Vídeo da Entrevista com Jian Ghomeshi da CBC Radio, Toronto – 30/05

Já publicamos anteriormente aqui, o áudio da entrevista que Jian Ghomeshi do Programa Q da CBC Radio de Toronto (Canadá), realizou com Adam Lambert no final de Maio (30). Confira agora, o vídeo desta entrevista:

Jian dá as boas vindas a Adam. Adam diz que a cultura no Canadá é mais mente aberta, não tem de se retrair como em outras partes do mundo.

Este álbum é mais dance/eletrônico, mas continua a ter um rock não tão tradicional. O álbum foi criado baseando-se naquilo que ele tem andado a ouvir, tem muitas influências dos anos 70, que foi quando as grandes bandas de rock começaram a aparecer. Houve pressão é certo, mesmo por parte do próprio Adam, mas não houve pressas, teve tempo para tudo e cerca de 5 meses depois de ter iniciado todo o processo, percebeu que estava criando uma teia daquilo com que ele se identificava, com um groove mais próprio. Este álbum é mais dele, pois o fato de ter co-escrito muitas das faixas e ter estado envolvido em todo o processo fez com que isso acontecesse, todas as músicas são honestas, verdadeiras.

O entrevistador lê uma parte da review da EW.com: “Adam Lambert deve ser o único segundo classificado do American Idol que considera eyeliner roxo um estilo diário. Por isso, é difícil entender porque demorou tanto tempo a fazer um grande álbum de dança gay.” Adam ri ao ouvir isto e diz que foi feito por alguém que não o conhece assim tão bem e que queriam ter atenção. Ser produtor executivo fez com que trabalhasse não só no processo de gravação, mas também com o fotógrafo e o design do encarte que acompanha o álbum e o do website.

Após o “American Idol”, Adam quis por a sua alma em todas as decisões tomadas, não precisava de conselhos como certos concorrentes precisam, mas frisa que não há nada de mal em pedir, mas para o tipo de artista que ele queria ser teria de seguir o seu instinto, inspirando-se em Michael Jackson e Madonna. O locutor dá o exemplo de Carrie Underwood, que não escreveu quase nenhuma música do seu álbum, admitindo que não é lá tão boa escritora, mas mesmo assim adora suas músicas. Adam diz que também tem músicas não escritas por ele no álbum e que as adora, pois o seu objetivo é fazer os ouvintes sentirem algo, e elas fazem. Entre as suas opiniões e o das outras pessoas ele cria um equilíbrio para que tudo saia bem. Aquelas a quem Adam pede conselhos são as que ele tem a certeza que serão honestas com ele em 100%. “‘Outlaws Of Love’ é talvez a música com mais dignidade no álbum” e é sobre a tristeza que sente ao ver a ignorância que a comunidade LGBT sofre. “Há canções no álbum que combina esse sentimento de orgulho, dignidade, determinação e atitude. E é tudo positivo. esta é a única música no álbum que lamenta o quão pode ser deprimente”.

Durante a sua adolescência, Adam teve de lidar com o fato de manter a sua sexualidade escondida, só apenas aos 18/19 anos é que se assumiu. O fato de ter estado no ramo das artes, em LA, fez com que não sentisse tanta discriminação. Quando entrou no “Idol”, então aí veio a fama e com ela as perguntas sobre a sexualidade, de certo modo até se sentiu bem ao falar disso e poder ajudar outros que não tenham a mesma sorte e sofram discriminação por serem quem são.

Fala-se de uma garota que entrou num programa como o “American idol” e ela é lésbica e não quer ser conhecida como a “cantora lésbica”. Adam sabe como é sentir-se assim, mas neste álbum quis dar visibilidade a esse assunto porque não há muitas músicas sobre ele. Mas ele acaba sempre por perder, pois para um grupo de pessoas ele é demasiado gay, para a comunidade gay ele não está a agir como tal, é difícil. E quando dá uma entrevista, no meio de umas quantas perguntas aquela que faz o título é alguma piada sobre ser gay, “é como um murro na cara”, dado por alguns da mídia. O que mais o frustra está dito num verso “they´ve branded us enough” [eles nos tem catalogado o suficiente], “eu sou o assumidamente cantor gay Adam Lambert e não o cantor Adam Lambert”, eles fazem questão de o por naquela categoria. “Isso para mim é horrível”. Ter sido chamado de “o primeiro artista assumidamente homossexual a chegar a número um no top da Billboard” é uma honra, pois aí mostra que a música é universal e que não tem uma orientação, ou seja não importa quem a canta. Espera com isto abrir portas a mais artistas assumidamente gays. No final do encarte do álbum, Adam agradece àqueles que o julgaram ou lhe disseram não no passado porque o fizeram uma pessoa mais forte e o ajudaram a lidar com todos estes entraves.

Falam de “Underneath”. “Sou o meu pior inimigo. Sou muito exigente comigo mesmo. Me questiono, duvido de mim mesmo. Por vezes sou muito cínico. Para mim, ser positivo é um processo constante. E uma jornada constante em estar satisfeito e feliz com o que tenho. Acho que tenho feito isso. Acho que tenho conseguido ter algum equilíbrio. Por baixo da determinação, da confiança e do orgulho e da ferocidade que quero demonstrar para os meus fãs e para mim. Aqui dentro, por vezes não é assim tão fácil.” O entrevistador diz que sempre que o tem entrevistado parece muito confiante, então não vemos o que está lá dentro. As músicas pertencentes ao lado obscuro do álbum são a sua primeira revelação aos fãs de um lado dele que ainda só tinha dado algumas pistas de como ele era.

Irá fazer shows com os Queen cujo vocalista não era assumidamente gay, pergunta-lhe se já refletiu sobre esse assunto nos anos passados. Adam diz que era uma era diferente, neste momento as coisas são diferentes, a geração mais nova vai apreendendo isto de maneira diferente. Vai tentar arranjar um balanço entre ser ele próprio e em prestar uma homenagem a Freddie Mercury.

Fonte: pi/Adamtopia

Tradução: Kady Freilitz

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