Mulheres em Houston se emocionam com Adam Lambert

No último dia 07 de setembro, Joey Guerra do The Houston Chronicle entrevistou alguns fãs de Adam Lambert, antes do seu show de Houston (o qual ocorreu ontem (08) conforme postamos aqui). Confira:

Debbie Merlin e Sue Kinder (veja a foto de ambas aqui) estão cobertas de plumas, glitter e sombra azul – estilo total ”Glambert”, como elas chamam, durante um recente encontro de Adam Lambert com os fãs no Meteor Lounge em Montrose.

As irmãs de Stafford colocaram os olhos em Lambert a primeira vez, como a maioria do pessoal, durante sua estada na oitava temporada do American Idol. Elas foram imediatamente envolvidas pela sua voz, aparência, puramente fabulosa.

” Ele me lembra de Elvis,” Kinder diz. “Nós o seguimos e votamos durante toda a série do Idol. Nós sabíamos que ele iria ganhar. Ficamos muito chateadas quando ele não venceu.”

A derrota de Lambert só energizou o amor da dupla por ele. Elas adormecem e acordam escutando a sua música. Elas viajaram para Loiusville, KY em julho, para vê-lo. Elas estarão no show de Hoby Center na quarta-feira e seguirão para Nova Orleans alguns dias mais tarde para outro show.

”Ele é um artista consumado, e transcende raça, sexualidade, idade, tudo,” Merlin acrescenta.

As duas se olham de relance, quando a inevitável pergunta aparece? Quem é a maior Glambert?

Elas pausam, riem, e então Kinder grita, ”Eu!”

”Eu deixo isso com ela,” Merlin diz. ”Eu não conheceria Adam se não fosse por ela.”

Mas não estamos falando de uma dupla de adolescentes, nem mesmo nos seus vinte e poucos, brigando pelo título. Merlin, uma escritora, tem 54 anos. Kinder, uma ex-coordenadora de cobranças, tem 67 anos.

”Ele fez eu me sentir sexy novamente. Ele realmente fez,” Merlin diz. ”Eu costumava não usar maquiagem, usava camisetas largas. Ele fez com que eu me desse conta de que sou bonita”.

”Nós seguimos Tom Jones por um curto tempo. Que triste é passar de um cara de 70 anos pra um de 28? Mas ambos exalam sexo.”

Idol Afrodisíaco. E o fato de Lambert ser gay não esmorece a dupla nem um pouco. De fato, só acrescenta.

”Eu vou te contar um segredo,” Kinder disse. ”Eu acho que não tenho muitos anos pela frente. Quando eu morrer, eu quero reencarnar como um lindo jovem de 27 anos de idade. Para que eu tenha uma chance com Adam.”

O apelo de Lambert vai além de mulheres casadas, suburbanas e de meia-idade. Gays e adolescentes e os (muito) ocasionais caras héteros, também.

Mas na maioria, esses grupos de mulheres têm emergido como o de maior apoio vocal do cantor. Eles ganham suas causas, espalham informações biográficas, correm pra defender sua honra.

É um fenômeno estranho, motivado pelo contraste da imagem de bad boy do cantor e do seu jeito livre de pensar.

“Estas mulheres estão ativando um tipo muito habilidoso de espectadores que diverte e motiva seus desejos por um tipo específico de estrela pop pública. E para elas, Adam Lambert se encaixa perfeitamente,” diz Dr Jennifer Tyburczy, uma colega com pós-doutourado para o Centro de Estudos da Mulher, Gênero e Sexualidade da Universidade Rice.

”Algumas mulheres podem ser muito atraídas por um astro do pop que tão sem quaisquer pruridos apresenta um tipo de masculinidade que não é prevista no mito do sexo oposto.”

Algumas, como Kinder, de fato gostam da fantasia e da diversão – o delineamento, extravagância brilhante disso tudo.

”Não existe um dia sequer que eu não ouça a música dele,” diz Nicole O’Malley, 38 anos de idade, uma gerente médica de Katy. ”Não passa um dia sem que eu peça suas músicas nas rádios. Talvez não passem 48 horas sem que eu solicite seus vídeos na VH1.”

Outros veêm o cantor e sua música como algo maior. Encontrar fãs que pensam da mesma maneira, criou uma comunidade a parte de maridos, filhos e da vida mundana. Um salvação suburbana na forma de um astro pop bem produzido.

”Eu nunca tinha saído da minha zona de conforto. League City, trabalho, League City, trabalho. Adam me arrastou até aqui,” diz Ruth Lemke, uma gerente de escritório de 56 anos de idade. ”Meu marido diz, ”OK, você é um pouco estranha, porque ele é gay’. Mas eu tenho te visto tão feliz.”

”Eu preciso dessas meninas. Não existe ninguém na minha vida com quem eu possa falar sobre Adam – ninguém. Eles não entendem.”

É uma frase muito repetida no final da tarde de sábado em Montrose. Meteor está cheio de Glamberts. A maioria coberta de glitter e com camisetas de Lambert. Eles mostram Lambert nas telas de seus telefones. Elas se exaltam umas com as outras e dividem histórias. (“Nós jogamos o baralho do Adam na outra noite!”)

”Eu não conheço ninguém na minha vida real que seja um fã. Eu queria conhecer outros como eu,” diz Shannon Hanson, 40 anos, uma desenhista gráfica que viajou para Minnesota e Colorado para os shows de Lambert. Ela criou em maio o GlambertTexans, um website como uma ferramenta para os fãs de Lone Star.

Linda Hays, uma mãe aposentada de 62 anos, que tem um filho com necessidades especiais, vagueia com prazer sobre a cabine de som do DJ, com o cd de Lambert na mão. Em segundos, For Your Entertainment está tocando no clube. Cabeças balançam. Mãos acenam. O cd toca várias vezes durante a tarde.

”A última vez que me senti dessa maneira foi com os Beatles. E talvez David Bowie,’‘ Hays diz. Ela foi em sete shows de Lambert e – suspiro! – conseguiu que ele autografasse a capa da Rolling Stone em Dallas, que agora está emoldurada e pendurada dentro da sua casa.

Além da parada da turnê, os Glamberts de Houston organizaram festas para antes e depois dos shows no Hardrock Cafe dentro do Bayou Place. Planos de um quarto particular se espalharam por todo o restaurante. Mais de 100 pessoas se reuniram para uma noite de músicas e vídeos de Lambert.

Glamberts de vários locais também estarão viajando para Nova Orleans para o show do dia 12 de setembro e uma agitada pós-festa no Oz, um popular clube gay.

”Eu acho que é a razão, pelo menos nos círculos onde eu frequento, as mulheres são atraídas por gays, em primeiro lugar,” diz Shira McClain (veja sua foto aqui), uma assistente legal de 38 anos de idade.

”Num certo nível, nós sentimos que os gays têm sido marginalizados da mesma forma que as mulheres são, em termos dos mesmo estereótipos negativos que foram colocados sobre eles. Adam, apesar de ser sujeito a isso, é tão carismático e tão feliz e tão positivo. Eu acho que muitas mulheres podem se identificar com isso.”

O furor também energizou o trabalho beneficiente de Lambert. O cantor e seus fãs arrecadaram quase U$ 500 mil dólares para projetos de salas de aula de arte e música pelo DonorsChoose.org, mais do que qualquer celebridade, de acordo com um correspondente.

“E isso” – diz a diva de Atascocita Violet Pierce, de 58 anos de idade, “é o que coloca Lambert em – escute isso – num plano mais alto.” Também coloca ela e a irmã LaVonda Munsey, de 64 anos, em um avião (literalmente) para Nashville, para um par de shows recentes.

”Adam vai além da sexualidade. Eu me sinto maternal. Eu me sinto sexual. Eu me sinto espiritual. E minha vida mudou assim que eu me tornei uma fã,” Pierce diz, com emoção na sua voz. Ela cita o Deus Glam como seu salvador durante uma ”horrível depressão.”

Andrea Davison, de 62 anos e dona de uma empresa de consultoria de negócios, viajou para ver seis shows ao redor do país e esperou horas do lado de fora dos ônibus da turnê na esperança de ver um relance de “glitter”.

”Não é da minha natureza. Parece bobagem, me tirou de um lugar e me deparei na estrada,” ela diz.

”Eu perdi meu marido em 2007, e eu estava muito triste e introspectiva. A primeira vez que eu ouvi a voz de Adam, por aqueles poucos minutos, eu esqueci que estava triste. Naquela temporada do Idol, toda semana por alguns minutos, eu não estava triste.”

”É muito pessoal. Eu tenho a alegria dele na minha vida.”

“É tudo muito Oprah. Uma dança com lenço parece que vai acontecer a qualquer momento. As histórias continuam a surgir.”

“É como uma convenção da Jornada nas Estrelas ou de Quadrinhos ou algo assim. Todo mundo sabe sobre o que todo mundo está falando,” diz Geralyn Rangel, 48 anos de idade. ”Nós todos falamos a mesma língua.”

Fonte: The Houston Chronicle

Tradução: Glória Conde

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