Berliner Morgenpost: Review de Queen + Adam Lambert em Berlim – "Lambert é o garoto de ouro"

Adam Lambert interpreta o astro com uma coroa de brilhantes

Desde a morte de Freddie Mercury o Queen está decapitado. Agora, Adam Lambert está sendo como um doador de órgãos. Os ingressos na O2 em Berlim ficaram quase esgotados.

Uma banda, quando comparada ao corpo humano, tem, na melhor das hipóteses, apenas a cabeça. Então, quando a cabeça se separa do corpo (como houve com o Oasis) e não tem nada além disso, ela está morta (como houve com o Nirvana). Mas então há o Queen. Realeza insubordinada, a banda tenta desde 1991 se manter viva. Decapitada, ela percorreu estádios pelo mundo, apenas para fazer covers de si mesmo e de seus membros de segunda linha, o baterista Roger Taylor e o guitarrista Brian May, que sempre ficaram à sombra de Freddie.

O atual vocalista é Adam Lambert. Ele é americano e parece um pouco uma versão glam-rock do modelo Baptiste Giabiconi. É quarta-feira à noite, a O2 está cheia. Homens usando veludos vermelhos e broches dourados com um Q, outros lendo jornal ou pegando seus binóculos para ver o palco. O palco ronca, rosna, solta fumaça. “One Vison” é a primeira música e o tema da noite: “One flesh, one bone” (uma carne, um osso). Lambert canta alto no palco que está decorado com um grande Q, que em um primeiro momento pode significar “Question Mark” – Ponto de interrogação. Lambert se move lentamente em várias poses. Em “Fat Bottomed Girls”, ele passa a mão de cima para baixo em seu pedestal do microfone parecendo meio indiferente. Para “Killer Queen”, ele se deita em um sofá como uma Drag Queen. Quando ele canta “I Want To Break Free”, você acredita nele imediatamente. Um pouco depois ele deixa o palco.

Finalmente, Freddie Mercury aparece

Brian May agora está sentado na frente, sozinho em um banco, cantando “Love Of My Life”. Freddie e todos estão cantando juntos. E isso foi tão brega e doce que você se sentia estando no comercial de natal da coca-cola com anjos e flocos de neves enchendo o lugar. Freddie apareceu no meio do Q – que agora já pode significar Queen – cantando a última frase e derreteu o coração do público. Então o que seguiu foram os solos. May e sua guitarra feita nos anos 70. Taylor e seu filho na bateria. E o que eu posso dizer é que isso foi sexy e poderoso. A audiência deixou os binóculos de lados e estenderam seus braços.

E se tornou um final perfeito

Da noite de ontem, restou um final perfeito. Lambert se encaixou agora. Ele é o garoto de ouro em um terno e uma coroa de brilhantes. Como Jesus depois da Páscoa ele cantou “We Will Rock You” e, claro, “We Are The Champions”. E, enquanto uma explosão de confetes enchia o lugar, você não consegue decidir o que você quer primeiro. Comer Mozart Balls? Beber uma gemada? Oh “I Want It All”, e você quer gritar porque sabe que a vida não é nada parecida com o que era antes, mas tudo eventualmente volta de algum jeito. E isso é um pouco confortante, tanto para o coração como para a cabeça.

Autoria do Post: Elisa Ferrari
Tradução: Gisele Duarte
Fontes: Adam Lambert TV e Berliner Morgenpost

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