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26mar2015
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Entrevista de Adam Lambert na Hunger Magazine
Já publicamos aqui o photoshoot que Adam Lambert fez para a edição mais recente da Hunger Magazine, de Londres. Agora, confira a tradução na íntegra da entrevista exclusiva:
A Entrevista: Adam Lambert fotografia: Rankin
editora de moda: Chris Benns
assistente de moda: Alessia VaniniQuando Adam Lambert, com 27 anos de idade, se apresentou na frente dos jurados no American Idol em 2009, ele não tinha ideia do que estava por vir em seu caminho. Cantando interpretações teatrais de “Rock With You” e “Bohemian Rhapsody”, nunca em seus sonhos mais loucos ele poderia esperar ser – no prazo curto de seis anos – vocalista do Queen, e ter seu nome dito nas mesmas frases que um de seus maiores ídolos, Freddie Mercury.
Mas Adam conseguindo acreditar ou não, sua determinação, talento sem limites e intenção inabalável de ser nada além dele mesmo, fez com que ele conquistasse em seis anos mais do que muitos músicos conquistaram em sua vida toda. Não importa o elogio, fãs e recordes de vendas – Adam ainda tem um dia em homenagem a ele em sua cidade natal, San Diego (dia 8 de maio)!
Mas não é apenas sua música que é falada, mas o próprio Adam, e ele não se segura – ele é original em uma indústria conhecida por censura e muitas vezes manchada pelo estereótipo de produções manufaturadas, a mídia das queridinhas do pop. Abertamente gay, ele tem sido creditado como um embaixador da igualdade e trazendo uma nova perspectiva à música atual. Bem como um foco de luz sobre questões tão necessárias como bullying e casamento entre pessoas do mesmo sexo. Em um mundo de mesmice, Adam se destaca e a indústria musical – e muitas outras – precisam de mais vozes como a dele.
Antes que seu terceiro álbum de estúdio seja lançado nesta primavera nós nos encontramos com esta estrela em ascensão em seu ensaio fotográfico com Rankin para descobrir o que esperar de seu futuro.
Você tem recebido reviews incríveis em seus shows pelo Reino Unido, é um alívio? E quanta pressão você sentiu antes da turnê começar?
Nós fizemos o nosso primeiro show juntos há cerca de dois anos na Ucrânia para quase meio milhão de pessoas em uma grande praça pública. Esse show me assustou muito. No último verão nós estivemos em turnê pela América do Norte, Austrália e Ásia, com grande sucesso, o que fez com que minha confiança aumentasse e me sentisse mais confortável com o material e a banda. Eu estava animado com a reação que causamos depois das performances no The X-Factor e no show de ano novo. Eu acho que essas apresentações aqueceram a audiência e deram um gostinho do que éramos capazes de fazer em um show com uma arena cheia na terra natal do Queen.Você é fã da Grã-Bretanha e da cultura britânica?
Sim! Eu tenho passado muito tempo em Londres esse ano. Eu amo a música pop que está sendo feita no Reino Unido hoje. Vocais vulneráveis cheios de soul e deep house que está mexendo com minha cabeça. Eu sempre fui atraído pelos filmes e TV também – eles têm brincadeiras espirituosas e sarcasmo.“Algumas vezes essa minha autenticidade me atrapalha, mas não me impede de continuar sendo verdadeiro.”
Brian May disse que você se transformou durante o tempo que estão trabalhando juntos – você acha isso também?
Eu acho que eu tenho entrado mais nas músicas. Eu agora sou capaz de brincar com as melodias mais do que quando comecei. Eu também tenho me achado mais conectado com as letras das músicas e tenho aprendido mais sobre o que inspirou a banda a escrevê-las. Agora, depois de quatro anos juntos, eu sinto uma forte responsabilidade com a banda. Eu sou próximo de Brian e Roger e mais confortável com a expectativa intensa dos fãs. A dúvida e o medo foram deixados para trás e substituído por uma profunda alegria.
Quando eu estava me preparando para a turnê com o Queen eu queria me aproximar da reputação deles de teatralidade e extravagância. Evitar ou minimizar essa energia seria um sacrilégio. Eu me preparei como se fosse apresentar no palco uma retrospectiva sobre a historia da banda. Uma sessão do show era um tributo ao seu período Glam na década de 70 e eu não me segurei! Franjas, strass, saltos de plataforma me pareceram adequados. Na minha opinião, isso tudo faz parte do motivo pelo qual o público se apaixonou pela banda pela primeira vez. Esse tipo de nostalgia foi uma grande parte do design de toda turnê.Você mudou como artista e pessoa nos últimos cinco anos?
Eu definitivamente passei por uma evolução tanto pessoal quanto profissional nos últimos cinco anos. Eu acho que me tornei mais adaptado com a estranheza da fama e mais fundamentado em minha vida pessoal. Eu não sobrecarrego minhas performances tanto quanto antigamente, como artista às vezes menos é mais. Pessoalmente falando, eu tentei usar a máxima menos é mais para a vida. Dito isso, eu ainda tenho tendências extravagantes, mas eu acho que consigo equilibrar isso um pouco melhor. Eu ainda sou meu pior crítico, mas eu tenho me dado boas reviews nesses últimos dias. Isso tudo me leva a me sentir mais confortável comigo mesmo e disposto a me revelar mais autêntico, mais honesto para o mundo. Meu estilo pessoal reflete isso claramente. Eu ainda estou atraído pelo glamour, mas de uma forma muito menos extravagante. Eu tenho melhorado muito meu look desde que entrei em cena cinco anos atrás – toda aquela besteira dava muito trabalho e levava muito tempo para ficar pronta. Eu não tenho mais paciência suficiente para isso! E mais, meus gostos mudaram nesses cinco anos – como todo mundo. Nós todos temos nossas fases, algumas intensas outras trágicas. Eu definitivamente olho para trás e reviro os olhos para algumas das minhas escolhas de moda.Quando a oportunidade de ser vocalista do Queen surgiu, qual foi sua primeira reação e quais foram seus pensamentos?
Eu estava honrado e animado – e então o medo mostrou sua cara feia. Eu pensava “Caramba! Eu não quero ser comparado com o incrível Freddie Mercury” Quem diria? Ele é um Deus na minha vida. Eu sabia que podia aguentar as músicas, mas seria uma armadilha o equilíbrio entre fazer do meu jeito e manter a integridade original. E no final do dia, eu escolhi aceitar o desafio com a esperança de que isso me levaria a uma experiência de crescimento. E estou muito feliz que aceitei. Eu me sinto criativamente revivido e inspirado.Como se apresentar com o Queen impactou sua carreira solo – em algum momento sentiu que um estava tomando o lugar de outro?
Eu tenho tanta sorte em dividir o palco com essas lendas e me reconectar com a audiência por todo o mundo. Eu me orgulho muito dessa turnê com os ingressos esgotados. Tem sido a saída final para o meu amor maior que a vida, glam rock, pompa e circunstância. Essa foi uma das grandes referências que me inspiraram no início da minha carreira na indústria da música. “For Your Entertainment” foi meu pop moderno com um lado glam rock. Estilisticamente, meu novo material solo está indo em uma outra direção. Eu estou ansioso para o lançamento de um novo capítulo que irá explorar um outro lado da minha personalidade. Eu não acho que essa colaboração toma o lugar da minha carreira solo, elas coexistem lindamente. Nossa turnê foi uma colaboração ao vivo, para o qual fui um convidado grato do Queen. Agora que isso acabou, eu tenho meu terceiro álbum para lançar e promover. Mas isso não é um adeus ao Queen de forma alguma, nós participaremos do Rock in Rio em setembro. Mas por enquanto meu foco está deslocado para o lançamento do meu próximo álbum.Falando do seu novo álbum. “The Original High”, como ele é diferente do seu material anterior?
Esse álbum tem como produtores executivos Max Martin e Shellback e eles me ajudaram a conseguir um som muito coeso e sentimental. Sonoramente, ele é mais contemporâneo que meus materiais anteriores. É definitivamente pop, mas não chiclete. Nós evitamos a teatralidade e a extravagância e favorecemos uma vibe mais escura, mais fundamentada, e ao mesmo tempo ele vai te fazer dançar! Liricamente, é muito, muito pessoal, o álbum tem uma sensação geral agridoce. Vocalmente, eu acho que é meu trabalho mais refinado e sofisticado até agora. Com a orientação de Max, eu abordei muito disso com mais moderação do que no passado. Sem ser muito específico, a maioria das canções são mais esotéricas e abertas para interpretações. Eu estou curioso para ouvir sobre o significado que as pessoas encontrarão na música dependendo de sua própria situação.
O primeiro single parece ser a introdução perfeita para o “The Original High”. Ele se estabelece de uma forma bem natural, vulnerável e se transforma em um sonho hipnótico cheio de imagens surreais e é definido por uma batida maciça de deep house. Ela não sairá de seus ouvidos depois da primeira vez que escutar. Se preparem!“Meu desejo é que ser gay se torne menos um rótulo e mais apenas uma das muitas cores na caixa coletiva da humanidade.”
Você parece ser uma pessoa muito autêntica e honesta e não esconde quem você é ou em que você acredita. É importante que essa autenticidade entre em sua música também?
Algumas vezes essa minha autenticidade me atrapalha, mas não me impede de continuar sendo verdadeiro. (risadas). Eu sempre fui um livro aberto. Eu acho que teve momentos assim nos meus álbuns anteriores, mas em “The Original High”, nós realmente deixamos o livro escancarado para que todos possam ouvir. É um pouco assustador essa vulnerabilidade, mas eu estou pronto para deixar as pessoas entenderam tudo que me faz vibrar, mesmo as parte não tão atrativas de mim.Você acha que a indústria da música e os músicos hoje são honestos o suficiente?
Eu acho que é como a mídia social é agora, os músicos estão sendo mais abertos e honestos, e eu acho que é isso o que as pessoas querem e esperam.Você quer ser visto como um modelo a seguir?
No passado eu sentia isso como uma grande pressão. Eu sempre disse, não faça o que eu faço, faça o que você faz. Se o meu poder pessoal motiva alguém a explorar os deles, então eu estou honrado. Eu não me considero um professor ou melhor do que qualquer um, eu sou falho e ainda estou tentando me descobrir.Você tem sido creditado pelos avanços dos direitos gay na música, o que definitivamente precisa acontecer. Você sente a responsabilidade de continuar a fazê-lo?
Eu acho que há um poder simples em ser orgulhoso e aberto sobre quem e o que você é e não deixar isso impedir de conquistar o que você quer. Nesse sentido, eu acho que já fiz uma declaração. Meu desejo é que ser gay se torne menos um rótulo e mais apenas uma das muitas cores na caixa coletiva da humanidade. Eu não sou separatista. Eu sou totalmente inclusivo.Quão inclusiva é a indústria que você está, em sua opinião?
Ela está rapidamente mudando junto com a sociedade. Eu estou emocionado. Entramos em um tempo com um campo muito mais igualitário.Agora mudando de assunto – moda. Quão importante é a elaboração de uma personalidade através da moda?
Eu sou viciado em compras. Eu amo roupas. Brincar de “se vestir” sempre foi minha atividade diária favorita. Eu amo a expressão disso. Coisas bonitas fazem me sentir bem.Finalmente, qual seu maior desejo para esse ano?
Ver minha música atingir um público mais amplo, audiência global. Eu mal posso esperar para compartilhar isso!Adam irá lançar “Ghost Town” em 21 de abril com “The Original High” sendo lançado posteriormente esse ano.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fonte: Hunger Magazine
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