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04set2014
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Brisbane Times: “Queen arrasa no Brisbane Entertainment Center” – (Brisbane – 01/09)
Queen arrasa no Brisbane Entertainment Center Horas depois de Queen e Adam Lambert arrasarem no Entertainment Center, em Brisbane (Austrália), será difícil para muitos, do público, simplesmente superarem: “Isso foi incrível, eu não posso acreditar que eu estava lá. Isso foi incrível.”
Com um show de Rock and Roll, e uma combinação de reencontro, tributo e passagem de bastão, Queen e Adam Lambert proporcionaram pouco mais de duas horas de pura sensação, diretamente aos nervos e ossos de qualquer sortudo que pôde testemunhar isso.
Lambert, claro, é o estranho, o mais recente em uma série de cantores que têm aparecido com Brian May e Roger Taylor nos últimos anos desde 24 de Novembro de 1991.
Essa data está gravada no coração de cada fã do Queen, pois marcou o dia em que o mundo perdeu Freddie Mercury.
Esse espectro esteve no ar enquanto o público se preparava na segunda-feira à noite. Será que Lambert será apenas uma imitação? Está certo para os outros, se apresentarem sem Freddie?
O baixista John Deacon certamente tomou esse rumo, aposentando-se da indústria da música na década de 1990 e evitando qualquer destaque desde então. Mas a abordagem de May e Taylor é de estar orgulhoso do trabalho criado com e ao lado de Mercury, atenuada com um respeito profundo pelo seu falecido amigo. Lambert, portanto teve que assumir que deve ter alguma coisa.
A banda foi calorosamente recebida ao palco, mas havia uma sensação de reticência sobre Lambert, durante os dois primeiros números, “Now I’m Here” e “Stone Cold Crazy”. Foi a familiar canção “Another One Bites The Dust” que realmente fez relaxar os fãs, e foi com “Fat Bottomed Girls”, com uma entrega impetuosa e exagerada de Lambert no palco (completo com couro cravejado e topete), que ganhou o público.
Enquanto isso, May começou toda uma noite de solos tão inspiradores como esses impressionantes cachos que circundam sua cabeça como uma aureola ondulada. Os solos têm um propósito duplo de permitir a Lambert, Taylor e/ou os seus músicos de apoio, de ter uma breve pausa e recordar que May é o melhor guitarrista de todo o universo. Ele não toca o instrumento com notas que saem dele, são notas que explodem em uma perfeita cascata de som.
O design de palco tem características simples e eficazes com um telão em forma oval e com uma passarela que sai do lado esquerdo, lindamente criando a letra “Q”. Lambert retorna com uma jaqueta de franjas douradas e sapatos de plataforma brilhantes para explorar a passarela para a esotérica “Seven Seas Of Rhye”, antes de encontrar-se em uma espreguiçadeira com um leque e uma versão atrevida de “Killer Queen”.
É aqui onde Lambert começa a dominar o público. Seu rosto animado enche a tela grande, sobrancelhas sugestivas, atitude de princesa e notas altas sem esforço.
Uma vez que a música termina, Lambert conversa, enquanto limpa o suor da testa, agradecendo ao público por deixar suas descrenças de lado e deixá-lo cantar as músicas, para homenagear o falecido Freddie Mercury. Isso marca a aprovação do público: este homem não está tentando ser Freddie. Ele o ama tanto quanto nós, ele só canta melhor que nós em um karaokê, às 2 da manhã.
Lambert também tem uma mania cativante de parecer completamente entusiasmado cada vez que ele está ao lado de May, onde se notou no hino “Somebody To Love”. Ele sobe e desce com as notas e convida a todos para um alegre canto glam rock em coro (“Find… me… somebody to love, find… me… somebody to love”). “I Want It All” fecha o set, os ressonantes, e intransigentes vocais reforçadas pela bateria de Taylor e solo de May.
O ambiente acalma, e May toma um assento sozinho no final da passarela. Ele confessa que é encantador estar na Austrália porque sente como parte de nossas vidas por um momento, em seguida, escolhe uma sublime “Waltzing Matilda” em seu violão.
May é agora um célebre astrofísico, mas eu suspeito que alguma magia pode estar envolvida no feitiço que ele lança sobre o público, que balança suavemente e canta delicadamente as letras da música. É um momento mágico, mas há outro ainda melhor por vir.
“Vamos cantar uma para Freddie?”, pergunta ele, com um rugido de aprovação. O que segue é o momento mais terno do show: May cantando “Love Of My Life”, o público acompanhando, e finalmente arquivos de filmagens de concertos de Mercury aparecendo no grande telão.
Eu não posso ter sido o único a notar lágrimas caindo do meu rosto.
Depois que acabou, May ilumina o ambiente e usa um “selfie stick” para tirar um vídeo do público fazendo uma onda, antes de levar Taylor e seus três músicos de apoio para uma lição de teoria geral da relatividade de Einstein, a dilatação do tempo e um íntimo desempenho do “’39”, lindamente folclórico.
Taylor impressiona com fortes vocais em “A Kind Of Magic”, antes de fazer uma batalha de baterias com ninguém menos que seu próprio filho, Rufus Tiger Taylor, que tem estado de apoio na percussão durante toda a noite. Ambos são fenomenais, levando uma senhora ao redor a gritar “Você ainda pode, meu velho!” que, felizmente, Taylor não ouviu.
Bateria ainda na frente da passarela, Taylor se juntou novamente com Lambert para “Under Pressure”, em que Taylor faz o papel de David Bowie. Essas letras parecem um pouco pungentes, cantadas por um homem mais velho (“It’s the terror of knowing what this world is about” [O terror de saber como esse mundo é]), enquanto Lambert, novamente, adiciona potência e alcance.
Quando May pergunta ao público “O que vocês acham do novo cara?”, o aplauso é ensurdecedor. Lambert ganhou o público, e se lança em “Dragon Attack”, uma canção projetada para desfilar e mostrar algum estilo. É imediatamente ofuscado pela brilhante e épica “Who Wants To Live Forever”. Aqui, os vocais assustadores de Lambert dão arrepios na espinha, e o desempenho é possivelmente até mesmo melhor que a versão de Mercury/May, usada para o filme Highlander.
O público recebeu uma surpresa com um solo estendido extraordinário de Brian May, chamado “Last Horizon” que. mais uma vez, parece conectar seu domínio da música com sua especialidade em ciência. May toca a guitarra sem problemas, tocando somente com seus dedos e com um conhecimento de como transformar ondas sonoras em calor emocional. Foi como uma mensagem do universo, que nos falasse em uma linguagem científica musical que apenas nossos corações entendessem.
Lambert veste estampa de zebra para “Tie Your Mother Down”, canta com o público, e em seguida junta-se novamente com May para uma feroz “I Want To Break Free”.
O show está construindo um momento, e todo o público está pronto para cantar junto, com “Radio Ga Ga”, sem mencionar em participar em bater as palmas duas vezes, que é parte essencial da canção. Em seguida, o espírito de Elvis parece estar presente na sala, quando Lambert dança junto a “Crazy Little Thing Called Love”, apenas mais um exemplo de como Queen conseguiu transcender estilos musicais e tendências populares.
“Bohemian Rhapsody” é claramente a música de encerramento oficial, e novamente arquivos de filmagens de Freddie cantando são perfeitamente incorporados em uma transmissão ao vivo. Toda a audiência balança as cabeças no momento apropriado, e houve enorme aplauso enquanto o rosto de Freddie aparecia ao final, cantando “Any way the wind blows”.
E ainda não é o fim, é claro que só pode realmente acabar de uma maneira. O público começa a fazer o som familiar de “We Will Rock You” antes que May retorne ao palco e Lambert apareça com um terno estampado de leopardo e uma coroa fabulosa de diamante.
“We Are The Champions” segue, é uma aceitação calorosa dando à audiência um último abraço em grupo e reforçando a confiança, antes de retornar para uma vida sem graça fora do show do Queen. Uma saudação final com uma versão elétrica de “God Save The Queen”, e acabou.
Quando a contabilidade de grandes bandas de rock estiver finalmente finalizada, Queen certamente deverá sair entre as cinco primeiras. Para muitos, Freddie, Brian, Roger e John vão ser #1. É raro encontrar uma banda que todo mundo goste, com um repertório musicalmente forte e bem conhecido. Também é raro encontrar um talento como Lambert, capaz de canalizar o seu poder vocal em uma interpretação respeitosa e não imitativa, das obras de Mercury. Freddie pode ter ido embora, mas ele certamente aprovaria.
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Fontes: @14gelly e Brisbane Times
Tradução: Sandra Saez
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