Review de “Trespassing” Por Japan Times

“Trespassing” de Adam Lambert (Sony Music Japan International)

Há três anos, Adam Lambert foi um finalista de uma competição musical da TV, o “American Idol”. Adam acabou em segundo lugar provavelmente, dizem por aí, pela sua orientação sexual. Mas a grande vitória tem sido toda dele: um álbum de estreia bem sucedido nos EUA e um exército de fãs que se autoproclamam “Glamberts”. Ninguém além-mar ouviu falar do Kris Allen, o vencedor de fato. E, agora, Adam está curtindo a honra de ser o primeiro artista abertamente gay a atingir o lugar de nº 1 nos EUA com seu álbum “Trespassing”.

“Trespassing” é um álbum pop estranhamente artesanal. Isso vai quase certamente fazer de Adam uma estrela na Europa, um continente nada adverso ao pop bombante, com cara de hino, cheio de energia [ver nota 1] como “Cuckoo”, um dos prazeres imediatos do CD.

Aqui estão 16 músicas variadas, com começos, meios e desfechos. Mesmo que elas estejam inclinadas ao clichê e dissipadas no nível parque eólico [ver nota 2], músicas como o single “Never Close Our Eyes”, ou “Shady” são instantaneamente memoráveis.

Ainda mais curiosamente, enquanto a galera por trás da produção – Pharrel Williams, Dr. Luke – serem pesadamente ligados ao pop atual (que pede por atenção, está em déficit, quase em desordem), Adam parece manobrá-los para uma abordagem e entendimento mais teatral da música como um veículo que desenvolve uma ideia. É quase bizarro.

Desde que produziu o álbum de estreia tão festejado de Justin Timberlake, “Justified”, Williams tem feito um ótimo trabalho reciclado a pega retrô do Michael Jackson. Então não foi muito antes de Adam acenar com suas luvas brilhantes. A hedonística “Kickin’ In” não tem remorsos no seu desejo de ser Michael Jackson enquanto pega emprestado o tema de festa da Katy Perry: beber até alguém cair do balcão do bar. A faixa título toma emprestada as batidas de pé e a percussão de palmas do Queen, enquanto o resto da música se liga na onda Disco e Funky.

Infelizmente, Williams não está por trás de todo o show, então o álbum não traz uma afirmação convincente e concisa. Adam sofre de uma falta de limites, enquanto a segunda parte do álbum fica defasada. Mas você tem que admirar a habilidade de Adam de passar dos limites e ainda sim conseguir ir ainda mais alto.

NOTAS:

[1]: High Energy ou Hi-NRG, é um estilo de música eletrônica que surgiu na Europa, diretamente influenciada pela Disco Music e a música Pop do final dos anos 70. Um estilo rápido marcado e simplificado.

[2]: “Overblown” foi traduzido como “dissipado”. A expressão faz alusão a um sopro muito forte… forte demais. Algo que seria uma “modinha”, aqui no Brasil.

Caso queira ver o scan desta publicação, clique aqui.

Fontes: Adam Lambert Fan Club e @Maremi_Todo

Tradução: Rodrigo Ferrera

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