Today Online Publica Entrevista com Adam Lambert na Íntegra – 08/03

O site Today Online publica na íntegra a entrevista concedida por Adam Lambert na Conferência com a Imprensa em Singapura, ocorrida na semana passada (07):

A maldição lançada sobre os vencedores em um popular programa de competição, o “American Idol”, vem acontecendo por aí e Adam Lambert não está fazendo nada para provar que está errada. O vice-campeão da oitava temporada do show é um exemplo de que, vencer a competição, não significa necessariamente que a pessoa vai continuar sempre ganhando no mundo implacável do show business.

O extravagante artista foi o primeiro competidor do “Idol” americano a empreender sua turnê mundial, “Glam Nation”, apenas um ano após sua temporada e agora ele está em seu segundo disco. Nesta entrevista sem cortes, ele compartilha seus pensamentos sobre o show que deu a ele a sua grande oportunidade, o que os fãs podem esperar do seu show esta noite e como ele seria ótimo em uma série de comédia sobre vampiros.

Você já foi culpado por “invadir” algo ou quaisquer contravenções notáveis? Não, eu sou bonzinho. A ideia por trás do meu álbum, “Trespassing”, é a de ser uma metáfora para desbravar novos caminhos, assumindo riscos, indo em frente em algo que talvez não seja necessariamente um ajuste instantâneo, ou entrar em uma comunidade, ou de uma situação em que você não é recebido de braços abertos, mas você só tem que ter fé em si mesmo e ir em frente. Esse é o tipo de verdade de todo este estilo de vida para mim, de estar na indústria do entretenimento e assumir riscos como em projetos como “Idol” e outros projetos diferentes que eu tenho encarado ao longo dos últimos anos e tenho tido muitos desafios, então “Trespassing” é meio que uma chamada à luta, para seguir em frente. Foi autobiográfico, mas eu estava tentando encontrar algum tipo de terreno comum com todos os meus fãs, porque eu acho que mesmo que nós todos sejamos muito diferentes e de diferentes partes do mundo, todos nós passamos pelas mesmas coisas.

Como você lida com as pessoas que “invadem” seu espaço pessoal? Eu me sinto “invadido” no meu espaço pessoal o tempo todo. Você estava no aeroporto outro dia? Isto faz parte do show, sabe? Acho que parte de demarcar o limite é você lidar com isso e pensar: “bem, é como é”. O que eu estou tentando aprender este ano é a parte de que, estar no controle de sua vida, é saber quando se render. Esse é o meu novo lema. É uma luta e uma viagem, mas eu estou tentando.

Você já alcançou tanto, tem algo mais que sonha conquistar?: Eu quero continuar com a arte. Se surgir alguma coisa tipo, coisa de cinema ou TV, então, seria divertido.

Então, qual seria o papel de seus sonhos?: Eu acho que vampiro é algo muito previsível, neste ponto, não é? Talvez uma série de comédia, sobre vampiros, isso seria bom! Eu projeto e quero também fazer coisas por trás das câmeras. Talvez algo sobre moda, ou trabalhar como diretor, em algum momento.

Quem é seu ícone de moda? Eu tenho um monte. Eu sempre me inspiro quando vejo as coisas, eu sou muito visual. Quando eu leio uma revista ou vejo um editorial, às vezes me lembro de pegar meu telefone e tirar fotos do que eu vejo. Eu amo a alta costura, eu amo as coisas que estão fazendo nas passarelas. Eu gosto de coisas que são completamente deixadas de lado, algo que ninguém poderia considerar como normalmente chique ou coisas até meio estranhas. Eu não levo muito a sério a moda no sentido de parecer ridículo às vezes. Posso parecer louco, mas isso faz parte da minha expressão: a de que eu quero deixar acontecer e ser expressivo e talvez inspirar algum sorriso nas pessoas.

Você pretende fazer um musical? Eu adoraria fazer um musical. Fazer um filme musical seria o primeiro passo sensato para começar a fazer algo desse tipo, caso surja a oportunidade.

Você teve algumas opiniões sobre “Les Miserables”… Nós não vamos falar sobre ‘Les Mis’, eu já falei sobre isso. Eu sempre tenho opiniões. Eu acho que, uma das coisas sobre ser um artista pop no mundo de hoje é que, no minuto em que você tem uma opinião contrária, as pessoas realmente se sentem pessoalmente ofendidas, mas eu não pretendia ser ofensivo, ou discordar dos sentimentos das pessoas. Eu apenas queria conversar a respeito. Um pequeno debate amigável e saudável é bom para o cérebro, para o espírito e para as artes. É bom ter opiniões fortes.

Você está assistindo o “American Idol”? Eu estive fazendo coisas nas últimas semanas e perdi um monte de episódios, mas eu tenho tentado me manter online e uma das coisas que eu observei com o Top 40, é que está bastante diversificado este ano, tanto quanto eu possa dizer. E o que é muito bonito, é que eles não estão rotulando as pessoas, nem nada parecido, o que é de muito bom gosto. Estou animado para ver aonde o programa vai chegar.

Quão diferente você acha que seria sua vida, caso não tivesse participado do “American Idol”? Isso mudou tudo. Sou muito grato ao “Idol”. Eu estava fazendo teatro e daí o meu interesse em gravar músicas e escrever meu próprio material e então comecei a trabalhar com diferentes compositores e produtores em Los Angeles e conversando com pessoas que tinham assinado com gravadoras e em seguida, saído e depois assinado novamente. Eu aprendi muito sobre o negócio. Eu sinto que poderia ter dado um pouco mais de tempo, mas achei que para alguém como eu, tão diferente, e com 27 anos na época, as chances de alguma gravadora se interessar por mim eram poucas. Então eu pensei o que eu poderia fazer para mudar a minha situação e o teste para o Idol surgiu em conversa com amigos e eu pensei que provavelmente seria uma ótima maneira para começar, porque a plataforma de televisão é muito vasta. E eu pensei em deixar para o povo decidir se gostava do que eu estava fazendo e então provavelmente uma gravadora se interessasse. Então me pareceu uma forma lógica para chegar lá, mas é claro, estar na indústria agora, quatro anos pós-Idol é interessante porque há uma espécie de estigma dentro da indústria com as competições de talento e programas de TV: nem todo mundo que entra lá vence. Eu ainda estou trabalhando em outras coisas. Eu estou muito feliz com meu sucesso e muito satisfeito com ele, mas é claro que eu quero mais e é um grande desafio sair da sombra de uma figura da televisão.

Você mencionou que neste negócio há a preocupação em se ganhar dinheiro, você alguma vez já chegou a renegar seus sentimentos e preferências musicais por causa de considerações da parte comercial? É um ato de equilíbrio. Eu acho que parte do dever de um artista é ter integridade, ter criatividade e ideias livres e ser um artista pop, é um negócio, e, como você vai conseguir equilibrar essas duas coisas é que é importante. Eu ainda estou tentando descobrir isso. Uma das coisas que eu amo sobre estar em turnê é que quando eu estou no palco, ele é meu. Meu e do meu público, é o nosso tempo. Portanto, independentemente de um álbum ou single que tenha saído, o show é completamente dentro da minha visão, 100%…

Como foi a formação do seu estilo glam rock? Você sempre foi confiante, mesmo na sua adolescência? Sim e não. Crescer fazendo teatro meio que faz com que você tenha que criar uma fachada para ser autoconfiante. Além de tudo isso, estou sempre lutando, e eu ainda passo por muitas coisas pessoalmente. Tento inspirar as pessoas e fazê-las se sentirem mais fortes. Eu tenho minhas próprias dúvidas de autoimagem, como todo mundo. Eu definitivamente sinto-me mais seguro comigo mesmo agora do que quando eu era mais jovem, e, definitivamente venho crescendo cada vez mais. Eu acho que a experiência e os relacionamentos nos ensinam muito. Amigos, familiares, amantes, tudo isso muda quem você acha que você é quando você se olha no espelho.

Como você lidou com os provocadores na escola, que o discriminavam, porque você era diferente? Minha situação não era terrível. Eu não passei por certas coisas que eu ouvi dizer que algumas crianças passaram. Quero dizer, ajudou que eu tenha crescido numa área mais liberal em San Diego, mas o Ensino Médio foi um pouco estranho. Eu era meio solitário. Minha maneira de lidar era ignorando isso, o que não é o melhor caminho. Como eu era um pouco mais velho na no Ensino Médio, participei de comunidades realmente importantes. Se você encontrar uma atividade que você realmente ama, então as chances são que você vai encontrar alguém que realmente o ama e você vai criar vínculo com isso. E isso foi uma espécie de salvação, estar envolvido em coral, teatro, fotografia e do conselho estudantil, coisas assim, onde haviam pessoas que pensavam como nós e se davam bem. Era como uma celebração, porque nós podíamos criar juntos algo contrário às nossas preferências. Eu ainda não era aberto sobre minha sexualidade, era algo subentendido e não falado, mas eu estava em uma comunidade de pessoas que não se importavam. Então, encontrar a sua comunidade ajuda.

Você sofreu algum choque cultural enquanto em turnê pela Ásia? É diferente. É interessante estar aqui em Singapura, é um pouco mais ocidentalizada, posso dizer. Ser um artista e ter uma gravadora que o leva ao redor do mundo, você tem ainda que ter um pouco de cuidado, mas não é tão difícil como talvez se fosse só você, cuidando de si mesmo. Alguns alimentos são realmente interessantes em alguns lugares. Tentando entender o que está colocado no alimento, tentando entender como isso foi de lá para cá, a quantidade de MSG (glutamato monossódico) que eles colocaram nela, é um choque de cultura – ou um choque para o estômago. Mas eu tive grandes momentos. E eu acho que, sem tentar soar muito brega, a música une as pessoas e quando você está aqui como um artista compartilhando música, talvez as diferenças de cultura fiquem um pouquinho turvas. Mas mesmo com as barreiras linguísticas, uma das coisas que eu observei ao longo dos anos é que o contato visual e o riso são as maneiras de ultrapassar as barreiras do idioma.

Você tem algum ritual antes de se apresentar? Nada muito estranho. Eu não sacrifico nenhum cabritinho nos bastidores. Eu costumo beber um chá, é muito mais vegetariano meu ritual. Eu faço alguns aquecimentos. Quando eu posso, sempre tento me exercitar um pouco antes do show, isso ajuda o sangue a fluir.

Qual foi o cartaz mais engraçado que você já viu em seus shows? Teve um que ficou lá flutuando nos últimos dois dias e eu continuo olhando e pensando, “O que isso quer dizer?” Eu acho que há alguns erros ortográficos nele. Eu acho que foi um fã chinês e a tradução para o inglês não foi muito boa. Mas dizia algo sobre meu glam-bulge! [risos] Vou te dizer, é interessante ser objetivado.

O que você preparou para o seu show aqui? Eu sou muito impulsivo, eu realmente não planejo as coisas com muita antecedência. Então, quando nós ensaiamos para essa turnê, nós ensaiamos este conjunto básico com músicas dos dois álbuns, até descobrirmos um fluxo que fizesse sentido. Nós fazemos uma checagem de som no dia do show, e então tentamos uma ou outra música, “covers” e outras surpresas. A mesma coisa com as roupas, eu levo duas grandes malas de roupas e penso, bom, vou usar esta nesta parte do show, esta nesta e esta nesta parte. Isto torna tudo mais divertido e espontâneo. Pode haver alguma canção nova, pode não haver… Eu não sei.

Fontes: Adam Lambert TV e Today Online

Tradução: Graça Vilar

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