Adam Lambert fala sobre Freddie Mercury

Em um artigo publicado pela NPR Music sobre Freddie Mercury, Adam Lambert fala sobre como ele o influenciou musicalmente. Confira:

Freddie Mercury: O Artista Humilde do Rock and Roll

Freddie Mercury escolheu um nome de palco em perfeita harmonia com sua voz.

A mercurial estrela do rock e vocalista do Queen nasceu “Farrokh Bulsara” na ilha de Zanzibar, na África Oriental no dia 05 de Setembro de 1946. Os Bulsaras eram Parsi, um grupo com ligações com a antiga Pérsia. Ambos seus pais eram da Índia.

O filme chamado “Freddie Mercury: A História Não Contada” o retrata como um artista que aprendeu a fundo sua arte no Oeste, mas a amadureceu no Leste. Para ouvir isso na música de Mercury, o diretor Rudi Dolezal indica a faixa ”Mustapha” do álbum Jazz do Queen. “Se você ouvir a música ”Mustapha”, você vai achá-la muito estranha,” diz Dolezal. ”Que tipo de influências culturais, de onde vem isso?” ”Se você sabe que Freddie nasceu em Zanzibar, então foi pra Índia, então voltou pra Londres, o que foi como um choque cultural, então você pode perceber que foi multiculturalismo que foi combinado em Freddie Mercury e a maneira como ele usava a sua voz,” Dolezal diz.

A voz de Mercury não podia ser treinada e era imprevisível, às vezes dolorida por causa de um barítono natural à um selvagem mas paradisíaco tenor.

”É super sexy”, diz a estrela do American Idol, Adam Lambert. Ele passava horas e horas ouvindo Queen tentando entender como Mercury conseguia. E quando ele fez o teste para o Idol. Ele cantou ”Bohemian Rhapsody” do Queen. ”A voz de Freddie tem tanta textura”, Lambert diz. ”Ele meio que agarra tudo e espreme”.

O Artista Mercurial

A conexão de Mercury com sua platéia, grandes estádios cheios de pessoas, era intensamente pessoal. Jacky Smith, a gerente do fã clube do Queen, encontrou o cantor pela primeira vez em 1982 depois de responder a um chamado para emprego. Smith sempre tinha passe livre nos bastidores do shows do Queen, mas ela diz que preferia assistir Mercury da arquibancada.

”A atmosfera era incrível de frente,” lembra Smith. ”Haviam, eu não sei, ao menos 120.000 mil pessoas no último show, que foi em Knebworth, e era como se você ainda fosse parte de uma platéia íntima porque Freddie alcançava cada uma daquelas pessoas, mesmo as que estavam mais atrás.”

Smith diz que uma das marcas registradas de Freddie era os seus ”ohs”. Ele podia gritar para a platéia e eles respondiam. Mercury podia fazer grandes platéias cantarem junto com ele uma balada ou um rock como uma estrela do rock e girar um microfone que parecia ter sido arrancado da base.

”Ele era completamente exagerado, da melhor maneira possível”, diz Lambert. ”Música, na maioria do tempo é sobre sexualidade, quer você seja hétero, gay ou algo no meio disso. É sobre amor e sexo. Isso é rock and roll.” Lambert, como um artista abertamente gay, diz que ele deve muito à extravagância de Mercury de décadas atrás. ”Definitivamente existe algo faltando no cenário musical hoje em dia,” ele diz. ”Nós não temos muitos homens no palco sendo extravagantes e teatrais. Nós temos muitas estrelas do pop fazendo isso, mas onde estão os rapazes? Onde está o artista do pop rock clássico?”

Substância Antes do Estilo

Tão dotado quanto ele era como artista, Dolezal diz que Mercury era humilde e sempre colocava sua voz antes de sua imagem. Ele cita uma história como exemplo.

”Nós todos sabemos que Mercury tinha dentes muito estranhos, ”Dolezal diz, ”e nós todos nos perguntaríamos, ”Um cara tão rico quanto ele, porque nunca mudou os dentes?” ”Ele tinha muito medo de que se mudasse seus dentes, que a particular sonoridade (de sua voz) sumiria. Então ele se preocupava mais com sua voz do que com sua aparência, e eu acho que isso diz muito sobre como ele era.”

Em 1991, o humilde artista com uma voz prateada morreu de complicações de AIDS. ”O espírito de Freddie Mercury está vivo e bem”, diz Lambert. ”Ele fez acontecer.”

Veja abaixo, Freddie Mercury cantando “Bohemian Rhapsody” com o Queen.

Fonte: NPR Music

Tradução: Glória Conde

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