Tradução da Entrevista na Revista Queer (Rússia) – Abr/2012

Conforme já publicamos aqui, na edição de Abril da Revista Queer da Rússia, foi publicado uma nova entrevista com Adam Lambert, apesar dela ter sido feito um pouco antes de termos a confirmação do álbum para Maio e os shows com o Queen. Caso queira ver o scan das páginas da revista, clique aqui e abaixo confira a tradução da entrevista:

ADAM LAMBERT REVELA-SE

O artista cujo segundo álbum, Trespassing, sairá em Março [a data correta agora é 15 de Maio], está constantemente na lista dos 15 Homossexuais mais Influentes da América.

Adam! Em 29 de Janeiro você completou 30 anos. Como se sente?
Um pouco chocado – 30, não pode ser! Por outro lado, estou vivenciando mudanças, estou mais consciente de quem sou e mais feliz do que alguma vez já estive.

Como é que essa mudança influenciou o álbum?
For Your Entertainment, o meu primeiro CD, era teatral, com influência das vivências das estrelas de rock. Trespassing é mais realista, sensível e feito do coração não pela imaginação. Por exemplo, há alguns temas sobre a comunidade gay no álbum. Penso que, no álbum, sou completamente honesto.

Tem alguma coisa a ver com a tua vida pessoal?
Sim, tenho um namorado, Sauli Koskinen. Ele é finlandês e estamos vivendo juntos. No passado, o destino me empurrava na direção de pessoas que precisavam de ajuda ou que precisavam sair de algum problema, eu era atraído por este tipo de pessoas. Felizmente, faz tudo parte do passado.

No teu novo álbum colabora com Pharrel Williams, o autor de músicas de sucesso para a Britney, Christina e Lady Gaga. Como é que surgiu esta colaboração?
Quando a minha gravadora me ligou dizendo que tinha de viajar até Miami para gravar com o Pharrel, a minha reação foi, “Oh não, não sou bom o suficiente!”. Mas tudo correu bem. Todo o processo de criação das canções foi fácil e entusiasmante, tínhamos muitas ideias.

Podemos esperar um novo som?
Penso que sim, o mais esperado pelos meus fãs é a minha voz. A melodia e a letra vêm em primeiro lugar, depois a produção – é tudo um jogo. Para os meus vocais dei tudo o que tinha.

De que é que falam as tuas músicas agora?
O tema principal do álbum é a procura de si próprio, o que eu entendo disso, aprender coisas que nos fazem felizes e nos dão a sensação de segurança. Há muitos temas pessoais e profundos que espero que se apliquem a todos vós. As canções são sobre a procura, descobertas e os erros consequentes. Abrangem todos os sentimentos humanos desde “Excelente, está tudo bem” até “Oh não, como é que eu consegui estar com esta pessoa?”. Tentei não me esquecer de nenhum.

Pode-se dizer, então, que fala das tuas próprias descobertas nas músicas?
Sim, depois de ouvirem o álbum vão perceber quem eu sou. O meu primeiro álbum foi, como já disse, teatral e exagerado. Há canções alegres que tentei mascarar, prestando homenagens aos meus ídolos e professores. Era assim que eu queria que o meu primeiro álbum fosse, mas agora quero falar de mim próprio.

Quando artistas falam de si mesmos, é frequentemente sobre amor, não é?
Concordo. É um sentimento comum a todos – todos nós procuramos amor, todos procuramos encontrar alguém que mude a nossa vida. Claro, falo sobre isso no meu álbum. Mas não apenas sobre esse tema – acredito que todos queremos ser felizes e todos temos momentos em que nos sentimos sós, quando nos questionamos sobre a razão de estarmos na Terra. Não há exceções.

Você está feliz?
Sim, finalmente sim. Todo este tempo nunca tive sorte no amor. Persegui pessoas que não eram merecedoras do meu amor. Não era apenas por amor, mas por anseio também. Durante este tempo sempre acreditei que iria conhecer O TAL. E conheci!

Você lembra do que sentiu quando a grande gravadora RCA te ofereceu um contrato?
Claro que lembro. Parecia um sonho – todos os meus sonhos se tornaram realidade, tive tudo o que sempre quis. Estava feliz, orgulhoso e agradecido. Acho que todos os adolescentes sonham em ser uma estrela de rock. Fui um deles e lhes digo – foi incrível. Cantar, entreter pessoas, tornar a sua vida mais feliz, fazê-las esquecer os problemas por um tempo – é fantástico, o melhor trabalho do mundo!

Olhando para trás – você mudaria alguma coisa no primeiro álbum?
Não, não. O primeiro álbum está como eu queria que estivesse. Estava tudo a acontecer pela primeira vez e muito depressa. Foi escrito no estilo glam rock de [David] Bowie e Boy George e foi engraçado. Mas no meu novo álbum tenho, não só, retrô mas muito estilos diferentes.

Adam, você já tentou entender porque é que gosta de glamour, maquiagem e perucas?
Já. Tudo começou na minha juventude quando me sentia inseguro em relação ao meu estilo, principalmente em relação à minha pele e peso. Foi quando da primeira vez que quis por uma máscara. Desde aí que comecei a gostar.

Quando você se assumiu aos teus pais?
Tinha 18 anos e ainda era virgem. Tinha crescido num ambiente com muito apoio. Aos 19 anos, saí de casa e vi o mundo pela primeira vez, quando arranjei um trabalho como cantor num cruzeiro. Ainda me lembro quando, numa ilha do Pacífico, pela primeira vez, encontrei pobreza extrema, de Terceiro Mundo – foi um pesadelo inesquecível, um rapaz da classe média que sempre teve pão para o pequeno almoço.

Há momentos da tua vida dos quais se arrependa agora?
Tinha 21 anos quando me mudei para Hollywood para seguir a minha carreira musical. Mas não fui muito bem sucedido – em 2004 fui contratado para o musical “Os 10 Mandamentos”, com Val Kilmer, mas o musical fracassou. Comecei a beber muito, a fumar muita droga e também tomei cocaina. Não quero esconder isto – aconteceu. No dia seguinte sentia-me sempre horrível, foi por isso que não fiquei viciado.

Você não teve medo de perder fãs ao admitir ser gay?
Não acredito que essas pessoas sem mentes abertas fossem gostar da minha música. Se alguém mudou de ideias por isso, o problema é deles, é esta a minha opinião. Foi sempre importante, para mim, ser aberto em relação à minha sexualidade. Só depois de me assumir é que me comecei a sentir mais confortável e confiante. Quero ser honesto.

Você pensa que isto afetou a tua carreira?
No início estava preocupado, não houve falta de negativismo, por vezes senti que fui longe demais. Admitir a tua orientação sexual não é fácil no século 21 – quantas pessoas assumidamente gays você conhece na indústria musical? Mas depois decidi seguir aquilo que já tinha decidido antes. Desde esse momento que deixei de ter dúvidas ou arrependimentos.

Qual é tua reação às mulheres que atiram, para o palco, roupa íntima?
Onde é que elas estavam há 10 anos quando precisava de autoconfiança? Para ser honesto, acho engraçado – não há muitos cantores assumidamente gays na indústria musical.

Você tem milhões de seguidores no Twitter. Esperava algo assim?
É loucura. Continuo a não acreditar que ao pegar no meu celular e ao escrever algo milhares de pessoas irão ler. Na minha opinião, é até perigoso.

Qual a música que mais ouve atualmente?
“Someone Like You” da Adele. Esta música penetra bem fundo na minha alma. É muito emotiva e este tipo de canções me inspira e me toca muito. Gosto de música moderna, pop eletrónico e rock moderno, mas, raramente ficam na minha cabeça como esta canção.

Há rumores de que você vai fazer algo com o Queen outra vez. É verdade?
Sim, ainda este ano.

Fonte: @Kathryn17/

Tradução Russo/Inglês: @BertFolieadeux
Tradução Inglês/Português: Kady Freilitz

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One Comment

  1. aiaiai essa foto é pra nos enlouquecer??aaaaa q lindo ” Durante este tempo sempre acreditei que iria conhecer O TAL. E conheci!” q lindooo 🙂

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