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25nov2010
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Review do Musique Evous do Show de Paris, França – 18/11
Show de Adam Lambert em Paris, e nós estávamos lá! Atenção fenômeno. Não há outra maneira de descrever Adam Lambert, e muito menos ao vivo. Muitos vieram por curiosidade. Curiosos sobre um menino que chocou e fascinou a América durante um ano e curiosos sobre o primeiro participante do American Idol a estrear, logo após, uma turnê mundial. Curiosos ainda, pela reputação desse rapaz de 28 anos, que é uma espécie de desdobramento de Freddy Mercury e Elvis, e afilhado de David Bowie. Hoje à noite iremos ouvir suas oitavas, mas também queremos descobrir sua influência desinibida. Seu álbum é fiel ao que ele gosta e ao que ele é. Ele tem domínio total do rock clássico, tem uma veia pop de Lady Gaga, Christina Aguilera e Madonna, é amante das batidas electro do momento. Ele é um cantor do seu tempo, que possui verdadeira cultura musical.
A platéia já estava devidamente embalada e impaciente, quando Adam fez sua aparição. Vamos dizer desde já que suas roupas não são uma unanimidade no seu show, especialmente essa vestimenta com cartola e casaco roxo, que até mesmo alguns hippies não teriam ousado. Mas a excentricidade, por vezes em excesso, é parte de uma de suas características. Esses incidentes sem importância são rapidamente esquecidos tão logo irrompem as primeiras notas: E elas surgem, como se diz em inglês, cristalinamente, com o medley “Voodoo” / “For Your Entertainemnt” / “Down the Rabbit Hole” e “Ring of Fire”, quando se instala uma atmosfera um tanto quanto mística. Houve tempo para remover o casaco e o chapéu. Seguimos fascinados, seus grandes olhos azuis piscantes, com glitter e delineador, bem como sua camisa meia aberta e calças justas, que demonstram que ele tem uma veia de puro rock: quanto mais apertadas, melhor. Com Adam Lambert é possível perceber o carisma inegável, que enche nossos olhos. Naquela noite, Trabendo não foi um recinto que abrigou apenas mulheres maduras, se transformando selvagemente em groupies, pois também havia fãs de rock que amarraram suas jaquetas de couro na cintura para poderem explodir e cantar a plenos pulmões. A comunidade gay, bem como as adolescentes histéricas estavam igualmente fascinadas. Lá havia pessoas de todas as idades, todos os gêneros: A Glam Nation Tour, como ele chama, tem aprovação unânime, e tudo isso devido a essa voz. Foi bom saber que ao vivo, o álbum de seu coração é um impacto enorme.
“Sleepwalker” abraça as pessoas, e elas não conseguem acreditar como ele consegue atingir aquelas notas. Tudo faz parte do jeito como ele arruma seus cabelos eriçados, até a capacidade que ele tem de dividir as emoções, com rara capacidade vocal, desde o tom grave ao agudo que sibilam de um para outro, num segundo. Adam Lambert é simplesmente fenomenal. A música “Whataya Want From Me” é um dos títulos maiores desse álbum, que também prova para a platéia que sua versão acústica é tão boa quanto à gravada, enquanto é acompanhado em coro. “Aftermath” também desafia as leis da gravidade da voz. Somos definitivamente conquistados por esse imensurável poder vocal, quando ele entoa “Soaked”, música da banda Muse, que praticamente é cantada a capella com a platéia mal ousando respirar, com medo de perturbar esse momento mágico, diferentemente de quando ele cantou a música sexy “Fever”, de Lady Gaga, que levou as pessoas a cantar, dançar e saltar em qualquer direção. A energia no palco nesse momento possui a necessidade absoluta do laissez-faire [ver nota], que se alterna entre poses provocantes – e que nos deixa boquiabertos ao admirar a flexibilidade corporal do cantor, ao se dobrar provocativamente – sem deixarmos de ficar totalmente absortos no flerte momentâneo com seu baixista. Aliás, esse momento é cultuado por seus fãs em cada show, e eles esperam pelo “famoso beijo”. Nunca ficarão decepcionados. Lambert, com seu imenso talento e classe, passa por esses momentos sem vulgaridade, somente provocação. Um sorriso aqui, um ar travesso ali, ele brinca. Diz que Paris o inspirou: – “A Paris gay é aqui, certo?”, e ele mesmo responde: – “OK, afinal agora ela é!” – e todo mundo ri. Todo esse clima descontraído se reflete através da mulher que consegue lhe agarrar a perna durante uma música, ou com os meninos bonitos da platéia que ele poderá encontrar em breve: – “Vejo rostos mais bonitos esta noite… Isso me inspira!”. São nesses momentos que ele reverte a situação a seu favor, contra os milhões de espectadores do American Idol, onde a platéia não é tão amistosa em relação ao público gay. Conclui-se que nós não precisamos ensiná-lo como cativar o público. Adam é mais que isso, é a prova pura de talento combinado com sinceridade, uma batida de cada vez.
A última canção “IF I Had You” – é formidavelmente calibrada para os clubes disco – perfeita para fechar a noite. Só que a platéia se recusa a sair e quer mais. Após seis meses de turnê, o glambert, como é apelidado, tem terminado a noite com o bis “Twentie Century Boy”. Sua voz não é aquela máquina depois de tanto tempo nos palcos, mas o dia seguinte é o aniversário do seu guitarrista, Monte Pittman – ex-guitarrista da cantora Madonna. Acima de tudo, os fãs franceses o receberam com afeto pouco visto até então, pelo jeito como conseguiram tocá-lo. Ele reserva então, um final que irá ser comentado na mídia americana, já na próxima sexta-feira.
Adam decidiu cantar “Purple Haze” de Jimi Hendrix, que mete medo em todos os puritanos. Mas mesmo assim podem ter certeza, a voz desse menino lhe permite a ousadia. Mais do que causar sucesso, a casa de show vai à loucura. Uma reação leva à seguinte, pois Lambert não quer ir. Ele diz: – “Eu tenho que cantar mais uma!” – brinca com sua banda. Depois de alguma hesitação, diante da música que ele deixou de cantar nos últimos bis, ele volta com um dos clássicos que contribuiu grandemente para sua fama: “Whole Lotta Love“ de Led Zepellin. O novo baterista demonstra um pouco de pânico diante dessa situação inesperada, mas Adam o convence com o coração. E termina com triunfo: – “Thank you very much!” Não. Obrigada a você, Sr. Lambert. Obrigada por demonstrar esse fôlego enorme, e trazer para o mercado uma enorme lufada de ar fresco, que conseguiu reunir, como raramente é visto, em uma só noite, super astros do rock bem como divas da música pop moderna. Enquanto toda Europa, em sua maioria, já caiu aos seus pés, os franceses estão tentando apanhar o comboio, pois lamentamos muito em ter que deixá-lo ir embora.
NOTA:
Laissez Passer: é parte da expressão em língua francesa “laissez faire, laissez aller, laissez passer”, que significa literalmente “deixai fazer, deixai ir, deixai passar”.
Fonte: Musique Evous
Tradução francês/inglês/português: Mônica Smitte
TRÉS CHIC O MENINO!!!
Nossa, AMEI a crítica!!!!
Botou o moral do Adam lááá em cima, e claro que não haveria de ser diferente, a voz dele simplesmente não existe!
mmmmmmsigh…. ele estava enlevado por estar em Paris – quem não – ficaria – e Paris devolveu se encantando de volta…
O Adam é poesia pura. Sexy poesia rock!
Que sorte a nossa poder acompanhar essa história não?