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23jul2012
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Entrevista Completa de Lina Lecaro do LA SLUSH com Adam Lambert
Confira a seguir a entrevista completa de Lina Lecaro do LA SLUSH realizada com Adam Lambert no início de abril, conforme publicamos anteriormente, aqui, aqui e aqui, mas que foi divulgada por completo apenas recentemente.
Nós já entrevistamos algumas grandes personalidades e ícones ao longo dos anos – Keith Richards, Gene Simmons, e Jimmy Page para citar alguns – mas a cobertura que fizemos este ano, na LA Weekly “LA People”, de um artista mais contemporâneo, Mr Adam Lambert, se equiparou a essas, tanto como uma experiência agradável e pessoal como uma “pontuação”, profissionalmente.
Nós tivemos a nossa quota de entrevistas desafiadoras ao longo dos anos também – Kelis e Tommy Lee, vêm à mente – mas, na maioria das vezes, sempre encontramos alguma ligação com sua música, mesmo os que mais tememos. Mas com Lambert, sentimos uma afinidade especial como nunca antes, com seu amor pela vida noturna de Los Angeles sendo quase tão intenso quanto o nosso. A magia da pista de dança é algo que pode ser difícil de descrever, mas Adam fez um bom trabalho em nossa entrevista. Seu entusiasmo foi contagiante e nós tivemos uma explosão falando sobre nossos clubes favoritos e os bons tempos quando a noite chega. Para aqueles que não sabem sobre muitos dos pontos quentes mencionados, convém ler as menções entre parênteses mencionadas um pouco mais abaixo…
Como você verá abaixo, o perfil de “LA Weekly” só tocou em uma pequena parte do que falamos naquele dia. A entrevista foi feita há vários meses, antes de seu disco sair, por isso algumas das coisas aqui já foram ditas lá fora, mas estamos muito confiantes que muita coisa ainda não foi.
Com Adam nas manchetes esta semana por sua apresentação com o Queen, no Reino Unido, e seu nome sendo citado como um jurado potencial para o “American Idol” (que agora, com Steven Tyler saindo, eles precisarão de um cara extravagante!) para não mencionar o seu show aqui em Los Angeles na próxima semana no “Pacific Amphitheatre”, faz sentido finalmente passar isso para seus fãs. E Glamberts, se vocês quiserem saber mais sobre o cenário de Los Angeles que discutimos aqui com Adam, por favor, verifique o novo blog que estamos trabalhando com “Hollywood Style Scene”, um site de moda e vida noturna que oferece uma visão privilegiada do estilo de vida em Hollywood, que vai além dos estereótipos.
E agora… a entrevista!
Lina Lecaro: Há quanto tempo você mora em Los Angeles?
Adam Lambert: Eu me mudei para cá quando eu tinha 19 anos, logo após o ensino médio. Para efeitos do “show business”, eu pensei: “Vamos tentar algo novo”. Eu fiz muito teatro durante toda a minha vida, desde que eu tinha 10 anos. Me matriculei na “Cal State Fullerton” em “Orange County”, e frequentei as aulas por cerca de 5 semanas.
LL: Então você morou em Orange County?
AL: Sim, por cerca de 6 meses, no final dos meus 19 anos. Depois disso, eu abandonei a escola imediatamente porque eu queria continuar no teatro, queria continuar trabalhando. Eu estava em um show naquele momento, desempenhando um papel de apoio, sendo pago. Era “Grease” em San Diego. Eu pensei, eu estou sendo pago, fazendo isso “semi-profissionalmente”, então por que não posso continuar nisso? Então me mudei para cá, para poder continuar, vivia em um pequeno apartamento em “Cahuenga” no “Valley” que era como um motel, muito velho e sujo, e foi muito degradante. E então eu consegui um trabalho em um navio de cruzeiro, e trabalhei por cerca de 10 meses. Voltei e fui morar em outro apartamento, perto de “Lankershim”, então fiquei neste bairro por pouco tempo. Estive lá por alguns anos com um casal de amigos e então, finalmente, nos mudamos para Hollywood.
LL: Então você mora aqui há um bom tempo.
AL: Sim, 11 anos.
LL: Eu já vi uma apresentação antiga sua no “Zodiac Show”. Você nunca ia ao “Club Makeup’ [“drag/rock n’r roll club”] no final dos anos 90?
AL: Ah, sim. Você sabe “Mz A Superstar”? Ela é como minha mãe, minha “drag-mother”.
LL: “Mizz Allana aka Alan”. Amo ela/ele!
AL: Ele está em Nova York agora. “Club Makeup” era uma droga. Eu fiz o show de Halloween um ano. Eu cantei com “Mz A”, e depois com a banda após “Club Makeup” quase se extinguir, quando eles voltavam de vez em quando. Mas isso foi, provavelmente, há 6 anos. Tem essa coisa sobre mim… eu era um rapaz do coro, que trabalhava até tarde da noite, eu era insignificante lá. Então eu saía muito depois do show e me vestia muito. Eu frequentava realmente mais o “Miss Kitty’s [Parlour]” também, porque era bem onde eu morava, era só virar a esquina [perto do “Dragonfly”].
LL: Os “Boulet Brothers” sabem disso?
AL: Acho que sim, eu já os vi em algum lugar desde então. Eu costumava estar muito bem vestido, também, porque essa era a única saída que eu tinha, e eu adoro me vestir bem.
LL: Eu acho que as pessoas em LA gostariam de saber que você é muito mais um produto da nossa vida noturna.
AL: Eu saía muito em “West Hollywood”, mas eu também amava “Dragstrip [66]”. Eu me apresentei lá uma vez, com “Mz A” e minha amiga Scarlett.
LL: A sua base de fãs é muito fervorosa. As pessoas aqui não se importam tanto sobre pessoas famosas porque nós os vemos o tempo todo. Como é a sua base de fãs em Los Angeles… é difícil sair?
AL: Depende, se eu for sem aviso prévio geralmente não é. Os lugares aonde vou não são geralmente onde possa encontrar meus fãs. Fui ao “Rasputin” [em “West Hollywood”] há algumas semanas e foi muito divertido. Nós tivemos momentos muito divertidos, eu e meu namorado.
LL: Então você pode sair sem ser incomodado em excesso?
AL: Sim, eu posso sair. É definitivamente uma experiência diferente do que costumava ser antes. Não é tanto o que as pessoas estão me incomodando, mas que as pessoas estão falando sobre mim. Torna-se um pouco como um aquário e isso me deixa um pouco desconfortável, porque às vezes eu só quero esquecer isso. Então, isso é um pouco estranho. É uma coisa quando alguém diz, “ei o que está acontecendo”, mas é outra quando estão apenas te olhando e comentando.
LL: Isso é provavelmente porque as pessoas em LA acham que são muito legais para chegar e dizer um oi, especialmente em um clube.
AL: Bem, essa é a minha maior implicância. Eu sou tão amigável quando estão sendo legais, quando estamos apenas falando e apenas trocando histórias ou informações ou apenas nos conhecendo. Mas quando a primeira coisa que sai de sua boca é: “Eu preciso de uma foto para o meu ‘Facebook'”, daí é um pouco… Agora todo mundo tem que documentar tudo para a sua rede social.
LL: Eu admito, eu já me beneficiei escrevendo sobre você. Só sei que sempre que escrevo sobre você, a entrevista ou o post vai muito bem. Seu nome em um tweet sempre recebe retweets, e se eu te vejo por aí, eu sempre te menciono. Então, obrigada. Quando você sai você aprecia tudo???
AL: Eu aprecio, e também em uma cidade como Los Angeles, confusão é confusão, todos nós estamos tentando arrumar uma confusão. Estamos todos tentando chegar a algum lugar e eu respeito isso, respeito todo o processo.
LL: Você parece legal o suficiente para deixar alguém, quem quiser, usar um pouco do seu brilho… Um monte de amigos é beneficiado por te conhecer, eu tenho certeza.
AL: Quando é feito com bom gosto e respeito, é legal. Mas é uma linha tênue, pode ficar bem ridículo e é por isso que eu digo ”me dá uma chance aqui”. Se estamos conversando em um clube… se estamos em um clube e você fica tipo, “ia ser muito legal para mim tirar uma foto com você”, eu não dou a mínima, mas quando você está tentando me… É realmente caso a caso, é a energia da pessoa. Não tem nada a ver com o ato ou o que está sendo dito, é como a coisa se apresenta e é a vida. Como levar uma cantada num bar – se alguém usa uma cantada brega, mas faz de um jeito fofo e divertido, te olham direto nos olhos e são verdadeiros, é como ”você me deu bola”.
LL: Ampliando isso, por que você acha que sua base de fãs é tão apaixonada? Eu escrevi sobre um monte de gente famosa, e você está lá em cima, com Jimmy Page e Lady Gaga. Você tem alguma teoria por que eles são tão fervorosos?
AL: Eu não me censuro muito, eu não filtro muito as coisas. Eu ouvi de fãs que isso é algo que eles gostam.
LL: E você é bonito… mas muitas pessoas são bonitas.
AL: Eu não acho que esteja em um patamar tão alto, eu gosto de criar uma roupa e fazer um tipo.
LL: Bem, Adam, a base de fãs que eu vejo, a maioria são garotas heterossexuais que desejariam poder transformá-lo.
AL: Eu amo isso. Não funciona dessa maneira, ladies, mas eu estou lisonjeado.
LL: Eu acho que é mais fácil para um cara gay virar um cara hétero.
AL: Eu acho que tem a ver com agressividade e ardor. Mas pense sobre quantas meninas podem apenas virar. Meninas viram muito fácil.
LL: É verdade, especialmente quando a bebida está envolvida. Mas eu acho que elas estão fazendo isso como uma novidade na maior parte do tempo – mas isso é outra conversa – mas não é porque estão loucas por outra garota, mas porque isso é quente e louco.
AL: Mas há um monte de garotos heterossexuais que são assim com os meninos também. Nesta nova geração, há um monte de homens heterossexuais que flertam. Eu passei por isso antigamente.
LL: Eu conheço alguns [caras heterossexuais] que virariam por você.
AL: Isso é engraçado.
LL: Voltemos à minha teoria. Você faz tudo parecer real. É por isso que os “Glamberts” são tão obcecados?
AL: Eu realmente não sei, é uma boa pergunta, mas realmente não me cabe responder. É estranho e é muito lisonjeiro.
LL: E você sempre deixa claro que você aprecia o fervor. Ainda assim, eles sabem de todos os seus passos.
AL: Eles são intensos, mas sabe, eu estou fazendo um segundo álbum por causa dessas pessoas. Eles estão apoiando minha arte e minhas oportunidades, então é claro que eu apoio tudo isso. E, novamente, é caso a caso. Eu não posso fazer uma generalização sobre os meus fãs ou sair porque é diferente a cada vez e todo mundo é diferente. Eu tento seriamente analisar caso a caso, sabe? E é difícil porque na nossa cultura, na nossa mídia, as celebridades são tipo… rotuladas, são realmente e facilmente crucificadas com base em qualquer coisa sem fundamento, e mesmo se você teve uma experiência negativa com os paparazzi ou um fã ou com alguém em um bar, de repente você é “aquele cara”.
LL: Como aquele caso na Finlândia…
AL: Sim, isto mostra bem como as coisas são, e eu sei que é uma máquina e que é assim que as coisas funcionam, mas… Mas é uma pena que não podemos perceber que as celebridades – isso soa banal – mas celebridades são pessoas. Elas não são invencíveis e elas não são feitas de “Teflon” e não são perfeitas.
LL: Você sabia que poderia enfrentar tudo isso por causa de sua base de fãs, no entanto. Eles vão defender você, não importa o que aconteça. Como eu disse, eu nunca vi nada parecido.
AL: Eles são tão protetores e é incrível, eles são surpreendentes e devotados. Quando eu me apresento para os fãs é um ambiente muito seguro. É uma sensação confortável e de muita aceitação. É como um ambiente bem familiar. Eu não sinto que esteja recebendo um monte de crítica, eu sinto que eles amam tudo. Isto cria um caminho muito seguro para a criação.
LL: Mas você sabe que com seus amigos tudo é mais real, porque você precisa disso também.
AL: Ah, sim, meus amigos mais próximos são os amigos que eu tinha antes de tudo isso. Eles continuam sendo meus amigos mais próximos, porque eles me conhecem profundamente.
LL: E sobre suas roupas? Você corre riscos com o seu guarda-roupa.
AL: Você sabe que eu amo moda e eu adoro montar uma roupa, mas se algo não é bem recebido, eu não posso simplesmente ignorar.
LL: Quando eu vi você no “Mr. Black” [no “Bardot Hollywood”], eu tirei uma foto de você e Luke [Nero]. Seu cabelo tinha crescido e estava ótimo. Eu postei a foto no blog do “LA Weekly” e foi quando eu percebi como eram seus fãs. Eles ficaram falando sobre isso por toda a internet por dias.
AL: Era tudo falso… era tudo aplique. Ele tinha crescido, e estava ficando longo, mas eu disse à minha cabeleireira: “Eu quero estilo rock anos 70”, então ela o aumentou. É tudo ilusão. Gosto de como Beyonce e Rihanna fazem aqueles cabelos longos.
LL: Vamos falar sobre seu disco. Seu disco é a grande novidade, que todo mundo comenta. Conte-me sobre o que você fez de forma diferente.
AL: É engraçado, você disse ter vindo destes clubes de Los Angeles… Eu queria fazer música para a plateia de onde eu vim. Eu fiz tudo que podia para voltar para este tipo de disco – antes do “Idol”, antes da fama, antes de viajar e de ter expectativas de assinar com gravadoras. Eu pensei, como faço para voltar ao que eu amo? O que eu amo é estar em um clube e toda essa coisa contagiosa. Você fica com a cara no chão e tipo “oooh”. Quando vou a clubes eu não gosto de dançar, gosto de tomar uma bebida e conversar com as pessoas. Mas se há uma música que é realmente boa, que me faça querer dançar eu penso que é esse o tipo de música que eu quero fazer.
LL: Então, está muito mais dançante?
AL: Nós pegamos muito de funk e disco, anos 70, 80 e 90, grande parte da produção é muito eletrônica, mas ele está carregado de muita sensibilidade do funk disco, e é muito orientada pela “house”. Eu queria fazer algo para a comunidade de onde venho.
LL: Você quer dizer a comunidade gay?
AL: Gay, hétero – todas. Alternativa e clube. Obviamente, há uma série de canções no disco para os meninos e para as meninas que querem sair e buscar algo. Há uma canção chamada “Shady”, sobre lançar-se à sombra. Um dos ganchos “Não, eu não estou quebrado, mas eu preciso de um conserto”. É tipo, eu quero sair e ficar louco, porque eu tenho me sentido obscuro ultimamente.
LL: Parece que vai ser sucesso em todos os clubes.
AL: Eu quero fazer música e executá-la para meus colegas e para a comunidade. E felizmente temos essa base de fãs, os Glamberts, que são incondicionais. A outra coisa que eu amo é que é música de dança e é feroz e extravagante, mas também empresta um pouco dos clássicos, então eu acho que um monte de gente vai conseguir alguma coisa a partir delas. A primeira metade do álbum é o material funk dance, mas a segunda diminui um pouco, toma emprestado um pouco do tipo industrial, uma onda nova de material sonoro.
LL: Então, Nine Inch Nails-y?
AL: Definitivamente não é tão difícil, mas há texturas na música que as tornam mais corajosas, há um pouco de “dubstep” lá. Há algum eletro. É um experimento para mim.
LL: Um monte de gente pensa em você como um roqueiro.
AL: E como o garoto do “American Idol”. Essas duas coisas eu meio que quis contornar. Há muito funk, há guitarra nele, e o funk vem do rock, mas há um monte de sentimento de R&B. Como Michael e Prince, muita energia… Um monte de coisas que eu gostava de ouvir. Quando eu estava no “Idol”, eu acho que fui atraído para cantar a música rock, porque, a) o tipo de alcance que eu tenho era o tipo de alcance que parecia certo para canções de rock… canções de rock do sexo masculino em que eu pudesse mostrar todo meu alcance. E b) porque não havia “performer de rock” dentro do programa, então essa foi a minha escolha.
LL: Foi estratégico, então?
AL: A piada interna é que eu sempre quis colocar uma roupa agressiva e delineador. E como os garotos dizem, ficar realmente “cunty”. Isso é o que é este álbum. Este álbum é “cunty”. [ver nota]
LL: Posso citar isso?
AL: Você pode citá-lo, mas espero que as pessoas entendam a gíria porque as pessoas confundem. Não é o C-palavra… talvez adicionar um “ie”? Isso significa feroz, isso tem atitude.
LL: Você sabe, eu pensei que estava atualizado em minha linguagem, mas eu não conhecia essa. Eu aprendi “fishy”.
AL: Este álbum é também um pouco “fishy”. “Cunty” e “fishy” são da mesma espécie. É uma coisa positiva. Quando eu e meus amigos falamos isso, da música de dança, é uma coisa boa, é diva, forte, mas ainda uma dama.
LL: Os fãs de Gaga poderiam gostar deste disco… sim?
AL: Eu definitivamente acho que ela explora esse espírito. Eu sou um pouco “funkier”, e ela está fazendo um pouco mais tipo, “hard electro dance”.
LL: Eu não sabia que você estava levando sua música por este lado. É porque no começo você tinha que ser guiado, e agora você está estabelecido e é livre para fazer diferentes coisas?
AL: Isso sim, e também eu tive tempo. Eu tive tempo para pensar nisso e trabalhar em material e experiências. Não quer dizer que no começo eu me sentei e disse: vou fazer algo “funk”. É apenas um desdobramento. Eu fiz um monte de outras coisas que era um pouco mais esperado, coisas que você já me ouviu fazer. Então eu percebi que não estou atraído apenas por isso no momento.
LL: Qual foi o catalisador para essa nova direção?
AL: Trabalhar com o Pharrell (“NERD”) foi um grande catalisador. Pharrell e eu escrevemos a faixa-título, “Trespassing”, e escrevemos outra canção “Kickin’ In”. “Kickin’ In” soa como o velho “Off the Wall” – era Michael Jackson ou Prince. É empréstimo desta sensibilidade, mas com letras que são específicas para a minha experiência e minha comunidade.
LL: Você escreveu todas as letras?
AL: Eu as escrevi com ele. “Trespassing” é um hino muito grande. Trata-se de ser dito não e ser um estranho e de se rebelar com criatividade.
LL: Você acha que as pessoas ainda rotulam você?
AL: Eu acho que ainda tenho que provar algumas coisas. Felizmente, você tem uma ideia do Adam real. Eu acho que é me afirmar como músico e como pessoa. Profissionalmente, celebridade sensata, e em um nível pessoal – isso vai de encontro a todos os desejos. Espero que cada comunidade alternativa receba força a partir daí.
LL: Por comunidade, você quer dizer quem é diferente no vestir-se, diferente à sua sexualidade?
AL: As pessoas que não querem ser agrupadas com a maioria, porque eu tenho realmente muita dificuldade com isso.
LL: E isto não é irônico, que para o público principal, você seja tão popular?
AL: É difícil porque vindo de destaque em um programa como “Idol”… é grandioso e ter assinado com uma gravadora que é muito popular também. É interessante ir contra isso, mas as pessoas ficam realmente animadas, porque você vê a música dance se tornando popular agora. Então é a hora certa para fazer a minha versão do que eu quero fazer.
LL: Eu concordo. Estou animada, eu desejaria muito ouvir isto![Adam toca pra gente duas faixas em seu telefone, entalhando os sons…]
AL: É música dançante, tem um pouco da sonoridade contemporânea e também existem algumas músicas dançantes mais ao estilo antigo – estou empolgado com isso.
LL: O que você vai fazer quando se apresentar? Você vai totalmente entrar com coreografia e o negócio todo?
AL: Não totalmente, eu vou fazer do meu jeito. Eu vou cantar. Posso dar-lhes alguns pequenos movimentos.LL: Quando em turnê você imagina usar dançarinos?
AL: Eu imagino usar dançarinos, sim. E eu só contratei minhas “backup singers” ontem, duas meninas, cantoras gospel. Música dance faz parte da minha identidade e é pra isso que eu vim… para o clube.
AL: Eu costumava ir no “Moustache Mondays” e Josh Peace costumava fazer essa dança, não era popular, mas era cativante… e eu ficava tipo, “oooh que é isso?” Eu quero fazer música que me faça sentir assim, que faça meus amigos se sentirem dessa maneira.
LL: Ouvindo as músicas que você apenas tocou pra mim, eu acho que você chegou lá. Os fãs vão junto na sua jornada, com certeza. É ótimo que você se dê ao luxo de fazer algo diferente.
LL: Eu só pensava em Gwen Stefani. Ela veio do rock e fez a coisa dance e funcionou totalmente. Pharell trabalhou com ela também.
AL: Há um monte de funk em uma canção de rock, principalmente dos anos 70. Esse groove e é isso que eu estou sentindo.
LL: Sim, até mesmo Stephen Tyler, do Aerosmith, estar no Idol é uma coincidência – tem um grovve sério. E meus preferidos, “The Stones”, são funky.
AL: Sim. Isso faz você dançar. Minha mãe é uma grande fã dos “Stones”, e está sempre dançando com eles. Eu realmente gosto do rock que você pode dançar, coisas com uma sensação híbrida, batidas de rock e as bases de referência.
LL: Eu amo isso. Então, eu prometi a alguns fãs, fazer algumas perguntas postadas por eles no Twitter para esta entrevista. Você deve ter um monte delas. Aliás, como você administra o seu Twitter? Deve ser esmagador.
AL: Eu lido com facilidade com ele.
LL: Ok, Pergunta 1: Quais aplicativos Adam tem em seu iPhone?
AL: [Olha através do telefone]: “Angry Birds”, “Pages” (que é o aplicativo de processamento de texto para escrever letras). Eu tenho meu “Kindle”, um aplicativo de Astrologia, tenho Xadrez. Eu tenho “Moviephone”, “360 Panorama” (uma coisa de fotografia que é incrível). Eu tenho “Fatbooth and Dragbooth”. Você pode tirar uma foto de alguém e fazê-lo gordo, ou vesti-lo como “drag-queen”.
LL: Pergunta 2: Quais músicas você incluiria na trilha sonora da sua vida?
AL: Eu provavelmente gostaria de incluir os meus próprios álbuns. Este álbum poderia ser a trilha sonora da minha vida. É exatamente como eu queria que fosse. Eu queria permitir às pessoas conhecer não apenas os fatos sobre mim ou o que eu fiz, mas onde eu estive e como me sinto sobre isso. Todos os meus fãs sabem todas as informações sobre mim, mas até agora não exatamente como me sinto. Isso é o que este álbum faz.
LL: E é isso que eles querem!
AL: Ele mostra como eu quero me sentir… Sair e ser sensual e indecente… como eu quero festejar… como eu quero encontrar o amor (e como o encontrei e o quão grande ele é)… como eu quero ficar contra as pessoas que dizem não e contra os inimigos… E o outro lado também, o material mais escuro sobre como às vezes tudo isso é chato e como isso machuca… como às vezes tenho dores de cabeça e como a situação da comunidade LGBT é difícil. “Outlaws Of Love” é uma canção triste sobre tudo isso.
LL: Pergunta 3: Há pressões para você ser um garoto-propaganda?
AL: A luta de ser diferente e ser perseguido e odiado por isso… isso sim, causa pressão.
LL: Isso tem sido agora ou apenas nos anos do ensino médio?
AL: Analisando como estamos no momento, o tipo de visão, a igualdade no casamento e as situações de “bullying” acontecendo… as pessoas são mais socialmente conscientes, mas ainda estamos lutando contra isso. Ainda é difícil. Estamos ainda na luta contra a discriminação. Isso é o que eu queria que aquela música explorasse. Como é se sentir tipo, “Eu só estou tentando encontrar alguma paz, mas por causa de quem eu escolhi amar, eu me sinto como um fora da lei”.
LL: Mas você ainda se sente assim porque você é gay?
AL: Pessoalmente não, mas eu estou tentando dar voz a um tipo de mentalidade, porque eu ouvi muito sobre isso. De certa forma eu me sinto um pouco como, se isso fosse retirado da equação eu teria um caminho muito diferente. Mas isso não me faz ressentir-me com a equação. Essa é a chave, você não pode ressentir-se com a equação só porque isso é o que lhe foi dado, você tem que aceitar e comemorar.
LL: De certa forma, é um tipo de disco “gay”?
AL: Para um ouvinte gay, é um disco gay. A beleza deste disco é que, no final do dia qualquer um pode se relacionar com ele. Não é específico, trata-se da experiência humana. O que se poderia dizer, em grande escala, é: “ei, você sabe que eu sou diferente, eu sou gay, mas que passamos pelas mesmas coisas. Você se sente da mesma maneira sobre relacionamentos, e, assim como eu, você quer sair e se embebedar e ficar louco também. Você já teve seu coração partido, também”. É uma espécie de pós-gay. É um disco pós-gay.
LL: Se você não tivesse feito o “Idol”, você estaria aqui?
AL: Não, não neste nível.
LL: Então, realmente você dá crédito ao programa. Foi sua última chance, de certa forma, não foi?
AL: Para mim, foi a maneira mais direta de contornar a máquina um pouco e por um segundo apenas ser capaz de estar em aparelhos de TV para dizer ao público que assistia: “olhe, vocês gostam disto ou não, porque eu vou precisar de ajuda pra convencer os executivos de que vocês gostam disso.” E funcionou.
LL: Sim, funcionou…
NOTA: “Cunty”, literalmente cunty significa um comportamento agressivo, rude. Mas conforme Adam explicou, ele e seus amigos usam muito esta palavra para definir algo que para eles é voraz, poderoso.
Fontes: wal/Adamtopia e LA SLUSH
Tradução: Graça Vilar
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