Entrevista na Revista FIASCO – Parte 3

Já publicamos aqui a primeira parte da Entrevista de Adam Lambert para a edição de Dezembro/2012 da Revista FIASCO de Londres, e aqui a segunda parte. Confira agora, a terceira e última parte:

“Claro que um jornalista vai pensar ‘Oh, eu vou entrevistar Adam Lambert, ele é o cara gay do American Idol’. É desse jeito que a opinião pública no geral me vê. Esse é meu rótulo. No passado eu estava bastante frustrado, mas isso é o que é.”

Mas agora não é uma maneira preguiçosa de se vender a história? “Eu me apego ao fato de que está implícito. As pessoas sabem!!” ele diz, incrédulo. “Por que sempre perguntar sobre como me sinto por ser gay, eu respondi essa milhares de vezes. Em relação à comunidade gay… eles são os últimos a querer ler respostas para estas perguntas! Então, eu falando sobre isso para uma audiência moderna, gay e lésbica, ou mesmo pessoas que estão tranquilas com isso, não é interessante, eu não acho.”

Isso trás a tona o assunto de se tornar o garoto propaganda para a comunidade LGBT e lidar com as responsabilidades que isso gera. Existe o sentimento de ser sobrecarregado com isso quando só pelo que você pode ser responsável é você mesmo? “Eu definitivamente senti isso, eu já lutei contra esse sentimento. Antes de me tornar uma celebridade, eu não pensava duas vezes sobre ser gay. É quem eu sou. E de repente você acrescenta fama à mistura e tudo gira em torno de encontrar, qualificar e explicar… eu não falava muito sobre isso antes.”

Se você fosse hétero ou não tivesse se assumido, mas mesmo assim se parecesse e agisse como você mesmo, seria mais frustrante ter a mídia xeretando e tentando fazer você se revelar do que estas constantes “reinvenções” do que você já declarou como fato?

“Eu acho que a despeito da minha sexualidade, algumas pessoas me achariam difícil de aceitar. Eu não me pareço com todo mundo. Não importa a sua sexualidade, isso vai sempre confundir o público. Eu acho que há uma discriminação enorme – mulheres têm muita liberdade no tocante a como elas se apresentam e expressam e em seus pontos de vista, mas quando se trata dos homens, o espectro é muito reduzido.”

“Para a maior parte das pessoas, elas vêem como eu me visto e falam ‘ah… isso é gay.’ Mas se você perguntar à uma porção de caras gays eles ficam tipo ‘eu nunca usaria isso!’ A extravagância não é necessariamente gay, é apenas extravagante. Se você olhar para os anos 70 e 80, nós tivemos vários artistas adeptos do glamour e muitos deles eram héteros.”

O fato de Adam representar o estereótipo e projetar sua sexualidade e desejos abertamente e, às vezes, agressivamente, pode ser um dos motivos pelo qual o interesse em sua sexualidade se recusa a diminuir. “No final do dia, eu estou apenas sendo eu mesmo.” Lambert pondera. “Com o passar dos últimos dois anos, eu conheci pessoas e muitas vezes elas se surpreendiam com o tipo de pessoa que eu sou. Eu sou definitivamente eu mesmo no palco, mas é uma versão amplificada de mim. Eu acho que sou um pouco mais centrado do que pareço no palco.”

Você se leva a sério? “Sim e não. Quando eu estou no palco eu estou zoando, estou brincando tanto com essa imagem que é até engraçado. Talvez eu tenha passado por uma evolução, ou talvez eu esteja percebendo isso só agora, aqui com vocês, mas eu fiz um show algumas semanas atrás em Washington DC e nós estávamos rindo o tempo todo, eu acho que eu estava me levando mais a sério no começo e nem tanto conforme o tempo passava.”

Considerando o quão rápido uma estrela Pop pode se tornar uma paródia de si mesma e que a reinvenção, como Madonna prova constantemente, é a chave da longevidade, Adam está pronto para um novo ciclo em sua imagem? “Eu acho que é muito fácil olhar para um popstarr e dizer ‘você está evoluindo ou se reinventando’ porque nós tivemos tantos astros conhecidos por isso. Não sei se eu sou assim.” Ele brinca.

“Eu me reinvento quase que todos os dias. E eu não uso a palavra reinventar como uma coisa pretensiosa. Eu quero ter uma aparência em um dia e outra em outro. Eu não vejo isso como reinvenção – é uma mudança natural acontecendo nos meus gostos… não é tão consciente quanto as pessoas pensam. Muitas pessoas ficam diferentes em três anos!” Ele ri dessa constatação que pula em sua mente. “Não é diferente de pessoas normais, é só que há mais gente olhando para mim!”

Fonte: LAMBERTLUST

Tradução: Stefani Banhete

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