Review por My Emu Is Emo do Show no “Arizona State Fair 2012”, Phoenix (AZ) – 17/10

Confira a review feita por My Emu is Emo do Show de Adam Lambert realizado durante o Arizona State Fair 2012 no último dia 17 de Outubro em Phoenix (AZ):

Adam Lambert é mais fabuloso do que lhamas no Arizona State Fair

Lambert se apresenta com uma performance animada e polida, muito do que com uma batida de dança funk, remetendo a cicatrizes e às maneiras de se curar a partir delas. Ele geralmente parece desempenhar vagamente o tipo teatral local – e ele controla habilmente essa multidão – mas se você tiver a chance de vê-lo em uma grande casa noturna em vez disso, não deixe de fazê-lo. O ambiente ideal para um show de Lambert envolve dançar com um pequeno vestido de lantejoulas, carregando uma bebida que brilhe no escuro, e se você puder usar uma máscara com penas e um chicote, isso seria perfeito. (Apropriadamente, ele foi convidado para participar de um episódio de “Halloween” em “Pretty Little Liars” em que ele se apresenta essencialmente dentro dessa configuração, usando presas).

O show de Lambert começa, não com um estrondo, mas com uma explosão de energia.

“Do you feel it kickin’ in?” (No vídeo feito por anthrogeekPF, temos que lidar com o cinegrafista, saltando por causa do som excepcionalmente claro. O que você tem aqui – sente e leia! não é hora para estar dançando – não é uma maneira sensata de se iniciar um show, mas é uma síntese do que o show de Lambert é.

Você está convidado a transportar-se a um plano diferente da consciência. Lambert é um artista para “levá-lo em uma viagem, ao invés de um artista tipo, contar a minha história”. Ambos os tipos podem ser divertidos e provocantes, de maneiras diferentes, mas há uma diferença. Aqui, você está convidado a se embebedar na música e se juntar à festa de Lambert, e é implícita a visão de que beber totalmente pode te ajudar a escapar de algumas coisas muito ruins no mundo (muitas dos quais serão exploradas na segunda metade do show). Ao mesmo tempo, é uma música de fundo alegre. Esta tensão entre a alegria, o desespero e o escapismo vão significar algo, mais tarde.

A sensação causada pela batida forte de Lambert é magistral. Eu suspeito que uma pessoa com três pés esquerdos poderia dançar “Kickin’ In” de forma coerente. Não soa totalmente “four-on-the-floor”, mas a batida é fácil de seguir.

A música é complexa, e ela está falando com você. Há muita coisa acontecendo. Há o som de cordas que soa quase como um violino, acompanhado por palmas (estado de exaltação, muito?). Há o vocal e tambor na entrada de Lambert. Há um som de cordas pouco tensas sob o início “she puts the shot glass down”, em contraponto com sinos, uma forma de percussão que cria um senso de urgência e também dá a dançarinos mais sofisticados alguns pontos de referência extras para trabalhar. Há uma construção sólida de estilo em “can you feel it, kickin’ in?”, mais ou menos onde eu considero que seja uma ponte, para, finalmente, quebrar algumas das unidades compulsivas da música. Se isto é o questionamento sobre a procura compulsiva de fuga, então estamos lá. Embora eu desejasse que Lambert tivesse trabalhado com letristas mais sofisticados, mais no estilo de “Pet Shop Boys”, eu tenho que admitir que ele está fazendo uma música com muitos questionamentos sociais, que eu normalmente coloco em palavras.

Em seguida, Lambert salta para “Shady”, com a linha do baixo mais suja e mais perversa que nunca. É uma mistura peculiar de funk com rock sulista, com um ritmo de dança. Os movimentos da dança apropriados para esta música são ilegais em Utah e Massachusetts, e são altamente tributados em Nevada. Pertence a filmes que têm o sufixo “sploitation” (ou seja, com conteúdo impróprio).

O show espelha vagamente a organização do álbum de Lambert, “Trespassing”, de 2012, (compre no iTunes, ou Amazon), começando com música de dança animada, depois ficando introspectivo. Então “Shady” é seguida pela super-funky “Trespassing”, com sua síncope de tambores para desafiar os dançarinos mais avançados durante a sua volta para casa, do ponto de quão discordantes essas divisões artificiais de “não ultrapasse” são (sinta um pouco do R&B – Gospel, onde o coro dá ao protagonista a nítida sensação de estar ao lado dos anjos).

Pouco antes de “If I Had You” (de seu álbum de estreia, “For Your Entertainment”) deliciosa música no estilo discoteca, Lambert dá a pista vital do que está acontecendo. Como parte de sua brincadeira, ele fala sobre como os fãs podem fazer amigos em seu show e diz que as pessoas se voltam para a pessoa ao lado e dizem “Olá, amigo”, especificando, “você tem que dizer isso brega, assim.” Ele está sendo “camp”, em um sentido muito positivo.

“Camp” é a política sexual como paródias da revista MAD são para os filmes: é o máximo em trapalhadas, há uma boa dose de zombarias, e ainda de alguma forma, no seu melhor, soa como verdadeiras e se tornam tão memoráveis como as versões mais sérias, dando-nos um ângulo de visão que não era possível vermos antes. Então “Kickin’ In” expressa o desejo de se escapar da realidade e implanta letras que realmente não exaltam muito isso – mas sim o sentimento de alegria que está sendo procurado.

“Shady” busca a sordidez e a sensação de liberdade – e do conhecimento certo e carinhoso de que esta cena está acontecendo em bares de Scottsdale, neste momento, entre casais de todas as combinações de desejos possíveis.

Lambert incorpora o espírito “camp” na música real, e é por isso que “If I Had You” funciona para mim. Lambert conhece claramente seus antecessores musicais em um nível onde ele pode lhes prestar homenagem carinhosa sem claramente imitá-los. “IIHY” soa tipo discoteca, mas não é precisamente discoteca.

A parte otimista fecha com “Pop That Lock”, que remete aos anos 80. Eu diria que este é o mais fraco dos cinco “up-tempo” de peso nas canções, em parte porque é um pouco confusa e em parte porque, inexplicavelmente, se transforma em um número glam-rock com lamentos de guitarra que, depois, se torna meio Gospel para nós. Mas nos leva a muitos lugares que, estou certo, deveríamos estar.

Meu desejo é voltar na noite para as quatro primeiras músicas e revivê-las cinco vezes mais, inspirado por “Broken English”, que é aproximadamente o que aconteceria se a “Information Society” violentamente se fundisse com o início de Mariah Carey, em seguida, tem um bizarro e deslocado “dubstep” na guitarra.

Eu, de imediato, descaradamente, estupidamente me rendi a “Naked Love”, que é levemente irônica, parecido como nunca com Michael Jackson, que é claramente uma das influências – mas é uma atualização de 2012, e o que aconteceria se Vince Clarke tivesse intervindo com as atualizações de 1990, de Justin Timberlake, atualizações do som de Michael Jackson, se tronando assim, brilhante.

Tematicamente, “Naked Love” é também a volta triunfante da saudade (“IIHY”) através da introspecção e incompreensão da honestidade e realização pessoal. É uma sensação que continua através de “Never Close Our Eyes” (a canção de “agarremos a nossa liberdade”) e o encore “Cuckoo” (a canção de “erga a bandeira de seus estranhos direitos”). “Cuckoo” é o disco funk, com um sentimento mais frio que “IIHY”: o ritmo é tão intenso que vai encher as pistas de dança, mas Lambert está realmente acontecendo “Cuckoo! Cuckoo!” É um daqueles ritmos que, ou te leva a dançar.

Lambert como que convida o público para a sua sala de estar – e ele fica muito perto disso, considerando-se que ele estava realmente tocando para uma multidão de cerca de 6.000 pessoas em um enorme celeiro de concreto. Caminhar pela noite de verão de Phoenix é como ter deixado algum outro planeta fabuloso e completo, e os únicos lembretes do que tudo aquilo aconteceu são fragmentos de músicas, pedaços de brilho, e realmente maravilhosamente emplumadas.

Vamos encerrar com “Never Close Our Eyes”, em parte porque sua energia elétrica é um dos vários da série de momentos “caramba!” e em parte porque tem um lado estranhamente melancólico.

Fontes: Adam Lambert Fan Club e My Emu is Emo

Tradução: Graça Vilar

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