Adam Lambert é Capa da Revista Gay Community News (GCN) – Jul/2012

Adam Lambert além de ser capa da revista Gay Community News (GCN) do mês de Julho (foto acima), foi entrevistado por Conor Behan. Confira:

VIVENDO ABERTAMENTE

O “American Idol”, Adam Lambert, acaba de quebrar um recorde, tornando-se o primeiro homem assumidamente gay a obter o nº 1 na América. “É tudo parte de um movimento gay”, ele diz.

As estrelas pop de hoje frequentemente quebram recordes. Quem detona os downloads digitais? Quem mais lota os estádios? Mas o momento pop bem mais significativo aconteceu no final de maio, quando o ex-“American Idol” Adam Lambert se tornou o primeiro artista assumidamente gay a ter um álbum nº 1 na América. Fatos como George Michael e Elton John terem chegado ao topo das paradas antes ocorreram, mas nunca enquanto serem abertamente gays aos olhos do público. Lambert fez uma conquista significativa e provou que se assumir e ter orgulho disso não é prejudicial a obter sucesso com o público.

Lambert causou um rebuliço no “American Idol” em 2009, ficando em segundo lugar e causando muitos comentários sobre sua suposta homossexualidade. Pouco tempo depois do programa, Lambert estava na capa da “Rolling Stone”, onde ele disse ao mundo que era gay. Um primeiro álbum bem sucedido, seguido de alguma controvérsia também, quando ele beijou um integrante masculino da banda durante uma premiação televisionada, enlouquecendo alguns conservadores no processo.

Ainda assim, ele construiu uma forte base de fãs e quando eu me encontrei com Lambert, um dia antes de seu segundo álbum alcançar o nº 1, ele estava em alto astral. Brilhante e determinado, o astro falou abertamente sobre seu novo trabalho e controle artístico.

“Estou animado que ‘Trespassing’ esteja sendo tão bem recebido”, diz ele, “Especialmente porque eu queria estar envolvido em todos os aspectos em realizá-lo”.

Este controle criativo é evidente no time de colaboradores impressionantes que aparecem de toda parte, incluindo pesos pesados como Dr. Luke, Bruno Mars e Pharrel Williams.

Uma figura emblemática da música aparece na trilha do título também. Nile Rodgers, famoso por ter tocado e produzido música para a banda “Chic” (e trabalhado com Madonna e David Bowie), toca guitarra em “Trespassing”. Isso só aconteceu graças a uma rápida twittada pelo colaborador de Adam, Sam Sparro.

“Estávamos conversando sobre como queríamos que fosse o som de discoteca, à la Nile Rodgers em ‘Chic'”, lembra Lambert… “E Sam disse, ‘Oh, eu o estou seguindo no Twitter, por que não pedir a ele para tocar?” Logo Rodgers estava no estúdio, determinando sua participação na canção… “Foi muito fácil!” Lambert ri.

Lambert se desmancha em elogios a Sam Sparro, outra estrela pop abertamente gay que trabalhou com ele em um número de faixas. “Ele é hilário”, diz ele. “Sam e eu temos uma perspectiva muito semelhante sobre as coisas.”

Claro que Sparro é apenas um dos vários colegas artistas gays a causarem sensação no meio. Com relação a “Scissor Sisters” e “Gossip” lançarem material novo ao mesmo tempo que Lambert, ele observa que ele “sente uma certa conexão” com eles.

“Definitivamente parece que há um movimento acontecendo”, diz ele. “Eu acho que está se alinhando de maneira realmente muito bonita com o avanço social.”

Lambert acredita que os principais acontecimentos gays são pioneiros. “Estamos fazendo música para quem quer dançar, quem quer se conectar. É quase como uma mentalidade pós-gay.”

É essa consciência de um público mais amplo, podendo manter uma voz gay sem remorsos que “Trespassing” comunica. Como Lambert mesmo diz: “Há momentos nestas canções em que eu estou dizendo de forma muito clara: ‘Ei, adivinha? Este sou eu, é assim que eu sou, e eu amo isso, e você também deveria. Pegue ou largue, e se você não gosta, então vá se danar’.”

Lambert ri de novo, difundindo uma certa raiva nessa declaração, mas ressaltando seu compromisso de não comprometer seus ideais.

É no destaque do álbum, “Outlaws Of Love”, que Lambert toca em um assunto sério para a comunidade gay. Um número “down-tempo” sobre casais do mesmo sexo sem “nenhum lugar para envelhecer” e “sempre em fuga”, é uma canção inegavelmente comovente. “Eu queria capturar a tristeza de tudo isso”, diz ele. “Há muitas canções no álbum que se destinam a ser edificantes e poderosas, mas ‘Outlaws Of Love’ tem como objetivo capturar a sensação de derrota que algumas pessoas podem sentir por causa do preconceito. A chance de ter esse tipo de honestidade comercializada para um grande público é bastante inovador, eu acho”.

Com sua abordagem com visão de futuro para lidar com sua sexualidade aos olhos do público, Adam tem um ponto delicado para as celebrações do “Orgulho”.

“Eles me permitiram voltar a examinar o que é ser um homem gay e o que é se orgulhar disso”, diz ele, acrescentando que ser assumidamente gay aos olhos do público é “um dom maravilhoso que me foi dado porque isso me faz apreciar as liberdades que eu tenho. Espero que eu possa dar certo conforto para os jovens que não podem se sentir assim nesse tipo de situação”.

Não contente com um álbum nº 1 e uma maior visibilidade, Lambert também está se juntando a Brian May e ao Queen como vocalista, depois de trabalhar com eles no “American Idol” e no “MTV EMA”. Eles vão se reunir para uma série de shows neste verão.

“É uma honra enorme”, Adam diz com um entusiasmo genuíno. “Eu definitivamente admiro Freddie Mercury”. Embora ele tenha essa grande responsabilidade pela frente, Lambert está confiante. “Nós vamos arrasar com essas músicas. Elas vão ficar ótimas!”

Como estamos encerrando, eu questiono Lambert sobre quaisquer outros ícones da música com quem ele gostaria de trabalhar. Sua resposta é reveladora. Citando nomes como Elton John e David Bowie, ele ressalta: “Seria muito legal trabalhar com um desses ícones, que desafiaram a própria ideia da homossexualidade e gênero… Para mostrar que, para o público de hoje seria uma oportunidade muito grande”.

Você poderia dizer que Lambert já está voando sozinho.

Caso queira ler a entrevista na fonte original, clique aqui e vá até as páginas 24 e 25. E caso queira conferir a revista completa clique aqui.

Fontes: gelly14/Adamtopia (1), GCN e gelly14/Adamtopia (2)

Tradução: Graça Vilar

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