Review de “Trespassing” Por Billboard
“I don’t need no sympathy, I won’t cry and whine/Life’s my light and liberty, and I’ll shine when I wanna shine” [Eu não preciso de nenhuma simpatia, eu não vou chorar e lamentar / A vida é a minha luz e a liberdade, e eu vou brilhar quando eu quiser brilhar], Adam Lambert canta a música título de seu álbum “Trespassing” que está na disputa para vencer o “Most Deliriously Fun Pop Track” de 2012. O ex-finalista do”American Idol” é frequentemente assombrado pelas expectativas e questões de identidade em seus singles, mas Lambert ostenta suas cores mais brilhantes quando está exalando confiança, como em “Trespassing” e, felizmente, na maior parte de seu segundo álbum.
O mais recente trabalho de Lambert mergulha em uma grande variedade de gêneros, provocando alegremente a parte eletrônica e explorando o rock balada de seu disco de estreia “For Your Entertainment”, mas principalmente, Lambert só quer dançar. A primeira metade de “Trespassing” passeia através do funk, house e eletro-pop, mas os saltos no palco nunca soam ultrapassados, graças ao carisma vocal de Lambert e seu poder absurdo. Uma música como “Shady” poderia entrar em colapso sob sua letra tola, mas nessa faixa, Lambert demonstra a energia crua que faria dele um grande vocalista de uma banda como, por exemplo, o Queen.
Por causa da singularidade embutida em tudo que ele toca, é fácil não levar a sério Adam Lambert. Isto, naturalmente, é um erro. “Trespassing” dá sequência ao trabalho do subestimado “For Your Entertainment” e permite ao cantor continuar mantendo seu personagem com traços amplos e coloridos. A lição com Adam Lambert é a mesma agora como quando ele estava incendiando o “Idol” há três anos – subestimá-lo por seu próprio risco.
Quais músicas de “Trespassing” valem o seu tempo? Confira nossa review faixa por faixa.
1. Trespassing – Uma surpreendente, hiperdançante e formidável abertura, em que Lambert rosna um “Wait ’til you get a load of me” [Espere até você receber uma carga de mim], enquanto desfila uma batida de Pharrell Williams que Michael Jackson teria adorado.
2. Cuckoo – Lambert salta de MJ para Daft Punk, com uma cascata de sintetizadores. A linha “Gonna get out of this straitjacket!” [Vou sair desta camisa de força] coberta com duplo sentido.
3. Shady – Sons robóticos introduzidos em um funk harmonioso, como se Lambert pedisse um bilhete para o metrô. Terceira faixa, correta e com uma arrasadora produção.
4. Never Close Our Eyes – Primeira balada do álbum? Não. A abertura emocional acaba por ser uma pista falsa para outro flexível hino “euro-dance” que lembra os mais efetivos singles de David Guetta.
5. Kickin’ In – Com um enlouquecido sintetizador na introdução, e com transição rápida para outra batida, “club-set banger”, “Kickin’ In” torna-se a música para os mais propensos a se deslumbrar em shows ao vivo de Lambert.
6. Naked Love – Ainda que com ritmo acelerado, “Naked Love” exibe uma ternura picante, ausente nas faixas anteriores. Mas “Naked Love” é vital para o senso de equilíbrio de “Trespassing”.
7. Pop That Lock – “Tonight we burn it all!” [Hoje à noite nós queimamos tudo!] professa Lambert antes de desfilar novamente os agudos hipnotizantes de sua voz. Uma das poucas inspirações do álbum.
8. Better Than I Know Myself – Sequência lógica de “Whataya Want From Me”, o primeiro single mantém o brilho meses após ser o primeiro hit nas rádios, com Lambert expondo suas tendências mais vulneráveis em seu impressionante estilo.
9. Broken English – Uma fusão de estilos completamente estranhos: Lambert brinca entre a poesia do R&B, grandes ganchos do pop e movimentos “dubstep”, antes de aparentemente cair em queda livre da ponte. Não deveria fazer sentido, mas o cantor amarra muito bem tudo isso junto.
10. Underneath – Uma reveladora balada conduzida pelo piano, que remete a um “épico” decorrer do tempo. Infelizmente, poder-se-ia ter acertado mais nas notas se tivesse sido inteiramente uniforme como em seu primeiro minuto.
11. Chokehold – Os versos flutuam livremente e deixam Lambert meditando sobre as transgressões em seus antigos relacionamentos. Os refrões levam uma qualidade industrial, com uma guitarra falando tão severamente como o vocalista. O ouvinte consegue absorver tudo isso, felizmente.
12. Outlaws Of Love – “Everywhere we go, we’re looking for the sun/Nowhere to grow old, we’re always on the run” [Onde quer que vamos, nós estamos olhando para o sol / Nenhum lugar pra envelhecer, estamos sempre na correria], lamenta Lambert, como se ele próprio se arrastasse para fora do clube e olhasse com olhos turvos para o futuro. Mais do que qualquer outra canção aqui, “Outlaws” demonstra a gama impressionante de Lambert – ele pode encarnar o adulto sóbrio, bem como o despreocupado festeiro.
Fontes: Adam Lambert Fan Club e Billboard
Tradução: Graça Villar
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