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16mar2015
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Ronnie's Music Blog: Queen + Adam Lambert na Echo Arena em Liverpool – 26/02
Queen + Adam Lambert na Echo Arena em Liverpool Quase no fim do show, Brian May pergunta à multidão na Echo Arena em Liverpool: “O que vocês pensam sobre o novo cara?” O rugido que voltou foi o mais alto da noite, em reconhecimento da performance feita por Adam Lambert ao lado da dupla legendária do Queen, Roger Taylor e Brian May.
Essa foi uma experiência completamente diferente das duas últimas vezes que os membros remanescentes do Queen estiveram nesse local (em 2008, com Paul Rodgers como vocalista). Rodgers é uma lenda do rock em seu próprio direito, e apesar da parceria ter produzido duas turnês e um álbum de estúdio (“The Cosmos Rocks”), ele nunca conseguiu captar o espírito da antiga banda. Perguntar se alguém pode ser capaz de substituir o lugar de Freddie Mercury é como beber um cálice envenenado, mas certamente sobrancelhas se ergueram quando May e Taylor convidaram o finalista do “American Idol” para assumir o papel. A parceria foi anunciada como Queen + Adam Lambert, do mesmo jeito que fizeram com Rodgers, para que todos presumissem que não era intenção substituir o falecido Freddie Mercury. Lambert parecia muito mais à vontade que Rodgers, ele tem a extravagância, a confiança e o senso de moda para assumir esse papel sem imitar o ícone que era Mercury. E isso sem dizer que ele tem o talento vocal para fazer tudo funcionar, seu alcance de tenor natural é notavelmente mais alto que o de Freddie em seus últimos dias e isso provavelmente explica em partes porque o set tem tantas músicas do começo da banda.
A data em Liverpool foi uma das datas extras que foram adicionadas à turnê européia após as datas iniciais terem todos os ingressos esgotados. Eu admito, eu tinha algumas reservas no início, preferindo não comprar os ingressos para Manchester quando anunciaram pela primeira vez. Porém, o show televisionado na noite do ano novo ganhou vários indecisos.
O show foi anunciado como começando a partir das oito horas pontualmente, mas desde entrar no local e o show começar havia uma grande espera, um ruído surgiu no palco, durando mais de trinta minutos, e tudo que podíamos ver era a grande cortina com o logo do Queen. Chegou a um ponto que a multidão começou a fazer o temido “ola”, mas finalmente as luzes aumentaram e o show começou. Eu estava na metade do caminho do palco principal, perto da rampa que dava para o palco menor. O show começou com “One Vision”, como o Queen costumava começar seus shows na turnê de 1986, grandes rugidos para a banda e seu cantor. Ao contrário de 1986, Lambert optou em usar uma roupa de couro cravejado em uma clara homenagem a Freddie nos anos 70, a primeira de várias roupas que ele usaria durante o show. Queen sempre subiu ao palco arrasando e seguiram com “Stone Cold Crazy” que teve esse correspondente começando sua performance de “Air Guitar”. Um outro paralelo com 1986 foi quando cantaram “In The Lap Of The Gods… Revisited” essa noite, embora com algumas mudanças de palavras por Lambert (“It’s so foggy” ele cantou enquanto estava envolto em um pouco de gelo seco na parte de trás do palco!). A última música tocada ao vivo (segundo meu conhecimento), na turnê de 1986 com Freddie, mostrou quão bem a ex-estrela do “American Idol” pode lidar com as músicas de maior alcance de Freddie.
Única coisa que Lambert não faz é tocar piano enquanto canta, esse trabalho fica para Spike Edney, que se envolveu com o Queen em 1984. Ele é um dos três da banda de apoio composta pelo baixista Neil Fairclough (John Deacon tem se mantido afastado do público por todos esses anos) e o percursionista Rufus Tiger Taylor (filho de Taylor). Ocasionalmente pai e filho trocam de lugar, e o jovem Taylor se sente igualmente à vontade por trás da bateria principal.
Havia uma grande passarela que unia o palco principal a um pequeno palco que foi usado pela primeira vez durante “Killer Queen” quando Lambert agora vestindo um casaco com franjas, foi até lá cantar deitado em uma espreguiçadeira roxa. Esse foi o ponto alto do início do show, ele trouxe a teatralidade e a pose que Freddie costumava usar, e ele estava sendo ele mesmo ao mesmo tempo, se colocando de uma maneira exagerada como um grande fã do Queen. Ele fez notar entre as músicas que seu objetivo ali era homenagear esse grande homem, ele conseguiu colocar em todas suas performances as características de seu antecessor, incluindo um senso de humor que faltou quando May e Taylor se apresentavam com Rodgers. A platéia cantou junto maciçamente durante “Don’t Stop Me Now”, uma faixa do guitarrista que passava despercebida mas que se tornou uma das favoritas com o passar dos anos.
O tradicional set acústico no meio do show se seguiu com Brian May sentado sozinho no palco menor. Ele segurava a câmera com um “selfie stick” então ele podia fazer uma varredura da multidão e filmar todos.
Então ele mostrou como a banda e ele mesmo tinham conexões com a cidade (ele era até recentemente chanceller da Liverpool John Moores University) e tocou “You’ve Got To Hide Your Love Away”, um tributo aos Beatles. Em seguida, claro, ele cantou junto com a audiência “Love Of My Life” antes de convidar Roger e Rufus, Spike Edney e Neil Fairclough para o palco para outra canção que tem se tornado mais conhecida com o passar dos anos, “’39”. Lambert estava fora do palco por um período considerável nessa parte do show. A banda voltou ao grande palco para Taylor cantar “These Are The Days Of Our Lives” (com fotografias da banda em seus dias de juventude sendo mostradas na grande tela) e “A Kind Of Magic”. Rufus Taylor assumiu a bateria, e ele permaneceu ali para outro destaque solo, agora junto com Neil Fairclough inicialmente (ele provocou a multidão com pedaços de “Don’t Try Suicide” e “Body Language”) então Roger Taylor foi tocar uma outra bateria que estava no palco menor. Após um pequeno duelo de bateria entre Roger e seu filho, Lambert retornou ao palco para um dueto com Taylor em “Under Pressure”. May apresentou seu tradicional solo de guitarra, também tocando “Last Horizon”. Quando a banda reapareceu para “Tie Your Mother Down” era Rufus quem estava tocando a bateria enquanto seu pai tocava na percussão. Este foi o último trecho do show e estava lotado com meus favoritos incluindo “I Want It All” e “Crazy Little Thing Called Love”. Eles encurtaram “Radio Ga Ga” cortando seu segundo verso que estragou minha diversão um pouco. Você sabe como a audiência sempre bate palmas no refrão como no vídeo? Bem, veja o vídeo novamente e quando chegar no segundo refrão, veja como a audiência apenas joga os braços para frente. Eu estava planejando ser o único a fazer isso certo (como em Knebworth em 1986, quando todos estavam batendo palmas no segundo refrão – exceto eu, jovem, que era o único na multidão apenas jogando os braços pra cima).
No entanto, o desapontamento não durou muito, quando o set terminou com “Bohemian Rapshody”. Ele foi apresentado como um dueto entre Lambert no palco e Mercury em um vídeo, um outro rugido alto aconteceu quando Freddie apareceu na tela no fundo do palco e a banda tocava seguindo sua gravação. Brian May tocou a música usando uma capa de lamé dourada, uma lembrança do traje que ele usava em 1975, quando eles filmaram o clássico vídeo para essa música. Essa foi, claro, a última música, mas todos sabiam que teria um bis. “We Will Rock You” e então “We Are The Champions”, era tocada como as canções finais, essas músicas têm fechado os shows do Queen desde que eu consigo me lembrar. Para o encerramento, Lambert usava um terno com estampa de leopardo, completado com uma coroa! Todos os seis deram as mãos e se curvaram diante da platéia enquanto confetes voavam por todos os lados na audiência.
Mais uma vez May e Taylor provaram que os críticos (agora incluindo seus próprios fãs) estavam errados, eles sabiam o que estavam fazendo quando escolheram Lambert para ocupar o lugar de novo vocalista. Esses caras estão com mais de 60 anos, enquanto Lambert com seus 33 anos pode olhar para frente e continuar realizando essas performances com muita boa vontade. Não haverá tantas oportunidades no futuro para ver May e Taylor se apresentando ao vivo. Se eles decidirem fazer isso mais uma vez, vamos juntos e apenas se divertir.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: Adam Lambert Fan Club e Ronnie’s Music Blog
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