Review de “Trespassing” Por AfterElton

Trespassing de Adam Lambert é Ambrosia Vinda de um Paraíso de Glitter

Fãs de Adam Lambert, a hora chegou! Depois da data de lançamento marcada e então… remarcada, esse mais que esperado segundo álbum, “Trespassing”, vai oficialmente ser lançado na terça-feira de 15 de maio. Valeu a pena a espera? Os fãs de Adam não ficarão desapontados. Você pode ouvir todo o álbum aqui, e abaixo você pode ver quais músicas funcionaram e quais músicas poderiam ter sido deixadas de fora.

Nota – As músicas serão avaliadas em uma escala de um a cinco “Olhares Poderosos de Adam”.

1. TRESPASSING – 5 de 5.

“No trespassing? Yeah, my ass! Wait till ya get a load of me!” [Não ultrapasse? É, Até parece! Espere até ver o que eu tenho pra você!]. Adam coloca com sabedoria sua pagada poderosa de funky music em primeiro lugar, e declara desde o início que ele não vai se conformar às expectativas. Essa ode à individualidade está recheada de insolência, e a batida e a atitude “na-sua-cara” (de desafio) são remanescentes do clássico da banda Queen “Another One Bites The Dust.”

Melhores Versos: “I ain’t got BS in my bag, that’s the one thing you can believe” [Minha vida não é cheia de besteiras, essa é uma coisa que você pode acreditar] [Ver nota 1].

2. CUCKOO – 4 de 5.

“Walk that walk like you don’t give a f*ck” [Ande daquele jeito como se não desse a mínima]. Uma das músicas de maior energia e batidas fortes do álbum, não tem como não voltar aos anos 80 enquanto você escuta a ela, graças!

Melhores Versos: “I’m swinging off of my hinges, I’m cocked and I’m ready to go” [E estou me balançando fora do eixo, engatilhado e pronto pra partir].

3. SHADY – 4 de 5.

“No I ain’t broken, but I, I need a fix” [Não, eu não estou quebrado, mas eu preciso de um conserto] [Ver nota 2] . Com um baixo tão obsceno, essa música precisa de um banho de língua. Adam deixa claro que a temporada de caça está aberta… mas não é o buraco do coelho [Ver nota 3] que ele está procurando.

Melhores Versos: “Take me, take me down, where freaks like us can meet” [Me leve, me leve abaixo, onde aberrações como nós podem se encontrar].

4. NEVER CLOSE OUR EYES – 2 de 5.

“There’s plenty of time to sleep when we die” [Temos muito tempo para dormir quando nós morrermos]. Eu ainda estou tentando descobrir o porquê de uma das músicas mais fracas do CD ser escolhida como uma das primeiras músicas de trabalho. Originalmente como uma versão demo do Bruno Mars, essa música tem a excelência de ser tanto produzida demais… e sem estar no ponto certo.

Melhores Versos: “Nenhum”.

5. KICKIN’ IN – 5 de 5.

“He got words that rhyme, he got a dirty mind” [Ele tem palavras que rimam, ele tem uma mente suja]. De fato, essa música remonta ao clássico do Prince, “Dirty Mind [Mente Suja]. E é também uma das músicas mais irresistíveis do CD, com sua história de… euforia líquida. [Ver nota 4]

Melhores Versos: “She puts the shot glass down, she asks for another round. She wants to hit the clouds, honey are you up there now?” [Ela abaixa o copo seco da dose e pede por outra rodada. Ela quer atingir os céus, querida, você já chegou lá, agora?].

6. NAKED LOVE – 4 de 5.

“I want your naked love, so dontcha dress it up tonight” [Eu quero o seu amor despido, então não se vista hoje à noite]. Uma joia pop que vai direto ao ponto, que sabiamente evita os floreios de pós-produção e nos dá apenas Adam… querendo conhecer melhor você.

Melhores Versos: “Take it off and try me on, the hottest threads you ever wore” [Tire isso e me experimente, os fios mais quentes que você já vestiu].

7. POP THAT LOCK – 3 de 5.

“If you got the key, then baby pop that lock” [Se você tem as chaves, então, meu bem, estoure essa fechadura]. Faixa dançante normal que vai ganhar o seu lugar nos shows quando uma multidão de Glamberts cantarem em uníssono, “Werk, bitch” [ver nota 5].

Melhores Versos: “Werk bitch, you don’t gotta stress” [Faz valer, gata! Você não precisa se estressar].

8. BETTER THAN I KNOW MYSELF – 5 de 5.

“I can be obnoxious at times, but try and see my heart” [Eu posso ser desagradável às vezes, mas tente e veja o meu coração]. Lançado como a primeira música de trabalho, obteve colocações decepcionantes nas paradas, e tem polarizado os fãs. Eu amo a música, e continuarem a defendê-la. Como em “Naked Love”, é uma amostra perfeita do lado lamurioso do Adam, e faz um tremendo uso de seu alcance vocal.

Melhores versos: “You’re the only thing in this world I would die without” [Você é a única coisa nesse mundo que eu morreria se eu não tivesse].

9. BROKEN ENGLISH – 4 de 5.

“Now your body language is broken English” [Agora a sua linguagem corporal é um inglês mal falado] [ver nota 6]. Uma balada gloriosamente bombástica que fez com que os produtores pegassem nas suas sacolas de truques por excentricidades eletrônicas. De alguma forma isso tudo funciona em conjunto.

Melhores Versos: “Tower Of Babel has fallen down again” [A Torre de Babel veio abaixo novamente].

10. UNDERNEATH – 5 de 5.

“Strip away the flesh and the bone” [Jogue fora a carne e os ossos]. A melhor música do álbum. Adam nos mostra tudo… seu coração… sua alma… e a sua paixão. É impossível não ficar comovido quando ele implora: “Look at me!” [Olhe para mim!]

Melhores Versos: “You’re gonna see things you might not wanna see” [Você vai ver coisas que talvez não quisesse ver].

11. CHOKEHOLD – 3 de 5.

“I want your chokehold” [Eu quero as suas amarras]. Contém uma atmosfera, mas é uma balada normal, sobre um relacionamento forçado e asfixiante. Não é uma música ruim, mas é uma das piores entradas do álbum.

Melhores Versos: “Baby I can smell you on my clothes” [Amor, eu consigo sentir o seu cheiro em minhas roupas].

12. OUTLAWS OF LOVE – 5 de 5.

“They’ve branded us outlaws of love” [Eles nos taxaram como amantes fora da lei]. Se não é a melhor música do álbum, é certamente a mais importante. Um Adam mais quieto sempre nos causa arrepios, e o seu apelo por igualdade é de quebrar o coração em sua sinceridade.

Melhores Versos: “Tears all fall the same” [Lágrimas sempre caem do mesmo jeito].

13. RUNNIN’ – 3 de 5.

“I’ve been standing here my whole life. Everything I’ve seen twice” [Eu estive parado aqui a minha vida toda. Tudo eu já vi duas vezes]. Como em “Chokehold”, é uma balada poderosa prestável, mas sofre em comparação com o resto do álbum.

Melhores Versos: “Addicted to the numb livin’ in the cold” [Viciado no entorpecimento, vivento em frieza].

14. TAKE BACK – 4 de 5.

“How do we take back what’s been done, what’s been said?” [Como nós podemos retirar o que nós fizemos, o que foi dito?]. Um lamento urgente sobre um relacionamento fracassado, é levado a um outro nível pelo forte apelo da voz do Adam.

Melhores Versos: “All I ever do is over think and drink until I attack” [Todo o que eu tenho feito é pensar de mais e beber até eu agir].

15. NIRVANA – 4 de 5.

“We can escape to a higher plane” [Nós podemos escapar para um plano maior]. O álbum termina em uma nota forte, com essa balada sonhadora. Adam sabiamente escolhe fechar com uma música sobre esperança e sobre encontrar um lugar no mundo. É agridoce e tem efeito.

Melhores Versos: “We don’t need any diamonds or gold. Watch the mystic and cryptic unfold” [Nós não precisamos de nenhum diamante ou ouro. Veja o misticismo e o enigma se abrindo].

Nota final do álbum: 4.5 de 5 pontos. Faz valer, gata!

NOTAS:

[1] “I ain’t got BS in my bag”: BS, significa Bullshit, que traduzindo seria bobagem ou besteira. “in my bag” é uma expressão que significa literalmente “na minha bagagem”, ou seja, na minha vida, nas minhas experiências.

[2] Quando Adam fala “I need a fix”, ele não quer dizer apenas que precisa de um conserto, mas também que gostaria de uma dose de alguma bebida ou de alguma droga lícita (como medicação, por exemplo). É um jogo de palavras.

[3] Aqui, “buraco do coelho” (The Rabbit Hole), tem tanto uma referência da Alice no País das Maravilhas quanto da música do primeiro CD do Adam, “Down The Rabbit Hole”, que também se inspira na obra Alice.

[4] Euforia líquida (Liquid Euphoria), se refere tanto a algum tipo de líquido que cause euforia quanto a marca de esmaltes, Liquid Euphoria, com cores extremamente extravagantes e ousadas.

[5] Na comunidade LGBT americana, essa expressão faz uma alusão às prostitutas, seres da noite que são geralmente atreladas ao mundo dos Drag Queens, cross dressers e homossexuais. A tradução literal seria algo como, “Trabalha, prostituta!”, mas levada para um lado cômico. Longa história, mas no Brasil, essa expressão é usada como “Faz valer, bonita”, no feminino mesmo, em alguns núcleos da noite LGBT. Isso pode mudar de regionalismo para regionalismo.

[6] Broken English, de fato, significa inglês mal falado, geralmente usado para descrever o inglês de estrangeiros que não dominam a língua. Porém, e isso eu não sei afirmar com certeza, Adam fala durante a música que a linguagem corporal é uma forma de quebrar essas barreiras da língua falada. Talvez ele não quisesse dizer que a linguagem corporal estivesse com um inglês “quebrado” (broken), mal falado. E na verdade, ele pode ter buscado uma brincadeira com os sons e que a linguagem estivesse quebrando (broking) essa língua, as suas barreiras.

Fontes: Adamtopia e AfterElton

Tradução: Rodrigo Ferrera

Compartilhar
Share

Nenhum Comentário

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *