Entrevista na Revista FIASCO – Parte 2

Já publicamos aqui a primeira parte da Entrevista de Adam Lambert para a edição de Dezembro/2012 da Revista FIASCO de Londres. Confira agora, a segunda parte:

Ele ter aceitado iniciou boas/más/apáticas respostas da imprensa, que foi seguida pelos fãs. “Eu apenas tinha a dizer, ‘bem… hey’,” ele responde, um dar de ombros verbal. “Eu sabia que estava confortável cantando aquelas músicas, apesar de que em alguns momentos eu pensava ‘Nossa, isso é difícil!’. E claro, no fundo da minha mente eu imaginava o que os fãs ferrenhos do Queen vão pensar? A oportunidade me fez sentir humilde. Não era o tipo de ocasião que eu poderia levar facilmente e me deixar levar pelo meu ego. Não foi sobre ‘olhem o quão grande eu sou’, foi sobre ‘eu posso cantar essas músicas, não é legal?”

Desde então seu projeto tem sido o lançamento de seu EP Trespassing, recheado com oito remixes, que conta com o referido Pharrell assim como Benny Benassi. Este surge na seqüência de seu segundo álbum Trespassing, que alcançou a primeira posição nas paradas de sucesso, o que deixa uma questão – Ele está se divertindo tanto com este álbum que não consegue deixá-lo para trás?

Adam ri. “Sim! Os dois primeiros singles que nós liberamos são bem diferentes deste e é isso que eu amo sobre este álbum, eu realmente queria criar um impacto com este EP e montá-lo de forma que as pessoas realmente se divertissem com essa música.”

A canção-título, com suas batidas graves homenageando os bons dias da música disco e funk movidas à entorpecentes se alinha perfeitamente com a personalidade de Lambert que deixa poucas dúvidas de porque é um dos destaques do álbum. Existe uma relação de longa data entre Adam e a bola de espelhos, que nasceram de seus anos de formação e o que podem ter sido horas gastas dançando freneticamente pelo chão de seu quarto.

“Quando eu tinha por volta de 14 anos, eu comprei duas compilações chamadas Puro Disco e Puro Funk,” ele recorda, “e eu literalmente me apaixonei, eu tive que comprar Puro Funk 2 e Puro Disco 2.” Ele se desmancha naquela risada estridente e contagiante. “Eu me lembro de realmente responder àquilo e pensar que os vocais eram muito, muito bons. É uma coisa que sempre me atraiu e eu acho que as pessoas acham isso música brega de casamento na maior parte do tempo porque elas foram muito tocadas. A verdadeira sensação e ingredientes são ótimos. Vários produtores musicais modernos e DJs estão emprestando elementos disso.”

Lambert já disse em outras entrevistas que ele está muito mais no controle de sua careira do que pode parecer que um ex-Idol estaria, mas que ele descobriu quão difícil é para as pessoas olharem além do show que o revelou, mesmo já tendo se passado três anos.

“Enquanto se está nele, o Idol pode ser muito excitante, mas a estrada depois dele é muito difícil.” Ele brinca. “Você tem que fazer muito sucesso para as pessoas começarem a levar você a sério. Às vezes eu ainda sinto que estou tentando convencer as pessoas aqui na América, é um trabalho contínuo. Eu acho que você tem coisas diferentes a provar se comparado à um novo artista. É interessante porque você tem toda essa febre e aclamação e é espontâneo quando você consegue isso num show assim. Mas no tocante a ser um artista, isso não é realmente explorado até você divulgar seu próprio material original e isso é difícil, principalmente se você não está fazendo uma cópia exata do que fez no show. A melhor parte da minha trajetória é que eu não me limitei enquanto estava no programa. Eu apresentei uma porção de estilos diferentes e isso me deu um pouco mais de liberdade depois.”

Essa liberdade, ele admite em retrospectiva, levou à dualidade de seu segundo álbum – a batida comercial versus a introspecção. “Eu não sei o quão seguro esse álbum é.” Adam brinca. “Há canções que são definitivamente comerciais e isso é óbvio, e há canções que são muito mais abstratas e inesperadas. Eu acho que qualquer bom álbum deveria ter os dois. Você quer jogar o jogo um pouco, para ter uma chance maior de sucesso, mas é muito importante estender sua sensibilidade e eu queria me desafiar e ao público. Foi realmente importante para mim mostrar profundidade e alcance, especialmente quando eu estava fazendo essas músicas pop divertidas e alegres.”

Lambert, que tem uma agenda tão agitada que nós fomos encaixados em uma pequena brecha entre uma viajem a China e outra a Austrália, alcançou o grande 3-0 mais cedo este ano. Trinta, ele diz ironicamente, é “interessante. Psicologicamente você começa a desacelerar.” Ele ri ao admitir isso. “Fazendo algumas mudanças saldáveis no seu estilo de vida te dá energia e te faz sentir melhor. Estou fazendo uma coisa com sucos agora, você se sente meio louco. Mas você parece ótimo e isso é bom, e isso realmente faz você se sentir diferente, ‘resseta1 sua energia. Eu viajo muito e isso desgasta o corpo e fazendo alguma coisa como essa dieta de sucos recupera seu equilíbrio.”

Como um homem que usa maquiagem regularmente para acentuar seus traços e também sendo um dos homens mais fotografados do mundo, há a mesma pressão que existe sobre as mulheres, principalmente em relação ao envelhecimento? “Da forma como eu vejo, a pressão é a mesma, mas os homens não devem falar sobre isso,” ele diz. “Supostamente é para ser fácil, mas você sabe, homens, especialmente na mídia, estão tão preocupados com isso quanto as mulheres.”

Isso quer dizer que você às vezes olha para fotos suas e deseja que elas não existissem? “Oh sim, o tempo todo,” ele ri. “Eu sou muito duro comigo mesmo, sou meu pior critico. É parte de quem eu sou. E além de apenas vaidade, eu sou severo comigo mesmo em várias questões. Isso ajuda. Me mantém trabalhando duro e tentando meu melhor e querendo sempre o padrão mais alto, mas isso pode ser um pouco exaustivo.”

“Seria interessante ter uma vida onde o escrutínio do público não fosse parte do que eu faço, mas mesmo antes do Idol eu estava fazendo teatro e isso é totalmente sobre pessoas olhando. É claro que eu gostaria de ser um pouco menos vaidoso, seria um alivio, mas isso não é parte do que eu faço.”

Com a invenção do blogging, mesmo seus fãs são paparazzi agora e eles parecem querer publicar as fotos menos favorecedoras. Existe o desejo de poder ligar e desligar a fama, como um interruptor, ou é um caso de se aceitar que os aspectos da celebridade mudaram com o tempo?

Adam faz uma pausa. “Quando tudo começou eu estava um pouco sobrecarregado ou em desacordo com isso de vez em quando,” ele diz “Mas eu estou bem com isso agora, me acostumei. Eu sinto que alcancei um bom equilíbrio com essa falta de privacidade. Eu entendo o que é real e o que é ilusório. É tudo uma questão de percepção. Tem muito a ver com aonde eu estou no momento e algumas vezes eu estou pedindo por isso e as vezes eu posso evitar.”

Até agora nós conseguimos evitar o assunto que toda entrevista de Lambert foca e talvez tivéssemos conseguido ser os primeiros a não falar sobre a “coisa de gay”, mas tendo visto uma publicação o chamando ostentosamente de o “messias gay”, a ironia de querer questionar um rótulo tão exagerado nos leva a falar de você-sabe-o-quê.

“Eu não estou zangado… a verdade é que o trabalho da mídia é sensacionalizar certos aspectos da personalidade, é esse o ponto. É esperado que eles vendam jornais e encontrem um ângulo socialmente interessante e especialmente agora, nos EUA, com todo o movimento sobre os direitos dos gays e a visibilidade na mídia, é um tópico muito importante.”

Fonte: LAMBERTLUST

Tradução: Stefani Banhete

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One Comment

  1. Stefani amiga arrasou nas traduções parabéns

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