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20jan2015
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Musicscramble: Queen + Adam Lambert – SSE Hydro, Glasgow – 14/01/15
Queen + Adam Lambert – SSE Hydro, Glasgow – 14/01/15 Deixe-me começar dizendo que não sou um fã do Queen. Ou pelo menos não achava que era até me ver com whisky na mão, bêbado, repetindo “só o ouça” enquanto mostrava à alguns amigos o show no Big Ben de Queen e Adam Lambert no BBC iPlayer depois de uma noite.
Há poucas músicas populares do Queen que eu não conheço, mas eu não lembro de tê-las ouvido. Eu me lembro que estava na idade perfeita para ter obsessões musicais quando “One Vision” foi lançada, e eu a amei. Mas por alguma razão eu decidi que não gostava tanto do Queen, e esse primeiro amor não cresceu. “One Vision” era só um música de rock, sem a extravagância do catálogo da banda. Talvez o meu eu de 14 anos decidiu que essa era a razão. Ou poderia ser porque Freddie Merucry disse em “Bicycle Race” que ele não gostava de Star Wars!
Honestamente, não sei.Em 1992, muitas das bandas que eu gostava na época tocaram no show de tributo ao Freddie Mercury no Wembley Stadium. Isso me confundiu porque A) eu adorava as bandas que estavam tocando, B) eu amei as músicas que tocaram no dia, C) mas eu odiava o Queen. Em 2012, um amigo que eu havia conhecido recentemente, cujo gosto musical eu respeitava, me disse que essa era a banda favorita dele.
Na quarta-feira, eu vi o Queen ao vivo. Sim, não é AQUELE Queen, e nunca poderá ser. Entretanto, Brian May e Roger Taylor eram dois terços da coluna vertebral que junto com John Deacon formaram a banda e criaram o legado. Eu estava animado, e baseado no que eu havia visto na TV, eu sabia que essa seria uma noite fantástica. Havia uma cortina no palco, e enquanto as luzes diminuíam, “One Vision” começou a tocar. O meu eu de 14 anos não poderia acreditar em sua sorte!
A cortina caiu e a banda estava tocando poderosamente e de forma especial. Adam Lambert estava comandando sua atenção imediatamente, com sua roupa de couro e óculos. A próxima música foi “Stone Cold Crazy”, o que deixou o meu eu adolescente animado de novo por ter sido introduzido à essa música pelo Metallica. Eu estava amando!
“Another One Bites The Dust” veio em seguida, e depois tivemos “Fat Bottomed Girls”. Foi hit após hit. Roger Taylor na bateria era estelar, e eu gostei que em alguma músicas ele segurava suas baquetas ao contrário para dar um som diferente. Brian May é um Deus da guitarra na visão da maioria das pessoas. Eu nunca considerei seu talento até vê-lo tocando sem esforços. Não passou pela minha mente que ele era o único guitarrista lá, e ele tocava todas as melodias. Em todas as músicas, seus acordes estavam certos, seus solos estavam no ponto e era bom de se ver. E então havia Adam Lambert.
Nunca tentando soar como Freddie Mercury, comparações óbvias estavam sendo feitas pelo local enquanto assistíamos essa performances. Depois de cerca de cinco músicas ele começou a andar pela passarela que ia até a plateia. Adam começou dizendo olá à Glasgow. E então disse, “Eu sei que ainda está cedo, mas obrigado por me aceitarem. É uma honra tocar todas as noites com as lendas do rock and roll atrás de mim. Eu espero que essa noite te faça lembrar do único Freddie Mercury enquanto celebramos suas músicas e sua vida. Essa noite é uma celebração.” Ele disse com humildade, e era óbvio que ele queria dizer isso, e a plateia deu a resposta que ele merecia.
Quando “Killer Queen” estava tocando, eu decidi que estava um pouco apaixonado por Adam Lambert. Sua extravagância, humor, brincando com a câmera e a plateia, e até com ele mesmo era divertido de assistir. Ele cantou a música inteira em um sofá no final da passarela enquanto se abanava e foi perfeito. A cara que ele fez quando comeu a palavra “mind” no verso “She’s guaranteed to blow your mind”, ou quando olhou para trás para ver o solo de guitarra e disse “Meu Deus! Esse é o Brian May!” foram engraçadas e brilhantes. Ele cantou as letras de Freddie como se fossem dele, acrescentando sua própria personalidade, sem tentar imitar ou fazer um karaokê.
Roger Taylor tomou os vocais para cantar “The Are The Days Of Our Lives”, e fez um ótimo trabalho. A tela de vídeo atrás dele passou vídeos antigos do Queen, com Mercury e Deacon recebendo muitos aplausos. Roger andou pelo palco enquanto cantava, mas não interagiu com a plateia, e depois voltou para sua bateria. Isso levou à um solo de bateria entre Taylor e seu filho Rufus Tiger Taylor. Uma segunda bateria apareceu no fim da passarela. O solo foi impressionante já que um tentava tocar mais que o outro. Roger continuou no meio da plateia no dueto com Lambert para a faixa do Bowie/Queen em “Under Pressure”.
Logo era hora do solo de guitarra de Brian May, e considerando suas performances perfeitas durante toda a noite, eu esperava algo especial. Com exceção de “Last Horizon” e “Brighton Rock” tocadas no meio, o solo foi bizarro e (dadas as minhas expectativas), infelizmente ruim. Pareceu um aquecimento pré-show. Essa era um oportunidade de levar a plateia com ele, de ir ao holofote e nos surpreender. Quem gosta e entende de guitarras devem ter gostado em um nível técnico, mas o resto da plateia onde eu estava, incluindo eu, não. Durante o solo, eu virei para minha esposa e ela havia desaparecido. Então eu vi que ela estava agachada arrumando alguma coisa em seu sapato. “O que houve?” perguntei. “Esse solo me fez perceber que minha sola estava dobrada!” A Sra. Scramble descreveu como eu me sentia em uma frase!
“Tie Your Mother Down” teve Rufus na bateria com Roger de lado nas maracas. Talvez eu prefira dessa forma, mas eu me perguntei se isso era para dar um descanso à Roger no set de duas horas. Ele voltou à bateria em “Radio Ga Ga” e pelo resto da noite. Depois dessas músicas, Lambert foi na plateia, batendo palmas e tirando selfies. Estava claro o quanto ele estava sendo amado naquela noite.
Enquanto Adam estava introduzindo “Somebody To Love”, Brian May pegou o microfone e perguntou à plateia, “O que vocês acham do novo cara?” Isso deixou Lambert surpreso e os longos aplausos o deixaram constrangido, e confuso ao tentar se lembrar do que estava dizendo. May parecia extremamente feliz ao voltar para seu microfone.
“Bohemian Rhapsody” é um clássico da história da música, não só do Queen. Quando o piano começou, Adam cantou o primeiro verso imaculadamente. A tela ganhou vida e a imagem de Freddie Mercury cantou o próximo verso com muitos aplausos. Lambert cantou novamente antes do vídeo tocar a parte do meio da música. Quando Brian May retornou ao palco com um grande acorde, ficou claro o quão fantástico é o Queen. Essa música especial, e vê-la ao vivo é um prazer. Mas o final foi o momento mais especial da noite. Com Adam andando em direção à tela e apontando para Freddie, a dupla alternou os versos entre “nothing really matters” e “anywhere the wind blows”. WOW!
Com os solos e alguns cortes, houve uma calmaria no set do meio para mim, o que foi ruim. E também coincidiu com Adam Lambert fora do palco. Eu tenho certeza que para fãs fanáticos do Queen, essa músicas foram igualmente importantes.
O show foi nomeado Queen + Adam Lambert, não simplesmente Queen (com um novo cantor). O motivo ficou óbvio assim que a cortina caiu; Adam Lambert é um superstar de sua forma e merece o crédito. Foi um grande show, e Adam não substituiu Freddie (ninguém poderia). Sim, muitos paralelos podem ser feitos, como alcance vocal imenso, extravagância e ser um em um bilhão para May e Taylor como Freddie era. Lambert é único, consegue cantar cada nota, traz sua própria personalidade e carisma, e rouba o show. O novo vigor que ele deu às performances ajudou a banda; está claro que todos no palco gostam de se apresentarem juntos.
Queen sempre teve um vocalista, nunca só um cantor. Eles sempre precisaram alguém com personalidade para liderar. É chamado de vocalista por um motivo, e Adam Lambert é cada parte disso.
Autoria do Post: Josy Loos
Tradução: Carolina Martins C.
Fontes: Adam Lambert TV e Musicscramble
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