Boston Herald: “Último Grande Show: Queen + Adam Lambert no The Garden” – (Boston – 22/07)

Último Grande Show: Queen + Adam Lambert no The Garden

Isso é a vida real, ou isso é apenas uma fantasia? Adam Lambert canta essas palavras de “Bohemian Rhapsody” todas as noites como o vocalista da amada realeza do rock britânica Queen, e ele deve se fazer essa mesma pergunta. Para o garoto de San Diego, que é o último vocalista a assumir o lugar de Freddie Mercury, o carismático vocalista do Queen que morreu em 1991, deve ser um pouco dos dois.

E Lambert, de 32 anos, é certamente o homem certo para o trabalho, conforme provou habilmente na noite de terça-feira durante o show de 2 horas e 15 minutos no TD Garden, anunciado como Queen + Adam Lambert.

Lambert, um concorrente do “American Idol”, é teatral e dramático como Mercury, todo relâmpagos e trovões. Seu tenor poderoso e voz de multi-oitavas nos maravilhou a noite toda, sendo ao acariciar as notas de “Somebody To Love,” cantando a hard-rocking “Another One Bites The Dust” ou se superando durante uma sensacional “Who Wants To Live Forever”, pontuada por lasers, uma bola de espelhos, sintetizadores e outro solo de guitarra de Brian May que trouxe a casa a baixo. Durante uma matadora “Killer Queen,” o divo Lambert se refestelou em um divã e brincou com a extravagância da canção. Mais importante: Lambert não tentou imitar ou incorporar o incomparável Mercury; sua personalidade afável e falante transpareceu.

May, que tem um grande cabelo afro grisalho e que fez 67 anos no último sábado, e o baterista Roger Taylor, que fará 65 no próximo sábado, são os únicos membros originais (o baixista John Deacon se aposentou em 1997) e continuam sendo o coração e alma do Queen. May, particularmente, deslumbrou na guitarra, uma réplica de sua famosa “Red Special” que ele construiu com seu pai usando partes de bicicletas e motos e madeira de uma antiga lareira. Uma câmera montada no braço da guitarra deu a arena praticamente lotada, um close de suas habilidades – ele usa uma moeda ao invés de uma paleta! – e seu uso constante do trêmulo. Seus solos durante “Fat Bottomed Girls”, “I Want It All”, e nas músicas de encerramento “Bohemian Rhapsody”, “We Will Rock You”/”We Are The Champions”, demonstraram porque May tem um lugar tão alto na lista dos maiores guitarristas de todos os tempos.

Taylor, cujo filho/companheiro de banda, Rufus Tiger, demonstrou que é um fantástico baterista por si mesmo, é um músico estável e forte. Ele deu força as difíceis “Under Pressure” e “Tie Your Mother Down” e à ritmicamente perfeita “Radio Gaga”, durante a qual os fãs bateram palmas em todos os momentos certos. Taylor comandou os vocais de uma tocante “These Are The Days Of Our Lives”, que contou com um vídeo com imagens de Mercury, Deacon, May e Taylor através dos anos. Mercury, de fato, teve uma presença dominante durante o show, via vídeo. Ele apareceu na tela enquanto May cantava uma tocante versão acústica de “Love Of My Life” e contribuiu grandemente em “Bohemian Rhapsody” através de uma antiga filmagem.

Uma sessão de solos de baixo, bateria e guitarra no meio do show, atrapalharam o ritmo um pouco, mas não diminuíram o quociente de diversão. E eu gostaria que a banda tivesse tocado “The Show Must Go On”, que é uma das melhores músicas do Queen e que foi tocada na maioria dos shows dessa turnê.

Eu fui abençoado por ter visto um show do Queen nos anos 70 no Orpheum e no Music Hall. Eles foram algo especial. Terça à noite, May, Taylor e Lambert deixaram Freddie orgulhoso, fazendo um show arrasador que se somou ao legado de uma das maiores bandas de rock. Bravo!

Fontes: Adam Lambert TV e Boston Herald

Tradução: Stefani Banhete

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