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27ago2014
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The Rock Pit: “Queen + Adam Lambert” – (Perth – 22/08)
Queen + Adam Lambert Para muitos, Queen sem Freddie pode ser impensável, mas esta noite, quando Queen + Adam Lambert abriram sua turnê Australiana, para uma inteiramente nova legião de fãs, nós pudemos ver que músicas como essas não só não envelhecem, como também suportam grandes mudanças. Nós temos de admitir que tivemos nossas dúvidas quando vimos o nome de Lambert, mas sabe de uma coisa? Depois de um show Queen e Adam Lambert de mais de duas horas, nós achamos que até mesmo Freddie aprovaria.
“Esse foi o show com o qual todos os outros shows serão comparados.
Apenas impecável.
Há bandas, grandes bandas, as melhores bandas do planeta, e há as lendas e os superstars… E então há o Queen.”Este foi meu post no facebook depois de testemunhar o Queen arrasar na Perth Arena na última sexta-feira.
Desde o começo você podia dizer que seria algo especial. O gigantesco logo do Queen mostrado como um brasão em uma cortina branca enorme escondendo o palco, imediatamente lembrava a todos que Queen só faz as coisas de um jeito: GRANDE!
É claro que todos nós tínhamos dúvidas. Eles ainda têm o que é preciso? Os membros originais, Brian May e Roger Taylor, ambos na casa dos 60, ainda conseguem fazer um show de duas horas? E a grande pergunta: Adam Lambert conseguirá fazer justiça a Freddie?
Você podia saber que Freddie estava presente nas mentes das pessoas. A celebridade local, fã devotado e sósia de Freddie Mercury, Thomas Crane, se parecendo muito com seu personagem, elevou os ânimos com uma chamada-e-resposta improvisada de “Day Oh”” de seu assento, que a plateia respondeu entusiasmadamente. Tanto que alguém da equipe de iluminação que estava atento ao que acontecia, colocou um holofote sobre ele, para que todos pudessem vê-lo.
Para mim, havia o sentimento de que todo o show era uma homenagem ao Sr. Mercury. Conforme a excitação crescia, a house music do ambiente foi substituída pela última faixa do último álbum do Queen, “Made in Heaven”, lançado postumamente. A faixa 13 como se conhece é uma longa faixa de som ambiente que alguns postularam ser o adeus final a/de Freddie.
E então, as luzes se apagaram, a plateia se animou e Queen explodiu em nossos olhos, ouvidos e corações. A Arena se encheu com o som inconfundível da famosa guitarra ‘Red Special’ de Brian May enquanto “Procession” do álbum “Queen II” anunciava a chegada deles. A atitude do Queen em relação a performances ao vivo sempre foi, e eu estou citando tanto Brian quanto Roger, aqui, “Primeiro cegante e ensurdecedor, lento e pensativo, subindo para cegante e ensurdecedor outra vez para o encerramento; geralmente os deixa sem fala.” E eles fizeram exatamente isso!
Com a cortina ainda no lugar, os poderosos acordes de “Now I’m Here”, estouraram. O uso inteligente de luz e vídeo nos apresentou a silhueta de Lambert enquanto tínhamos a primeira amostra de sua voz e então BAM! Luzes, tambores, a cortina é erguida na velocidade da luz e o show começa.
Queen sempre se orgulhou de seus shows imaculadamente planejados que são a real apresentação da teatralidade de sua música. Esse show não foi diferente. O áudio estava deslumbrante, as luzes, magníficas e altamente eficientes, o setlist levou nossas emoções de clímax em clímax, a equipe de palco estava militar em sua precisão ao colocar e retirar acessórios e equipamentos do palco. Foram duas sólidas horas do que um show de rock deveria ser.
Então, vamos às perguntas:
Eles ainda têm o que é preciso? Definitivamente! A banda estava musicalmente imaculada. Contando com o filho de Roger, Rufus Tiger Taylor na bateria, percussão e vocais, Neil Fairclough no baixo e vocais e o tecladista de longa data e diretor musical, Spike Edney, a banda estava muito bem polida, afinada e as harmonias estavam deliciosas.
Brian May e Roger Taylor ainda conseguem fazer um show de duas horas? Pode apostar! Cara, eles poderiam ter continuado a noite toda. Roger não perdeu nada como baterista ou vocalista. Ele se juntou ao filho Rufus para um duelo de baterias e cantou “These Are The Days Of Our Lives” lindamente.
Brian ainda pode arrasar com todos eles, seu tom é incrível, ele é inteligente, engraçado, encantador e completamente genuíno. Seu convite para que a plateia se juntasse a ele em “Love Of My Life” para Freddie, veio direto de seu coração.
E finalmente: Adam Lambert conseguirá fazer justiça a Freddie? Sim. Inequivocamente sim. Ele é o Freddie? Não, não é. Ele não tem que ser e ele não está tentando ser. Ele é Adam Lambert e é uma escolha perfeita. Ele é extravagante, carismático, deliciosamente sexy e engraçado. É preciso ouvir sua voz para acreditar que ela existe. Alcance incrível, tom rico e eu acreditei em cada palavra que ele cantou. Há não ser Freddie, não consigo pensar em ninguém mais que poderia cantar “Killer Queen” esparramado em um sofá com uma garrafa de Möet em uma mão e usando saltos de 15 cm. Ele tem um entendimento profundo da teatralidade e um grande respeito pela música. E sobre tudo, ele se diverte.
Eu não quero ir para a descrição de cada uma das músicas, já que prefiro que vocês as descubram por conta própria, mas cada álbum foi representado. Tantos destaques. O solo de guitarra de Brian, a altamente emotiva “Who Wants To Live Forever”, o solo de baixo de Neil, que habilmente teceu todas as linhas de baixo do álbum “Hot Space” juntas, o solo de Roger e a batalha de baterias, o set acústico na frente, o começo, o meio e o fim.
Eu acho que a última e não formulada pergunta é: O legado de Freddie está seguro? Está em boas mãos? Resposta: Com certeza. Era possível perceber que toda a banda estava consciente e respeitosa com Freddie. Houve alguns momentos realmente tocantes onde eles prestaram seus respeitos a ele e até o tiveram cantando partes de algumas canções e aparecendo nas telas de vídeo. O legado está completamente a salvo.
Para mim, o mais sutil dos gestos veio no final do show. Enquanto a banda se lançava no esperado bis de “We Will Rock You”/”We Are The Champions”, Adam subiu ao palco em um deslumbrante terno dourado com brilho e usando uma coroa. Os que viram Queen com Freddie sabem que nesse ponto do show ele desfilaria pelo palco com uma longa capa de arminho e usando uma coroa. A coroa que ele usou era a coroa da Rainha, uma réplica da que a rainha da Inglaterra usava. Ele era a Rainha. Agora olhe para a de Adam. Olhe de perto. A coroa que ele usa é a de um
Príncipe e não a de uma Rainha. Ela fala de respeito, de legado, talvez de um herdeiro ao trono. Ele pode suceder Freddie, mas nunca vai substituí-lo.Em resumo, seu show foi perfeição do começo ao fim. Não sei quando vamos ver algo assim novamente e eu o encorajo a ir assistir, se puder. Isso vai viver comigo para sempre.
Craig Skelton
Craig é baixista/tecladista da Banda Australiana Stone Circle e um solista talentoso
BANDA STONE CIRCLE
FACEBOOK CRAIG
Clique aqui para conferir as fotos do show no artigo.
Fontes: Adam Lambert TV e The Rock Pit
Tradução: Stefani Banhete
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