Stuff Nation: “Total e verdadeiramente abalado pelo Queen” – (Auckland – 04/09)

Total e verdadeiramente abalado pelo Queen

A maioria de nós, como adultos, temos gostos musicais muito diferentes do que costumávamos ter quando crianças; isso pode até fazê-lo se encolher ao olhar para trás, e lembrar das músicas que gostava quando criança.

Mas, para mim, pessoalmente, há uma exceção a isso, uma banda que eu escuto desde os seis anos, e que ainda está lá em cima no meu top cinco de artistas favoritos de todos os tempos.

Eu estou falando do Queen, cujo nome pode ter sido originalmente uma referência bem humorada, mas velada à monarquia (bem como uma referência a outro tipo de queen!), mas que realmente merece ser considerado como a realeza do rock and roll.

Eu tive sorte o suficiente para ver quase todas as minhas bandas favoritas ao vivo ao longo dos anos, mas como alguém que acaba de entrar em seus 30 anos, a última vez que o Queen veio a Nova Zelândia ainda não tinha nascido.

Depois que o mundo perdeu o incrível Freddie Mercury para a AIDS, em 1991, eu cresci supondo que nunca veria o Queen ao vivo.

Quando ouvi que a banda estava vindo para Auckland com alguém chamado Adam Lambert (aparentemente, ele ficou em segundo lugar no American Idol em uma das temporadas?), eu tive sentimentos mistos. Eu sabia que ninguém poderia ocupar o lugar de Freddie, que foi o maior vocalista de todos os tempos, e eu me perguntava se esse cara não iria arruinar o show, tentando fazer exatamente isso.

No entanto, eu decidi que ainda assim gostaria de ver os membros originais da banda, Brian May (guitarra) e Roger Taylor (bateria) tocando ao vivo, e levando em conta que faz mais de 30 anos desde a sua última visita, e o fato de que eles agora estão quase nos seus 70, percebi que esta poderia ser a única oportunidade que eu teria.

Tive o cuidado de não ter expectativas irreais sobre este concerto, já que não queria ficar desapontado, mas contanto que eu tivesse a chance de ver May e Taylor detonarem alguns clássicos, eu sabia que ficaria satisfeito.

A verdade é que, desde o início da apresentação eu estava mais do que satisfeito; as minhas expectativas não só foram atendidas, mas elas foram completamente superadas!

E FOI ASSIM QUE COMEÇOU

Enquanto as luzes brilhavam através de uma enorme cortina com o logotipo da banda, pudemos ver figuras se movendo ao redor; em seguida veio o riff de guitarra da abertura de “Now I’m Here”, e então, os tambores entraram, seguidos por uma GRANDE voz. Conforme a canção alcançou o refrão, a cortina subiu no ar como se estivesse sendo sugada por um aspirador gigante e lá estavam eles na minha frente em toda a sua glória.

Embora Lambert tenha uma grande voz, meus olhos estavam em um homem de cabelos grisalhos encaracolados tocando uma guitarra vermelha e preta – a lenda, Dr. Brian May.

Eles cantaram a pesada e rápida “Stone Cold Crazy” antes de ouvirmos a clássica e simples linha de baixo de “Another One Bites The Dust”. O baixista original do Queen, John Deacon se aposentou da música há alguns anos, mas quem está em seu lugar nessa turnê, é o competente Neil Fairclough. Também se juntaram a eles no palco, o tecladista Spike Edney, que já excursionou com a banda várias vezes desde 1984, sendo muitas vezes citado como “o quinto membro do Queen”.

Junto ao kit de bateria de Taylor havia um segundo conjunto de tambores e instrumentos de percussão, e atrás deles estava o filho mais novo de Roger Taylor, Rufus Tiger Taylor.

Todo mundo no palco tinha um microfone. Eu sempre amei as harmonias nas canções do Queen e eu não fiquei desapontado com “Fat Bottomed Girls”, que incluiu backing vocals dos caras no palco, assim como de quase todo mundo na Vector Arena.

“Lap Of The Gods” e “Seven Seas Of Rhye” foram apresentadas a seguir, antes de Adam Lambert, que, claramente, tinha uma enorme personalidade e uma voz ainda maior, cantar “Killer Queen” deitado em um sofá com um leque na mão, na frente do palco.

Os clássicos “Somebody To Love” e “I Want It All” foram os próximos. Embora Lambert fosse exagerado e extravagante, de alguma forma ele nunca ofuscou a banda.

HÁ ALGO SOBRE BRIAN MAY

Há algo algo sobre May, o doutor de astrofísica de Londres de voz suave que não espera estar no centro das atenção, mas quando ele caminhou até o pequeno palco cercado por um oceano de membros da audiência, ele recebeu uma ovação de pé dos seus fãs, que variaram desde adolescentes até mulheres idosas, de velhos roqueiros a executivos de negócios.

Lambert havia deixado o palco desta vez para a primeiro de muitas trocas de roupa da noite. Se eu me preocupava que o cantor tivesse saído do palco? Claro que não, toda a atenção estava agora em May, que levou um banquinho e conversou com o público antes de cantar algumas linhas de “Don’t Dream Is Over” do “Crowded House” e continuou com uma versão acústica de “Love Of My Life” dedicada a Freddie Mercury.

Os Taylors, Edney e Fairclough, depois se juntaram a May no final da passarela, com instrumentos acústicos para “’39”, antes de voltar para o palco principal.

O Taylor mais jovem sentou-se atrás do kit de bateria do seu pai enquanto Roger pegou o microfone para cantar “A Kind Of Magic”. Fairclough teve alguns minutos para mostrar sua habilidade com um solo de baixo, enquanto alguns membros da equipe montava outro kit de bateria completo no final da passarela. Roger Taylor assumiu o trono enquanto Rufus permaneceu atrás do kit no palco principal e os dois fizeram um duelo entre si.

Quando Lambert finalmente reapareceu, parecia que ele tinha estado fora do palco mais tempo do que realmente esteve.

Ele desceu na passarela para encontrar-se com Roger Taylor, onde os dois realizaram o dueto com “Under Pressure”.

Esse é uma das minhas músicas favoritas do Queen, e mesmo que Taylor e Lambert não se comparem com Freddie Mercury e David Bowie, ainda assim foi uma ótima apresentação.

“Dragon Attack” foi realizada depois, no palco grande, seguida pela balada “Who Wants To Live Forever”. Foi nesta canção onde mais se exibiram os poderosos pulmões de Lambert, e eu fiquei realmente impressionado.

Uma bola de discoteca caiu do teto, o que proporcionou o efeito de iluminação perfeito na passarela. Na verdade, a iluminação de todo o show foi impressionante, com lasers que brilhavam fora do palco para a platéia, assim como tiras que iluminava diferentes caminhos do palco.

Lambert desapareceu do palco novamente enquanto May realizava seu último solo de guitarra, “Horizon”. O cantor então voltou com outra roupa elaborada para “Tie Your Mother Down”, antes de tomar um tempo para conversar com o público e pedir que cantassem as linhas depois dele.

Isto foi obviamente uma homenagem a Mercury, que costumava fazer o mesmo no palco, só que, desta vez, foi com Lambert.

TODOS ESTÃO DESFRUTANDO

A próxima música foi “I Want To Break Free” e foi nesse momento que eu percebi que neste show não havia uma seção para se estar de pé e mesmo assim todos, (e eu quero dizer todos), que tinham assentos estiveram de pé o tempo inteiro, e eles claramente não iriam sentar até chegarem em seus carros ao final da noite.

Eu tinha inveja deles já que eu estava sentado na arquibancada, e não queria enfurecer as pessoas atrás de mim se eu me levantasse, mas na verdade eu queria me libertar e desfrutar dos perfeitos solos de guitarra que tenho escutado por um quarto de século.

Apesar disso, eu estava me divertindo no meu lugar, batendo palmas, cantando, gritando e dançando, tanto quanto meu confinamento me permitia.

Toda a arena participou da emblemática ação de palmas durante o refrão de “Radio Ga Ga”, enquanto chegávamos ao final do show.

Lambert, em seguida, perguntou ao público se ficamos loucos por amor. Era óbvio que música ele estaria introduzindo, mas antes que ele cantasse “Crazy Little Thing Called Love”, ele nos contou como ele fica louco por amor, e então passou a nos dizer o quanto ele ama Nuts! [nozes]. Lambert, como Mercury é um homem abertamente homossexual, de modo que este comentário provocou muitos risos do público.

Antes que a banda saísse do palco, o verdadeiramente épico “Bohemian Rhapsody” teve que ser realizado. Lambert só cantou parte da música, é claro que a seção “Galileo” (que raramente é tentada ao vivo) foi a gravação de voz original de Mercury, May, Taylor e Deacon tocando nos alto-falantes e o vídeo com imagens dos rostos dos membros da banda mostrados nas telas.

Lambert, pegou o microfone novamente para a seção mais pesada da música, mas enquanto gradualmente chegava para a parte mais suave, o próprio Mercury apareceu na tela grande, alternando linhas com Lambert. Foi tudo realmente de muito bom gosto e Lambert já havia dito, no início da noite, que ele não estava lá para substituir Freddie, e estava muito grato pela oportunidade de cantar com a lenda que é o Queen.

Na hora do bis, todo mundo nas arquibancadas estava de pé, também, e quando a banda voltou ao palco era óbvio para mim quais duas músicas iriam terminar a noite.

Quando a bateria começou com a batida tão familiar BOOM-BOOM-BAH, BOOM-BOOM-BAH, a banda já tinha arrasado com todos, mas “We Will Rock You” se fez oficial.

SEM FÔLEGO E ANIMADO

O Solo de May na “Red Special” foi perfeito, e ele nunca se mostrou entediado, mesmo depois de tocar as mesmas músicas por mais de 40 anos. Seria surpresa se alguém, na Vector Arena, não estivesse cantando junto com “We Are The Champions”, quando o show chegou ao fim.

Eu saí da arena sem fôlego e animado depois do que eu tinha acabado de experimentar. Este foi provavelmente o melhor show que eu já estive e estou muito feliz por ter decidido ir.

Em retrospectiva, a melhor coisa possível que Queen pôde ter feito, tanto para homenagear a Freddie Mercury e ainda ser uma banda e apresentar a música que escreveu com Mercury, foi: encontrar um cantor, um bom, certificar-se de que ele tenha personalidade, (mas não mais que Mercury), levá-lo em turnê, usá-lo para as músicas que mais precisar e ter May e Taylor cantando as outras músicas. E isso foi exatamente o que eles fizeram.

Todos os cartazes da turnê diziam QUEEN (em letras garrafais) e Adam Lambert (embaixo, em letras muito menores).

Isso refletiu a performance – pelo menos para mim. Estava tudo em torno de Queen, mas sim, Lambert também estava lá, e ele fez um ótimo trabalho.

Para mim, ele é o maior vencedor de qualquer reality show musical. Onde estão os outros vencedores agora? Esse cara está cantando com o Queen!

Vida longa ao Queen.

Fontes: Adam Lambert Fan Club e Stuff Nation

Tradução: Stefani Banhete e Sandra Saez

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