

Eu pesquisei algumas perguntas de seus maiores fãs, então de agora em diante essas perguntas são diretas dos Glamberts. Primeiro, qual foi o maior “original high” que você já experimentou?
Estar em um palco pela primeira vez e cantar. Esse surto de adrenalina que você experimenta através dessa troca com a audiência não se compara a nada. Ela me mordeu e foi isso. Eu estava torrado.

Sobre o que você pensa quando vai dormir?
Meu cérebro é uma loucura. Eu penso muito. Eu penso sobre tudo que eu tenho que fazer no dia seguinte. Algumas vezes é difícil pra dormir por causa disso.

Se você pudesse fazer tudo novamente, como seria?
Eu realmente não tenho muitos arrependimentos, para ser honesto com você. Eu acho que pode ter tido algumas vezes que eu encontrei alguém em um bar ou um amigo me apresentou a alguém em uma festa ou jantar e eu não tive um bom jogo. Eu não consigo ser extrovertido e dizer a coisa certa, e então depois do ocorrido eu fico “porque eu simplesmente não falei com aquela pessoa? Porque eu apenas não falei o quanto eu o achei bonito?” Eu tenho que dizer, às vezes eu não tenho um flerte muito bom.

Um fã quer saber se você já se sentiu desconfortável vendo algumas coisas que são ditas sobre você por Glamberts no Twitter.
Eu não acho que desconfortável seja a palavra certa, mas eu não sou sempre o melhor em aceitar elogios. Eu sou muito duro comigo mesmo e sarcástico sobre algumas coisas, então é sempre lisonjeiro, mas faz eu me sentir como “Eh… Vamos falar sobre outra coisa”.

Qual é a primeira coisa que te atrai em um homem que você está interessado?
Charme. Eu acho que charme é uma coisa incrível, porque pode fazer você mais atrativo do que você realmente é, ou sem ele, menos atrativo do que você é. Eu acho que é algo que é desenvolvido conforme você vai ficando mais velho. Obviamente, eu tenho minha série de coisas físicas que eu gosto, mas se a pessoa é um idiota ou não tem personalidade vai tudo pela janela. Charme e personalidade são a chave.

Qual pergunta que você agradece nunca ter precisado responder?
Eu acho que eu já respondi a cada coisa que você consegue pensar!

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: Adam Lambert TV e Issuu

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