Garnett Research : “Queen + Adam Lambert: ‘It’s A Kind of Magic’ [É um tipo de mágica]” – (San Jose – 01/07)

Queen + Adam Lambert: It’s A Kind of Magic [É um tipo de mágica]

Não existem adjetivos o suficiente para descrever o show de Queen e Adam Lambert no SAP Center de San Jose. Brian May, Roger Taylor e Adam Lambert lançaram um feitiço na plateia lotada como seus talentos musicais combinados em um show de duas horas e meia.

Depois de 45 minutos do que deveria ser o início do show, a impaciente plateia começou a bater os pés e mãos como na introdução de We Will Rock You. E como resposta, a música começou, a arena rugiu como um leão e as cortinas com o logo do Queen se abriram. O show começou.

Coberto pela escuridão do palco, o cantor nomeado ao Grammy Adam Lambert começou a cantar ferozmente Now I’m Here. E sim, ele estava lá. As luzes acenderam e ele entrou no palco como um rockstar, vestido com uma jaqueta de couro preta, calça de couro, luvas e óculos dourados. Essa foi umas das mudanças de figurino que estava por vir. Sua imagem preencheu a tela dentro do grande círculo de metal que fazia parte do “Q” no palco. (A passarela levava a um segundo palco na audiência que formava a ponta da letra). Lambert dominava o palco com seu estilo e seus vocais de tirar o fôlego. Ele parecia estar no melhor momento de sua vida junto à Brian May, que detonava ao seu lado, sorrindo como o Gato de Cheshire [ver nota 1].

Depois, Queen entrou em Stone Cold Crazy, com grandes acordes de May. A música estava firme e agressiva, e levou todo mundo junto. O corpo de Lambert dançou com a base do microfone (para o deleite da audiência), e desfilou pelo palco enquanto detonava na música rápida e cheia de trava-línguas sem esforços.

Quando entraram em Fat Bottomed Girls, mostraram uma boa visão de uma câmera montada na guitarra de May. Isso deu a sensação de estar sentado no topo da guitarra, enquanto você assistia os dedos dele tocarem e fazerem mágica. Encontrando May na passarela, Lambert se ajoelhou e se aproximou da câmera, gerando uma cena hilária. A diversão continuou com May desfilando pela passarela. Ele parou algumas vezes para virar a câmera para a plateia, e seus rostos apareceram na tela. Depois, May direcionou a câmera à Taylor.

O que a plateia achou de Lambert? Antes de sentar para apresentar Love Kills, May perguntou: “O que vocês acham do novo garoto?” A arena fez um barulho imenso e aplausos que pareceram durar uma eternidade. O olhar de admiração e grande sorriso de May se direcionaram à Lambert.

Queen e Adam Lambert definitivamente arrasaram, dominando o palco e a audiência com cada uma de suas músicas. Entretanto, rever cada uma das 22 músicas resultaria em um pequeno livro, então aqui estão as músicas seguidas dos melhores momentos: Crazy Little Thing Called Love, Seven Seas Of Rhye, ’39 (May nos vocais), Love Of My Life, These Are The Days Of Our Lives, Under Pressure (dueto com Taylor), I Want It All, Don’t Stop Me Now, Radio Gaga, Another One Bites The Dust, In The Lap Of The Gods, Tie Your Mother Down, The Show Must Go On, Somebody To Love.

Killer Queen
Lambert canalizou seu talento para extravagância e comédia na mais criativa performance de uma música. Usando mangas com franjas, glitter e tachas, calças apertadas metálicas e altas botas de plataformas, Lambert se estendia em um sofá de veludo roxo. Parecendo uma diva Glam Rock fazendo uma sessão de fotos sexy, Lambert posicionou seu corpo de todas as formas, enquanto cantava sedutoramente Killer Queen. Brian May foi em direção à ele, tocando sua guitarra, como se fosse ver o que Lambert estava fazendo. Adam começou a se refrescar com um leque dourado, tomando champanhe de um garrafa com um sorriso de um milhão de dólares. Ele então demonstrou como é parte camelo e parte fonte, cuspindo champanhe pelo palco e na plateia, errando por pouco um Brian surpreso. Ele terminou jogando o resto da champanhe na primeira fileira, para o deleite deles.

Love Kills
Para essa música, o trio ficou no segundo palco para um sentimento mais íntimo. Lambert e May sentaram em bancos lado a lado com Taylor na bateria atrás deles. Lambert com calça metálica brilhante e uma blusa preta transparente complementada de um colete preto. Primeiro, Lambert pede aplausos para Freddie Mercury (e eles fazem isso). Depois dos aplausos, ele explica que Mercury escreveu Love Kills para o filme mudo “Metropolis” e como Brian lhe mandou um email com uma versão não-disco da música original. Lambert então apresenta gloriosamente com o arranjo tocante e belo de May. Os alcances altos e baixos de Adam geraram, no mínimo emoções e calafrios.

Who Wants To Live Forever
Cantando debaixo de um grande globo espelhado e uma teia de lasers, os vocais esplêndidos de Lambert em Who Wants To Live Forever beirava a ópera em alguns momentos. Cada nota tinha honestidade de partir o coração. Mas parecia que ele estava se segurando em algumas partes em que costumam ficar as gloriosas notas. Isso pode ter sido intencional por causa da beleza de suas interpretações que mudam cada vez que canta. Ou pode ser simplesmente porque ele queria guardar sua voz para os outros shows. Independente da razão, essa foi uma performance que teria te tocado profundamente.

Bohemian Rhapsody
A parte mais comovente do show foi Adam cantando Bohemian Rhapsody como em um dueto com Freddie, feito, possível por vídeo. Lambert começou no palco principal, seguido por um vídeo do refrão (que não pode ser feito ao vivo por causa de seus vários níveis de vocais gravados) tocado no centro da estrutura “Q”. Então Freddie apareceu na tela. Gritos ressoaram na arena. Dali em diante, ele e Adam trocaram os versos cantando a música cada um em seu estilo. Enquanto Freddie terminava a música, Lambert foi em direção à tela circular, se apoio em umas das pernas, levantou o braço segurando o microfone e olhou para o rosto de Freddie. Foi um lindo momento de homenagem.

Solo de Guitarra de Brian May – Last Horizon
O lindo solo de guitarra do Brian May, Last Horizon, foi no mínimo de outro mundo. E foi apresentado como. Ele estava cercado de lasers e luzes azuis quando começou no palco principal. Ele lentamente foi andando em direção à passarela e depois às escadas laterais, terminando no palco menor, entrando em sua alma. As notas te levavam à algum lugar do espaço e tempo. Milhares de pontos brancos caíram sobre o Dr. May como se ele estivesse em meio a estrelas. E enquanto você ia viajando, May te trazia de volta a Terra com acordes altos e ferozes. Ele termina te levando para onde começou e mais uma vez você está envolvido pelo som das notas. Essa parte fenomenal tocada por May durou 14 minutos, que honestamente, deveria ser vista por todos os aspirantes a guitarristas. Ele é um mestre.

A batalha de baterias
Roger Taylor e seu filho Rufus ‘Tiger’ Taylor agraciaram a plateia com uma fantástica batalha de baterias que mostrou seus incríveis talentos. Roger estava no palco menor e Rufus no palco principal e suas baterias foram sendo levadas para perto uma da outra. Vamos considerar um empate. Rufus demonstrou que ele não é muito diferente do pai e até parece um Roger mais novo. Mas ele é um baterista talentoso, e talvez um dia nós o veremos em turnê com sua própria banda.

Bis
Depois do encorajamento da plateia, que estava em um mar de celulares, Queen tomou o palco para o bis. Primeiro teve We Will Rock You, que parecia ser a música de coroação de Adam Lambert. Ele entrou no palco com seu terno de leopardo, usando a maior coroa de diamantes feita para um rei. Ou uma Queen [Rainha]. Isso lembrou Freddie no palco usando uma coroa vermelha no final do show do Queen em 1986.

No final da música, We Are The Champions começou a ser tocada, e a arena começou a gritar e aplaudir tão alto que poderia destruir o lugar. May, Taylor e Lambert se curvaram diante da ovação.

Entrar no lugar de vocalista do Queen é um tremendo risco para qualquer um, mas Adam Lambert, um vocalista classicamente treinado, fez isso brilhantemente sem tentar ser Freddie Mercury. Lambert comandou o palco sem esforços ao cantar as músicas difíceis do Queen com acrobacias vocais inacreditáveis. Ele estava confiante, relaxado e passando energia para a audiência. A camaradagem fora do palco entre Queen e Adam foi estendida ao palco, e mais notavelmente, quando ele, May e Taylor tocaram um para o outro.

Adam Lambert traz uma interpretação nova, não personificação, dos hits do Queen e clássicos do catálogo. E é isso que dá brilho ao show. May e Taylor estavam certos ao confiar em Lambert para trabalhar como vocalista da banda.

Eu os aconselho a deixar o preconceito de lado, e correr, não andar, para conseguir um ingresso para esse evento histórico. Assistir os vídeos no YouTube não faz justiça à voz de Lambert. Você tem que experienciar ao vivo. E quando for, Queen e Adam Lambert detonarão seu mundo.

NOTA: O Gato de Cheshire ou Gato Que Ri é um gato fictício, personagem do livro Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol. Ele se caracteriza por seu sorriso pronunciado e sua capacidade de aparecer e desaparecer. (Wikipédia)

Fontes: Adam Lambert Fan Club e Garnett Research

Tradução: Carolina Martins C.

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