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28jun2015
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Lyndsey Parker do Yahoo! Music entrevista Adam Lambert
Lyndsey Parker do Yahoo! Music recentemente entrevistou Adam Lambert. Confira a seguir sua entrevista dividida primeiramente em um artigo textual, e depois os vídeos inteiros desta entrevista, também traduzidos.
Adam Lambert fala sobre Hollywood, Hedwig, e o alcance de um novo “High” – Yahoo! Music Adam Lambert acaba de lançar um novo álbum em uma nova gravadora, a Warner Bros. Max Martin e Shellback foram os produtores de “The Original High” e ele tem certamente experimentado alguns altos e baixos desde que competiu no American Idol seis anos atrás – até mesmo antes disso, quando ele era apenas mais um com seus vinte poucos anos tentando ter sua grande chance em Hollywood. Agora sábio com 33 anos, revelado em um reality de TV desgastante cheio de escândalos, rompeu com a RCA Records com uma incrível desenvoltura e com um álbum mais plenamente realizado até agora.
Lambert recentemente sentou-se para falar com o Yahoo! Music sobre como sua viagem tem sido estranha, mas sempre glamorosa. Todos vocês Glamberts vão querer assistir essa épica e profunda conversa que está dividida em duas partes na íntegra, abaixo tem alguns dos destaques de nossa conversa em que ele cita – a reação frustrante do público a sua sexualidade, e como a fama instantaneamente mexeu com sua cabeça, o porquê que ele recusou o papel titular na Broadway no espetáculo “Hedwig and the Angry Inch” (nós estamos ainda esperando que ele considere isso) e como ele se sente sobre o fim da era Idol.
Esse homem de fato é verdadeiramente original, divirta-se!
Lidando com toda loucura ao sair do American Idol em 2009:
Adam: “Eu acho que isso mexeu um pouco comigo, na época eu não estava super chateado nem nada, mas acho que isso distorceu um pouco das minhas decisões. Eu tive algumas poucas reações em alguns momentos. Foi um tipo de fogo alimentado por mim para provar um ponto de vista, rebelar contra alguma coisa, ou ser uma contradição, levantar-me de uma forma ou de outra. Olhando para trás em retrospecto é muito mais fácil para eu perceber isso. Olho para isso e penso ‘Oh, interessante’. Agora eu posso ver como certas entidades projetaram suas visões em mim porque eu era essa figura que surgiu em um grande show como o Idol. Era uma coisa da cultura pop. Em seguida veio o fato de ser gay que se tornou um tópico sensacionalista. Isso começou a preceder o que eu estava lá para fazer que era cantar músicas para todos. Penso que naquele tempo eu aceitei isso pois era o que eu estava transmitindo. Eu realmente não tive muita escolha. Penso que essa foi a grande curva de aprendizado que eu experimentei nos últimos seis anos: o quanto você pode controlar versus o quanto você tem que se render. É uma coisa complicada de se perceber.”
Adam: “Penso que muito do detalhamento sobre mim veio da minha sexualidade infelizmente. Vejo que isso foi a raiz de muita das fascinações e das críticas. Nunca antes até aquele ponto eu pensei realmente sobre isso ativamente. Quando eu era adolescente eu lutei com isso mas eu sai do armário com 18 anos. Naquela época eu pensava ‘oh eu estou livre, eu posso ser alguém. Eu estou completo’. Por quase 10 anos antes do Idol eu era quem eu era. Era apenas um fato da minha vida. Após sair do Idol de repente eu tive que explicar isso e qualificar. Estava a frente de tudo que eu fazia. Não foi minha escolha. Era com isso que eu estava tendo que lidar. Tinha um pouco de frustração porque de repente isso bagunçou minha mente, no senso de que eu estava a pensar sobre isso mais do que eu havia pensado em toda minha vida. Pensei demasiadamente sobre ‘Como eu estou me representando, minha sexualidade, e uma comunidade?’ Isso nunca fez parte do porquê que eu entrei para a música, música era apenas música.”
Sobre “The Original High” ser um álbum de rompimentos:
Adam: “É sombrio, mas eu não acho que necessariamente é um álbum de rompimentos, acho que pensar assim é uma forma mais fácil de classificá-lo. Eu já ouvi isso, ou li várias vezes e eu digo ‘Não, não mesmo’ É sobre relacionamentos? Sim, mas todos os tipos de relacionamentos. É uma relação com diferentes coisas sobre vida. Eu olho para ele como álbum e é como olhar para trás em meus 15 anos em LA, Hollywood. Em meus vinte anos eu passei tentando descobrir quem eu era. Meus dois últimos álbuns falaram muito sobre identidade, porque gostando ou não de repente eu era ‘o cara’. Esse álbum, eu tive um período livre antes de começar a trabalhar nele. Eu estava em um impasse criativamente e pessoalmente. Eu estava do tipo ‘Eu não sei o que eu quero agora. Eu estou em transição pessoalmente, emocionalmente, espiritualmente. Eu não sei.’ Eu olhei para trás e revivi certas coisas na minha cabeça e comecei a escrevê-las. O álbum passa por essa ideia: agora que a identidade já foi definida a busca é pela felicidade. Eu só quero ser feliz, como todos querem. Isso é algo comum. Eu olhei ao redor dos meus amigos em LA, saindo com eles, jantando, tarde da noite. Eu comecei a perguntar às pessoas ‘O que é que você quer?’ A maioria das pessoas foi do tipo ‘Eu não sei. Eu penso sobre o que eu quero agora.’ Impulsos, sabe, desejos, anseios. Penso que um monte de pessoas se mudam para essas grandes cidades como LA e Nova York e eles pensam do tipo ‘Eu quero me tornar uma estrela’ ou ‘Eu quero ser rico’ ‘Eu quero encontrar o homem ou a mulher dos meus sonhos’. Nós temos essas grandes ideias, então essa é nossa força de motivação. Estamos indo em direção a isso e às vezes você consegue aquilo que te faz feliz. Algumas pessoas nunca param de tentar alcançar isso. Alguns estão tentando alcançar e acabam indo pelo caminho errado tendo problemas. às vezes você consegue mas deixa ir ‘não era o que eu queria’.
O que ele realmente quer:
Adam: “Eu continuo tentando saber isso. Eu realmente não sei. O álbum nunca afirma a resposta. É apenas sobre a busca. Perseguição do que quer que seja no momento em que você está atrás disso. Trazendo de volta a questão do rompimento, há definitivamente momentos em que o álbum fala sobre a busca após o amor, ou sexo, ou poder, ou riqueza, ou sucesso, ou felicidade, ou o que você quiser chamar isso. Existem diferentes coisas que nos fazem nos sentir feliz, sexy, ou vivo. É tudo sobre isso. Na verdade se você puder olhar para as letras de grande parte das músicas você verá que elas podem ser interpretadas de maneiras diferentes ou propósitos… Mas eu me sinto bem. Eu botei muita energia e prioridade em minha carreira, enquanto eu estiver ativo nisso eu estarei muito satisfeito.”
Suas memórias ao se mudar pela primeira vez para L.A.:
Adam: “Eu estava tentando entender… Acho que eu tinha 19? Eu apenas estava em busca de uma experiência… Eu continuei fazendo testes para musicais em L.A, o que é um tipo de paradoxo, pois não há muitos musicais de teatro lá. Eu estava tentando começar minha carreira, eu continuei em L.A e me adaptei a isso. Eu amo a vida noturna, eu amo sair, eu amo me socializar nas noites, em multidões em festas. Por um tempo em L.A eu era o tipo “filho dos clubes”. Eu podia usar roupas estranhas e ir ao Ms Kitty’s e todos esse lugares loucos, eu amava isso. Amava a fantasia disso: Drag Strip, Club Makeup, todos esses clubes, eu adorei. Era muito a livre, a fantasia sobre isso. Então eu acho que [a faixa-título do novo álbum] ‘The Original High’ é como uma retrospectiva disso. Eu ainda me lembro de estar no Hyde quando lá era como o lugar para se estar. Eu me lembro, eu tinha uns 25 anos na época, eu comecei a ficar encantado com a ideia de fama de estar na lista. Na época aquilo significou muito para mim, era um tipo de validação: ‘Oh, eu estou tentando entrar nesse lugar, não posso entrar no clube. Quem você conhece? Como conseguimos entrar? Sabe conhecemos essa pessoa, agora sou amigo dessa pessoa, consigo entrar naquele clube.’ Era como a mentalidade de ensino médio para mim. Eu acho que é o tipo de como isso é. É tudo tão envolvido com a fama e essa coisa de celebridade em L.A. Eu definitivamente fui seduzido por isso e pela ideia do que isso era. Agora é estranho estar no outro lado e colocar tudo isso em perspectiva. Vejo essa ideia em outras pessoas e eu fico: ‘oh eu me lembro disso. Eu me lembro de estar nesse lado das coisas, e como é sentir esse desespero.’ Olhando para atrás agora vejo isso mais claramente. ‘The Original High’ é certamente a música que volta nesse tempo.
O álbum de covers dos anos 80 que a RCA queria que ele gravasse:
Adam: “Isso é muito engraçado, porque eu nunca me considerei alguém que fosse expert em músicas dos anos 80. Penso que algumas pessoas me veem assim, acho que devido meu estilo e a abordagem de certos vocais que as pessoas pensam: ‘oh anos 80’. Se eu estou ouvindo algum rock antigo, eu estarei ouvindo mais dos anos setenta, talvez alguns do início dos anos 80, mas não anos 80 exatamente. Simplesmente não refletia em mim o desejo de fazer covers new wave de músicas. Eu já tive meu começo fazendo [covers no American Idol]. E sabendo que eu iria estar em turnê com Queen, cantando seu catálogo vasto de canções, eu senti que parte da minha carreira está se desenvolvendo em cima de músicas já conhecidas e outra minha própria música, era isso que eu queria fazer.”
Sair da RCA Records:
Adam: “Eu penso que uma das coisas que eu percebi após [segundo álbum] ‘Trespassing’ foi que eu estava um pouco desapontado com a vida comercial dele. Eu esperava que ele tivesse mais vida. Eu estava em uma situação ruim, eu pensava ‘Bem, o que eu faço?’ Eu estava ainda decidindo se faria o álbum ou não. O que eu percebi foi… não sei como isso chegou à minha cabeça, ‘Você tem que deixar esse medo ir embora daqui. Você sabe que sempre ira trabalhar’. Eu tive uma conversa com um amigo (a) próxima que me abalou e foi do tipo: ‘você sempre terá trabalho, você não passará fome, você será capaz de colocar comida na sua mesa, você tem talento que pode te colocar em uma série de coisas diferentes. Basta relaxar e ir por isso.’ Foi tão simples essa ideia de não colocar muita pressão em tudo e não ser tão duro comigo mesmo, fiquei muito mais relaxado.”
Sobre trabalhar novamente em teatro musical:
Adam: “Houve algumas ofertas, mas acho que por agora… eu sinto que isso foi outro capítulo da minha vida, que foi cheio disso, foi tudo sobre musicais. Penso que é uma incrível forma de arte. Tenho muitos amigos em musicais, tenho amigos que fiz quando estava em ‘Wicked’ que continuam sendo meus melhores amigos. Por agora eu quero focar em minha carreira na indústria da música. Se a coisa certa vier no tempo certo irei considerar. [Hedwig and the Angry Inch] já me ofereceu eu disse: ‘Estou trabalhando em meu álbum agora.’ Há algo muito empolgante em ser eu mesmo… eu comecei a sentir que não se tem muita liberdade no teatro para mim. Eu gosto de ser capaz de ir de improviso e de forma livre.”
American Idol chegando ao fim:
Adam: “Eu acho que quando o Idol surgiu, foi um momento que precisávamos daquilo de alguma forma. O 11 de setembro tinha acabado de acontecer e o país precisava de alguma coisa para acreditar. A indústria musical estava em um péssimo lugar. Precisava de uma energia nova. O Idol deu poder para as pessoas, deixava-as escolherem quem eles gostavam e para quem votariam. Nos últimos anos vacilou um pouco em sua eficácia. Penso que se você olhar para algo como o YouTube, há muitas estrelas que se lançaram dessa forma. Eu acho que é isso que está por vir.”
Primeiramente comentam sobre o lançamento de “The Orginal High”. Lyndsey parabeniza Adam pelo excelente trabalho nesse álbum e questiona se Adam se sente aliviado com o lançamento de seu álbum, Adam diz: “Sim, me sinto aliviado, demorou um tempo para lançá-lo, finalizar tudo. Mesmo após o material estar finalizado é necessário ver o monte de outras coisas sobre o lado dos negócios para que tudo fique organizado.”
Lyndsey comenta então sobre o título do álbum que ela achou muito interessante tanto a faixa-título e sua letra quanto à escolha do título e de como essa canção remete a voltar no tempo, entretanto ela afirma achar esse álbum mais moderno que os demais ressaltando “Trespassing” onde ela viu muitas influências dos anos 80 e 70 uma vibe disco, questionando Adam se isso foi intencional sair desse estilo anos 80, Adam responde: “Acho que era a hora de manter as coisas mais limpas, digo, tem um pouco de referência dos anos 90, mas o que acho diferente é que esse house dos anos 90 é algo que está vivo agora, não sou eu dizendo: ‘Hey, eu vou agora por esse caminho’. Sim é algo mais atual. E eu queria fazer algo que fosse mais real, que aproximasse da minha vida ‘real’ o que eu escuto geralmente”.
Lyndsey fala sobre como as pessoas devem ter criado expectativas de que esse álbum fosse mais Rock já que Adam estaria com Queen, só que, no entanto é o álbum menos rock dele até agora. Adam então comenta que foi ótimo ter Brian May colaborando no álbum e de como ele arrebenta nos solos de guitarra. Falando sobre estar na música pop Adam diz que é algo que as massas amam e que ele queria equilibrar entre o tipo de música que ele gosta ao que as pessoas estão a ouvir.
Lyndsey volta ao assunto de que se Adam queria se afastar do estilo dos anos 80 devido tudo que sucedeu para ele sair da RCA já que eles queriam que Adam fizesse um álbum de covers dos anos 80. Adam diz “Isso é muito engraçado, porque eu nunca me considerei alguém que fosse expert em músicas dos anos 80. Penso que algumas pessoas me veem assim, acho que devido meu estilo e a abordagem de certos vocais que as pessoas pensam: ‘oh anos 80’. Se eu estou ouvindo algum rock antigo, eu estarei ouvindo mais dos anos setenta, talvez alguns do início dos anos oitenta, mas não anos 80 exatamente.” Adam cita George Michael e diz que gosta dos momentos anos 80 que ele teve, então Lyndsey comenta que Adam poderia arrasar no look George Michael atualmente, Adam agradece. Adam acrescenta que os anos 70 e 90 combinam mais com ele e sobre o álbum de covers ele adiciona que não se sentiu na vontade de fazer um álbum de covers new wave. Lyndsey diz que não faz sentido isso já que ele começou sua carreira em um programa (American Idol) onde fazia covers e que não havia razão para ele voltar a fazer isso novamente. Adam concorda e diz que sim ele começou assim, então não tinha porque voltar, continua dizendo que ele sabia que já estaria com Queen que basicamente é um trabalho de covers do incrível catálogo musical da banda e que ele queria desenvolver sua própria música.
A entrevista segue adiante e questionado sobre “The Original High” ser um álbum de ruptura já que está em uma nova gravadora e sobre a saída da RCA. Adam responde: “Sim eu estava realmente preocupado. Quando eu estava saindo eu pensei ‘Isso está realmente acontecendo, estou saindo da RCA?’ Eles são uma gravadora incrível, poderosa, fizemos um bom trabalho juntos. Se eu dissesse sim eu ainda teria uma gravadora, mas eu não poderia fazer isso. Sim acho que há um pouco de ruptura nisso sim. Eu penso que uma das coisas que eu percebi após ‘Trespassing’ foi que eu estava um pouco desapontado com a vida comercial dele. Eu esperava que ele tivesse mais vida. Eu estava em uma situação ruim, eu pensava ‘Bem, o que eu faço?’ Eu estava ainda decidindo se faria o álbum ou não. O que eu percebi foi… não sei como isso chegou à minha cabeça, ‘Você tem que deixar esse medo ir embora daqui. Você sabe que sempre irá trabalhar’. Eu tive uma conversa com um amigo (a) próxima que me abalou e foi do tipo: ‘você sempre terá trabalho, você não passará fome, você será capaz de colocar comida na sua mesa, você tem talento que pode te colocar em uma série de coisas diferentes. Basta relaxar e ir por isso.’ Foi tão simples essa ideia de não colocar muita pressão em tudo e não ser tão duro comigo mesmo, fiquei muito mais relaxado. Está ótimo. Estou um pouco cansado por estar fazendo a promoção do álbum, pois estou ficando velho e tenho que dormir mais”. Lyndsey diz que ele realmente parece mais relaxado, com seu traje de verão, Adam ressalta sua sandália de verão.
Sobre a indústria musical Adam diz: “É um negocio duro. Para mim a coisa mais difícil de entender foi o ramo dos negócios que envolvem isso, eu olhava para essa indústria mais como um fã, do lado de fora ‘ok, isso faz-se assim’ mas teve muitas coisas que eu percebi, após entrar nisso. ‘oh é assim que isso funciona’. É um curso intensivo, digo, demora um pouco para você aplicar o que aprendeu, e saber ‘oh ok, agora eu sei onde quero chegar com meu trabalho’. Eu penso, demorou seis anos para eu estar onde estou agora, vejo que esse álbum está onde deve estar, tudo que poderia ter sido feito foi, todas as decisões foram tomadas cautelosamente nesse álbum, tudo foi sendo acertado, entendido.”
Questionado se ele se arrepende de alguma decisão do passado de como gerenciou sua carreira, Adam diz: “Não muito arrependimento, digo, eu tenho muito orgulho do trabalho que fiz, gosto da música que eu criei, eu sinto que você vive e aprende. Tudo está sendo colocado, digo, eu não seria o que eu sou hoje se eu não tivesse feito o que fiz… se isso faz sentido.”
Sobre toda loucura do anonimato a fama repentina ao sair do American Idol e de como isso mexeu com sua cabeça Adam responde: “Eu acho que isso mexeu um pouco comigo, na época eu não estava super chateado nem nada, mas acho que isso distorceu um pouco das minhas decisões. Eu tive algumas poucas reações em alguns momentos. Foi um tipo de fogo alimentado por mim para provar um ponto de vista, rebelar contra alguma coisa, ou ser uma contradição, levantar-me de uma forma ou de outra. Olhando para trás em retrospecto é muito mais fácil para eu perceber isso. Olho para isso e penso ‘Oh, interessante’. Agora eu posso ver como certas entidades projetaram suas visões em mim porque eu era essa figura que surgiu em um grande show como o Idol. Era uma coisa da cultura pop. Em seguida veio o fato de ser gay que se tornou um tópico sensacionalista. Isso começou a preceder o que eu estava lá para fazer que era cantar musicas para todos. Penso que naquele tempo eu aceitei isso pois era o que eu estava transmitindo. Eu realmente não tive muita escolha. Penso que essa foi a grande curva de aprendizado que eu experimentei nos últimos seis anos: o quanto você pode controlar versus o quanto você tem que se render. É uma coisa complicada de se perceber.”
Sobre o fato de ser gay preceder o que ele faz, Lyndsey vê que já houve uma melhora disso, de modo que isso não está precedendo tanto como antes, Adam diz: “Penso que muito do detalhamento sobre mim veio da minha sexualidade infelizmente. Vejo que isso foi a raiz de muita das fascinações e das críticas. Nunca antes até aquele ponto eu pensei realmente sobre isso ativamente. Quando eu era adolescente eu lutei com isso, mas eu saí do armário com 18 anos. Naquela época eu pensava ‘oh eu estou livre, eu posso ser alguém. Eu estou completo’. Por quase 10 anos antes do Idol eu era quem eu era. Era apenas um fato da minha vida. Após sair do Idol de repente eu tive que explicar isso e qualificar. Estava a frente de tudo que eu fazia. Não foi minha escolha. Era com isso que eu estava tendo que lidar. Tinha um pouco de frustração porque de repente isso bagunçou minha mente, no senso de que eu estava a pensar sobre isso mais do que eu havia pensado em toda minha vida. Pensei demasiadamente sobre ‘Como eu estou me representando, minha sexualidade, e uma comunidade?’ Isso nunca fez parte do porquê que eu entrei para a música, música era apenas música.”
Lyndsey questiona o que Adam sente em relação a fazer ótimas músicas e a imprensa falar mais sobre sua vida pessoal do que de seus álbuns. Adam diz: “O que eu acho muito empolgante é o fato do material ter muita coisa que pode ser feita, como estávamos falando, organizar tudo, fazer tudo corretamente, planejar o lançamento do álbum, o que eu acho interessante é que a música desse álbum eu considero muito forte, penso que as pessoas estão amando, fizermos tudo para que a conversa agora fosse direcionada para a música e eu tenho visto muita coisa e é empolgante, pois as pessoas estão falando de música, mas claro que a mídia quer falar sobre o fato que eu seja gay, mas é legal, eu não tenho nenhuma vergonha, eu não me importo, está tudo bem. Mas explicar às pessoas os básicos, você sabe, eu penso ‘por que eu tenho que fazer isso? É interessante’.”
Lyndsey questiona se “The Original High” é um álbum sobre rompimentos, pois acha que essa ideia fica clara em cinco ou seis músicas. Adam diz: “É sombrio, mas eu não acho que necessariamente é um álbum de rompimentos, acho que pensar assim é uma forma mais fácil de classificá-lo. Eu já ouvi isso, ou li várias vezes e eu digo ‘Não, não mesmo’ É sobre relacionamentos? Sim, mas todos os tipos de relacionamentos. É uma relação com diferentes coisas sobre a vida. Eu olho para ele como álbum e é como olhar para trás em meus 15 anos em L.A., Hollywood. Em meus vinte anos eu passei tentando descobrir quem eu era. Meus dois últimos álbuns falaram muito sobre identidade, porque gostando ou não de repente eu era ‘o cara’. Esse álbum, eu tive um período livre antes de começar a trabalhar nele. Eu estava em um impasse criativamente e pessoalmente. Eu estava do tipo ‘Eu não sei o que eu quero agora. Eu estou em transição pessoalmente, emocionalmente, espiritualmente. Eu não sei.’ Eu olhei para trás e revivi certas coisas na minha cabeça e comecei a escrevê-las. O álbum passa por essa ideia: agora que a identidade já foi definida a busca é pela felicidade. Eu só quero ser feliz, como todos querem. Isso é algo comum. Eu olhei ao redor dos meus amigos em L.A., saindo com eles, jantando, tarde da noite. Eu comecei a perguntar as pessoas ‘O que é que você quer?’ A maioria das pessoas foi do tipo ‘Eu não sei. Eu penso sobre o que eu quero agora.’ Impulsos, sabe, desejos, anseios. Penso que um monte de pessoas se mudam para essas grandes cidades como L.A. e Nova York e eles pensam do tipo ‘Eu quero me tornar uma estrela’ ou ‘Eu quero ser rico’ ‘Eu quero encontrar o homem ou a mulher dos meus sonhos’. Nós temos essas grandes ideias, então essa é nossa força de motivação. Estamos indo em direção a isso e às vezes você consegue aquilo que te faz feliz. Algumas pessoas nunca param de tentar alcançar isso. Alguns estão tentando alcançar e acabam indo pelo caminho errado tendo problemas. Por vezes você consegue mas deixa ir ‘não era o que eu queria’.”
Questionado sobre o que ele realmente quer, Adam diz: “Eu continuo tentando saber isso. Eu realmente não sei. O álbum nunca afirma a resposta. É apenas sobre a busca. Perseguição do que quer que seja no momento em que você está atrás disso. Trazendo de volta a questão do rompimento, há definitivamente momentos em que o álbum fala sobre a busca após o amor, ou sexo, ou poder, ou riqueza, ou sucesso, ou felicidade, ou o que você quiser chamar isso. Existem diferentes coisas que nos fazem nos sentir feliz, sexy, ou vivo. É tudo sobre isso. Na verdade se você puder olhar para as letras de grande parte das músicas você verá que elas podem ser interpretadas de maneiras diferentes ou propósitos… Mas eu me sinto bem. Eu botei muita energia e prioridade em minha carreira, enquanto eu estiver ativo nisso eu estarei muito satisfeito.”
Fazendo uma relação com a faixa-ítulo “The Original High” Lyndsey questiona como são as lembranças de quando Adam se mudou para Los Angeles para perseguir seu sonho, Adam responde: “Quando eu era adolescente, antes de me mudar eu decidi que queria estar na Broadway, isso seria minha vida. Eu decidi com 12 anos que era isso que eu queria. Eu sempre andava em direção a isso, quando eu terminei o ensino médio eu comecei a faculdade em Orange County e só fiquei 4 ou 5 semanas, pois eu estava fazendo um musical, e eu não me dava bem com isso de sala de aula, não funcionava para mim. Eu decidi trabalhar e não ficar estudando. Me mudei para L.A. 5 ou 6 meses depois. Me mudei para um apartamento terrível em North Hollywood, muitas baratas, caindo ao pedaços, agora North Hollywood está ótimo, reformaram tudo, renovaram o bairro.” Lyndsey acrescenta que provavelmente não era o Glamour que ele achava que seria, Adam diz: “Eu estava tentando entender… Acho que eu tinha 19? Eu trabalhava para pagar o aluguel, eu consegui um show em um cruzeiro por um ano e aí eu voltei por um pouco tempo. Eu continuei fazendo testes para musicais em L.A., o que é um tipo de paradoxo, pois não há muitas oportunidades. Eu apenas estava em busca de uma experiência. Eu olho para trás e acho interessante eu não ter me mudado para Nova York onde teria muito mais oportunidade, porém eu achava muito intimidante, a concorrência seria maior e é uma cidade cara. Então eu continuei trabalhando em L.A. Qual era mesmo a pergunta?” Lyndsey retoma a pergunta que era sobre as lembranças de L.A. fazendo associação com a letra de “The Original High” que diz: “remember back in Hollywood” e de como Adam deve ter boas memórias dessa época, Adam diz: “Ok, eu estava tentando começar minha carreira, eu apenas continuei em L.A. e me adaptei a isso. Eu amo a vida noturna, eu amo sair, eu amo me socializar nas noites, em multidões em festas. Por um tempo em L.A. eu era o tipo filho dos clubes’ eu podia usar roupas estranhas e ir ao Ms Kitty’s e todos esse lugares loucos, eu amava isso. Amava a fantasia disso, Drag Strip, Club Makeup, todos esses clubes, eu adorava. Era muito livre a fantasia sobre isso. Então eu acho que ‘The Original High’ é como uma retrospectiva disso. Eu ainda me lembro de estar no Hyde quando lá era como o lugar para se estar. Eu me lembro, eu tinha uns 25 anos na época, eu comecei a ficar encantado com a ideia de fama, de estar na lista. Na época aquilo significou muito para mim, era um tipo de validação: ‘Oh, eu estou tentando entrar nesse lugar, não posso entrar no clube. Quem você conhece? Como conseguimos entrar? Sabe conhecemos essa pessoa, agora sou amigo dessa pessoa, consigo entrar naquele clube.’ Era como a mentalidade de ensino médio para mim. Eu acho que é o tipo de como isso é. É tudo tão envolvido com a fama e essa coisa de celebridade em L.A. Eu definitivamente fui seduzido por isso e pela ideia do que isso era. Agora é estranho estar no outro lado e colocar tudo isso em perspectiva. Vejo essa ideia em outras pessoas e eu fico: ‘oh eu me lembro disso. Eu me lembro de estar nesse lado das coisas, e como é sentir esse desespero’. Olhando para atrás agora vejo isso mais claramente. ‘The Original High’ é certamente a música que volta nesse tempo.”
Lyndsey pergunta qual foi o primeiro álbum que Adam comprou com seu próprio dinheiro, Adam respondeu que não lembrava exatamente qual, mas lembrava dos primeiros CDs que teve que eram: Mariah Carey – “Emotions”, Pearl Jam, Wilson Philips, Paula Abdul e Michael Jackson. Sobre qual foi o primeiro show que ele foi Adam responde: “‘Paula Abdul – ‘Under My Spell’”. Lyndsey questiona se ela sabe disso e Adam diz que sim contou para ela.
A entrevista segue para como Adam descobriu que queria fazer teatro, cantar, Adam responde: “Acho que foi quando entrei para o teatro, digo, meus pais queriam que eu fizesse alguma atividade, pois eu tinha muita energia, eles pensaram: ‘precisamos colocar Adam em alguma coisa’ primeiro foi os esportes, não deu muito certo. Então eles me colocaram em um grupo de teatro em San Diego e eu amei, não conseguia me cansar daquilo. Eu pensava: ‘ok acho que achei algo aqui que me interessa’”.
Lyndsey questiona se Adam não teria vontade de fazer mais alguma coisa relacionada ao teatro e música como a Broadway por exemplo. Adam responde: “Houve algumas ofertas, mas acho que por agora… eu sinto que isso foi outro capítulo da minha vida, que foi cheio disso, foi tudo sobre musicais. Penso que é uma incrível forma de arte. Tenho muitos amigos em musicais, tenho amigos que fiz quando estava em ‘Wicked’ que continuam sendo meus melhores amigos. Por agora eu quero focar em minha carreira na indústria da música. Se a coisa certa vier no tempo certo irei considerar. ‘Hedwig and the Angry Inch’ já me ofereceu eu disse: ‘Estou trabalhando em meu álbum agora.’ Há algo muito empolgante em ser eu mesmo, penso que isso faz parte da transição. Uma das coisas que eu senti ao fazer ‘Wicked’, primeiramente eles são um ótimo show, uma incrível peça de musical, uma ótima companhia, pessoas realmente talentosas, eu não estava tendo satisfação criativa nisso, sabe a minha vida toda eu fui nessa direção de querer fazer teatro e quando eu entrei em ‘Wicked’, sabe em L.A. as peças duram 3, 4 semanas porque é L.A. Mesmo quando eu era criança, e estava no ensino médio elas eram muito pequenas então eu sempre estava empolgado porque sempre seria diferente, mas quando você entra em algo que você faz por 6 meses a mesma coisa você se cansa e eu comecei a sentir que não se tem muita liberdade no teatro para mim. Eu gosto de ser capaz de ir de improviso e de forma livre. É isso que eu mais gosto de fazer para a audiência, você tem um roteiro, mas é flexível. E estar em ‘Wicked’ era ótimo, porém tudo é seguido na risca, isso você veste, você fala isso, canta assim, sabe eu senti que não estava colaborando, estava sendo mandado a fazer as coisas e eu odeio isso.”
Questionado sobre o que artistas como ele que poderiam ter a chance de se destacar em um programa de televisão como o Idol da mesma forma que sucedeu em sua carreira fará agora que o American Idol vai acabar, Adam diz: “YouTube! Eu acho que quando o Idol surgiu, foi um momento que precisávamos daquilo de alguma forma. O 11 de setembro tinha acabado de acontecer e o país precisava de alguma coisa para acreditar. A indústria musical estava em um péssimo lugar. Precisava de uma energia nova. O Idol deu poder para as pessoas, deixava-as escolherem quem eles gostavam e para quem votariam. Nos últimos anos vacilou um pouco em sua eficácia. Penso que se você olhar para algo como o YouTube, há muitas estrelas que se lançaram dessa forma. Eu acho que é isso que está por vir.”
Lyndsey termina a entrevista dizendo que ela se sente muito feliz que Adam tenha aparecido no American Idol podendo dessa forma acompanhar essa excelente carreira dele, Adam agradece. Ela finaliza dizendo que foi um prazer recebê-lo para uma conversa e Adam diz que foi ótimo falar com ela também.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gabriela Macieira
Fonte: Yahoo! Music
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