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08jul2014
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Las Vegas Review-Journal: “A voz de Lambert, um estilo digno de uma Rainha”
A voz de Lambert, um estilo digno de uma Rainha Ele cantou deitado em um sofá com bordas douradas que era quase tão dourados como o homem envolto em cima dele, pele e tecido praticamente indivisível um do outro.
Ele fazia isso enquanto se refrescava com um leque dourado como borlas que combinavam com a de suas mangas de couro com spikes, e bebia champanhe direto da garrafa.
Monarcas franceses foram decapitados por indulgências menores.
Boca cheia de espumante, este patrício do glam rock jorrou champagne em alguns membros do público que estavam a seu alcance.
“Me desculpe, minha senhora, isso te molhou?” Ele ronronou depois, saboreando a insinuação e o álcool da mesma forma.
Pouco tempo depois, Adam Lambert ponderou o apelo de tal teatralidade.
Ele fez isso sendo o vocalista de uma banda, a realeza do rock britânica Queen, que encarna a ostentação, musicalmente, visualmente, e emocionalmente.
“Eu acho que nós escapamos de tudo isso, para preencher um vazio”, observou Lambert no palco do The Joint no Hard Rock no Sábado, onde Queen se apresentou no primeiro de dois shows em Vegas (a banda voltou ao local na noite de domingo).
O ponto de Lambert é bem tomado, mas o que acontece quando esse escapismo torna-se um lembrete constante de mortalidade e perda, do que poderia ter sido?
Este é o desafio que Queen enfrenta nos dias de hoje, em turnê de novo sem o amado vocalista Freddie Mercury, que morreu de complicações relacionadas à Aids em 1991.
Mesmo assim, é muito difícil encontrar um motivo para fazer um argumento de que o catálogo icônico do Queen deveria ser colocado para descansar junto com o homem que inicialmente forneceu sua voz.
“Eu acho que essas músicas merecem viver”, o guitarrista Brian May disse com naturalidade, enquanto estava sentado no centro do palco, segurando um violão antes de cantar a terno “Love Of My Life”. “Então, aqui vamos nós.”
E com isso Queen foi.
A última vez que Queen fez uma turnê, em 2009, foi com o ex-vocalista da Bad Company, Paul Rodgers, mais um cantor de blues rústico e com uma presença venha-como-você-está que nem sempre pareceu ser o mais adequado para uma banda como Queen.
Era como vestir uma supermodelo em um biquíni serapilheira, favorecendo robustez sobre magreza.
Lambert, por outro lado, não possui um registro menor que de Rodgers ou Mercury, mas ele canta com um talento operático quase premeditado, e seu porte físico é sugestivo de uma abundância excessiva de arrogância dentro de umas calças de couro.
Ele é um ser humano raro que pode inconscientemente usar um terno com estampa de leopardo – combinado com uma coroa de ouro, é claro – não provocando nem caretas nem gargalhadas enquanto ele se coloca no nexo da extravagância e alta costura.
Como tal, Lambert está como em casa no cenário do Queen mais extravagante enquanto ele se deita na sua própria cama de 24 quilates, diamantes incrustados, envolvido em penas de pavão (na verdade, nunca vimos onde Lambert repousa sua cabeça, mas vamos lá, se ele não possui realmente algo parecido com o que descrevemos, a coisa está pedida).
Depois de um começo um tanto tênue, com a música de abertura “Now I’m Here”, onde Lambert cantou velhas memórias enquanto criava outras novas, o cantor trabalhou com um suor visível durante a proto-metal da segundo canção “Stone Cold Crazy”, onde a guitarra de May serviu como um marcador de gado, colocando a música para a frente a velocidades cada vez mais perigosas.
Na tempestuosa canção “Somebody To Love”, Lambert uivou com um fervor evangélico, soando como se estivesse gritando ao diabo durante um sermão de domingo; na balada clímax “Who Wants To Live Forever”, ele olhou para cima enquanto cantava ao teto onde aparentemente desalojou uma bola de discoteca enorme que desceu de cima; durante o swing de rock “Crazy Little Thing Called Love”, ele levantou seu lábio superior, parecendo um Elvis malvado enquanto May fazia um solo boquiaberto.
Falando de May, um tocador de ritmo principal, bem como um solista realizado, seu desempenho é tanto de uma assinatura de um som robusto do Queen como as linhas vocais acrobáticas de Mercury. É uma mistura de força e delicadeza, coragem e brilho, bem exemplificado no refrão de “Fat Bottomed Girls” e da maneira em que ele acentuou “Tie Your Mother Down”, com uma guitarra emotiva.
Junto com May, o baterista Roger Taylor é o único outro membro original da banda, cuja formação da turnê é completado pelo filho de Taylor, Rufus Tiger Taylor, na percussão, o antigo tecladista Spike Edney e o baixista Neil Fairclough.
Todos os seis juntam as vozes em grandes harmonias de vez em quando, enquanto Taylor cantou “These Are The Days Of Our Lives”.
Durante essa canção, imagens de Mercury são colocadas na tela de vídeo na parte de trás do palco, como aconteceu durante “Love Of My Life”.
Mais tarde, em “Bohemian Rhapsody”, os vocais de Mercury foram incorporados à canção, com ele e Lambert essencialmente realizando um dueto.
Os dois versos foram intercalados entre eles, mas foi Mercury que teve a última palavra.
“Anyway the wind blows…” ele cantou no final da canção, sua voz sumindo, mas nunca desaparecendo.
Clique aqui para conferir a galeria de fotos do show.
Fontes: Adam Lambert Fan Club e Las Vegas Review-Journal
Tradução: Sandra Saez
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