Aphra Magazine: “Queen e Adam Lambert”

QUEEN E ADAM LAMBERT

A banda Queen é famosa por seus hinos, músicas agitadas e baladas operísticas. Seus sucessos passaram através dos anos 70 e 80 e quando em 1991, seu líder e cantor Freddie Mercury morreu, o resto do mundo poderia ser perdoado por pensar que era o fim da estrada para sua adorada Queen. Sem o icônico Mercury no comando, qual futuro poderia ser possível?

Após 23 anos, através de um álbum póstumo e algumas tentativas moderadamente bem sucedidas de turnês internacionais, de repente o Queen está de volta onde deveria estar. No auge de seu potencial, colhendo os elogios de seu sucesso suado. Isto é, em parte, graças ao glorioso talento de Adam Lambert.

A música do Queen é majestosamente melódica e o sonho de qualquer cantor – ou pesadelo, dependendo do nível de habilidade do cantor. Cantar do mesmo modo que o falecido Mercury requer uma habilidade específica e exclusiva, habilidade essa de alcançar altíssimas notas que fariam qualquer cantor sair correndo. Com isso em mente, Adam Lambert parecia ser a escolha natural para intervir onde outros tentaram (e falharam) para reacender a carreira de Brian May e Roger Taylor.

Ao reservar os meus caros porém gloriosos lugares na primeira fila para ver Queen e Adam Lambert, estava preparada para uma noite muito boa, onde cantaria todas as minha músicas preferidas. Entretanto, não estava preparada para o ataque em grande escala do puro, explosivo e verdadeiro talento que é Adam Lambert.

Mas não foi só a poderosa voz e performance de Lambert que me tirou o fôlego, foi a sensibilidade com que a banda lidou com a ausência do líder e cantor Freddie Mercury.

O show começou com um estouro, Lambert pulando do palco com uma jaqueta de couro, a multidão imediatamente batendo palmas. A plateia suspirando e exclamando, encantada com Lambert e sua excepcional voz. No entanto, o primeiro momento poderoso da noite veio quando ele nos levou em uma viagem eletrizante através de “Somebody To Love”, o público cantando em uníssono, olhos fixos em Lambert como em um despertar evangélico com os punhos levantados no ar.

Embora Lambert seja conhecido por seus poderosos agudos (ou como Mark Holden disse uma vez, “ginástica vocal”) ele mostrou notável moderação, demonstrando pleno respeito à música original. No final de “Somebody To Love”, no entanto, recebemos apenas um pequeno sabor de sua improvisação emocionante e ele terminou a música com estilo.

A noite não era apenas sobre Lambert, houve muitas homenagens para o falecido e grande Freddie Mercury. A primeira veio a cerca de um quarto do show, quando o veterano Brian May subiu ao palco sozinho, com seu violão, e cantou com um coração cheio de ternura, a versão de “Love of My Life”. O público foi incentivado a cantar para Freddie, e quando o próprio Freddie apareceu no telão atrás de May, o sentimento na sala era palpável.

Os arrepios de emoção não pararam por aí. “Bohemian Rhapsody” foi excepcionalmente encenadA, emocionando o público através da combinação de tecnologia e performance ao vivo, trazendo as duas potências que são Lambert e Mercury juntos em um dueto emocionante.

Lambert deu nova vida à música, ao mesmo tempo respeitando graciosamente sua forma original. Claro, houve algum exibicionismo, mas isso era tudo parte da emoção. Não houve imitação ou representação, com Lambert humildemente honrando Mercury em cada turno.

O show foi um equilíbrio sublime de altos e baixos de emoção, hinos familiares e um frescor nos clássicos abrasadores. O público estava apaixonado, cativado e efusivamente envolvido desde a primeira nota.

O legado que Mercury deixou para trás foi soberbamente resumido, particularmente pelas homenagens individuais feitas por May e Taylor durante toda a noite. Foi primorosamente claro o quão grato deviam estar naquele palco, tocando juntos como Queen mais uma vez. A emoção transparente em seus rostos era esmagadora, cada pessoa naquela sala entendeu que estava testemunhando algo raro e belo.

Lambert, Taylor e May formaram um trio formidável, de inegável talento. Com o fim da turnê, Lambert volta para o estúdio para completar seu terceiro álbum e May, provavelmente, continuará sua luta contra a crueldade com os animais no Reino Unido.

A turnê foi como um começo e um fim, tudo de uma vez. Enquanto ainda não há planos para o Queen dar voltas pelo mundo nos próximos anos, aquela noite foi, irrefutavelmente, uma experiência única na vida.

Fontes: Adam Lambert Fan Club e Aphra Magazine

Tradução: Érika Marques

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