London Evening Standard: Adam Lambert: “Freddie Mercury é um semideus”

Entrevista Adam Lambert: Freddie Mercury é um semideus

O cantor fala sobre estar à frente do Queen, Caitlyn Jenner e seu novo álbum “The Original High”

Aqui temos One Direction e Olly Murs, mas nos Estados Unidos é Adam Lambert quem prova que a melhor coisa que se pode fazer em um show de talentos na TV é perder para ganhar.

Ele com 33 anos agora, vindo de San Diego cresceu extraordinariamente desde que saiu de cena no teatro musical em LA e adentrou na sala de audição do American Idol em 2009, cantando os primeiros compassos de “Bohemian Rhapsody”. O caracteristicamente cético Simon Cowell o achou muito “teatral”.

Avançando para o Ano Novo de 2014 ele estava se apresentando ao vivo no concerto da BBC substituindo Freddie na atual encarnação do Queen, fazendo um ótimo trabalho também. “Estar no palco e cantar essas músicas icônicas para fãs devotos, eu não sabia se o feedback seria positivo mas foi”, ele me disse.

Primeiro ele cantou com Brian May e Roger Taylor no MTV Music Awards em 2011, substituindo a vaga de Paul Rodgers. Foi um trabalho muito ocasional que se desenvolveu em uma turnê recebida entusiasticamente ano passado. “Obviamente comparações existem, no entanto eu não posso me comparar a Freddie, ele é um semideus, a galera estava ‘Hey, você pode fazer isso, nós temos confiança em você’ e eu questionava ‘Vocês têm certeza?’ Mas eu tinha algumas coisas em comum com Freddie como artista e como pessoa, houve um pouco de parentesco lá”.

Ele certamente é uma pessoa extrovertida e um showman 24 horas por dia na veia Mercury. Cumprimentando-me calorosamente, em um terno de um azul elétrico, sapatos chamativos sem meias, com um cabelo que parece um arranha-céu e sobrancelhas que poderiam lançar suas próprias carreiras solo. Ele tem uma voz que pode fazer acrobacias também, do Wild Rock para um falseto cintilante. Ele está vestido deslumbrantemente como estamos em um camarim de TV, onde ele está prestes a festejar no Alan Carr Chat Show (Chatty Man), mas eu tive a impressão que ele não é tipo de cara que usa moletons.

No momento, caminhando sem Queen ele vem com seu terceiro álbum solo que sai na próxima semana que deveria dar a ele um hit no Reino Unido, o que ele não tem conseguido. O primeiro single “Ghost Town” é uma canção como nenhuma outra na tendência pop do momento, começando com uma batida de uma balada rock até bruscamente mudar para um cru synthpop [ver nota] e assovios de filmes de faroestes europeus. “Isso definitivamente chama atenção das pessoas. Foi por isso que peguei essa como single. O elemento surpresa nela é muito bom”.

Ele deveria despertar a devida atenção agora que está de volta a música, já que sua carreira microscopicamente tem sido caracterizada pelo interesse em sua vida pessoal. Quando havia acabado de terminar o Idol em segundo lugar perdendo para Kris Allen (Quem exatamente?) logo após o surgimento de uma foto dele beijando um homem, ele se encontrou tendo que se assumir em revistas e TV apesar de já ser assumido gay desde seus 18 anos.

“Foi muito estranho, pois eu já tinha me assumido. Na minha adolescência eu tive minhas lutas em relação a isso, mas eu me assumi, me mudei para LA e vivi minha vida lá por oito anos antes de fazer o Idol.” Ele disse “Eu não pensei em qualificar minha sexualidade, eu nunca tive que fazer isso no mundo do teatro em LA – eu simplesmente era. Mas de repente eu estava tendo que explicar as coisas.”

Em 2012 com seu segundo álbum “Trespassing”, Lambert se tornou o primeiro músico abertamente gay a ter um álbum no primeiro lugar na parada Billboard – um fato que ele acha uma surpresa como eu também – Como demorou tanto tempo? O Pop é quase um futebol profissional. “Isso foi uma loucura, eu não acreditei nisso. A mídia ficou muito empolgada por ter uma figura pública gay sem arrependimentos sobre isso. Foi um tempo que tinha muita coisa acontecendo envolvendo os direitos gays e simplesmente isso se alinhou com tudo que estava havendo. Fiquei grato mesmo não tendo chegado lá por causa dessa razão. Eu me senti como se eu pudesse fazer algum bem, confortável como um porta-voz”.

Isso parece um progresso bem vindo para a aceitação. Apenas três anos atrás ele havia beijado seu baixista durante uma performance no popular American Music Awards, sendo descartado no popular programa da manhã “Good Morning America” no dia seguinte a apresentação.
Discutindo sobre sua apresentação na CBS o show mostrou uma foto do beijo de Madonna e Britney Spears no MTV VMAs seis anos antes e em seguida a foto de Lambert e seu baixista, porém censuraram suas bocas.

“Eu fui… Umm, ‘Você viu o que acabou de fazer? Você apenas provou meu ponto de vista de que há um duplo padrão. Que mensagem você quer transmitir com isso?’ Muitos desses sensacionalismos transformam isso em algo maior do que realmente é e assim afastam as pessoas que normalmente não dariam a mínima de qualquer maneira.”

Agora a conversa seguiu em frente até Caitlyn Jenner (“É incrível, não é? As pessoas têm medo do que elas não conhecem, esse efeito desse agito poderia tirar um pouco do mistério e medo da comunidade trans”) e Lambert é livre para focar em suas novas músicas fantásticas.

Foi uma luta para fazer “The Original High”. Sua gravadora queria que ele fizesse um álbum de covers, então ele a deixou e foi para a Suécia para encontrar os fazedores de hits Max Martin e Shellback (compositores de “Shake It Off”, “Dark Horse”, e outras) eles concordaram em supervisionar um álbum inteiro com canções originais, um novo negócio, que depois viria a ter a etiqueta da Warner Bros.

“Foi exatamente o que eu precisava para que isso acontecesse”. Ele disse “Eu estava apavorado. Pensei, eu estou-me ‘ferrando’ em deixá-la? Estaria perdendo uma boa oportunidade? Mas eu precisava fazer o que era certo para mim.”

Ele voltou com um álbum corajoso de um pop nervoso, cheio de sons surpreendentes, mas nunca restrito as grandes melodias. Não tem nenhum clássico rock, o que tem sido esperado dele desde a passagem pelo Queen, embora Brian May apareça na deliciosa estranha “Lucy”. “Eu amo música rock, mas a maioria das músicas rock que gosto é do passado. Eu não tenho reagido ao rock no que eu tenho ouvido atualmente”. Ele elogia os grupos de música dance britânicos, Disclosure, Gorgon City e principalmente Years & Years.

Então agora ele está olhando para frente, não mais prestando homenagem a um superstar do passado, porém mais do que pronto para ser um em seu próprio direito. Como ele se dirige novamente para enfrentar as câmeras, Adam está definitivamente pronto para seu close.

NOTA: Synthpop (também chamado de tecnopop, e erroneamente chamado de eletropop) é um estilo de música em que os teclados e sintetizadores são os instrumentos musicais dominantes. É considerado por muitos como a junção máxima da música eletrônica com o rock e o pop, pois difere dos outros grupos de música eletrônica. (Wikipédia)

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gabriela Macieira
Fontes: @JuneauXena e London Evening Standard

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