Review do Show de Adam Lambert & Queen em Londres (12/07) Por Metal Talk

Queen com Adam Lambert no Hammersmith Odeon, Londres

Já faz mais de 21 anos desde que o rei do rock morreu. Também se passaram 26 anos desde que Freddie Mercury realizou seu último show ao vivo com o Queen no Knebworth Park, em 1986, um show que eu tive a sorte de assistir e um desempenho fabuloso que eu ainda considero como o melhor show de festival que eu já testemunhei e posso relembrar dele como se fosse ontem.

Nas últimas duas décadas não houve um cantor que tenha chegado nem perto da magia de Freddie Mercury. Ele era o maior, quem com o Queen poderia cantar à vontade heavy metal, rock progressivo, funk, disco, pop e até clássico. O cantor Ian Hunter do Mott The Hoople resumiu o gênio de Mercury perfeitamente nas notas do programa “Freddy Mercury Tribute”, de 1992, nas quais ele afirma: “Há todos esses cantores aqui hoje para cantar as músicas do Queen, mas houve apenas um Freddie Mercury”.

O espírito de Freddie Mercury ainda se agiganta para aqueles que o conheceram em um nível pessoal, ou para os milhões de fãs que conheciam Freddie através das músicas que ele escreveu ou foram escritas por seus companheiros de banda, e que foram interpretadas à perfeição, e então você realmente sentia que Mercury estava cantando para você pessoalmente. Eu só chorei com a morte de uma estrela do rock duas vezes na minha vida. Eu chorei o dia em que Freddie morreu.

Ninguém pode culpar Brian May e Roger Taylor por quererem entrar no palco e tocar estas canções mágicas novamente. Igualmente não se pode culpar o baixista John Deacon por tomar a decisão de sair totalmente do negócio da música e passar a levar uma vida tranquila com sua família. May e Taylor tiveram ambos álbuns solo e fizeram excursões para apoiá-los. May e Taylor decidiram continuar com o nome Queen e surpreenderam a muitos quando eles juntaram forças com Paul Rodgers das bandas Free/Bad Company para fazer o álbum “Cosmos Rocks”, em 2004 e, embora a turnê resultante tenha sido muito boa, a voz comovente de Rodgers realmente não complementava o elemento de diversão do Queen.

Como Freddie cantava, “o show tem que continuar”, e mais nomes foram acrescentados para mais possíveis datas ao vivo no futuro. Robbie Williams e Justin Hawkins do Darkness eram possibilidades, mas foi o programa de TV “American Idol” que trouxe Adam Lambert, que chamou a atenção do Queen, quando eles foram convidados para apresentar alguns clássicos do Queen junto a Lambert ao vivo na TV, que foi quando o projeto foi posto em andamento.

Assim, em 2012, para surpresa de muitos, o Queen e Adam Lambert anunciaram que realizariam três shows muito especiais e lotados no lendário Hammersmith Odeon (que será sempre carinhosamente conhecido assim), a primeira vez que o Queen se apresentou neste local desde 1975, quando “A Night At The Opera” foi lançada.

Lambert tem suas críticas no círculo de rock, como o Queen na verdade sempre teve ao longo de toda a sua carreira, mas seu grande alcance de oitava alta e presença extravagante é exatamente o que o Queen precisava. Eu mesmo tive minhas reservas e a única forma de descobrir se o garoto daria conta do recado é vivendo a experiência por mim mesmo.

É certo que levou alguns números para Lambert se consolidar, e para que eu realmente me acostumasse com o alcance do americano, mas não demorou muito para ele ser aceito e quando ele se lançou da plataforma para o meio da multidão, foi saudado com aplausos histéricos, vestido de preto como um extra em uma versão efeminada de Mad Max.

Com a bombástica abertura de “Seven Seas Of Rhye”, “Keep Yourself Alive” e a versão “Live Killers” de “We Will Rock You” o lugar estremece. A atmosfera dentro do Hammersmith está carregada de eletricidade e não é apenas porque o público está todo ligado em Lambert, mas esta é também uma celebração da música do Queen com um setlist arrasador do Queen.

Para completar a banda, se junta a ela o “quinto” membro Spike Edney nos teclados, Neil Fairclough no baixo e Rufus, filho de Roger Taylor, na percussão. Roger Taylor se junta a Lambert para compartilhar os vocais em “Under Pressure” e assume os vocais sozinho em “Kind Of Magic” e na tocante “These Are The Days”. Lambert conquistou alguns céticos com uma aprovada ou rejeitada versão de “Who Wants To Live Forever”, onde a sua gama vocal silenciou a muitos.

Brian May se senta em um banquinho para o acústico de “Love Of My Life”, onde o último verso causa uma alegria enorme quando, na tela traseira, Freddie Mercury aparece e canta para o público que carinhosamente canta junto. May olha para trás e enxuga uma lágrima de seus olhos.

Lambert depois retorna ao palco vestido como um avestruz fluorescente para a “funky” “Dragon Attack”, antes de uma batalha solo entre os dois Taylors.

O show não pode dar errado com hits mundiais como “I Want To Break Free”, “Another One Bites The Dust” e “Radio Ga Ga”, onde a visão de quatro mil pares de mãos batendo palmas em uníssono é um espetáculo para ser visto.

Em “Bohemian Rhapsody” se vê a tela tomar vida mais uma vez com o Queen mais jovem fazendo partes de “Scaramouche” antes que Lambert volte ao palco com uma explosão de fogos de artifício estremecendo o conjunto ao seu final.

Ambos, Queen e Adam Lambert foram os campeões esta noite, em um show histórico e monumental… O SHOW TEM QUE CONTINUAR!

Fonte: gelly14/Adamtopia e Metal Talk

Tradução: Graça Vilar

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