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19jul2014
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La Presse: “Queen e Adam Lambert: Explosão e Nostalgia” – (Montreal – 14/07)
Queen e Adam Lambert: Explosão e Nostalgia O guitarrista Brian May declarou sem rodeios à Rolling Stone: o espetáculo da turnê Queen + Adam Lambert não se resume a um presente para os fãs. Não se trata de uma repetição ou imitação do passado, mas sim uma nova experiência com um “verdadeiro e excelente” cantor. A apresentação explosiva aconteceu ontem à noite no Bell Centre, com Adam Lambert, uma nova voz que não é a do lendário Freddie Mercury, mas está à altura da banda, cuja música transcende idades e gerações.
Mesmo antes da entrada dos músicos, o público, de todas as idades, começou a bater palmas no ritmo da famosa “We Will Rock You”. Nuvens de fumaça branca acompanham a cena. Exatamente às 20:20, finalmente se ouve a guitarra elétrica por trás das cortinas. Então, tudo explode. Carregado em couro, óculos escuros sobre o nariz, Lambert entra no palco. Logo ele mostra suas habilidades vocais incomuns, enquanto May mostra o que já sabíamos: ele é um rei da guitarra elétrica.
Seguiram com “Stone Cold Crazy”, e sucessivamente, a noite toda, de “Seven Seas Of Rhye” (1974) a “Show Must Go On” (1991). Foram músicas de pelo menos 12 dos 15 álbuns de estúdio do grupo, mais de 20 músicas ao todo.
Voz Fenomenal
Digamos que desde o início: o lendário Freddie Mercury, que morreu prematuramente aos 45 anos, em 1991, foi uma das maiores vozes da história do rock. Além disso era um showman incrível, insubstituível. Os membros originais ainda ativos, Brian May e Roger Taylor, têm feito tudo para enfatizar, no título de sua turnê, que é um conjunto, o grupo e o cantor Adam Lambert. Este último tem por seu lado, uma bela carreira solo com suas próprias turnês e álbuns, desde o segundo lugar no American Idol, em 2009.
Nunca saberemos se o voto que elegeu o controverso cantor Kris Allen como vencedor em vez de Lambert foi influenciado por homofobia – que é, pelo menos, o que os fãs do cantor, que nunca escondeu sua orientação sexual, acreditam – mas nós compreendemos porque os veteranos do Queen o escolheram para o que poderia muito bem ser a última turnê da banda…
Primeiro, ele tem uma voz fenomenal abrangendo várias oitavas e capaz de ir muito bem nos agudos. A voz camaleão permite a Lambert cantar o que quiser, em praticamente todos os subgêneros pop e rock. O artista de 32 anos tem afinidades estéticas com as músicas do Queen. Mas pode-se facilmente imaginá-lo capaz de retomar com gosto o caminho de sucesso de alguns grupos de metal cujos cantores têm – ou tinham – como notáveis suas diversas vozes. Nós pensamos em Mötley Crüe, Scorpions e Deep Purple.
E como Mercury, ele parece ter sido posto na terra para usar trajes excêntricos e deleitar-se com intensidade teatral na frente de milhares de espectadores. Este é um verdadeiro showman com uma diva personalidade carismática, capaz de conquistar o carinho do público com qualquer música.
Lembranças
Esta noite, nós também tivemos um interlúdio nostálgico, embora, talvez, um pouco longo demais. Brian May se instalou sozinho ao violão para cantar “Love Of My Life”, depois de explicar que Mercury estava sentado ao lado dele naquele momento. Um verso ou dois mais tarde, um vídeo do falecido aparece em uma projeção para cantar com ele. Em seguida, é a vez de Roger Taylor cantando sozinho “These Are the Days Of Our Lives”, enquanto imagens do grupo em momentos diferentes eram projetadas. Um belo momento.
Um número ausente do evento: “Love Kills”, primeira música gravada para a carreira solo de Mercury, onde Lambert ficou enredado em notas falsas.
Enquanto escrevo estas últimas linhas, pouco antes das 22:15, Brian May é mimado com um longo e louco solo de guitarra através de uma iluminação psicodélica. Não tínhamos ainda ouvido os três maiores sucessos do Queen, “Bohemian Rhapsody”, “We Will Rock You” e “We Are The Champions”. Mas nós suspeitamos que eles tenham reservado o melhor para o final.
Clique aqui para conferir a galeria de fotos do show.
Tradução Francês/Inglês: Antoni Sergi
Tradução Inglês/Português: Graça Vilar
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