Revista Coup De Main da Austrália entrevista Adam Lambert

Entrevista: Adam Lambert sobre seu novo álbum, “The Original High”, e trabalhar com Tove Lo

É difícil de acreditar que fazem seis anos desde que Adam Lambert apareceu na oitava temporada do American Idol. E apesar de terminar em segundo lugar, Adam construiu uma carreira imensamente bem sucedida para ele, incluindo alguns hits e a recente turnê mundial “Queen + Adam Lambert”. É seguro dizer que o Adam vai bem e é uma verdadeira sensação pop internacional.

“The Original High” (lançado dia 12 de Junho na Nova Zelândia) marca uma nova era de crescimento pessoal do Adam, deixando para trás toda a teatralidade “diva” em favor de um som mais verdadeiro e emocionalmente maduro. Coup De Main conversou com Adam Lambert sobre a sua mudança de estilo, colaborar com Brian May do Queen e trabalhar com Tove Lo no álbum…

“Eu queria baixar a guarda um pouco mais. Eu queria estar vulnerável. Eu queria mostrar um pouco do meu coração. Eu acredito que esse também é o motivo de parte da teatralidade não estar presente no álbum. Ela é muito divertida e real, mas eu não sei se tem tanto coração assim. E é meio que isso que eu queria explorar: autenticidade, honestidade e emoções reais, que refletem as coisas pelas quais eu já passei em minha vida.”

COUP DE MAIN: Uma das nossas letras favoritas do álbum é o verso de “Ghost Town” que diz: “Eu tentei acreditar em Deus e James Dean, mas Hollywood estava esgotada’ [I tried to believe in God and James Dean but Hollywood sold out]. Você tem estado na indústria por algum tempo, mas você aparentemente se manteve verdadeiro. Como você evita se vender em Hollywood?
ADAM LAMBERT: Eu amo esse verso! Eu acho que mantendo as pessoas certas por perto, como os amigos na cidade que eu conheço há dez anos ou mais. Eu acho que isso me ajuda bastante porque mantém as perspectivas das coisas. Obviamente que celebridade, fama e sucesso são tudo que muitos artistas estão tentando conseguir por aí, mas uma vez que você consegue isso, você percebe que nem sempre é o que você esperou que fosse. Tem um outro lado para isso. Eu acredito que eu vi os dois lados. Tanto o bom quanto o ruim – e o meio termo também. E é disso que esse verso fala: sobre suas crenças e sua fé em certas coisas sendo desafiadas e questionadas e sobre onde isso te leva. Você constrói muito da sua personalidade baseada nessas crenças e quando elas são postas em xeque, você começa a se perguntar “eu estou perdido, o que faço agora?”

CDM: Essa é uma mensagem um tanto mordaz que surge em várias músicas do álbum.
ADAM: Definitivamente essa é uma das linhas de pensamento do álbum. Esse tipo de sentimento de reflexão e desejo de encontrar algo, algum tipo de satisfação ou significado ou verdade. Essa definitivamente é a razão pela qual eu queria que “Ghost Town” fosse o primeiro single e a primeira faixa do álbum. É algo para fazer um pouco a ambientação.

CDM: O vídeo de “Ghost Town” foi fortemente inspirado pela moda e você opinou bastante no estilo. Moda parece ser algo bastante importante na sua imagem pública, mas como você diria que seu estilo mudou com o passar do tempo?
ADAM: Bem, se você olhar fotos minhas de seis anos atrás, meu guarda roupa era definitivamente formado por um tipo bem específico de teatralidade, bastante andrógino – as vezes ridículo -, exagerado, estrela do rock maluca. Eu definitivamente não tinha vergonha de insistir em coisas estranhas e excêntricas. Era onde eu estava no momento. Eu passei meus vinte-e-alguma-coisa anos, ou uma boa parte dele, como um garoto de clubes noturnos. Sabe como é, indo para festas com fantasias e maquiagem. Isso definitivamente é parte da minha jornada e parte de quem eu sou hoje. Durante os últimos cinco ou quatro anos, eu apenas lentamente senti como se já bastasse e eu queria me transformar um pouco, mudar e seguir em frente para a próxima aventura. Acho que eu apenas comecei a me sentir atraído por um estilo diferente. Agora meu estilo é um pouco mais pé no chão. Acho que é um pouco mais orgânico do que era antes. Acho que é um reflexo de onde eu estou. Eu não sou tão extravagante a nível pessoal quanto eu costumava ser e eu acho que meu novo visual reflete isso.

CDM: Você falou que “The Original High” é conscientemente menos teatral do que seus trabalhos anteriores. Considerando sua experiência no teatro quando era mais novo, você diria que essa mudança é uma tentativa de fazer algo diferente ou apenas crescimento pessoal?
ADAM: Eu acho que o álbum é só um reflexo natural de onde eu estou nesse momento. Eu não sei é tão consciente assim. Eu não senti como se tivesse destruindo minha teatralidade o tempo todo ou algo do tipo. Quanto mais tempo eu fico longe do mundo do teatro e quanto mais tempo eu tenho para me explorar como um artista e um ser humano, é apenas uma progressão natural para o lugar que me encontro agora. Meu gosto nas coisas mudaram um pouco. Eu fiquei um pouco mais velho, um pouco mais sábio, um pouco mais pé no chão. Tudo isso influencia um pouco.

CDM: “Another Lonely Night” é um destaque no álbum por conta das letras comoventes e da vulnerabilidade em sua voz. Esse novo álbum parece ser fortemente focado nas suas emoções. Alguma vez você se preocupou em baixar sua guarda através das músicas?
ADAM: Não. Na verdade, essa é uma das coisas desse álbum – Eu queria baixar a guarda um pouco mais. Eu queria estar vulnerável. Eu queria mostrar um pouco do meu coração. Eu acredito que esse também é o motivo de parte da teatralidade não estar presente no álbum. Ela é muito divertida e real, mas eu não sei se tem tanto coração assim. E é meio que isso que eu queria explorar: autenticidade, honestidade e emoções reais, que refletem as coisas pelas quais eu já passei em minha vida, mas que as pessoas possam se relacionar também. As ideias universais.

CDM: Muitas músicas no álbum se mostraram como uma mistura delicada de emoções e elementos de dança, especialmente “There I Said It”. O quão importante foi manter o aspecto pop-dance no seu novo álbum, apesar de levar o projeto para uma direção mais intimista?
ADAM: Eu sempre fui um grande fã de produções inovadoras. Eu amo música eletrônica. Eu amo a textura e atmosfera. Eu acho que a beleza dessas músicas é que elas podem definitivamente ser desmontadas e cantadas acústicas e ainda causar muito impacto. Eu queria que a música soasse como se ela tivesse vindo do futuro. Eu queria que parecesse bem com o “agora” e um reflexo de 2015. Apesar de ter vários elementos dos anos 90, como a house music em algumas faixas, ela precisava passar um sentimento de futuro. Precisava soar como a música de amanhã, na minha opinião.

CDM: Você disse certa vez que os produtores Max Martin e Shellback queriam chegar a uma “nova cor da sua voz”. Se sua voz realmente tivesse cores, qual seria elas nesse álbum e quais seriam elas nos álbuns anteriores?
ADAM: (risos) Eu não sei! Eu nunca pensei sobre que cores ela seria. Eu acho que tem várias cores diferentes em cada álbum, mas eu acho que meu primeiro álbum era algo meio neon. Como luzes piscando em Las Vegas. Eu acho que esse álbum é um pouco mais neutro. Um pouco mais tons de terra (risos).

CDM: Tove Lo divide o talento dela na poderosa faixa “Rumors”, que fala sobre falta de confiança em relacionamentos. Como essa colaboração aconteceu e o que inspirou vocês dois a escrever essa música?
ADAM: Bem, eu passei dois meses em Estocolmo no começo do processo de gravação do álbum, trabalhando em faixas com escritores por aí. [Tove] era um dos escritores e nós nos conhecemos e tivemos uma conexão logo de cara. Ela é muito legal. Bastante pé no chão e doce. Nós começamos a conversar sobre ser um músico e um artista pop e ao mesmo tempo tentar ter uma vida pessoal, sobre como isso pode ser complicado. Nós falamos sobre como todo mundo tem uma opinião sobre o que você é e quem você é. As pessoas fofocam sobre você e falam sobre você. Se você tem uma pessoa na sua vida com a qual você tem uma conexão real, você pode ignorar tudo isso. Isso é muito importante para manter sua sanidade. Era sobre isso que queríamos escrever e então “Rumors” surgiu.

CDM: Falando da Tove Lo, em uma entrevista recente, ela disse que “Rumors” foi provavelmente a primeira música bem sucedida que ela escreveu para um homem. Porque você acha que ela disse isso? Há algum tipo de mágica Adam Lambertística rolando?
ADAM: Eu não sei! Eu acho que nossa química foi parte disso. Nós definitivamente nos demos muito bem. Eu passei por tudo isso sendo um grande fã da música dela chamada “Habits”. Eu conheci essa música e nós nos conhecemos – isso foi antes de ela virar um hit enorme e esmagador ao redor do mundo. Fazia um bom sucesso na Suécia, mas era só isso naquele momento. Eu ouvi a música e pensei “Deus, eu apenas quero que todo mundo escute essa música. É tão, tão verdadeira”. É tão honesta. Ela tem um talento incrível de pegar uma emoção complicada e escrever sobre ela de algo bem simples. Na minha opinião, isso é poesia de verdade. Eu acho que a admiração mútua e a química foram responsáveis por uma excelente sessão de escrita.

CDM: Outra colaboração no álbum é na sua música “Lucy”, com Brian May, com quem você tem feito a turnê ‘Queen + Adam Lambert World Tour’. Essa música nasceu de um momento de espontaneidade na estrada ou sempre houve um plano de colaboração?
ADAM: No fundo da minha mente, eu sempre soube que eu adoraria pedir a Brian que fosse parte do meu álbum. Os trabalhos com guitarra dele são icônicos. Quando a turnê estava acabando, eu tinha essas demos e eu sabia que eu queria que ele fizesse parte de alguma. Eu comecei a ouvir “Lucy” e eu pensei “esta é a música perfeita para o Brian fazer sua mágica”. Então eu toquei a música pra ele e ele disse “oh, eu tenho várias ideias!”. Da próxima vez que fomos para Los Angeles, nós nos reunimos no estúdio com Max Martin e em apenas uma tarde ele fez tudo aquilo e ficou incrível.

CDM: Falando da turnê ‘Queen + Adam Lambert’, recentemente você esteve na Nova Zelândia para um dos shows, marcando sua segunda visita ao país. Podemos esperar que você volte para nossos portos para promover seu novo álbum em algum momento do futuro?
ADAM: Eu definitivamente amaria voltar. Eu adoro aí. Eu acho que a música conecta e as pessoas estão amando o single, então eu definitivamente espero voltar e celebrar isso (risos). Espero que em algum ponto dos próximos dois meses!

CDM: Você anunciou o título do seu novo álbum no dia do seu aniversário em Janeiro. Esse foi um excelente presente para seus fãs, mas qual foi o melhor presente de aniversário que você recebeu esse ano?
ADAM: Hmm… Eu não acho que eu ganhei algum presente, pra falar a verdade. Eu sou um cara muito sortudo – eu estou financeiramente estável e eu me compro vários presentes (risos). Eu sou sempre bem insistente sobre não querer presente de ninguém. Eu não quero que ninguém tenha trabalho, mas eu estava na estrada no dia do meu aniversário. Eu estava em Amsterdã com o Queen, então meu presente, eu acho, foi o fato de estar em Amsterdã. Minha mãe veio ver o show e nós saímos depois, bebemos e dançamos. Então eu acho que ela foi meu presente (risos).

CDM: Qual a coisa mais louca que você teve nos seus camarins?
ADAM: Não é muito louco. Eu não sou muito exigente. Eu tento pedir comida saudável. Não muita junk food ou açúcar e isso é tudo. Uma boa vela no camarim faz o cômodo ter um cheiro bom. E é isso. Nada muito profundo.

CDM: Qual você considera que seja a melhor música pop de todos os tempos?
ADAM: Ah, cara. Eu não sei. Essa é uma pergunta bem difícil. Pop está em todo lugar atualmente. Não é apenas um gênero. O que é pop? É tudo.

CDM: Qual você acha que é a diferença entre uma boa música e uma ótima música?
ADAM: Eu acho que uma música ótima é uma música que fica presa na sua cabeça. Eu acho que uma música ótima é uma música que faz você pensar ou sentir alguma coisa além dos sentimentos diários normais. É uma música que se destaque. Única.

CDM: Se você pudesse escolher cinco pessoas – mortas ou vivas – para estarem na sua turnê, quem você pegaria e por quê?
ADAM: Eu adoraria passar algum tempo com Freddie Mercury. Eu acho que teríamos várias coisas para conversar. Elvis, James Dean… Espero por isso. Whitney Houston e Rihanna. Você disse vivo ou morto, certo? Eu acho que Rihanna é provavelmente a garota mais legal do planeta, então pronto. Escolhido.

Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Mariana Lira Diniz
Fontes: Adam Lambert Media e Coup De Main

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